Só um detalhe, está Lula 44 a 68 e Bolsonaro 54 a 56. Entendam que foi um erro de digitação e quer dizer Lula 44 a 46. De todo modo, o resultado do Bolsonaro já corrigiria. Não vou alterar pois infelizmente os votos já dados são perdidos se edito a pesquisa.
Amanhã termina a pesquisa. Até o momento, 70% acreditam que o resultado deve estar a 50%, 2 pontos para mais ou para menos. No geral, 63% acreditam que o Lula deve sair vencedor.
Considerando esse cenário, passei a pensar em termos de governabilidade. Claro que sempre vamos ter o argumento de que deputado e senador são itens precificados a mercado. Mas podemos pensar também que para isso e para cada pauta que venha a ser proposta, pode valer mais a pena passar itens de menor valor. O que quero dizer é: será que teremos um governo moderado ou vamos revogar a reforma trabalhista, quebrar o teto de gastos e colocar quantos trilhões sejam possíveis no BNDES?
A verdade é que não parece que nada disso seria fácil. Tentei separar os partidos pelo suporte que possam oferecer ao governo. Eu terminei com a seguinte distribuição, gostaria de saber se vocês concordam:
São aliados naturais:
PT, PV, PCdoB, PDT, Psol, Rede, Solidariedade, Pros, Avante, PSB
Podem se tornar aliados, mas não são aliados naturais e possuem força suficiente que lhes dê autonomia:
MDB, PSD
Partidos que podem vir a apoiar o governo condicionalmente, ou podem apoiar em certas pautas e não em outras:
PSDB, Cidadania, PP, PTB
Podem apoiar o governo, mas é um caso a parte:
PODE (ou Podemos)
Dificilmente irão apoiar o governo, ou caso o apoiem, provavelmente o farão em favor próprio e pontualmente:
PL, União, Repub., PSC, Patriotas, Novo
Com base nisso, hoje teríamos o seguinte:
Na câmara,
PT, PV, PCdoB, PDT, Psol, Rede, Solidariedade, Pros, Avante, PSB
Suporta facilmente, 139 (26,5%)
+
MDB, PSD
Suporta relativamente 84, (42,5%)
+
PSDB, Cidadania, PP, PTB
Suporta condicionalmente(- Podemos), 66 (56,3%)
+
Podemos
Suporta condicionalmente, (+ Podemos), 12 (58,7%)
+
PL, União, Repub., PSC, Patriotas, Novo
Dificilmente suporta, 212 (100%)
Como dá para ver, na câmara a dificuldade de passar uma emenda constitucional (3/5 ou 60%) é alta. Mesmo que o PP, que muitos falam ser apenas fisiológico, em vantagem própria, se alinhasse ao governo, precisaria ainda contar com um bom nível de adesão e deserção do voto em outros partidos. Na prática pode parecer mais fácil do que na teoria, já que tudo se compra mas é na teoria que parece fácil, pois partidos como o PSDB costumam votar bem diferente da imagem que querem passar na televisão. E a Direita é mais coesa, no sentido que PL e Republicanos, sozinhos, contam 140 deputados. Ou seja, se você tira esses dois partidos e quer passar uma emenda, sobram 373 candidatos e são precisos 308 votos. O quórum pula de 3/5 para 5/6.
No Senado,
Governabilidade | Senado | Evolução | |||
---|---|---|---|---|---|
PT, PV, PCdoB, PDT, Psol, Rede, Solidariedade, Pros, Avante, PSB | 15 | 18,5% | |||
MDB, PSD | 20 | 43,2% | |||
PSDB, Cidadania, PP, PTB | 12 | 58,0% | |||
Pode | 6 | 65,4% | |||
PL, União, Repub., PSC, Patriotas, Novo | 28 | 100,0% |
É uma situação parecida com a da câmara. A forte presença do Podemos inclusive pode se tornar uma peça chave no sentido de criar uma polícia política dentro da casa. A adesão de qualquer partido mais Centrista em pontos específicos, pode até trazer surpresas contrárias. Afinal, se o Lula for presidente, um político consegue muito mais aparecer fazendo oposição do que votando a favor de tudo e o fato do presidente em não ser aliado, libera o caminho. É onde acho que alguém do STF pode cair nos próximos 4 anos, parece possível.
Fórum vai cravar o resultado.