Ações de energia são o futuro?

:arrow_right:Acompanhem o meu raciocínio…

1º consumo de energia elétrica no mundo é EXPONENCIAL e será MAIOR em razão do uso das IAs e dos DATA CENTERS

  • Em 2023, data centers representavam 3,7% da demanda total de eletricidade dos EUA.
  • A previsão é que esse número triplique até 2030, chegando a 11,7% do total.
  • Em valores absolutos, isso significaria 606 TWh de eletricidade — quase o dobro de todo o consumo elétrico do Reino Unido em 2023.
  • A curva é exponencial, com aceleração mais forte a partir de 2026.

:arrow_right:Entendendo a proporção disso.

  • Data centers EUA (2030): 606 TWh/ano
  • Itaipu (média): 85 TWh/ano
  • Itaipu (recorde): 103 TWh/ano
  • Tucuruí: 40 TWh/ano
  • Hidrelétrica média no Brasil: ~12 TWh/ano
  • Brasil (toda a geração elétrica): 700 TWh/ano

:pushpin: Proporções

  • Data centers em 2030 ≈ 6–7 Itaipus médias.
  • Ou ≈ 15 Tucuruís.
  • Ou ainda ≈ 50 hidrelétricas médias brasileiras.
  • O consumo dos data centers quase equivale a toda a produção elétrica do Brasil em 1 ano.

:white_check_mark: Isso mostra a magnitude: a IA e os data centers não são apenas tema de tecnologia, mas já são questão estratégica de energia.

  • Capacidade total em 2024: ~1.194 GW.
  • Projeção para 2030: ~1.400 GW.
  • Projeção para 2050: ~2.809 GW.
    :arrow_right: Ou seja, a capacidade elétrica dos EUA deve mais que dobrar em 25 anos (+135%).

Para ter noção da escala:

  • A Itaipu Binacional tem capacidade de ~14 GW.
  • Os EUA, em 2024, têm ~1.194 GW → o equivalente a 85 Itaipus.
  • Em 2050, com 2.809 GW → seriam 200 Itaipus em capacidade instalada.

Isso mostra a gigantesca escala do sistema elétrico americano e o tamanho da oportunidade para empresas que atuam nesse setor.

2º Conclusão

  • O avanço da Inteligência Artificial, computação em nuvem e 5G está impulsionando a construção de novos data centers em ritmo sem precedentes.
  • Projeções indicam que até 2030 os data centers nos EUA consumirão quase 12% de toda a eletricidade do país, o equivalente a mais de 6 usinas de Itaipu em geração anual.
  • Isso cria um desafio duplo:
  1. Expandir a capacidade da rede elétrica (geração + transmissão).
  2. Tornar a energia mais limpa e eficiente, para atender às metas climáticas e reduzir pressões regulatórias.

3º Empresas para investir nos EUA

As empresas de energia (utilities) estão no centro dessa transformação. Diferente de setores mais cíclicos, elas oferecem fluxos estáveis de caixa, dividendos consistentes e agora têm a chance de crescer junto com a digitalização da economia.

Exemplos de empresas americanas

0. NextEra Energy (NEE)

  • É a maior holding de utilities elétricas do mundo por valor de mercado.
  • Atua com geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Duas partes principais:
    1. Florida Power & Light (FPL) — parte regulada que abastece residências e indústrias da Flórida.
    2. NextEra Energy Resources (NEER) — parte de geração renovável (solar + eólica), além de gás natural, nuclear etc. É importante porque impulsiona o crescimento verde.
  • Indicadores financeiros:
    • Crescimento anual dos lucros (earnings) nos últimos 5 anos ~ 19% ao ano.
    • Dividend yield anual em torno de 3% e payout razoável (parte dos lucros distribuída) bem considerado no setor utilities.
  1. DUK – Duke Energy Corp
  • Uma das maiores fornecedoras de energia dos EUA, atuando em estados de forte crescimento populacional e industrial.
  • Beneficiada pelo aumento da demanda elétrica dos data centers do sul/sudeste dos EUA.
  1. SO – Southern Company
  • Focada no sudeste dos EUA, região estratégica para novos hubs tecnológicos.
  • Tem ampliado investimentos em energia nuclear e gás natural, fornecendo estabilidade à matriz.
  1. ED – Consolidated Edison Inc
  • Atende Nova York, um dos maiores polos de consumo energético dos EUA.
  • Forte em distribuição elétrica urbana, com potencial de capturar a crescente demanda de data centers metropolitanos.
  1. AEP – American Electric Power
  • Opera a maior rede de transmissão elétrica dos EUA.
  • Fundamental para integrar novas fontes de energia renovável e transportar eletricidade até os clusters de data centers.
  1. MGEE – MGE Energy Inc
  • Empresa menor, mas com perfil estável, focada em energia limpa no meio-oeste americano.
  • Pode se beneficiar do aumento de demanda regional.
  1. WEC – WEC Energy Group
  • Atuação no setor elétrico e gás natural em Wisconsin e regiões próximas.
  • Perfil defensivo, mas em expansão no fornecimento de renováveis.

4º Opiniões? Qual a visão dos nobres foristas.

O crescimento da capacidade elétrica dos EUA até 2050, aliado ao boom da IA e data centers, abre um ciclo de investimentos bilionário em geração e transmissão de energia.
Investir em utilities como NEE, DUK, SO, ED, AEP é não só buscar dividendos estáveis, mas também participar de um megatrend secular de demanda crescente por eletricidade.

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@cap.rs.erd7 Lá no tópico sobre energia já expus parte da minha visão sobre essa questão de energia.
Na época lá a discussão era sobre se seria factível trocar toda energia de origem fóssil por energia renovável ou energia limpa, ou seja lá o que for.
Minha posição sobre o tema era, e ainda é: se a humanidade pretende continuar consumindo energia nas taxas que já vinha ou aumentando, a humanidade só irá abandonar as energias fósseis quando não for comercialmente mais viável. Essa conversa de energia limpa + energia renovável, etc. é popular porque:

  1. Os políticos exploraram o tema para ganhar votos das massas;
  2. Os artistas exploram o tema porque querem fazer sucesso e melhorar seus ganhos juntos às massas.
  3. Os jornalistas desinformam as massas porque, em geral, são desinformados e/ou de má fé.

Quem é mais velho deve se lembrar do famoso “buraco na camada de ozonio”. Era a mesma falação sem fim, políticos, artistas, jornalistas todos prevendo o fim do mundo. De repente ninguém fala mais em buraco na camada de ozonio. O buraco se realmente existia deve estar por lá ainda, só que agora perdeu-se o interesse nele.
A razão do meu ceticismo em todo esse papo furado é pórque energia é um bem escasso. É comum ver-se na mídia assuntos sobre “geração de energia”. Entendam uma coisa: não existe geração de energia. O que existe é transformação de energia de um formato para outro, por exemplo: de energia mecânica para energia elétrica.
Voltando à sua pergunta. Então, tudo indica pelo comportamento do ser humano que as demandas potenciais por energia elétrica (ou mesmo outras formas de energia) continuará crescendo e que a energia é escassa, logo os preços tenderão a subir e não faltará consumidor para as empresas bem posicionadas. Para os consumidores individuais não será tão bom.
Assim, para as empresas do setor e para o stock market será bom. Importante não esquecer que se a energia é escassa esse, suposto crescimento dos datacenters terá que drenar energia de outros setores.
Aproveito para voltar no tema do carro elétrico que é outra falação um tanto desfocada.
Quando entrei aqui no fórum na metade de 2020 falava-se muito em carro elétrico e parecia que daí uns dois anos metade dos automóveis no Brasil seriam elétricos. Na época escrevi que isto não ia acontecer. Pois bem, vou falar da realidade que vejo. A cidade onde moro no Noroeste Paulista tem uns 25 mil habitantes e tem uma classe média média até grande, portanto, tem muitos automóveis na cidade. Hoje, cinco anos depois vejo na cidade apenas um BYD assim do tamanho de um Gol. Acho que a pessoa mora na cidade porque vejo o carro, digamos, uma vez por mês. Às vezes, digamaos, uma vez a cada três meses, vejo um outro BYD um tanto maior, meio parecido com o Compass da Jeep, e já vi um outro maior ainda uma ou duas vezes em cinco anos. Ou seja a quantidade de carros elétrico na cidade é ínfima, muito, mas muito mesmo distante do que se falava.
Há alguns anos já escrevi em posts aqui no fórum que esse boom do carro elétrico não ia acontecer no Brasil porque não temos energia suficiente, não temos energia elétrica suficiente e enquanto houver petróleo, comercialmente, não haverá espaço grande para outra modalidade. Só o fim do petróleo vai abrir espaço para outras modalidades.
Por fim, os datacenters no Basil podem ter o mesmo fim dos carros elétricos.

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