SAPR4 - Sanepar

Sanepar lança oferta de ações; Paraná é o maior vendedor
Geraldo Samor

A Sanepar, companhia de saneamento controlada pelo Estado do Paraná, acaba de anunciar uma oferta de ações que, apesar de já esperada pelo mercado, deve jogar os holofotes sobre o setor de tratamento de água e esgoto, potencialmente beneficiando empresas como Sabesp e Copasa.

Das 154 milhões de ações PN sendo ofertadas (‘SAPR4’, na Bovespa), cerca de 17% são novas ações que a Sanepar está emitindo para fortalecer o seu caixa.

Mas a maior parte da oferta é secundária, ou seja, os acionistas atuais da Sanepar estão vendendo sua participação. Os vendedores são o Estado do Paraná (que está vendendo 38,4% de seu lote), a Andrade Gutierrez Concessões (100%), o FI Caixa FGP-PR (100%), e a Dominó Holdings (que vende 72% do seu total de ações).

A faixa da oferta é entre R$9,23 e R$11,25. A ação fechou ontem a R$10,65, depois de um rali que começou no início do ano, quando o papel negociava ao redor de R$3.

No meio da faixa (R$10,24), a oferta totaliza R$1,57 bilhão.

A Sanepar já é listada na Bolsa, mas sua baixa liquidez hoje impede que grandes fundos montem posição no papel. Depois desta oferta, o chamado ‘free float’— as ações em poder de acionistas não controladores — vai aumentar de 19,4% para 59,6%, aproximando a Sanepar de uma empresa de controle pulverizado. Mas ela continuará sendo uma estatal. O Estado do Paraná está reduzindo sua participação de 51,4% para 29,9% nas ações PN, mas continua dono de 75% das ações com direito a voto, que têm liquidez zero na Bovespa. Em um segundo momento, o Estado pode vender as ONs que excedem o controle.

A Copel, distribuidora de energia do Estado do Paraná, é dona de 7,6% das ações PN da Sanepar, mas não está vendendo nada; com a oferta, sua participação será diluída para 7,2%.

A oferta será coordenada pelo Bradesco BBI, Itaú BBA, BTG Pactual e Banco Votorantim.

A precificação será dia 19/12, e as açõs vendidas começam a negociar em 21/12.

Sabesp, Copasa e Sanepar ganham com realismo tarifário
Geraldo Samor

Para que o Brasil deixe de ser um país com esgoto a céu aberto e sem água tratada, alguém vai ter que investir pesado.

Sanepar explode no primeiro dia pós-oferta
Geraldo Samor e Natalia Viri

A Sanepar subiu quase 5% no primeiro dia de negociação da oferta que movimentou R$ 1,97 bilhão.

A oferta marcou o ‘re-IPO’ da companhia de água do Paraná, que já era listada mas tinha baixa liquidez, e, muita gente espera, é o início de uma bela amizade entre o mercado e o esquecido setor de saneamento.

A oferta foi precificada na segunda à noite a R$ 9,50 — um pouco acima do piso do intervalo proposto, de R$9.23 – R$11.25 — e a ação fechou nesta quarta a R$9,95.

“Se você acredita que o juro vai cair no Brasil no ano que vem, mas não quer fazer uma aposta no crescimento econômico, você tem que comprar esse setor de água,” diz um investidor internacional com um longo histórico de investimento no Brasil. “Você vai tomar o mesmo número de banhos no ano que vem, e essas empresas vão crescer fazendo novas conexões de água e esgoto — thank God. E para que os governos possam atrair investimento, você deve ter um ambiente regulatório melhor daqui pra frente do que teve daqui pra trás."

Cerca de 60% da oferta da Sanepar foi alocada junto a investidores brasileiros, com três ou quatro gestoras do Rio levando alocações significativas. Outros 40% foram para investidores internacionais.

“Essa ação vai virar uma queridinha do mercado: eu acho que ela vai subir metodicamente e vai ser bem defendida por esses caras,” diz o investidor internacional. “Mas, no final do dia, a diferença entre comprar Sanepar e Copasa é a mesma entre cachorro quente e hambúrguer: é o mesmo retorno, a mesma narrativa."

Com a Sanepar negociando a apenas 5,5 vezes o lucro estimado para 2017, muitos investidores estão satisfeitos com a margem de segurança oferecida pela concessionária, e estão trocando ações mais expostas à economia por um ativo mais defensivo.

O mais importante da oferta da Sanepar foi colocar o setor em evidência.

"Antes, você não tinha propriamente um setor de sanemaento para investir: a Copasa estava quebrada e você só tinha a Sabesp. Agora, os fundos globais que investem em água têm mais motivos para vir ao Brasil e fazer um ‘water day’ [um dia em que fazem reuniões com as três empresas do setor na Bolsa],” diz outro investidor. “Isso vai criar um ciclo virtuoso.”

O Estado do Paraná vendeu 38,4% de sua participação e reforçou seu caixa em R$ 893 milhões, já considerando os lotes adicionais e suplementares. Outros vendedores incluíram a Dominó Holdings (veículo da Copel e da Andrade Gutierrez), que vendeu 72% de sua participação. Tanto a Andrade Gutierrez Concessões quanto o fundo Caixa FGP-PR venderam a totalidade de suas participações.

Depois da oferta, o ‘free float’ da Sanepar aumentou de 19,4% para 59,6%. Seu controle, no entanto, segue estatal. O Estado do Paraná reduziu sua participação de 51,4% para 29,9% nas ações PN, mas continua dono de 75% das ações com direito a voto, que não negociam.

Os coordenadores da oferta foram Bradesco BBI, Itaú BBA, BTG Pactual e Banco Votorantim.

Os papéis da Sanepar já subiram 234% neste ano, em parte por conta da expectativa do ganho de liquidez com a oferta e a perspectiva de uma maior racionalidade tarifária por parte das agências reguladores estaduais.

Para a Bovespa, a oferta da Sanepar fecha com um suspiro de alívio o ano tenebroso de 2016.

As grandes operações do ano cabem nos dedos de uma mão: Rumo (R$2,6 bilhões), Energisa (R$1,36 bilhão), Taesa (R$1,29 bilhão), CVC Brasil (R$ 1,23 bilhão), e o IPO da rede de medicina diagnóstica Alliar, que levantou R$ 674 milhões e cuja ação implodiu em seguida.

Há menos de uma semana, a Construtora Tenda cancelou seu IPO, alegando ‘condições adversas de mercado’; a Gafisa, controladora da Tenda, preferiu vender um pedaço da empresa a um fundo de private equity e distribuir as ações restantes a seus acionistas.

Na Sanepar, uma mão torce a outra
Natalia Viri e Geraldo Samor

Depois de antagonizar o mercado com um reajuste tarifário frustrante, o Governo do Paraná está prestes a dar um tiro no outro pé.

Liderados pela XP Gestão, um grupo de acionistas minoritários da Sanepar, incluindo os maiores investidores institucionais da companhia, exige mudanças na governança da empresa para concordar em converter suas ações PN em ordinárias – uma condição para que o Estado possa vender suas próprias ações.

Afinal, colegas minoritários em Sanepar… Enxergam algum incentivo em converter para units? No fundo estou trocando PN por ON que tem menor liquidez e abrindo mão de 10% a mais de dividendos que as PN conferem…

Não penso em converter mesmo. Alguém tem um bom motivo pra converter?

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Só vejo motivo se vc tiver uma posição muito grande no ativo e precisar de liquidez, o que convenhamos, nós que investimentos como pessoa física não temos esta necessidade (a não ser que seja um Barsi da vida, hehe). Se eu tivesse na carteira, não iria converter.

Ola Cadu eu tenho essa ação na minha carteira, pelo que entendi é uma hora boa de aumentar minha posição é isso, valeu.

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SAPR4 - 4T 17

Ótimo resultado de Sanepar. Porém, o item outras despesas financeiras teve um aumento violento, de 124%, o que jogou o lucro líquido p/ baixo (mesmo assim veio em linha com o do 4T 16). Este aumento na despesa financeira se deve a uma multa do IBAMA.

Verdade…não fosse a tal da multa o lucro seria ótimo

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Pessoal, tenho uma resistência a me tornar sócio do governo. Mas os resultados dessa empresa são muito bons. Como vocês se sentem em relação a isto?

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Compartilho da sua preocupação. Isto é um risco para a empresa, o que por outro lado a deixa barata no mercado. A questão é ponderar este risco e ver se ao preço atual, está valendo a pena.
Neste pto, tem de avaliar o cenário para governador no seu Estado. Eu não conheço nenhum dos principais candidatos ainda:

http://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2018/parana/pesquisa-revela-empate-tecnico-na-disputa-ao-governo-do-pr-c95dt7ctst5qv009fu99z9hfl

O risco já conhecido é vir um Requião da vida: Requião reafirma candidatura ao governo do Paraná e ataca Beto Richa | Tribuna PR

Complicado!

Ratinho é do PSD e o Osmar é do PDT.

Esse tipo de ação, tem de ser numa carteira pulverizada mesmo.

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Acredito que até uns 12,50 vale entrada, a partir dai fica arriscado até o resultado presente. Se este preço continuar pretendo comorar mais este mês.

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Ótimo resultado!

Estamos em um cenario de juros baixos, acredito que isso auxilia muito a Sanepar devido a sua divida ser elevada. Porém, é uma ótima empresa que tem gerado muito valor para propria empresa e para o acionista. Gostaria de saber a opnião de vocês sobre os cenarios de risco que a empresa pode ter. Por exemplo, qual é a influencia que o governo pode ter na empresa e nos seus resultados?

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O maior risco aqui é o político, com um Requião da vida ganhando o governo. Com isso a empresa pode mudar seu foco de gestão, de uma empresa que visa gerar lucro e retorno para os acionistas, para uma empresa que visa gerar viés político. Ou seja, cabides de emprego pata os apadrinhados, aumento dos custos e despesas, esvaziamento do caixa para fins políticos, investimentos com base em retorno político. Exemplos não faltam, vide Cemig. E a diferença entre as gestões em governos fica nítida olhando a Petrobras, era uma empresa muito ineficiente no governo Dilma, e no governo Temer virou o oposto.

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Isso pode tirar um grande risco das costas de Sanepar. E colocar um grande risco no Brasil rs (mesmo que o partido permita que ele seja o candidato, o que duvido, ele não teria nem 1% de votos).

Resta saber quem será o candidato que ele vai apoiar para governador, e se este tem alguma chance de se eleger.

https://cbncuritiba.com/saiba-como-esta-o-cenario-paranaense-para-as-eleicoes-2018/