Pessoal, não me conformo com a cotação atual da Moura Dubeux. Acho a maior aberração do setor. Motivos:
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Empresa com maior barreira de entrada: no passado, várias incorporadoras tentaram entrar no Nordeste, como Rossi e PGD. Todas saíram, pois é um mundo a parte. Atrapalharam na época a Moura, mas dificilmente voltarão. Assim, há menor disputa por terrenos (“melhores terrenos sempre passam nas nossas mãos” - palavra da empresa);
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Menor risco: 40% de seus projetos é no regime de condomínios, onde o próprio comprador é responsável pelos custos de materiais de construção. Além disso, o pagamento total é mais curto, sendo a obra toda paga em ~4 anos, sendo que no primeiro, é gerado um colchão, para apenas depois começarem as obras. Nível de inadimplência quase zero (mesmo em épocas de crise), pois por contrato, a falta de pagamento por 60 dias levariam o imóvel a leilão (na prática, sempre conseguem um acordo).
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Gestão: é empresa de dono (adoro isso) com vários anos na empresa, com marca forte na região (costumam dizer: moro em um Moura Dubeux), com ótima avaliação dos imóveis, equipe própria de construção. Como a empresa estava em situação ruim, quem não conhece detalhes, atribui isso à uma gestão ruim, que não é o caso. Apenas sofreram com a crise em si + entrada de concorrentes do sudeste (comentei acima): preços desabaram e estoques de todos ficaram encalhados (vendas desses estoques estão saindo muito bem agora, apesar de que com margens piores)
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Caixa Saudável: hoje ela apresenta caixa líquido e bom nível de estoque para venda, que deve ajudar no caixa para as obras dos lançamentos atuais. Além disso, o sistema de condomínio, ao contrário da incorporação tradicional, não apresenta necessidade de capital intensiva.
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É a mais barata: esse tema é subjetivo. Tentando objetivar, possui o mais baixo P/BV do setor (0,76), mais baixo do que algumas nitidamente piores, como Tecnisa, que nem lucro geram há anos de forma recorrente. Em relatório da semana passada, usando critérios mas financeiros como FDC e múltiplos, o Safra também apontou a Moura como a mais barata do setor.