BRFS3 - Brasil Foods

Resultado do 3T 16

Foi bem fraco, com queda de -98% no lucro liquido frente ao mesmo trimestre do ano anterior. Isto se deu por conta de uma forte alta dos custos dos produtos, de 17%. Como a receita líquida só aumentou 3%, essa defasagem gerou uma queda de -28% no lucro bruto, que foi atingindo em cascata o lucro líquido.
Empresa terá um cenário desafiador pela frente.

Caramba, é uma empresa que eu apostava muito pelo market share e principalmente pelo segmento. Agora depois da entrada do Abilio, estamos vendo muita receita e poucos lucros. vamos acompanhar…

Natal pode decidir a ‘virada’ da BRF

Milho conspira a favor, mas quem consegue prever o câmbio?
Geraldo Samor e Natalia Viri

DEPOIS DE UM ANO presa numa ciranda frustrante de sobreoferta de frango e milho em alta, a BRF está vendo o ciclo virar, e os ‘comprados’ no papel nunca estiveram tão otimistas.

O principal motivo para o otimismo: o preço do milho, que havia disparado em meio a uma quebra na safra, está recuando. Os contratos futuros para entrega em setembro de 2017 já negociam a R$ 33 (a saca de 60 kg), quase 20% abaixo dos R$ 40 do mercado spot e ainda mais abaixo do preço médio do ano até agora, de R$46.

Apesar de já ter recuado 31% em relação ao pico de maio, o grão ainda está 60% mais caro na comparação com o mesmo período do ano passado.

Nas contas da empresa, somente o milho mais caro causou um impacto negativo de R$ 2 bilhões em custos nos nove primeiros meses do ano, dos quais R$ 480 milhões foram mitigados por estratégias de compra e hedge, além de reformulação de rações com uso de outros grãos: ou seja, a empresa perdeu, em termos líquidos, uma geração de caixa de R$1,5 bilhão.

Se o milho voltar ao patamar anterior, isso transformaria a rentabilidade na BRF de um pintinho num galo de rinha.

Outra boa notícia foi a sinalização — evidente no resultado divulgado sexta-feira — de que a guerra de preços no mercado doméstico está começando a perder força. Entre julho e setembro, a BRF finalmente conseguiu estancar a sangria em seu market share: a participação de mercado caiu apenas 0,4 ponto percentual para 56,6%, com o recuo concentrado apenas nas margarinas e avanços importantes em outras categorias.

Nos últimos doze meses, a empresa vinha perdendo 1,5 ponto percentual de ‘share’ por trimestre, um reflexo da decisão do CEO Pedro Faria de tentar preservar a rentabilidade com aumento de preços, mesmo com o consumo de alimentos processados em forte retração em meio à maior recessão brasileira da história moderna.

Nesse movimento, o grande vencedor foi a Seara, da JBS Foods, que capturou boa parte do movimento de ‘trading down’ típico das crises, quando os consumidores optam por produtos mais baratos.

Agora, a corda apertou também para a Seara. “A concorrência, que antes demorava algo como dois meses para acompanhar nossa liderança de preços, está fazendo isso antes”, Faria disse aos investidores, citando um ambiente de competição 'mais disciplinado’.

Com um valor de mercado de R$ 45 bilhões, a BRF negocia hoje a 12x EV/EBITDA, uma métrica que leva em conta o valor da empresa + sua dívida, divididos pela sua geração de caixa.

O mercado já está colocando na conta o milho mais barato. O ‘consenso Bloomberg’ — uma média das estimativas dos analistas que cobrem a empresa — é de que a BRF vai gerar R$4,5-4,6 bilhões em caixa este ano; a estimativa para 2017 é de R$5,6-6,2 bilhões, ou seja, o mercado está ‘devolvendo’ à empresa o R$1,5 bilhão que o milho mais caro havia subtraído. Se esta premissa estiver certa, a BRF está negociando a apenas 9,5x seu EV/EBITDA de 2017 — ou seja, se em 2017 a empresa mantiver o mesmo múltiplo deste ano, sua ação poderia subir 26%.

Isso sugere uma assimetria favorável para um investimento na ação, mas há dois problemas impedindo que alguns investidores puxem o gatilho: o câmbio e o Natal.

No curto prazo, o câmbio é a variável mais sensível (e imprevisível) para a empresa. Desde as mínimas no início do ano, o preço do frango avançou 19% em dólar até o final do terceiro trimestre, mas, nesse mesmo período, a valorização de 20% do real frente à moeda americana anulou o efeito positivo. Para se ter uma ideia, a libra esterlina — moeda em que a BRF recebe 40% de seu negócio na Europa — se desvalorizou 15% contra o real, e, no Oriente Médio, a margem EBITDA derreteu nada menos que 16,9 pontos percentuais para 11%, principalmente por conta do efeito cambial.

A outra questão é se o Natal vai ser gordo. Os céticos notam que boa parte das vendas do trimestre vem dos produtos natalinos — perus e chésters — e que o planejamento de demanda da empresa foi feito em março deste ano, antes da demanda desabar do segundo semestre.

“O risco agora é que esses produtos, que são mais caros, acabem encalhando, e a empresa não tem produtos substitutos em vários price points…. Depois do peru (o produto mais caro) e do chéster (o segundo mais caro), você tem o ‘frangão’, que é bem mais barato,” diz um gestor.

Para esses investidores, o risco é que, se o Natal não vier melhor do que o esperado, a BRF pode ter um quatro trimestre fraco em vendas e ainda sofrer em janeiro, quando tiver que liquidar estoques a um preço mais baixo.

Uma fonte da BRF disse que a empresa está confortável com as encomendas feitas para o Natal. “Já tínhamos tido um primeiro trimestre bem fraco, então essa ideia de que não imaginávamos um cenário difícil não é verdade.”

Ainda segundo essa fonte, o frangão corresponde a apenas 5% da receita de natalinos. “Obviamente, num ano como esse, a gente espera um ‘trading down’, mas mesmo que o frangão triplicasse o seu share, ainda teríamos 85% da receita altamente lucrativos.” A mesma fonte diz que, se a BRF tiver que liquidar estoques, vai fazê-lo entre o Natal e o Ano Novo, e não em janeiro.

Para antecipar as vendas de Natal e evitar o ’trading down’, a BRF investiu parte de sua verba de ’trade marketing’ numa campanha de Natal: a cada Chester Perdigão comprado, outro será doado a uma família que precisa, até o limite de 250 mil aves. (Como cada Chester Perdigão serve em média 8 pessoas, a empresa diz que a doação deve beneficiar até 2 milhões de pessoas.)

Para a BRF, pode ser que o Natal marque o início da virada, mas o milagre da remoção de incertezas só deve acontecer ao longo de 2017.

BRF dá o ‘outro lado’ do aumento de imposto saudita
Geraldo Samor

A notícia de que o Reino da Arábia Saudita aumentou de 5% para 20% a tarifa de importação de produtos in natura derrubou a ação da BRF em 5% nesta sexta.

Mas ao longo da tarde, a empresa ofereceu a investidores uma versão mais construtiva sobre o impacto do aumento, que coincide com os planos de IPO da OneFoods, o negócio da BRF no Oriente Médio.

Além de dizer que já repassou o imposto maior para o preço do frango exportado do Brasil para a Arábia — em 28 de dezembro, quando ficou sabendo da nova alíquota — a BRF fez um retrospecto de eventos recentes no mercado saudita, disseram investidores que conversaram com a empresa.

Segundo a BRF, como parte de um ajuste fiscal causado pelo petróleo em baixa, no ano passado a Arábia Saudita havia retirado subsídios de seus produtores locais, o que conferiu uma vantagem competitiva a importadores como a BRF. Assim, o aumento do imposto de importação agora parece ter como objetivo contrabalançar aquele ganho, retornando todos os players a sua situação competitva anterior.

Além disso, mesmo que o produtor local tenha algum beneficio, ele não compete com a BRF em grande escala. Cerca de 85% das vendas dos produtores locais são feitas para órgãos governamentais como escolas e hospitais públicos. Apenas 15% da produção local concorre diretamente com o produto importado.

A BRF também disse a investidores que a nova alíquota pode melhorar a posição competitiva da empresa graças a sua mega planta em Abu Dhabi, inaugurada em 2014 e ainda em processo de ramp up. Isso acontece porque os produtos daquela planta — cortes marinados, hambúrgueres — são processados, e portanto não estão sujeitos à nova alíquota, que incide apenas sobre produtos in natura. No fim do dia, segundo investidores, a empresa acha que seus processados podem ganhar share ou ela pode decidir elevar preços e ganhar margem.

Hoje, apenas 10% das vendas da BRF no Oriente Médio são produtos processados; como eles têm margens maiores, a companhia quer ser agressiva em aumentar essa penetração.

O IPO da OneFoods — até semana passada conhecida como ‘Sadia Halal’ — deve acontecer ainda no primeiro semestre. Segundo a Reuters, a BRF espera levantar US$ 1,5 bilhão com a venda de uma participação de 20% na OneFoods.

A nova empresa — um recorte de ativos que inclui oito plantas da BRF no Brasil, a planta de Abu Dhabi e participações em empresas de distribuidoras no Oriente Médio — é responsável por cerca de 20% do faturamento da BRF e 25% de sua geração de caixa. (No mundo muçulmano não se come porco e a carne bovina é muito cara, o que torna o frango o carro-chefe das refeições de proteína.)

BRF entra na Turquia com aquisição da maior empresa de aves do país

http://www.infomoney.com.br/brfsa/noticia/6001535/brf-entra-turquia-com-aquisicao-maior-empresa-aves-pais

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a princípio achei uma ótima notícia, pois é um amplo mercado a ser explorado, com muito potencial.

BRF sai de lucro em 2015 para prejuízo de R$ 372 milhões em 2016

Por Luiz Henrique Mendes | Valor SÃO PAULO - A recessão da economia brasileira não poupou a BRF nem mesmo nas festas de Natal e Ano-Novo. A companhia, que passou boa parte do último ano pressionada pela disparada das cotações do milho no país, reportou ontem o primeiro prejuízo anual desde que foi criada, em 2009.

BRF sai de lucro em 2015 para prejuízo de R$ 372 milhões em 2016 | Empresas | Valor Econômico.

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Sexta feira -7% hoje abrindo com -6%. Interessante observar o movimento que o mercado faz em torno do papel para tentar “precificar” o valor de uma ação após um escândalo.
O Fato é que não da pra saber, pois o caso é muito recente. e todo movimento em torno da ações será muito mais motivado pela emoção do que pela razão.

Para os iniciantes é muito mais seguro e indicado apenas acompanhar e observar esses eventos que acontecem na bolsa de valores que não é o primeiro e nem será o último, e tomar como experiência e aprendizado.

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Zeca Magalhães, da Tarpon: os ciclos da BRF e o investidor-empresário
Geraldo Samor

No ano de 2015 parecia tudo lindo com a empresa, onde atingiu seu lucro histórico. De lá pra cá veio amargando prejuízos anuais, diminuição de patrimônio liquido e aumento da dívida. sinal amarelo ligado! vamos acompanhar…

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Essa administração não mostrou a que veio. ir bem qdo o mercado está bom é mais que a abrigação (foi o que aconteceu em 2015). qdo o mercado azedou viu-se que administração estava mais perdida do que nunca. diminuição de resultados, dividas aumentando, perda de market share… enfim, enquanto tiver essa adminstração da tarpon + Abílio, sei não…

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Titio Abílio melou nossa BRF. deve ser por isso que o Casino sacou ele do Pão de Açucar haha

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BRF recupera mercado, apontam Nielsen e XP
Geraldo Samor

Já está prevista a saída do Pedro Faria no final de dezembro (belo aviso prévio pra quem vem apresentando os resultados nos últimos 6 trimestres). Agora só falta o Abílio Diniz sair também, afinal de contas ele é o chefe de tudo lá não é???
Aí sim daria para apostar na BRF novamente, até lá… é aguardar de fora (pelo menos para mim)

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Pois é, a Tarpon deu uma bola fora.
No começo eles até conseguiram implementar seu plano de eficiência, fazendo um corte de gastos, identificando ptos de desperdício. Só não contavam com o forte avanço da JBS, e da recessão econômica.

Cadu, ir bem qdo o mercado está favorável é mais que a obrigação, sendo que o resultado pode ser inflado com corte de pessoal, corte em manutenções (que numa empresa com Capex elevado isso representa muito dinheiro), mas no longo prazo esses pontos cobram a conta e não é sustentável
Além disso verifica-se erros estratégicos muito grandes, como por exemplo perda do mkt share em todos os segmentos (a não ser neste 2 tri onde houve recuperação de alguns).
Muito se fala da carne fraca, mas ele teve impacto apenas no 2 tri, pois foi deflagrada apenas no final de março, então como explicar todos os outros trimestres com resultado mínimo ou grandes prejuízos. Dívida líquida subindo enormemente.
Loteamento da empresa de pessoas que não sabiam nada do negócio e alardeando que estava tudo errado, incluindo o Sr Abílio, que qdo entrou divulgou que a empresa estava torta e com rumo errado durante a gestão do Nildemar Secches.
Enfim, é esperar para ver os rumos que essa nova velha gestão vai tomar, porque insisto enquanto o Abílio (como CEO) e a Tarpon (no conselho) ainda estiverem ditando os rumos da empresa, não consigo acreditar que o futuro será de grande valor.
Enfim, só uma opinião.

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Concordo @alesl
Contra números não há argumentos. Podem até justificar que a crise impactou, mas no fim das contas vemos que a empresa perdeu toda a margem que tinha ganho em 2015, e no ultimo trimestre ficou abaixo até de patamares como o de 2012. Ou seja, foi um retrocesso grande.

brfs

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Apesar de todos os problemas, ela é uma gigante de um setor que a população é totalmente dependente. isso conta muito… porém com a atual situação só ficaria atraente para entrada com os preços nos patamares dos que estavam nos anos de 2011 e 2012…