FIIs - Tributação de Dividendos

Como é um assunto bem relevante nesse momento, resolvi dar uma analisada no passado, presente e possível futuro.


1. PASSADO

Última lembrança que tenho dessa “ameaça”:

A regra só valeria para fundos novos e a alíquota seria de 17,5%.
(Na minha opinião, uma aberração esse “meio termo”).

Impacto no IFIX no dia (quase -5%):


2. PRESENTE

Impacto no IFIX no dia (pífio):

Projeto de lei em tramitação:

Cria alíquota única para o imposto de renda da pessoa física, de 27,5% sobre rendimentos acima de R$ 4.990,00 mensais. Reduz para 12,5% a alíquota do imposto de renda da pessoa jurídica e para 7,5% a alíquota adicional. Revoga a isenção sobre os dividendos recebidos de pessoa jurídica, inclusive de microempresas, criando alíquota de 15%. Revoga isenções na tributação do mercado financeiro e de capitais, relativas a vendas de ações, fundos de investimento imobiliário, títulos e letras de crédito. Revoga a dedução no imposto de renda da pessoa jurídica pelos juros pagos a sócio, a título de remuneração do capital próprio.

image

Texto inicial:
https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=7936861&ts=1594033627126&disposition=inline

Art. 4º Ficam revogados:
I – o art. 9º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995;
II – o art. 3º da Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004; e
III – o art. 14 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

Parágrafo único. Para fins de aplicação do disposto no inciso II do caput deste artigo, os aportes em fundos de investimento imobiliário, as vendas de ações realizadas e os títulos e letras de crédito emitidos antes da data de publicação desta Lei continuam regidos pela legislação vigente no momento em que as respectivas operações foram efetuadas.

Vão fatiar “no tempo” a tributação?
O percentual a ser cobrado nos dividendos, creio eu, seria de 20%, pois a lei menciona a remoção da isenção e é quanto pagam os não isentos hoje.


3. FUTURO

Esse mês (08/2020) está previsto que o governo envie a parte da reforma tributária que trata desse assunto.

Tudo indica que vão acabar com a isenção dos tributos nos dividendos dos FIIs, mas não tem como ter certeza de nada. Nem se vai tributar mesmo, nem quanto e mediante que regras.
Mesmo que o governo vá nessa linha, precisa ver se passa no congresso. Contudo, como já há projeto de lei semelhante em tramitação, isso deve convergir.

Vão usar essa tributação para tentar compensar um possível ajuste na tabela de IR. Aí a quantidade de gente beneficiada com essa ação é muito maior que as “prejudicadas” nos FIIs. Então, não há manifestação popular que tenha força pra reverter isso.

Minha visão: deve voltar a tributar os 20% já vigentes para os não isentos.
Minha torcida: que tributem só as ações (desonerando as empresas antes) e não os FIIs.


Bônus: estratégia de curto prazo

Parei de comprar FIIs no final do mês passado e estou com cerca de 50% do total que pretendo ter já alocado. O resto estou guardando pra ver se temos uma definição “dissae”.

Estou pensando em vender alguns FIIs que estão próximo do “zero a zero” um pouco antes de sair a decisão do governo e diminuir um pouco o prejuízo de curto prazo.

  • O que acham?
  • Qual o plano de vocês?
  • Será que vale à pena sair agora, mesmo que parcialmente, sabendo que no passado as quedas nas cotas não foram tão significativas?

Dissertem caros colegas… :slightly_smiling_face:

10 curtidas

Zerei meus FIIs no início da queda para fazer uns trades e baixr preço medio em empreesas solidas, funcionou, mas independentemente de tributação voltarei aos poucos e mesmo que daqui um tempo seja tributado e haja forte perda de 20% o segredo é ter caixa para compensar e ir aportando…

Agora para os investidores que estão nos FIIs há muito tempo pode ser uma pancada forte… Eu tenderia a analisar a questão tributária e sair e voltar a comprar aos poucos… no Início do ano o investidor Ruy das Neves saiu dos FIIs pagando imposto, saindo no lucro e com rendimentos desse lucro por muitos anos a frente… eu faria analise semelhante, procurem no youtube…

Acho uma aberração a legislação só tributar os novos fiis, criaria uma especie de direito adquirido a regime tributário e isto pode ser considerado inconstitucional pelo STF… poderia haver insegurança juridica pois quem ficou excluido do benefício pleitearia isenção e a reforma em vez de simplificar complicaria ainda mais a aberração brasileira…

O problema do brasil é de produtividade, mas os improdutivos vão avançar cada vez mais, entao quem investe deve estar disposto a assumir a tributação dos FIIS, das ações, e até mesmo como profissional do mercado privado… Então considere investir uma parte para o exterior e estudar criptomoedas não como investimento, mas como forma de se proteger dos avanços abusivos de políticos e seus aliados…

No final do dia o que interessa é se o Brasil faz muito com pouco, se a geração que assumirá o país está com um portugues, matematica, raciocinio lógico e produtividades afiadas, é isto que vc vê? Eu não, mas ainda sim há como se proteger dos parasitas e da massa inuteis e improdutivos… então meu recado é proteja-se e não seja ganancioso…

4 curtidas

Obrigado pela resposta.

Eu estava praticamente fora dos FIIs até o começo da crise, aí com a forte queda resolvi voltar pra valer, mesmo com a ameaça de tributação (não tinha visibilidade dela, estava de saco de cheio de esperar e “precisava” migrar minha carteira pra algo que gerasse renda mensal).

Minha carteira hoje tem cerca de 23% nessa classe de ativos, então, o estrago não é tão grande se as cotas caírem “um tanto”.

Ainda estou em dúvida sobre o que fazer na real… como mencionei, talvez venda os que tenho pouca gordura e apure alguns pequenos prejuízos.

Lendo os projetos de lei que estão em tramitação e suas emendas, todos querem tributar os dividendos (não só dos FIIs) pra custear o ajuste na tabela de IR. O apelo popular é muito grande, muuuuuuuuito provável que passe.

1 curtida

Tributando meu yield médio cai de 6,75% para 5,4%. Com a crise fui reduzindo fii e aportando em ações, hoje tenho 16% da carteira em fiis sendo que o objetivo é ter 30%, aprovando isso daí o que devo fazer é reduzir pra 20-25%, ficam menos atrativos mas continuam sendo bons.

1 curtida

Verifique a questão dos prejuízos, pois eles podem ser compensados no futuro… eu sai com algum prejuizo em março, porém eles serão compensados em futuras vendas com lucro de fiis…

Se vc tem objetivo a longo prazo e acha que vai diluir os 20% de queda ao longo dos anos… eu nem preocuparia…so que precisa ter cabeça de longo prazo… e tolerancia ao prejuizo por alguns anos…

2 curtidas

Apesar de não querer, não me preocupo com os 20% a serem tributados nos dividendos. Já aceitei isso faz um tempo e creio que seja possível montar uma carteira legal que renda uns 0,45~0,50% a.m. mesmo tributado (o que pra mim está razoável).

Minha dúvida no momento é se vale à pena tentar evitar um possível impacto negativo significativo (>10%) na cota no curto prazo, dado que no passado isso não aconteceu.
De qualquer forma, estou com um bom caixa caso isso aconteça.

1 curtida

no atual patamar 0,45% de rendimento em tijolo tá espetacular… porque vc precisa diversificar… e conseguir a media de 0,45 sem concentrar em setor daria um premio bem relevante em relação aos juros longos (TD IPCA)…

Como disse, acho que seria prudente considerar uma possível queda de 20%…se voce pode compensar esta queda com caixa e ao longo do tempo ótimo… dá pra encarar… agora quem tá investido ha 10 anos nos FIIs com lucro e vai se aposentar em breve , acho que valeria a pena estudar a questão tributaria, a rentabilidade…

Como estou zerado em FIIS, vou começar a aportar novamente nos proximos meses… e mais… não há risco somente da tributação, há o risco da inflação e a concorrência dos FIIs com renda fixa mais a frente… isto vai depreciar as cotas… então leve em conta alem da tributação a possível reversão dos juros que vai depreciar fiis…

2 curtidas

Sem dúvida, por isso estou pensando em colocar um pouco de FII de papel na carteira. Hoje tenho só 1 em 12 no total.

Contudo, essa inflação se reverte em reajuste dos dividendos em linhas gerais (repasse nos aluguéis nos “tijolos” e melhor rentabilidade nos de papel). Penaliza a cota, sem dúvida, mas se o rendimento tiver a reposição… beleza. Mantém a característica principal do ativo: renda.

Sim, mas tenha em mente que o repasse é mais a longo prazo do que a inflação de curto prazo e o repasse nçao será possível com depreciação da atividade economica…e acredito que o maior risco é esta depreciação perdurar muito… nao ha como repassar se a vacancia correr o risco de aumentar…

2 curtidas

Concordo…

Enfim… muitas dúvidas no ar, hehe

Eu decidiria algo esperando ser afetado por varias situações, porque assim se concretizar vc está preparado… se nao decidir com base nestes diferentes cenariso vai vender na pior hora… ou vai ser pego sem estar preparado o que tb é ruim… Como os FIIs são só uma classe de ativos se vc nao estiver carregado deles nao vai sofrer tanto e pode ser bem reversível…

1 curtida

Tendo em vista que boa parte dos investidores entende que a tributação tem grande chance de acontecer, será que muito disso já não está no preço?

1 curtida

Eu acho que vai abrir uma oportunidade de aumentar posição.

FII tem muita pessoa física, e acho que vai ter muita gente se achando esperto em vender para comprar mais barato, aí pode cair uns 10-15%, e depois sobe 5-10%…

1 curtida

Minha torcida é exatamente essa também
eu vendi todos meus FIIs em março pra comprar ações, saí no zero a zero nos FIIs e tive um bom ganho com essas ações compradas, então por enquanto valeu a pena.
Só cogito voltar pros FIIs depois que tiver algo definitivo sobre essa tributação. Acredito que FIIs sofreriam muito mais do que as ações numa tributação.

Até o momento não vi Guedes mencionar tributação dos rendimentos dos FIIs. Não sei se vai importar também, mas os rendimentos dos FIIs é tratada é uma legislação distinta, tecnicamente, até os termos utilizados são diferentes, os rendimentos dos fundos imobiliários não são chamados de dividendos.

Grande problema é essa transição e quem já está posicionado realmente terá uma perda no primeiro momento.
Hoje os Fiis representam 30% da minha carteira, no entanto ainda estou na fase de acumulação e. particularmente, prefiro que acabem com a isenção de uma vez do que ficar com esse fantasma pairando no ar e lá na frente com o patrimônio grande tomar essa pancada.
Na minha visão, depois o mercado se ajusta a novos preços e com os Dys parecidos com o de hoje.

2 curtidas

Sobre tributação em dividendos de ações, acho inevitável acontecer (acho até uma boa para algumas empresas crescerem mais) meu medo é de passar 7 anos e falarem que as empresas estão pagando poucos impostos e subirem a taxa (não serve de nada tribute dividendos e depois subir as taxas das empresas)

Sobre os fii, não vejo isso como algo bom (fii não consegue crescer como uma empresa, o que só traz prejuízo) entendo essas isenções em lci, fii e em outros investimentos como algo bom para ajudar empresas, desenvolvimentos e até mesmo o governo (um fii pode muito bem construir um galpão que trará mais empre em determinado estado e aquecer a economia naquela região, construir um hospital como husc, ou em shoppings como xpml) por acreditar que ainda temos muito a crescer enquanto país, não gosto da ideia de tributarem os fii (acho que perdemos mais do que ganhamos)

Mas acho que vão acabar tributando.

2 curtidas

Eu sou meio pessimista…

Acho que o objetivo é arrecadar mais, vão taxas os dividendos, e vão desonerar um pouco as empresas, mas no somatório a taxação dos dividendos vai ser muito maior que a desoneração…

Torço para que aumentem muito os programas de recompra de ações. Nos EUA muitas empresas (Google, Facebook, Amazon, Netflix, etc) não pagam dividendos, só recompram ações, eu até prefiro, na prática é como se eu te investisse os dividendos nas mesmas empresas, sem pagar o imposto sobre os dividendos.

Quanto aos FII, vão ser taxados também, não sei se agora (quanto mais tarde melhor), talvez não taxem agora para esperar o mercado crescer mais… Por outro lado o Brasil está precisando de dinheiro, então talvez já taxem…

4 curtidas

Seguir aumentando meu patrimônio,

com ou sem impostos

1 curtida

por outro ponto de vista, quanto mais antigo, melhor ainda o PM ,
desta forma trazendo um impacto menor ainda no yeld,

claro que o cara ganha já bastante mensalmente dos FIIs nesta hipótese,
e em termos práticos de dinheiro 20% é um impacto indesejável, mas vejo que um investidor antigo já está ganhando relativamente bem para pular fora do barco,

sem contar que com a atual selic (e mesmo que ela suba nos próximos anos),
onde você vai superar FII’s em dividendos, mesmo tributados?

EDIT: dando um exemplo prático… tenho cerca de 1 ano e meio apenas como cotista do HGLG e estou com 6,2% aa, oque é excelente atualmente, principalmente por ser um ativo premium, (EDIT: isso a média das distribuições, não o yeld do último mês taokey? tomar essa pandemia como média acho que seria um exagero no pessimismo)

o Rodrigo Colombo (Vivendo de Dividendos) esses dias falou o PM dele em HGBS também em uma live, que não lembro no momento, mas de acordo com distribuições normais (fora da pandemia) ele tem um yeld on cost de 1,2% ao mês (correção) , quem não quiser acreditar, não acredite,

mas ele falou justamente sobre impostos também em uma das lives,
estou postando ela aqui, recomendo olhar, bem disruptivo, e concordo demais com ele,

não que sejamos à favor da tributação, por melhor que ela seja teoricamente,
porque sou daquele time que pensa que a memória política brasileira é curta e logo ali na frente tomamos tributação de ambos os lados novamente…
mas vale demais olhar, a questão que fica é:
se tributar, oque realmente podemos fazer a respeito, caso a bolsa seja a melhor opção para aumento patrimonial?

1 curtida