Dado o desconto dela em relação às faixas do IPO, começou a entrar no meu radar.
Gosto da empresa / produtos. Boa qualidade + valor agregado, sem uma dependência do dólar como suas concorrentes. Boa possibilidade de crescimento e um modelo de franquias com boa escalabilidade.
Tenho pouco consumo na carteira: Petz e a inerte CGRA. Essa parece uma posição interessante para LP, esperando crescimento.
Esta empresa tem ações ordinárias e preferenciais. As ordinárias estão só com os controladores, mas o valor econômico de 10 ações ON equivalem ao valor econômico de 1 ação preferencial. Fazendo esta alteração, o valor de mercado da empresa cai de mais de 8,5 bilhões (no fundamentus e statusinvest) para cerca de 1 bilhão…
Acho importante citar isto porque deve mudar “um pouco” a análise de valuation dela né?
Está no meu radar também… Lucro cresceu 34% de 2017 para 2018 e 25% de 2018 para 2019. Em 2020 foi afetada pela Covid, mas deve voltar a crescer nos próximos anos…
Isso. Os números estão distorcidos, não estou considerando o fundamentus.
O que eles quiseram fazer foi uma estrutura de governança com voto qualificado (supervoting shares), onde cada ação on tem direito a 10 votos, enquanto cada PN tem direito a 1. Nos EUA isso é comum, mas não é possível na B3. O que eles fizeram foi simplesmente emitir ações PN que tem na verdade 10x o valor econômico da ação on, Permite diluição, sem diluir controle.
A estrutura é mais ou menos a seguinte:
877mi ON, valendo R$ 0,90 cada
72mi PN, valendo R$ 9,00 cada
Aí temos um VM de 1,45bi.
Pegando o LL recorrente de 2019 - R$ 52mi, temos um PL de 28, em empresa que vinha com crescimento alto (>20% aa)
O que não está bem claro pra mim é o porquê do IPO:
Oferta primária foi <40%: captaram nem 200mi
Desse valor, R$ 124mi vai para pagamento de dividendos declarados em 2019… provavelmente é algo tributário, já que se vão diluir a empresa, iriam zerar a reserva de lucros…
Uns R$ 30mi vai para antecipação do pagamento de dívidas
Sobra uns R$ 50mi em caixa para a empresa… que dá 1 ano de lucro, e vai investir isso em plataforma digital, centro de distribuição, logísitca, etc… (sem abrir novas lojas, já que expande por franquias)
Eu comprei, porque tem ROE e margens altas, além de crescimento forte nos últimos anos.
Mas o múltiplo ainda assim é esticado (P/L em torno de 30). Caso o ROE e o crescimento se mantenham por mais uns 2 ou 3 anos, daí por diante é lucro.
Comparado com outros cases de crescimento (MGLU, WEGE), não está tão cara.
Mas é minha menor posição da carteira, justamente pelo risco.
Bem estranho mesmo. No Status Invest o free float parece ser só 3% na PN, e nada na ON. Eu imaginaria que uma captação tão pequena não justificaria o custo de abrir capital. Só se a empresa for muito asset-light para fazer diferença
é +/- isso mesmo… Na verdade é uns 7,5%, que correspondem a uns 40% do valor econômico.
Bem confuso, ela entrou em nível 2 de governança… isso tem afastado o mercado…
Pois é, não sei… acabaram vendendo bem mal, abaixo do piso… estava precificada entre R$ 10,65 e R$ 14,95, e saiu a R$ 9,25 no IPO…
Mas interessante que ninguém queria perder o controle… Ou seja, continuam tocando a empresa.
Eles tinha uma situação interessante, 3 sócios, cada um com 1/3 da empresa… Ou seja, sempre precisava de 2 votos dos 3 para fazer algo… Se abrissem capital com ações ON, nesse volume de direitos econômicos, não existiria mais essa figura, e os minoritários poderiam desequilibrar a balança… dessa forma continua na necessidade de 2 votos dos 3, e o poder de voto é irrelevante.
Se foi esse percentual tão pequeno, o interesse pode ter sido em virar uma SA, só por questões legais, alguma vantagem que eles querem ter em ser uma SA.