Boca do Jacaré -- Tech + Construção Civil

Olá pessoal. Estou criando este espaço para discussão pois penso ser um momento bastante favorável para se tentar separar o “joio do trigo” no caso específico destes 2 setores.

Empresas de tecnologia sofreram muito em 2021, e com pouquíssimas exceções, estão todas com uma queda bem significativa, algumas perdendo mais da metade do valor. Mesmo aquelas poucas que ainda estão positivas, como a CASH, dependendo do momento de entrada, estão gerando um prejuízo enorme ao investidor.

Ao olhar os múltiplos, parece-me que o mercado está exagerando na dose, visto que algumas das empresas TECH estão com múltiplos bastante atrativos.

BMOB é um exemplo que acho interessante, mas deve haver outras e este é justamente o intuito, separar o “joio do trigo”.

Ao mesmo tempo as incorporadoras estao com uma rentabilidade negativa assustadora em 2021. Estou comprado na Trisul desde 2019, aumentei a posição no fundo do poço da pandemia, e agora estou vendo ela derreter a um preço ainda menor que em 2019. Queda praticamente em linha reta, batendo hoje impressionantes 50% negativos no ano, uma realidade bastante comum a empresas do setor.

Outra que me chama a atenção é a EVEN, que está com múltiplos absolutamente ridículos.

Quais as apostas de vocês nestes 2 setores? É hora de comprar? O som dos canhoes me parece bem alto neste momento…

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Excelente iniciativa !

Existe um espaço para essas oportunidades . Creio que podemos usar o tópico já existente , pois já existem boas discussões .

Não me sinto confortável em aumentar posição em Trisul devido a situação macroecômica. A companhia divulgou o resultado parcial do 3tri e este se demonstrou fraco, com quedas de margens e arrefecimento das vendas. Prefiro aguardar uma perspectiva melhor de inflação e taxa de juros, bem como uma retomada nas vendas, para ai sim aumentar a posição.

Entendo a perspectiva de alguns que pode ser uma oportunidade no momento, mas é muita incerteza e eu coloco a frente o custo de oportunidade de capital. Vejo o setor de proteína, locação de veículos e seguradoras mais interessante.

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Estou de olho em MTRE3, enterprise value em teoria mto barato, porém ainda não sabemos se a empresa queimou mto caixa nesse 3TRI. De qualquer forma, as prévias foram muitos boas, mesmo gastando o caixa ainda parece estar barata. Mas não vou tentar pegar faça caindo, hora que mudar a tendência irei abrir posição.

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Estou analisando construção também.
Como há muitas ofertas, a mais barata nem sempre é a melhor, mas não custa ver:

Primeiro uma reflexão sobre o setor de construção civil:

Ninguém deve investir em construtoras puramente baseado em múltiplos. mesmo os indicadores financeiros podem ser traiçoeiros, em boa parte em razão do sistema contábil, um exemplo: uma construtora apresenta um baixo estoque e uma alta receita líquida nos últimos 12 meses. Poderíamos supor que isso se deve a capacidade da empresa de construir e vender rapidamente os seus ativos. Por outro lado, essa empresa pode ter temporariamente adquirido a capacidade de construir e vender a toque de caixa uma obra específica. É difícil dizer, por isso, continuidade e constância são valores mais importantes do que simples múltiplos.

Vamos a alguns números:


Para entender: 100% signfica a receita líquida, então calculamos a quantidade de ativos e a margem em razão deste valor. É um índice importante, pois mostra a velocidade da empresa para reagir a mudanças, quanto menor, melhor.

Acima temos as empresas que já possuem um históricos razoável para análise. O objetivo é entender a quantidade de ativos empregada na geração de receitas, como disse, quanto menor, melhor. Temos uma média de 247%, e excluindo JHSF e Tecnisa, que são casos especiais, 220%. Mas isto isoladamente não diz muito, então é melhor ponderar com a margem EBITDA, neste caso utilizei a média interna dos últimos 8 trimestres.

Mas algo importante:


Pegando o último dado do ATIVO TOTAL, calculei qual o giro máximo e mínimo de cada empresa no período. O que quero evitar são empresas que apresentam grandes variações, pois podem se tratar de resultados pontuais ou “queimas” como havia dito. A construção civil opera em ciclos, mas algumas empresas estão mais ou menos afeitas a essas variações.

Para clarificar melhor, segue os últimos 8 trimestres da receita baseada no ativo total:

Para fazer comentários mais específicos sobre cada empresa, seria justo pelo menor ler as demonstrações, ver o VGV, o que está acontecendo, mas acho que podemos fazer um filtro rápido sem olhar preços, que ficaria para uma segunda etapa. Os critérios principais são a combinação de um baixo carrego de ativos, margem, estabilidade. Notem que posso estar errando feio, pois uma mudança estrutural pode trazer um resultar impar, que ao invés de ser positivo, acabaria sendo contabilizado como instabilidade. Segue minha opinião.

Melhores:
CYRE, TEND, TRIS

Empresas de primeira categoria:
DIRR, EZTC, JHSF, MRVE

Empresas de segunda categoria:
EVEN, HBOR, MNDE

Piores:
GFSA,TCSA

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Eu tenho comprado exclusivamente JHSF por entender melhor o landbank deles e achar que eles estão menos suscetíveis ao “varejão” da Construção.

A minha outra opção é, sem dúvida, Trisul. O que acontece é que o ciclo da construção civil é impossível de acertar quando recomeça a virada. O que eu acho mais prudente fazer é criar uma estratégia de compras recorrentes, sem muita pressa. Ambas as que eu citei já negociam abaixo do VP, o que é uma outra “camada” de tranquilidade.

Só não dá pra ser imediatista. Se o timing já é complicado na bolsa em geral, na construção civil é pior ainda, na minha opinião.

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Das ‘Techs’, sigo de olho em MLAS3, que não seria muito bem uma tech, mas já desvalorizou bastante desde o IPO e vem ao menos divulgando projeção de receita ok.

Na parte de software antifraude a CLSA3 já está quase com 50% de prejuízo frente as máximas, porém é daquelas que deveriam ter feito IPO na NASDAQ e já poderiam ter obtido grande valorização, visto que muitos investidores estrangeiros apostaram nela. BOAS3 depois que comprou a Konduto passou a atuar no mesmo setor da CLSA3, porém mesmo com P/L alto, tem um caixa bilionário, só falta desvalorizar mais um pouco pra ficar mais atrativa.

VLID3 é outra que já perdeu bastante valor de mercado com o tempo, e tem um suporte interessante na região dos 6,90. Se cair abaixo disso deve virar uma Cielo da vida mesmo.

NGRD3, WEST3, NINJ3, DOTZ3 e IFCM3 seguem renovando as mínimas, mesmo já tendo derretido bastante, porém, são mais voláteis e se resolver explodir vai embora, mas não custa nada acreditar em mais baixas.

Outras interessantes, CARD3 abaixo dos 15, Padtec do setor de infra telecom para fibra óptica (PDTC3) na região dos 5 e SQIA3 e POSI3 que já divulgaram boas novas (Sinqia aquisição e Positivo Licitação das urnas) e geralmente tendem a voltar a valorizar.

Entre os micos, IGBR3. Desde que deu ruim o processo com a Apple já caiu bastante, mas é daquelas troco de pão, que se cair demais o grupamento vem.

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Com relação à construção civil fiz uma análise de MTRE3 que o pessoal do fórum tem comentado nos últimos dias.
As outras de construção civil como EZTC e TRIS não estão muito diferentes.
Veja no gráfico abaixo que MTRE3 rompeu a LTB e rompeu o suporte lá do fundo da COVID.
Percebe-se pelos candles das últimas duas semanas que ela continua caindo.
Minha visão é seguir o ativo diariamente até encontrar o fundo e a reversão.

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Pois é, o caso da Mitre é emblemático. Como é possível que a empresa esteja valendo 600 mi sendo que possui 500 em caixa? Parece-me uma enorme assimetria.

Eztc3 caiu 80% pós IPO e chegou a valer menos que o valor em caixa e olha onde está hoje. Mtre3 já caiu 70% e está chegando perto do valor em caixa.

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Sobre a Mitre, as vendas divulgadas na prévia estão melhores que a média do 1S21, VSO de lançamentos em 28,1% e no trimestre 20,3%. Estoque de 600milhões, sendo 78% disso, unidades lançadas há menos de 1 ano. Distratos em 2%.

A empresa fechou o 2T21 com 454,1 milhões em caixa líquido (52% do PL).

Levando em conta esse caixa, o EV da empresa está em torno de incríveis 200 milhões.

Ela está correndo atrás do guidance mas não acho isso mto preocupante. Na minha opinião a maior oportunidade do setor.

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Desempenho aproximado das Techs Brasileiras no último mês

CÓDIGO 30D
MLAS3 -7%
CLSA3 -50%
BOAS3 -24%
VLID3 11%
NGRD3 -31%
WEST3 -12%
MBLY3 -27%
NINJ3 -61%
DOTZ3 -25%
IFCM3 6%
CARD3 -33%
PDTC3 -33%
SQIA3 -12%
LWSA3 -40%
POSI3 -41%
TOTS3 -13%
INTB3 -12%
LVTC3 -31%
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