Trabalhando com Triângulos e Diagonais
Estou sempre falando sobre Ondas, movimentos corretivos, impulsos e tantas outras coisas misturadas que e até eu fico confuso, com a analise que estou fazendo.
As ondas não são um modelo operacional, geralmente você só vai conhecer o movimento muito tempo depois dele se formar. Daqui a um tempo, qualquer um que conhece sobre ondas e vai claramente identificar o que ocorreu, como o período que vivemos desde de 2016, até o início deste ano, e este período mais recente.
Mas para tentar esclarecer algumas colocações que faço, vou falar sobre duas figuras que constantemente estão nos meus textos. Os triângulos e as Diagonais, espero conseguir explicar com clareza, o que elas representam e como se dá a formação destes padrões e o resultado que são esperado deles.
A melhor explicação que já ouvi sobre as ondas, fazia uma comparação com montar um grande quebra-cabeça, mas sem ter a imagem do que esta montando. Mas sabe de antemão do que se trata, por exemplo, um Veleiro em Alto mar. Você começa procurando as peças do canto, depois as laterais, depois as cores, formas e assim por diante.
Diferentemente do que ocorre na AT, a formação das figuras quando estudadas observando a Ondas, obedecem a um conjunto de critérios, então precisamos de guias e regras para tentar prever o possível movimento, baseado na eliminação das impossibilidade de outros movimentos ocorrem. Ou seja, não é o que pode e sim o que não pode.
Temos duas figuras que estão sempre se formando e que tem uma importância muito grande no estudo das ondas. Pelo que estudei, Elliott começou a entender as ondas a partir da formação do Padrão Diagonal.
Falo dos famosos Triângulos e das Diagonais, na verdade as diagonais são mais conhecidas por Cunhas Ascendentes ou Descendentes. As Diagonais por sua vez não carecem desta classificação, pois estão relacionadas a tendência, e o local onde ocorrem.
Ambas as figuras se confundem um pouco, pois em dado momento do seu desenvolvimento, enquanto movimentações gráficas, costumam apresentar características bem semelhantes, ficando difícil as vezes a identificação, e com isto a correta abordagem que devemos ter nas nossas operações. Embora possamos confundir as figuras, a principal diferença esta na natureza das mesmas. Para esclarecer este aspecto da analise, segundo Elliott só existem três tipos de padrões de correção. Correção em Zig-Zag, Plana ou Triangulo.
Como podemos ver as Diagonais não fazem parte dos padrões corretivos, elas são consideradas dentro dos padrões de impulso, ou seja elas operam a favor da tendência.
O que podemos, e devemos fazer é ficar observando a formação do movimento, e ir aplicando os conceitos da metodologia, para tentar prever a direção do mercado e consequentemente a evolução dos preços.
Basicamente temos dois conjuntos de ferramentas que nos auxiliam a ir fazendo a marcação e e ir eliminando possibilidades, são elas:
Regras – algo que tem que ser obedecido, caso contrario a nossa “contagem esta errada”, por exemplo: a onda 3 não pode ser a menor onda em um impulso. Então se estamos marcando uma onda de impulso e ela é a menor das três, a marcação esta errada.
Guias – as guias são o que geralmente acontece, não é uma regra, exemplo: a onda 3 geralmente tem 1,618% da onda 1. Não é uma regra, mas quando estamos em um momento de dúvida se este tamanho é respeitado, provavelmente estamos diante de uma onda 3.
As figuras
Vou colocar os exemplos para um cenário altista, para o baixista é idêntico, porem com o sentido das ondas ao contrario.
Diagonal
A Diagonal é um padrão de reversão, mas ela se forma na direção da tendência. Aqui neste estudo vou dar mais enfoque na Diagonal Terminal, pois ela que realmente produz grandes movimentos nos nossos gráficos. Ela pode ser identificada da seguinte forma:
Ela ocorre após um movimento corretivo, e forma uma onda completamente independente, formada por linhas que parecem que vão se juntar em um futuro, geralmente fora do gráfico.
Aqui na figura, identificamos que após o termino da onda 4, deu-se inicio a uma formação em diagonal, ou comumente chamada na AT de uma “cunha de alta”, conhecido como um padrão baixista. Mas note que durante a sua formação ela é um movimento de alta. Ainda mais aqui no exemplo onde ela esta representando a onda 5, a ultima onda de impulso de um movimento.
Então marcamos o final da onda 4 como o ponto 0, e vamos contar 5 toques e após o quinto toque temos uma correção forte, que em geral corrige até o inicio do movimento, no caso no termino da onda 4.
No meu entendimento, foi isso ocorreu no ibov, no inicio do ano, ou seja, independentemente do problema que estamos vivendo, a correção estava por vir. E como fomos testar o alvo de uma única vez, pelo menos nesta visão já atingimos nosso movimento de queda. este padrão vinha antecipando uma grande correção.
Aqui vemos o primeiro erro que é muito cometido. Por desconhecer que as figuras tem regras, muitas pessoas traçam uma linha iniciando no ponto 2 e a vezes no ponto 0, e acabam vendo um rompimento de uma linha de tendência, que de fato nada tem a ver com o movimento que esta começando. As linhas são de fato muito importantes, pois são muito respeitadas, mas é importante entender que elas não inviabilizam o movimento que de fato esta ocorrendo.
As linhas de tendência de fato são muito importantes, não estou dizendo que elas não funcionam, ao contrario elas são muito efetivas como linhas de suporte, o que estou dizendo é que elas não tem uma forma explicita, para que possamos calcular um alvo.
Triangulo.
Abaixo a figura do triangulo, demonstrando como é diferente a marcação do ponto 0.
Normalmente encontramos os triângulos no meio da onda 3, ou melhor dizendo na projeção de 100% da onda 3 com relação a onda 1. Ai que surgem as Bandeiras ou no caso do triangulo a Flamula. Que são padrões muito operados por que usa a AT.
Outro ponto muito comum de ocorrência de triângulos é na onda 4, as vezes sendo a totalidade da onda, ou no ultimo movimento da correção que se dá na onda C.
Aqui na figura estou demonstrando um triangulo ocorrendo dentro de uma onda 3
Na figura podemos ver que vinhamos em uma onda 3, que é uma onda de grande impulso, e fizemos uma correção (descanso). Da mesma forma que ocorre em uma diagonal temos que esperar 5 movimentos, mas a observação é que o ponto zero foi marcado no início do recuo dentro da onda 3, então quando tivermos o quinto toque teremos uma explosão em direção a tendência, de forma a completar a onda 3.
Como eu falei o triangulo tem praticamente o mesmo movimento, mas o resultado completamente diferente, pois geralmente é parte de uma onda, e seu objetivo é dar tempo ao movimento, e depois permitir que ele continue.
Em uma tendência forte de alta é comum os preços se afastarem da media de referencia que por exemplo pode ser a de 20. Então a medida que os preços vão se distanciando da media, a operação vai ficando mais perigosa. Então o triangulo permite que os preços esperem até a media chegar neles. Neste momento temos o retorno ao movimento principal geralmente com um grande impulso.
Aqui é um exemplo de como podemos usar as guias e regras para fazermos operações. Perdemos a entrada no inico da onda 3, e vemos um triangulo se formando dentro dela, quando preço toca na media, ou faz o quinto movimento eu posso entrar comprando. Já tendo o alvo definido, pela guia que dei de exemplo, porque a projeção de 1,618 % tem grande chance de ser cumprida.
Diferenciando o movimento.
Se formos olhar as duas figuras, vamos ver que o inicio do movimento que gera a diagonal e o triangulo são praticamente os mesmos, mas se interpretarmos errado a figura, podemos ir do céu para o inferno. Imagine que você esta vendo um triangulo, e entra comprando imaginado que esta no quinto toque deste e na verdade é o quarto toque da diagonal, você compra, os preços começam a caminhar a seu favor e derrepente o seu mundo desaba. Isto ocorreu com muita gente que entrou na bolsa no final do ano.
Existe uma forma de saber qual é o tipo de movimento? Saber o movimento não, mas podemos operar com alguma tranquilidade seguindo uma regra básica, e uma guia.
O impulso só tem três regras quando utilizamos as ondas, embora as diagonais tenham regras diferentes. Mas não estamos falando em como operar uma diagonal ou um triangulo, mas sim saber se estamos em alguma destas figuras. A regra básica, é que uma onda 3 não pode ser a menor onda, então quando verificamos que começamos a fazer um recuo e atingimos no máximo 100% da projeção da onda 1, já podemos desconfiar que a formação que esta diante dos nossos olhos tem grande chance de ser um triangulo.
Aqui não é uma regra, mas sim uma guia (geralmente ocorre). A onda 3, na grande maioria das vezes tem 1,618% da onda 1. (Dei este exemplo nas guias). Então se após ocorrer um movimento onde a onda três atingiu esta marca e começarmos a ver uma formação como aqui apresentada, é muito provável que estejamos diante de uma diagonal, o que na pratica não vai nos impedir de entrar, ou pelo menos vamos entrar com uma posição menor.
Muitas vezes a onda 4, se forma em um triangulo, mas em geral a formação vai se dando abaixo do topo da onda 3, então se isto estiver ocorrendo podemos estar em um triangulo, que vai acabar explodindo para cima, ou em uma diagonal se formando na 5, que vai na mesma direção, então em um primeiro momento pouco importa, vamos estar na direção correta, o problema é a hora de sair fora
Uma onda tem algumas características básicas, ou melhor dizendo medidas básicas.
Normalmente o final de uma onda ocorre em 261,8% da onda 1, então é uma marcação bem simples, pois você escolhe a onda 1, projeta 261,8 e pronto este é o alvo do movimento. Ocorre porém que o 161,8 é o alvo da onda 3, então você pode ir ajustando o alvo a medida que os objetivos vão sendo atingidos.
Existe outro alvo também e normalmente coincide com a primeira projeção. Basta identificar o que você considera a onda 1, traçar a retração de fibo, colocando no final da onda 1 a marca de 33,3%(um terço) o alvo é quando o preço atingir 100%.
Resumo
Na teoria funciona muito bem, e as vezes temos a sorte de poder ver claramente o movimento.
Não é o que esta acontecendo no IBOV, neste momento. Como eu falei a medida que as ondas vão se formando você vai eliminando as possibilidades, baseado nas regras.
Esta figura é o que esta acontecendo neste momento com o Ibov no diário. A confusão formada pelas duas figuras, são a principal razão das minhas analises neste momento e dos múltiplos alvos possíveis. A Diagonal indicando o final da correção da grande queda que tivemos e o triangulo indicando, que ainda podemos continuar a correção.
Como eu já falei varias vezes o grande problema esta relacionado com o movimento ocorrido em 19/03 deste ano. Ele não permite, seguindo as regras que a figura seja um triangulo, mas como este fundo não aparece no gráfico de linha, acho que existe uma “dúvida razoável”.
As ondas tem a capacidade de demonstrar os sentimentos das pessoas com relação ao mercado, e pesquisando nos documentos que eu tenho, encontrei um caso onde o autor explica que certos movimentos são produzidos por algoritmos que tem como objetivo levar os preços de uma forma artificial ao ponto onde se encontram os stops dos operadores, e comprarem bem no fundo. Mas ressalta que isto ocorre em mercados extremante alavancados.
Ou seja, existe a possibilidade, de que o mercado desconsidere o fundo ao qual me referi, e então estaríamos em uma onda 3, e ai poderíamos acreditar no triangulo e na busca da correção principal hoje em 97.000 (61,8 de toda perna de baixa).
Por hora e seguindo as regras das ondas, continuo acreditando na diagonal e que teremos o quinto e ultimo movimento.
Tentei ao máximo reduzir o texto, mas não consegui.
Em outra oportunidade, vou falar sobre outras figuras, e como o estudo destas formações podem ser uteis nas operações.