Vou abrir o tópico para discussão da empresa, caso tenham mais informações.
A Biomm está em fase pré-operacional já há um bom tempo, a idéia é produzir insulina e biofármacos, estão finalizando a construção da planta de Nova Lima e parece que o principal produto, o InsuBIOMM, teve a patente negada duas vezes pela Anvisa, cabendo recurso, estão perdendo dinheiro trimestre a trimestre, mas eis alguns pontos interessantes que dão um pouco de solidez ao caso:
A Biomm nasceu de uma cisão da Biobrás, criada na década de 70, e vendida no início dos anos 2000 para a Nova Nordisk. Foi uma das empresas que patenteou a insulina análoga e era até então o quarto maior produtor mundial. A Nova Nordisk por efeito vendeu 1,8 bilhão de reais em produtos para diabetes na região da América do Sul em 2018, segundo relatório, com margens operacionais de 40%. Foi a empresa vencedora na licitação da venda de insulina para o SUS em 2018. Mas vale citar que na época da compra, transferiram todos os ativos produtivos para o exterior e a insulina que era antes produzida por aqui, hoje é um produto importado. A proposta da Biomm é retomar o status anterior.
Interessante, tem coisa boa vindo aí para o setor… está uma batalha no governo para facilitar a produção aqui e melhorar o acesso da população a remédios.
Bem, farmacêuticas são as empresas mais rentáveis do mundo, seguida pelas de softwares.
Setor extremamente regulado, e o Brasil, apesar dos 210mi de população, é um mercado relativamente pequeno em pharma. Medicamentos de alto custo são vendidos basicamente ao governo ou planos de saúde. Precisa muito dinheiro para market access e estão em um mercado cheio de gente grande.
Eles tem só 3 produtos hoje, um em comercialização (insulina glargina, produto similar da lantus®), que tem altíssima competição no mercado. E está lançando dois outros, insulina inalatória (que nunca pegou direito em lugar algum) e um biossimilar para o trastuzumabe, pra ca de mama HER 2+.
Com esse portfolio atual limitado, não vejo muito sucesso… Tirando fora algum fato outlier como ministério adotar biossimilares e escolher o medicamento deles para ca de mama… mas isso seria uma mega-sena para a Biomm. Novos produtos vão demorar pra sair e o risco sempre vai estar bem presente. Ser vendida para uma big pharma é outro destino pra sair no lucro. Dessa estou fora no momento e não sou tão otimista não.
No setor de medicamentos, prefiro a biotoscana (gbio33). Tem um portfolio maior de medicamentos, alguns bem mais estratégicos, maior atuação (toda am latina) e boas parcerias com pharmas. Além disso dá lucro e está com um bom desconto nas ações. Tenho uns lotinhos dela.
Bem bacana suas considerações. Ainda estou processando a empresa. Acho que o cenário de competição foi prospectado antes, 1) havia p.e. um acordo com o Ministério da Saúde que foi recentemente suspenso pelo atraso na produção, 2) pela expertise dos fundadores e as parcerias que estão fechando (preciso entender o modelo ainda), mas são empresas importantes como a Gan&Lee da China, que fechou um acordo de comercialização da insulina gargilina nos EUA com a Novartis, e o Herzuma, em parceria com a Celtrion Healthcare. O portfólio está mais para focado do que necessariamente limitado, com a aprovação do InsuBIOMM vão cobrir desde os produtos de longa duração até ultra-rápida, mas basicamente o mercado de insulina. Segue um artigo interessante (um pouco desatualizado):