No geral é bem estável, de vez em quando vem umas porradas para cima. Tirando 2011-2013 as altas tiveram duração bastante curta, não acompanhava empresas dessa área na época, menos ainda a commodity então não me recordo, mas imagino que uma explicação é que seja fácil de expandir a área de milho, aumentando a oferta e trazendo os preços para a média.
Pois é…
Eu criei o costume de acompanhar este preço semanalmente… Este e os preços internacionais do frango e da carne, os quais estão no topo!
Isto já virou um hábito meu, além de olhar os níveis dos reservatórios da Sanepar…
Eu tento olhar o mínimo possível. Quando eu descobrir uma forma de incorporar a informação no preço antes do mercado aí posso repensar.
Evito ao máximo empresas expostas a esse tipo de variável, por mais que no valuation usemos médias históricas, nada garante que vai voltar e se voltar não se sabe quando.
No Brasil e outros emergentes, porém, fica difícil fugir de entender e lidar com commodities. Temos que ser um pouco especialistas quase que na marra.
Achei o resultado muito bom. Para olhar a questão de geração de caixa, o ideal é olhar o ano fechado: foram gastos 2,5 bi de Capex e perderam 700MM em capital de giro. Ganharam 5,2 bi de Ebitda, 600MM de impostos e 350MM de variação cambial. Total do ano, geraram 3 bi de caixa.
O milho é mais regional, apesar de seguir vagamente o preço internacional, tem que ver as cotações no MS e GO, até em cada Estado às vezes varia, em 2015 teve uma quebra de safra no BR que disparou o preço aqui e a BRF teve que importar. A empresa só sofreu uma vez com isso e foi nesse ano, na época da Tarpon, pois diminuíram estoques, compravam milho a mercado. Antes disso, passou por várias situações semelhantes com pouco impacto.
Onde vc consegue esses preços?
Costumava ver na Scott, mas agora é pago, dei um google aqui e tem esse site:
Peguei alguns números rapidamente:
27/02/2020 | 26/02/2021 | Variação | |
---|---|---|---|
Dourados/MS | 44,00 | 76,00 | 73% |
Rio Verde/GO | 47,00 | 76,00 | 62% |
Campinas/SP | 54,67 | 89,00 | 63% |
Paranaguá/PR | 43,50 | 84,00 | 93% |
Esalq/B3 | 53,30 | 85,41 | 60% |
Chicago USD | 8,61 | 13,12 | 52% |
Chicago BRL | 38,57 | 72,56 | 88% |
PS: converti o bushel para saca/60kg
@ccvalerio, dá uma legenda desse gráfico para entender melhor, por favor.
Não reparei que não tinha legenda…
Em vermelho é o preço nacional, em azul o preço estadual do MS
Buscando rapidamente não encontrei uma fonte de dados que conseguisse puxar automático para plotar com qq coisa. Hoje a noite vou pensar em uma forma de fazer o scrapping dessas cotações para colocar em um gráfico junto com o internacional.
Mas “no olho” tirando 2016 parece que aqui o preço é mais, digamos, amortecido. Mas isso pode ser também pela própria base de dados.
Encontrei um relatório bem interessante sobre os movimentos aqui no Brasil, interessante ler 1x por semana.
Mercado aparentemente sem negócios noticiados. Contudo, muitos contratos estão vigentes com a referência no preço de balcão + R$ 4/5/6 por saca. Desta forma, muitos consumidores vão se abastecendo regularmente em parte das necessidades semanais.
Ofertas no mercado são limitadas a pequenos lotes no Norte a R$ 78/80, volumes maiores acima de R$ 80. Oeste sem ofertas no dia. Sudoeste com pedidas a até R$ 85 fob e região de P. Grossa a R$ 82. Os volumes de ofertas não são elevados. Há preocupação com a paralisação das chuvas e andamento do plantio da safrinha. Compradores no porto entre R$ 73 a 75 embarques julho a setembro. Sem ofertas. Alguma chuva esperada para o Oeste do PR na semana, de forma localizada. No MT, mercado muito concentrado na soja e sem movimento de negócios noticiados no milho. Milho disponível agora um pouco mais difícil devido a complicação da logística. Nominal R$ 70 ao longo da Rod 163. Safrinha com ideias de R$ 57 até 60 julho/ago, produtores agora com pedidas a partir de R$ 62. Contudo, vendas estão limitadas devido ao risco de clima com plantio bem tardio. Chuvas regulares para o estado na semana. No RS, mercado é lento no fluxo de negócios, mas sem pressão de venda. Pedidas de R$ 84 nas Missões a R$ 86 P. Fundo/R$ 85 Vacaria. Colheitas vão avançando, contratos sendo cumpridos ou renegociados, porém, não se nota pressões normais de venda deste período do ano. Em SC, todos tentam avaliar as perdas devido a incidência da “cigarrinha” nas lavouras. Ofertas de R$ 84 a 86 fob no estado existem, sem grandes volumes. Alguns consumidores com estoques vão se mantendo fora dos negócios. Sem ofertas no tributado no dia, preço nominal R$ 85/86 mais ICMS. Safrinha ideia de compradores a R$ 68/70 CIF mais ICMS, sem ofertas. Chuvas concentradas no Nordeste de SC na semana. Em SP, semana começou sem ofertas no estado. Alguma negociação de lotes pequenos na Sorocabana a R$ 82/83. Fretes em alta brusca e elevando preços CIF para R$ 87/88, caso exista oferta. Mogiana também centrada na colheita da soja e sem ofertas de milho em bons lotes. Sul de Minas sem oferecer lotes para SP, Goiás com forte dificuldade de logística para atender SP e Chap. Do Sul com alguma oferta a R$ 75 fob a vista. Preços entre R$ 92 a 95 CIF com ICMS como pedida devido à alta de fretes. A grande questão agora é realmente logística e as questões de estoques em SP devem surgir nos próximos dias. Porto indicado a R$73/74/75 para julho/setembro, sem ofertas. Chuvas esperadas no estado no fechamento da semana. Em GO, mercado difícil já que a questão da colheita da soja está pesando no fluxo de negócios com milho neste momento. Muita fila nos armazéns, logística complicada e produtores tentando plantar safrinha. Chuvas com certa rotina vão atrasando este fluxo. Compradores tentam R$ 73/73.5 no Sudoeste e ofertas não foram citadas mesmo a R$ 75. Compradores R. Verde R$ 75 CIF. Safrinha sem ofertas. Compradores agora mais centrados em R$ 65 para julho/ago/set. Chuvas para a semana mais concentradas no Centro-Norte do estado. Em MG, mercado com alguma intenção de venda Uberlândia a R$ 75 fob a vista e no restante do Triangulo a partir de R$ 77. Sul de Minas nominal entre R$ 80/82 e Unaí R$ 74/75. Colheitas no estado são mais tardias para o milho, abril/maio, e o abastecimento ainda vai sendo feito com reservas de 2020. Safrinha nominal a R$ 65 comprador ago/set. Chuvas seguirão fortes no estado na semana.
BRFS3 - bom resultado anual de 2020
Na linha de receitas financeiras e despesas tivemos uma grande alteração.
Creio que deva ser resultado do hedge / valorização cambial.
Mas no fim das contas não alterou o resultado financeiro de forma significativa.
O Lucro liquido aumentou de 1.21B em 2019 para 1.39B em 2020. O principal pto do balanço ao meu ver foi a forte evolução da receita, passando de 33.4B em 19 para 39.4B em 20.
Empresa está barata, com alto potencial de valor e crescimento.
Eu gosto da empresa pra LP, mas já tinha parado os aportes. Se continuar caindo provavelmente vou recomeçar a aumentar posição.
Mas o fluxo de notícias tá difícil aqui…
COMUNICADO AO MERCADO
A BRF S.A. (“BRF” ou “Companhia”) (B3: BRFS3; NYSE: BRFS) comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que chegou ao seu conhecimento, por meio do Sistema de Informações Gerenciais Sanitárias e Fitossanitárias da Organização Mundial do Comércio (“OMC”), de que, em 6 de maio de 2021, a Saudi Food and Drug Authority (“SFDA”) notificou o Comitê de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da OMC sobre a alteração do regulamento técnico de validade de determinados produtos, que consiste em medida comercial para a redução do prazo de validade de frangos in natura congelados e seus cortes, de 1 ano para 3 meses, contados da data de abate. Conforme os Acordos Cobertos pela OMC, os países-membros potencialmente afetados poderão apresentar comentários em até 60 dias contados da data da notificação da referida alteração, ou seja, até 05 de julho de 2021.
A Companhia ainda não tem condições de mensurar qual será o potencial impacto operacional e econômico-financeiro, caso esta medida seja mantida pelo Reino da Arábia Saudita. Os riscos associados às operações de exportação da Companhia para o Reino da Arábia Saudita estão devidamente descritos no Formulário de Referência, conforme normas da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”), e no Formulário 20-F, elaborado conforme normas da U.S. Securities and Exchange Commission (“SEC”).
A Companhia avaliará os reflexos em conexão com as autoridades competentes para a adoção de eventuais medidas aplicáveis, em consonância com os Acordos Cobertos pela OMC na Aplicação das Medidas Sanitárias e Fitossanitárias e Barreiras Técnicas ao Comércio.
A BRF permanece confiando no sistema de livre comércio internacional e manterá o mercado devidamente informado acerca dos desdobramentos deste tema.
@fabio_barbosa, tinha visto o comunicado e a suspensão da importação de diversas fábricas no Brasil, principalmente da JBS. Mas tem um driver de médio prazo, que não cheguei a mensurar mas está em todas as apresentações e calls da empresa, que é a instalação de uma fábrica na Arábia Saudita. Recordo que já adquiriram um ativo e vão escalar a produção local. Vamos ter dois hubs: Turquia, que é o pólo atual, e Arábia Saudita. A médio prazo tudo isso pode acabar jogando a favor da empresa.
Mais um resultado que frustra um pouco minhas expectativas…