Vou abrir o tópico para discussão do Alibaba.
Nao acompanho o Alibaba nem investimentos no exterior, mas achei bem interessante esse video: O erro SIMPLES que custou -95,5% a investidores | Não cometa esse mesmo deslize - YouTube
O problema das empresas chinesas pra mim são 2:
- Você não está realmente comprando a empresa em si, mas sim uma empresa que tem um acordo com a empresa original pra dividir lucros.
- O risco de intervenção do governo faz o do Brasil na Petrobras parecer piada.
Interessante, acabei de ler o formulário anual e procurei algumas referências na internet. Na verdade, o problema é bem mais profundo do que investidores estrangeiros não obterem alguns ativos do Alibaba. Na verdade, posso estar enganado, mas esta informação me parece errada. Os ativos constam como 100% de participação. O que acontece de fato é que toda a abertura do mercado chinês de capitais foi feito através desse formato de VIE (variable interest entity).
Basicamente a empresa chinesa não pode ser detida por estrangeiros, então o mecanismo que tem sido feito há anos é abrir uma empresa em paraíso fiscal e dar a propriedade desta empresa a cidadãos chineses. Então firmam-se uma série de contratos que dão total controle desta empresa para a empresa-mãe. A SEC inclusive permite a consolidação dos balanços. É difícil saber por exemplo se os ativos da Alibaba estão em Cayman ou na China. Pode ser que sejam apenas as licenças, não temos esses dados separados
O problema mesmo não é tomar um golpe dos empresários. Os contratos são bem amarrados. Mas as autoridades chinesas já não estão permitindo mais este tipo de formato. Recentemente, como se mostrou no vídeo, proibiram a participação estrangeira em empresas de edução e as ações derreteram. Seria um grande tiro no pé, já que boa parte do crescimento chinês se deveu a esse tipo de arranjo que permitiu dinheiro estrangeiro entrar no país.
Mas é diferente discutir com quem está com fome (China em 1970) com quem está de barriga cheia (China hoje). Então de fato diria que há um risco de estatização ou nacionalização completa ao menos, e não vejo Beijing se importando com os estrangeiros (não pelo recente caso da Evergrande pelo menos).
Quanto aos demais riscos regulatórios, são de pequena proporção. A maioria é em relação a coisas do dia a dia das pessoas (parece que gostam de controlar os detalhes), mas não afetam diretamente os negócios. Não chega nem a ser tão distante do Brasil. Quando você pega uma embalagem de comida que diz (redução de peso tal)… é mais ou menos a linha que a China segue, só vão um pouco mais a fundo.
Eu honestamente assumo que a gente não sabe ABSOLUTAMENTE NADA sobre a China.
Sendo assim, nem considero investir em uma empresa sediada lá.
Charlie Munger comprou BABA recentemente.
Ele dobrou a posicao