Entrevista @fabio_barbosa

Fico muito feliz de saber que estou ajudando! :blush:

Valeu amigo!

Eu penso minha carteira como uma “mini-holding” e sempre sabendo que estamos comprando uma parte de uma empresa. Então eu tento comprar sempre as ações com a geração de caixa/lucros atual e futura que fazem mais sentido naquele momento.

Eu faço no mínimo 3 aportes bem relevantes (em relação à minha renda) durante o ano e estou sendo realmente “xiita” quanto à isto: vou investir no mínimo um valor X anualmente e o que sobrar tem que ser suficiente para todas as despesas.

Sim! Segue abaixo, mas agora com a % atual:

  • CASH3 6%;
  • INTB3 4%;
  • BBAS3 7%;
  • HYPE3 7%;
  • LOGG3 9%;
  • JBSS3 4%;
  • SAPR3 6%;
  • NEOE3 7%;
  • MOSI3 8%;
  • ALLD3 15%;
  • GUAR3 5%;
  • ALUP3 3%;
  • FHER3 11%;
  • SOJA3 1% (maldito rateio… :smirk:);
  • BRFS3 4%;
  • PFRM3 3%.

Atualmente está tudo em ações, meu caixa é bem baixo e gira em torno de 2-3% e já estou de olho para aumentar posição em uma das empresas acima.

Atualmente meu caixa é muito baixo e praticamente não conto com Reserva de Emergência mas isto é totalmente errado e não recomendo a ninguém. Eu faço isto por ter renda e despesas com certa previsibilidade, além de ter um bom plano de saúde. Minha família (pais, irmão e filha) também tem bons planos de saúde e tem recursos para casos de emergência, não precisando de mim.

Em primeiro lugar o preço da empresa tem que ter uma geração de caixa que justifique a compra. Então olho os principais indicadores como P/L, EV/EBITDA, DivLiq/EBITDA, P/VP, ROE, PSR e as Margens. Mas tudo isto tem que ser analisado diretamente nos balanços e releases das empresas para eliminar tanto os não recorrentes positivos, quanto os negativos. Depois tendo entender o setor, os seus riscos e oportunidades. Por fim, procuro entender a qualidade da empresa e de seus gestores, quais as vantagens e suas deficiências.

Vou dar 3 exemplos de inclusão na minha carteira:

  • FHER3: empresa em RJ com alto prejuízo (P/L bem negativo), EV/EBITDA muito baixo (em torno de 6 quando iniciei posição) em um setor que devia esta bombando. Só isto já chama atenção para entender o porque de ter prejuízo alto com um EV/EBITDA baixo. Então, ficou fácil ver a influência da variação cambial nas dívidas da RJ, o que prejudicava o resultado da empresa no curto prazo, apesar de ter ajudado bastante para o incremento de receitas, o que era positivo no longo prazo. Assim, percebi que com a normalização do câmbio a empresa se tornaria bem lucrativa nos próximos trimestres além do EV/EBITDA real ser ainda menor devido a não recorrentes no 4T19 (investi nela antes de sair o resultado do 4T20). Apesar disto a empresa virou alvo de muita gente que investia buscando apenas surfar a onda e isto inflou o preço do ativo muito rápido, levando a uma queda abrupta nos últimos dias porque assusta muitas pessoas ver uma valorização tão grande numa empresa com números aparentemente bem fracos, infelizmente a maioria das pessoas só olha os números nos sites de indicadores (eu já fui assim).

  • CASH3: o que mais me chamou atenção na empresa foi a Cultura, algo impossível de quantificar. É impressionante o brilho nos olhos dos gestores desta empresa e o tanto que ela evoluiu com tão pouco capital investido e tão poucos braços disponíveis. Com isto eu realmente fiquei bastante inclinado a aceitar pagar por múltiplos que nunca paguei (P/L de 50 na época e tinha acabado de atingir o breakeven). Além disto, fiquei bastante impressionado com a evolução dos números da empresa e com sua escalabilidade, ou seja, percebi que o potencial de crescimento mais que justificava pagar por estes múltiplos. Depois, ao analisar o negócio da empresa percebi que já tinha crescimento contratado porque o incremento do número de usuários era muito recente e que estes começariam a gerar retorno só nos próximos trimestres; isto diminui muito o risco do negócio. Por fim, fui buscar opiniões de todos que conhecia (inclusive no fórum) sobre a Méliuz como um bom negócio e pra minha surpresa não conheço uma pessoa sequer que acreditava na empresa como um negócio rentável e sustentável; mesmo assim decidi investir nela. Mas por que? A expectativa era muito menor (o oposto do que aconteceu com a MOSI3) e a surpresa do mercado seria grande quando saíssem os resultados com enorme crescimento, o qual na verdade já estava contratado e escondido nos números dos trimestres anteriores.

  • SAPR3 (mas poderia servir para NEOE3, BBAS3 ou até a ENBR3 que muitos aqui investem): às vezes investir não é tão complicado como parece. Números sólidos, há crescimento que justifica e os riscos são relativamente baixos. Aqui o preço justifica e não há muito segredo escondido nos balanços, tá barato e tá na cara que tá barato para todos verem. O motivo para não comprar seria achar que a cotação não vai subir e eu não invisto (ou deixo de investir) assim, pois seria o mesmo que investir só porque achamos que determinado ativo vai subir.

Primeiramente li os livros que vou citar na próxima resposta.

Pra entender o mercado acionário foi necessário estudar principalmente sobre os principais conceitos, indicadores e estratégias. Apesar de ter estudado Economia por 3 anos, eu nunca gostei de Contabilidade, mas considero essencial ter algum conhecimento nesta área.

Eu considero meu nível de conhecimento atual bem mediano, se bem que olhando algumas análises de “profissionais” da área me sinto muitas vezes um gênio… :rofl:

Mas falando sério, considero o conhecimento um processo contínuo e que preciso melhorar todo dia.

Destaco: “O Jeito Peter Lynch de Investir”, “O Investidor Inteligente”, " Os Axiomas de Zurique" e “Pai Rico, Pai Pobre”.

Mas aqui tem vários: Livros

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