Projeção para 2050: ~2.809 GW. Ou seja, a capacidade elétrica dos EUA deve mais que dobrar em 25 anos (+135%).
Para ter noção da escala:
A Itaipu Binacional tem capacidade de ~14 GW.
Os EUA, em 2024, têm ~1.194 GW → o equivalente a 85 Itaipus.
Em 2050, com 2.809 GW → seriam 200 Itaipus em capacidade instalada.
Isso mostra a gigantesca escala do sistema elétrico americano e o tamanho da oportunidade para empresas que atuam nesse setor.
2º Conclusão
O avanço da Inteligência Artificial, computação em nuvem e 5G está impulsionando a construção de novos data centers em ritmo sem precedentes.
Projeções indicam que até 2030 os data centers nos EUA consumirão quase 12% de toda a eletricidade do país, o equivalente a mais de 6 usinas de Itaipu em geração anual.
Isso cria um desafio duplo:
Expandir a capacidade da rede elétrica (geração + transmissão).
Tornar a energia mais limpa e eficiente, para atender às metas climáticas e reduzir pressões regulatórias.
3º Empresas para investir nos EUA
As empresas de energia (utilities) estão no centro dessa transformação. Diferente de setores mais cíclicos, elas oferecem fluxos estáveis de caixa, dividendos consistentes e agora têm a chance de crescer junto com a digitalização da economia.
Exemplos de empresas americanas
0. NextEra Energy (NEE)
É a maior holding de utilities elétricas do mundo por valor de mercado.
Atua com geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Duas partes principais:
Florida Power & Light (FPL) — parte regulada que abastece residências e indústrias da Flórida.
NextEra Energy Resources (NEER) — parte de geração renovável (solar + eólica), além de gás natural, nuclear etc. É importante porque impulsiona o crescimento verde.
Indicadores financeiros:
Crescimento anual dos lucros (earnings) nos últimos 5 anos ~ 19% ao ano.
Dividend yield anual em torno de 3% e payout razoável (parte dos lucros distribuída) bem considerado no setor utilities.
DUK – Duke Energy Corp
Uma das maiores fornecedoras de energia dos EUA, atuando em estados de forte crescimento populacional e industrial.
Beneficiada pelo aumento da demanda elétrica dos data centers do sul/sudeste dos EUA.
SO – Southern Company
Focada no sudeste dos EUA, região estratégica para novos hubs tecnológicos.
Tem ampliado investimentos em energia nuclear e gás natural, fornecendo estabilidade à matriz.
ED – Consolidated Edison Inc
Atende Nova York, um dos maiores polos de consumo energético dos EUA.
Forte em distribuição elétrica urbana, com potencial de capturar a crescente demanda de data centers metropolitanos.
AEP – American Electric Power
Opera a maior rede de transmissão elétrica dos EUA.
Fundamental para integrar novas fontes de energia renovável e transportar eletricidade até os clusters de data centers.
MGEE – MGE Energy Inc
Empresa menor, mas com perfil estável, focada em energia limpa no meio-oeste americano.
Pode se beneficiar do aumento de demanda regional.
WEC – WEC Energy Group
Atuação no setor elétrico e gás natural em Wisconsin e regiões próximas.
Perfil defensivo, mas em expansão no fornecimento de renováveis.
4º Opiniões? Qual a visão dos nobres foristas.
O crescimento da capacidade elétrica dos EUA até 2050, aliado ao boom da IA e data centers, abre um ciclo de investimentos bilionário em geração e transmissão de energia.
Investir em utilities como NEE, DUK, SO, ED, AEP é não só buscar dividendos estáveis, mas também participar de um megatrend secular de demanda crescente por eletricidade.
@cap.rs.erd7 Lá no tópico sobre energia já expus parte da minha visão sobre essa questão de energia.
Na época lá a discussão era sobre se seria factível trocar toda energia de origem fóssil por energia renovável ou energia limpa, ou seja lá o que for.
Minha posição sobre o tema era, e ainda é: se a humanidade pretende continuar consumindo energia nas taxas que já vinha ou aumentando, a humanidade só irá abandonar as energias fósseis quando não for comercialmente mais viável. Essa conversa de energia limpa + energia renovável, etc. é popular porque:
Os políticos exploraram o tema para ganhar votos das massas;
Os artistas exploram o tema porque querem fazer sucesso e melhorar seus ganhos juntos às massas.
Os jornalistas desinformam as massas porque, em geral, são desinformados e/ou de má fé.
Quem é mais velho deve se lembrar do famoso “buraco na camada de ozonio”. Era a mesma falação sem fim, políticos, artistas, jornalistas todos prevendo o fim do mundo. De repente ninguém fala mais em buraco na camada de ozonio. O buraco se realmente existia deve estar por lá ainda, só que agora perdeu-se o interesse nele.
A razão do meu ceticismo em todo esse papo furado é pórque energia é um bem escasso. É comum ver-se na mídia assuntos sobre “geração de energia”. Entendam uma coisa: não existe geração de energia. O que existe é transformação de energia de um formato para outro, por exemplo: de energia mecânica para energia elétrica.
Voltando à sua pergunta. Então, tudo indica pelo comportamento do ser humano que as demandas potenciais por energia elétrica (ou mesmo outras formas de energia) continuará crescendo e que a energia é escassa, logo os preços tenderão a subir e não faltará consumidor para as empresas bem posicionadas. Para os consumidores individuais não será tão bom.
Assim, para as empresas do setor e para o stock market será bom. Importante não esquecer que se a energia é escassa esse, suposto crescimento dos datacenters terá que drenar energia de outros setores.
Aproveito para voltar no tema do carro elétrico que é outra falação um tanto desfocada.
Quando entrei aqui no fórum na metade de 2020 falava-se muito em carro elétrico e parecia que daí uns dois anos metade dos automóveis no Brasil seriam elétricos. Na época escrevi que isto não ia acontecer. Pois bem, vou falar da realidade que vejo. A cidade onde moro no Noroeste Paulista tem uns 25 mil habitantes e tem uma classe média média até grande, portanto, tem muitos automóveis na cidade. Hoje, cinco anos depois vejo na cidade apenas um BYD assim do tamanho de um Gol. Acho que a pessoa mora na cidade porque vejo o carro, digamos, uma vez por mês. Às vezes, digamaos, uma vez a cada três meses, vejo um outro BYD um tanto maior, meio parecido com o Compass da Jeep, e já vi um outro maior ainda uma ou duas vezes em cinco anos. Ou seja a quantidade de carros elétrico na cidade é ínfima, muito, mas muito mesmo distante do que se falava.
Há alguns anos já escrevi em posts aqui no fórum que esse boom do carro elétrico não ia acontecer no Brasil porque não temos energia suficiente, não temos energia elétrica suficiente e enquanto houver petróleo, comercialmente, não haverá espaço grande para outra modalidade. Só o fim do petróleo vai abrir espaço para outras modalidades.
Por fim, os datacenters no Basil podem ter o mesmo fim dos carros elétricos.
Por essas e outras que o Urânio andou muito nos últimos anos, a única fonte de energia capaz de atender tanto crescimento de demanda, com regularidade, atualmente é a nuclear.
Quanto aos veículos elétricos nas capitais está cheio, mas quem adotou foram os motoristas de aplicativo. No Brasil com a disponibilidade de Etanol os híbridos tem potencial de poluir menos.
@guipasqual Concordo totalmente com você. Há coisa de 4 ou 5 anos eu já havia escrito aqui no fórum que até onde vejo a única forma de energia em quantidade e disponibilidade é a nuclear.
Quanto aos carros elétricos no Brasil, claro, em alguns lugares tem mais, em outros tem menos.
Segundo o Google no Brasil “hoje” tem 400 mil carros elétricos, 7,6 milhões de veículos a gasolina e 7 milhões de veículos a diesel. Isso vai dar apenas 2,7% de veículos elétricos. Um número bem pífio comparado com o que os meios de comunicação alardeiam.
Para o Brasil, um país grande e com muito sol, investir pesadamente em etanol faria mais sentido.
Os carros híbridos são na real os carros convencionais com um pouco a mais de eletrificação que os faz serem mais eficientes. Lembrando que os carros comuns de hoje já são minimamente eletrificados através de sistema de partida, sistema de iluminação, etc.
Como curiosidade segue uma foto de Nova York por volta de 1890. A mobilidade era majoritariamente feita por tração animal. Não deixa de ser uma alternativa para o futuro. Vejo, na TV,muita gente usando tração animal, atualmente, na faixa de Gaza.
Onde moro a quantidade de carros chineses elétricos e híbridos tem crescido assustadoramente. Para ser honesto, nem conheço mais a marca dos carros que estão nas ruas. O avanço foi um pouco barrado pela proibição da instalação de pontos de recarga em prédio, por inadequação da rede mesmo. E acho que 1) o brasileiro é neurótico com preço da gasolina, então a solução elétrica ainda mais apoiada por um supprte fotovoltáico é algo que tenho ouvido bastante, já que o custo das placas caiu e 2) os carros chineses são muito mais baratos comparando ponto a ponto, lembro de um exemplo que me falaram de um chinês de 220 mil que tem como contrapartida um europeu de uns 350.
Um pouco conversa de boteco tudo isso, mas será que de fato não estamos migrando boa parte do setor de energia baseado em combustíveis fosseis para os raw materials de que tanto se fala, o lítio especialmente?
E aí fazendo o gancho, energias renováveis não podem acabar sendo mais atrativas do que carvão ou LNG. Uma analogia bem simples: estou construindo, planejei quase um sistema off-grid e deixei apenas o ponto do fogão. Macroeconomicamente: investir não cuidadosamente não pode acabar sendo investir no ponto do fogão? Acho que o grande ponto é que renováveis vai ficando cada vez mais barato. No meu caso eu tinha um bom payback e um pequeno lucro até, mesmo com uso de baterias. Por outro lado, depender da energia da rua seria o mesmo que depender da Rússia ou da Venezuela, para manter a analogia.