Construir a segurança financeira ou já investir?

Olá amigos!

Desde o começo do ano venho juntando dinheiro com o objetivo de construir minha segurança financeira, porém eu percebi que irá demorar um pouco até eu atingir este objetivo. Minha ideia era de só depois que tivesse meu “colchão” estabelecido que iria iniciar no mundo dos investimentos e fazer o meu dinheiro trabalhar pra mim, mas agora penso se não seria melhor já faze lo render e com parte dos rendimentos construir minha segurança.

Gostaria de saber o que vocês sugerem.

Importante: Não possuo dívidas e em caso de uma emergência teria pessoas pra me amparar financeiramente.

1 curtida

No meu entendimento, o “colchão” é para te salvar de endividamento a juros altos em caso de necessidade. Então essas pessoas são seu colchão. Mesmo assim, na minha visão ter meio colchão não te faria mal. Vai que as pessoas não consigam segurar a bronca?

1 curtida

Oii, obrigado por me responder

Minha segurança eu defino como conseguir sobreviver por 1 ano apenas com o que tenho desta reserva. Isso caso eu perdesse todas as minhas fontes de renda.

Você disse que não seria uma má ideia eu continuar construindo esta segurança, mas eu continuo fazendo do jeito que estou agora (apenas reservando) ou eu começo a investir e faço essa construção com parte dos rendimentos?

1 curtida

Só minha opinião pessoal, mas dividiria a sobra de dinheiro entre a reserva e os investimentos. Mas minha opinião vem da minha personalidade, eu sou bem precavido com essas questões, e reconheço que às vezes isso meu faz perder oportunidades.

1 curtida

@mrdarkshadow primeiro me diz qual a sua idade.
Pergunto porque, conforme indica o meu nickname, eu já passei dos 60.
E minha resposta vai depender um pouco da sua idade.
Depois continuo.

2 curtidas

Acredito ser um decisão pessoal, que leva em conta o seu perfil de investidor, a sua idade, seu modo de vida, a família, etc. Penso que, enquanto você constrói sua reserva de emergência, poderia, ao menos, fazer investimentos em renda variável em patamares mínimos, para ir ganhando experiência e ver como se sente diante do mercado.

3 curtidas

Oi João! Tenho 22 anos

Se sua família tem grana, então é tranquilo fazer sua reserva depois.

1 curtida

Pois bem, então você é uma pessoa bem jovem. Mais novo que meus filhos.
Quando eu tinha 17 anos saí de casa para estudar, com uma malinha de uns 20 litros de capacidade.
Fiz graduação em Engenharia Mecânica, fiz mestrado, fiz doutorado, fiz pós-doutorado, morei no exterior, etc. Vou ser meio sucinto em alguns pontos da resposta porque alguns assuntos já explanei em outros posts.
Durante a graduação tive que trabalhar informalmente para sobreviver.
Quando me formei logo comecei a trabalhar, isto aos 23 anos.
Agora começa a parte que te interessa.
O pessoal aqui do fórum divide a reserva em duas: reserva de oportunidade e reserva de emergência.
Em renda variável, obviamente, os ativos variam. Assim, é importante ter reserva de oportunidade para aproveitar as oportunidades que estão sempre ocorrendo em alguns ativos. É só ficar alerta. A reserva de emergência é para sobrevivência financeira nos momentos ruins.
De 1982 até 2010 de certa forma eu sempre tive reserva de emergência aplicada em renda fixa. Quando esta reserva de emergencia estava de um certo porte às vezes pegava um pouco como reserva de oportunidade. Basicamente, comprava imóveis.
Em 2010 separei-me da primeira esposa e a casa onde morávamos ficou com ela na partilha dos bens.
Fui morar num apezinho de 3 quartinhos, não é ironia, eram pequenos mesmo.
Aqui surge uma questão debatida aqui no fórum se vale a pena ter casa e/ou carro ou não.
Depois que tive condições financeiras sempre morei em casa própria e tive dois carros e uma moto. Exceto quando morei no exterior que não comprei casa.
Tem pessoas que optam por não ter casa nem carro. Isto depende de circunstâncias da vida e também de opções de vida que fazemos.
Como você ainda é bem jovem e parece não precisar de casa ou apartamento, no momento, esta questão pode ficar para o futuro. Carro, idem.
Então, a partir de 2010 eu precisava de uma casa. Tinha algum dinheiro economizado. Fui até a CEF para ver a possibilidade de financiamento, me fizeram uma proposta que considerei indecente: Me emprestariam R$180.000,00 para pagar R$600.000,00 em trezentos meses. Falei que ia estudar a proposta e quando ia saindo do banco joguei-a na lixeira.
Agora vem a parte da alavancagem.
Juntei mais um pouco de dinheiro e comecei a construir. Quando o dinheiro acabou fiz um empréstimo no Banco do Brasil. Continuei a obra. Depois fiz mais um empréstimo no BB e terminei a obra. Mudei-me, parei de pagar aluguel. Nessa altura já tinha casado de novo com uma pessoa que conheci depois de 2010.
Dois anos depois que eu tinha completado a construção eu já tinha pago todos os financiamentos.
Daí ficou uma lição para mim: Se a pessoa tem condições de pagar/rolar a alavancagem, então é uma boa possibilidade.
Nesse período de certa forma não tive reserva de emergência, nem de oportunidade. Meu suporte neste período foi a capacidade de alavancagem.
Quando eu estava pagando os empréstimos, um belo dia vi uma vídeo do Robert Kyiosaki explicando porque alavancagem é bom. Isto mudou minha mentalidade porque bateu perfeitamente com o que eu tinha feito. Dá uma procurada no Youtube que você vai encontrar um monte de vídeos dele.
Quando acabei de pagar os financiamentos decidi fazer um experimento, construir uma nova casa, totalmente, alavancado, inclusive o terreno.
No dia 2 de abril de 2018 comecei a construção e no Natal do mesmo ano já estava terminada. O terreno comprei a prazo num loteamento. O dinheiro fui pegando no BB. Depois que acabei de construir continuei pagando os financiamentos e o terreno e tive que fazer alguns financiamentos de rolagem, coisas pequenas de curto prazo. Até dezembro 2022 terei pago tudo. Talvez alguns meses antes, a depender dos imprevistos.
Repetindo: alavancagem pode ser boa se a pessoa tiver capacidade de pagamento/rolagem.
Por fim, minha sugestão para você é que faça uma reserva de emergência porque a vida também é variável e às vezes temos surpresas nem imaginadas. quando a reserva de emergência já estiver satisfatória você poderá drenar parte dos recursos para aproveitar boas oportunidades.
Quanto à renda variável minha sugestão é que você faça aportes mensais de acordo com suas possibilidades, digamos, R$500,00 ou R$1.000,00 ou 1.500,00 ou … Aportando um ano, mensalmente, acredito que você já estará mais experiente e sábio.
Por fim, sugiro ir comprando bons livros, livros clássicos e estudando…
I hope that helps, indeed.

8 curtidas

Confesso que não li todas as respostas (mas pretendo fazê-lo depois), mas vou adiantar a minha.

Eu não acho que tenha uma regra específica. Depende da sua idade, da sua fonte de renda, dos seus gastos normais e da sua “rede de apoio” mesmo.

Por exemplo, aos 19 anos eu entrei no serviço público federal enquanto fazia a faculdade. Minhas despesas eram mínimas e meu salário era absolutamente certo. Eu também tinha plano de saúde. As chances de acontecer algo que me fizesse precisar ter 6 meses ou 1 ano de “contas pagas” eram absurdamente baixas, quase desprezíveis.

Em casos assim, eu honestamente não vejo sentido nessa preocupação em ter reserva de emergência. É óbvio que o inesperado acontece até para os mais seguros, mas é um risco que eu estaria disposto a correr se estivesse nessa situação novamente.

Edit:

mais dois pontos que eu penso:

  1. é importante começar na renda variável com pouco dinheiro. A volatilidade da bolsa com a consequente variação patrimonial PRA BAIXO não é encarada de modo natural para quem começa na bolsa. “Perder” 10% do seu dinheiro em 1 semana (ou até 1 dia!) não é uma sensação tão simples de lidar no começo. Sendo assim, não entre com muito dinheiro. Entre com pouco. Também não entre com dinheiro desprezível. Entre com um dinheiro que você sentiria alguma falta de perder. Se você entrar com “troco de pinga” pode acabar encarando a bolsa como cassino e isso é muito ruim.

  2. minha visão pessoal é: se você é jovem, seja arrojado nos investimentos. Essa é a hora em que “perder tudo” dói muito menos e permite reconstruir com facilidade. O tudo que você tem hoje vai ser considerado bem pouco daqui a 10 anos. Então meu pensamento é: a medida que a minha idade vai avançando, meu perfil vai se tornando cada vez mais conservador. Começo arrojado na fase de acumulação de patrimônio e vou terminar bastante conservador (para a renda variável) na fase da fruição.

Eu encaro a bolsa dessa forma, mas é evidentemente muito pessoal.

4 curtidas

Gostaria de agradecer imensamente a todos que me responderam! Muito obrigado!

5 curtidas