A verdade é que nenhuma empresa, por mais defensiva que seja, vai proteger contra a queda das cotações. Em 2008, tivemos exemplos claros disso, e que abriram boas oportunidades, o mercado precificou muito mal a construção civil por causa do subprime, lembro que algumas construtoras foram colocadas no mesmo patamar de empresas que efetivamente quebraram. No entanto, seriam as maiores beneficiadas pelas políticas governamentais dos anos seguintes. Lembrando alguns casos de 2008:
Aracruz, papel e celulose
Valor Patrimonial em 2007: 5.361 milhões
LAIR em 2007: 1.031 milhões
LAIR em 2008: (5.353) milhões
LAIR em 2009: ------
Cotação máxima (27/05/2008): 17,50
Cotação mínima (28/10/2008): 2,90
Sadia, alimentos
Valor Patrimonial em 2007: 2.910 milhões
LAIR em 2007: 788 milhões
LAIR em 2008: (3.198) milhões
LAIR em 2009: ------
Cotação máxima (05/06/2008): 12,45
Cotação mínima (17/12/2008): 4,06
As duas eram de setores considerados defensivos e não deveriam estar expostas a estes prejuízos, mas estavam alavancadas em derivativos e tiveram que passar por fusões para sobreviver. A Aracruz virou Fibria, que hoje é Suzano, e a Sadia virou BRF. Abaixo segue o exemplo de empresas mais cíclicas que tiveram queda nas cotações e se recuperaram nos anos seguintes.
Cyrela, construção civil
Valor Patrimonial em 2007: 2.071 milhões
LAIR em 2007: 505 milhões
LAIR em 2008: 442 milhões
LAIR em 2009: 972 milhões
Cotação máxima (06/11/2007): 30,50
Cotação mínima (21/11/2008): 5,80
Cotação máxima - recuperação (2009-2010): 27,90
Bradesco, bancos
Valor Patrimonial em 2007: 30.357 milhões
LAIR em 2007: 10.544 milhões
LAIR em 2008: 8.173 milhões
LAIR em 2009: 12.119 milhões
Cotação máxima (07/12/2007): 15,76
Cotação mínima (27/10/2008: 7,43
Cotação máxima - recuperação (2009-2010): 17,43
Mais três exemplos em setores considerados defensivos, e que foram de alguma forma afetadas, mas se recuperaram depois:
Engie (Antes Tractebel), energia elétrica
Valor Patrimonial em 2007: 2.817 milhões
LAIR em 2007: 1.485 milhões
LAIR em 2008: 1.589 milhões
LAIR em 2009: 1.598 milhões
Cotação máxima (09/10/2007): 20,40
Cotação mínima (10/10/2008: 12,40
Cotação máxima - recuperação (2009-2010): 22,52
Sabesp, água e saneamento
Valor Patrimonial em 2007: 9.784 milhões
LAIR em 2007: 1.480 milhões
LAIR em 2008: 462 milhões
LAIR em 2009: 1.938 milhões
Cotação máxima (26/09/2007): 16,37
Cotação mínima (27/10/2008: 6,04
Cotação máxima - recuperação (2009-2010): 14,82
Porto Seguro, seguros
Valor Patrimonial em 2007: 1.815 milhões
LAIR em 2007: 703 milhões
LAIR em 2008: 467 milhões
LAIR em 2009: 514 milhões
Cotação máxima (11/06/2007): 26,50
Cotação mínima (30/10/2008: 10,00
Cotação máxima - recuperação (2009-2010): 28,30
Concluindo, é mais importante avaliar os motivos e os impactos reais de uma crise do que a queda imediata das cotações, que se deve mais ao fluxo do capital estrangeiro. Desde que comecei com ações, o maior impacto que eu já vi na economia foi o governo da Dilma e suas intervenções no setor elétrico, nos bancos, no resultado primário, tudo isso superou exponencialmente o subprime, que na verdade foi uma grande oportunidade aqui para os tupiniquins.