O que eu vejo nos bancos tradicionais/digitais é o seguinte:
a) Adaptação – com certeza eles irão se adaptar a medida que os bancos digitais forem evoluindo. Eu, por exemplo, tenho conta no Bradesco e faço praticamente tudo pelo aplicativo e praticamente não pago nenhuma taxa já tem um tempo.
b) Como ganhar dinheiro – um ponto central em relação aos bancos é analisar como eles ganham dinheiro. Cada banco acaba tendo como foco um segmento do mercado, por exemplo, onde eu trabalho era muito comum o Banco Alfa ficar oferecendo empréstimos consignados para servidores públicos e empregados do setor privado (o foco e segmento dele era esse). Então, nesse caso se for investir em Itaú ou Bradesco ou Banco do Brasil tem que estudar qual é o segmento principal deles. Eu percebo que eles já tem segmentos bem estruturados, diferente dos bancos digitais que estão começando.
c) Diversificação de ganhos – se for comparar Cielo x Itaú x Bancos Digitais, um ponto central é enxergar quais as diferentes formas de ganhar dinheiro de cada um deles. A Cielo podemos dizer que ela ganha dinheiro somente de uma ou poucas formas, já o Itaú ganha dinheiro de várias formas no Brasil e no exterior. Já os bancos digitais estão se estruturando no momento nesse quesito (buscando formas de ganhar dinheiro). Logo, os bancos tradicionais tem uma vantagem competitiva.
d) Antifragilidade – um ponto central na análise de qualquer empresa para investir é averiguar a capacidade dela de enfrentar crises, se adaptar e melhorar. Quando você olha para o JP Morgan e vê que ele foi fundado em 1.799 e enfrentou várias crises e continuou de pé ou o Itaú no Brasil foi fundado em 1.945 e enfrentou um turbilhão de crises (década de 80 no Brasil, crise das Ponto Com, crise de 2008, entrada do Plano Real etc), tudo diz muito sobre essas empresas para investidor. Já o Lehman Brothers ruiu em 2.008 – motivo principal: má gestão de recursos, alto endividamento etc (fundado em 1.850). Esse é um ponto a se considerar, pois os bancos digitais então na fase embrionária ainda, não enfrentaram uma crise de grandes proporções. O melhor exemplo que podemos ter foi com a crise das Ponto Com, onde várias empresas nasceram devido ao modismo da época e poucas ficaram de pé depois da crise.
e) Concorrência – os bancos tradicionais já enfrentam a concorrência a um bom tempo, diferente da Cielo como o Cadu citou. Um detalhe que se deve enxergar na concorrência é a mutação dela no decorrer do tempo e em cada segmento. Quem não lembra da década de 80 dos bancos abarrotados de filas, já com a chegada do caixa eletrônico começou a mudar isso. O mesmo ocorreu com as lojas de varejos que passaram a ser cada vez mais virtuais. Essa fase dos bancos digitais nada mais é do que a mutação da concorrência (e o fato de hoje haver vários aplicativos de bancos tradicionais, então é sinal de que eles estão se adaptando). Como exemplo, temos a Kodak onde a mutação da concorrência chegou na forma de câmera digital e ela não deu bola rsrs. Isso é um ponto muito interessante na análise de uma empresa (as vezes a concorrência chega de uma forma que você e ninguém nem imagina). Outro fato é concorrência direta versus indireta (um restaurante tem uma concorrência direta com outro restaurante, mas uma concorrência indireta com uma padaria, uma lanchonete etc), os bancos tradicionais enfrentam concorrência de vários lados (agiota, factoring, corretoras etc).
f) Sustentabilidade – onde você teria coragem de deixar R$1.000.000,00? No Itaú ou no Banco Inter (como o Cadu citou). Aqui cabe uma reflexão e acrescentar que já vimos muitos bancos grandes falirem a torto e esquerdo no Brasil. Quem tem grana aqui, não vai colocar dinheiro em qualquer lugar não e banco ganha grana com a grana dos outros.
Em relação a Itaúsa, um ponto positivo que eu consideraria é a possibilidade dela diversificar-se em novos setores (como estavam ventilando um tempo atrás).