Planilhas - Valuation

Durante o primeiro ano da pandemia eu fiquei muito em casa porque minha mulher ficou em pânico e eu ficava para dar suporte.
Então fiz muito planilhamento de dados do StatusInvest que também podem ser baixados. O Fundamentus eu também uso, mas nunca fiz planilhamento por lá.
Acho que me acostumei primeiro com o StatusInvest e depois continuei por inércia.
Atualmente, quase não faço mais planilhamento. Quando preciso de alguma informação mais pontual vou direto no site e filtro por lá mesmo.

Quanto a usar Python para este tipo de atividade acho que é dar tiro de canhão em formiga.

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Só informando que fiz uma pequena atualização nos dados da planilha FCFF. A inflação para 2022 está ajustada pra Brasil e Estados Unidos. O mesmo para os anos subsequentes. Apesar de acreditar que os números estão um pouco subestimados, segui com as estimativas oficiais. Pensei em dar uma reformada em algumas coisas, incluir algumas estatísticas ou coisas do tipo, mas não ficou claro como isso poderia ajudar de forma geral. Qualquer sugestão é bem-vinda. Os números do tesouro também foram atualizados para taxa livre de risco.

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Estive revendo as planilhas de valuation pois venho tendo algumas ideias, mas preciso direcioná-las melhor. Fiquei surpreso com o bom número de downloads e isso me motivou um pouco. Mas tenho trabalhado em várias frentes e queria saber a opinião de vocês:

  • Algo mais simples na hora de montar o fluxo de caixa mas mais abrangente e explicativo, sem números prontos
  • Uma só planilha para tudo, FCFF, FCFE, taxa de desconto, compactar e concentrar
  • Como chegar na taxa de desconto. Quais métodos utilizar? Retorno de mercado, variação nos lucros, dividendos, prêmio implícito, T-Note vs Curva de Juros, tesouro IPCA?

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Só para completar, queria saber quantos usam o complemento do FED para Excel? Pois posso deixar uma aba para atualizar os dados sempre ou apenas o link do indicador?

  • Sim
  • Ainda não

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Antes que perguntem, sim, é gratuito.

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Obrigado pelo que votaram e participaram. Vou buscar quais os principais critérios de simplificação. Aos poucos, vou ver se faço também algum material didático. Decidi começar pela taxa livre de risco. Em partes, se aproxima de uma tradução do trabalho do Damodaran, mas busquei ser o simples e explicativo possível. Devo separar em três partes e indexar à primeira mensagem do tópico.

Vou antes deixar duas recomendações de fontes para buscar material a respeito. Estes dois sites tem a vantagem de oferecer Add-ins para o Excel, então dá para baixar diretamente na planilha. São ambos gratuitos. O Fred é 100% gratuito e o Nasdaq Data Link possui uma parte gratuita e uma parte paga. Mas a parte gratuita engloba todo o antigo Quandl e é praticamente infinita. Inclusive tem as séries do Banco Central do Brasil.

Primeira parte então.

1) Taxa livre de risco, principais parâmetros e conceituação
2) Uso em países emergentes
3) Exemplos práticos

Apesar da breve citação inicial, o objetivo é entender o conceito e em primeiro momento sua aplicação direta, isto é, em países onde se possa obter uma taxa livre de risco.

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Seguindo a explicação acima, faço um pequeno exemplo de como utilizar a T-Note de 10 anos como taxa livre de risco. Algum pode simplesmente pegar a última cotação, mas montei um pequeno exemplo para extrair um número coerente dentro de uma determinada janela de tempo.

  1. Taxa livre de risco, principais parâmetros e conceituação
  2. Uso em países emergentes
    3) Exemplos práticos
    3.1) T-Note 10 anos, simples

A primeira coisa que fiz foi solicitar no Add-in do Nasdaq Data Link, os dados que irei utilizar. Quem deseja usar a ferramenta, precisa apenas realizar o cadastro no site.

Neste caso, seleciono os dados do Tesouro. Há mais formas de obter o número que pretendemos. Como disse, vamos nos ater aos princípios e não aos nomes.

Aqui um pequeno adendo. Eu pedi os seguintes dados:

“Long term rates”

Havia no entanto a possibilidade de pedir “Yield Curve Rates”. Quem visitar o site do Tesouro Nacional americano vai saber logo a diferença. “Curve Rates” se refere a curva de juros que é divulgada pelo Tesouro, ela funciona mais ou menos como o nosso DI Futuro. Ela me daria o yield de 10 anos dentro da curva de juros, isto é, ela supõe a continuidade dos investimentos que começam com 1 ano, 2 anos e assim por diante. Seria uma opção, mas decidi pedir apenas o rate de 10 anos.

Com um pouco de edição, recebi este input:

Aqui tenho o rate médio (um composite) dos títulos com 10 ou mais anos de vencimento do Tesouro. Como sei que a próxima série começa em 20 anos, posso supor que estes títulos estejam bem próximo do que estou procurando.

Olhando os dados, vi que poderia usar desde 3,20 a 4,51 para um período tão curto de tempo, seria de enlouquecer atualizar isso a cada semana. Um pouco de análise não faria mal.

Então organizei os dados, foram 27 semanas, e calculei antes de mais nada a média… 3,85, mas a média pode me servir ou não. A média de 2 e 10 é 6, mas entre 2 e 10 tem um abismo enorme. Primeiro meço a variância.

Variância é uma medida utilizada em cálculos de dispersão da série. Isoladamente, o seu efeito é permitir que movimentos positivos e negativos não se anulem em torno da média. O que faço é ir calculando a diferença entre o elemento 1 e a média, entre 2 e a média, sucessivamente. Ao fim de cada operação, o resultado é elevado ao quadrado. Somam-se todos eles ao final e se divide o resultado pelo número de elementos, no nosso caso 27. Da forma mais simples, é assim que se obtém a variância.

A variância pode ser analisada, mas principal função dela é o seu uso em outros indicadores. Para o desvio padrão, simplesmente tiramos a raiz quadrada da variância. E agora temos média da variação ao redor da média.

Captura de Tela 2023-02-07 às 16.08.59

Este resultado pode ser lido na mesma escala. Se minha média é 3,85, a média mais a variação da média, ou o desvio padrão, indicam que se eu fizer uma escala de 0 a 100, colocar a minha média em 50 e quiser apenas os resultado 25 a 75. Eu teria 3,85 ± 0,333.

Outro resultado deriva deste simples cálculo. Se a média da variação da minha média é esta, a minha média estaria bem posicionada ou estou lidando com números muito estocásticos? Por isso pegando o desvio padrão e dividindo-o pela raiz quadrada do número de elementos, eu começo a construir algum grau de confiança.

O resultado disto é o Erro Padrão, ele me diz que a minha média bem poderia ser 3,85%, mas dado o tamanho da série, suas variações, elas pode tanto ser 3,85 como pode ser 3,85 ± 0,06… Para facilitar, se eu dividir esta margem, que é o meu erro padrão pela minha média, obtenho um último resultado, que chamo de função erro, mas não sei como se chama… O entendimento é simples, vamos por em outra escala… 6,4 / 385 = 1,66… Resumindo, utilizando um desvio padrão simples, eu posso estar enganado em 1,66%… São número baixos, minha série é boa.

Como eu pretendo usar essa planilha mais pra frente, e é fácil atualizá-la. Surge um problema. Eu poderia me basear nos Yields, mas alguém já considerou que se minha quantia de dinheiro é limitada e eu comprei regularmente essas Notes durante 6 meses, provavelmente a maior parte do meu dinheiro foi para Yields mais elevados, já que os bonds são mais caros?

Decidi ponderar todos os yields em 4,125%… Utilizei este valor pois foi o último que li no site do Tesouro, mas o fato é que não estando muito longe da média, não importa muito qual valor eu use, desde que possa planificar todos os títulos. Como estou construindo uma série, tendo estabelecido alguns critérios abaixo, eliminei os títulos que considero fora da curva.

Fiz os mesmos cálculos, de variância e desvio padrão, mais por rotina talvez. Para calcular o valor do bond, eu prefiro fazer a moda antiga, um exemplo:

=4,125/(1+D2)^1+4,125/(1+D2)^2+4,125/(1+D2)^3+4,125/(1+D2)^4+4,125/(1+D2)^5+4,125/(1+D2)^6+4,125/(1+D2)^7+4,125/(1+D2)^8+4,125/(1+D2)^9+4,125/(1+D2)^10+100/(1+D2)^10

Sei que as fórmulas do excel podem fazer a conta, mas não confio muito. Isso me mostra me mostra um pequeno problema:

Captura de Tela 2023-02-07 às 18.27.40

Meus critérios foram baseados no Yield, considerei que compraria neste período todos os títulos que estivessem dentro do alcance da minha média, somado o desvio padrão e o erro padrão. Para os respectivos yields, calculei o valor que pagaria por esses títulos.

Por fim, vamos montar uma carteira de títulos.

Montei a composição com base nos preços e fiz SOMARPRODUTO, basicamente multiplicando o percentual pelo preço. Do preço final, extraí o yield médio. Acrescento só um adendo a postagem original, pois mais fácil do que calcular o YTM neste caso pode ser simplesmente usar o Goal Seek, ou o Solver, dependendo do idioma, que é uma ferramenta do Excel bem útil nessas horas.

Em tese, essa é uma abordagem possível para extrair uma taxa livre de risco de maneira simples e usá-la para o valuation, considerando que estamos utilizando os EUA como referência. Como talvez o mais importante seja propor um sistema e se ater a ele, o trabalho de montar esta pequena análise é um só, pode ser atualizado regularmente e temos um bom filtro de dados para utilizar.

Depois sigo com mais exemplos e mais conceitos sobre a taxa livre de risco.

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Só um último passo que utilizei, mas não é tão necessário assim, e aprendi com as séries histórica do Robert Shiller é a normalização. Ele utiliza uma fórmula muito simples. Pode servir para qualquer tipo de taxa: dividendos, títulos etc

Yield normalizado = ln(1 + yield)

Basicamente ele usa o logarítmico natural para normalizar. Não sendo um grande teórico, posso apenas observar que os efeitos são bastante coerentes com o esperado.

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Só pra não parecer que pulei do barco. Estou para fazer uma simplificação da planilha de FCFF. Peço apenas um tempinho pois meu sistema de controle de vendas na empresa não estava bom e decidi refazer. Só uma pergunta, dado que não pago 5 mil reais por mês para me venderem um CRM crtl+c crtl+v, e decidi dar uma sofisticada no trem, estou montando um híbrido de planilhas + script + mapa para cadastro e acompanhamento e reconhecimento. Duas dúvidas

  • alguém sabe uma apostila básica pra python, melhor dizendo, prática?
  • estava vendo umas APIs de mapa, alguém já usou o do google? Digo deles especialmente prla base de dado, o que quero é simples: 4 coordenadas delimitam um rentângulo e puxo a descrição de tudo com termo x. Alguém ja usou?
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Só me respondendo em partes, vou deixar algumas dicas. Deixo a ressalva que devo ter 0,1% de conhecimento de programação, na maior parte do tempo dedicado a alguma correção pequena ou adaptação de algo já existente. Para quem começar do zero, sugiro fazer essa rota.

Achei um programa pra Python para iniciantes. Ele corre junto com o Python. Então precisa baixar os dois:

https://thonny.org/

Precisa baixar o Python 3, melhor pegar a última versão estável, peguei a 3.10.

E claro, vai no https://github.com/
Cadastra e começa a pilhar.

Ainda não achei um guia prático, mas o Thonny ajuda bastante, o manual do Python é completo, mas querem explicar demais às vezes e atrapalha. Se alguém souber uma dica boa, agradeço bastante.

Aqui só duas coisas, pois já começo a pensar em outros usos no futuro, relacionados a investimentos, mas também pondo em perspectiva cada uso, sem querer complicar:

Trabalhar num sistema interno (diga-se: sem rotear informação para outros IP’s, não quebre a cabeça). O mesmo vale se jogar um código App Script do Google, aqui 75% de certeza, mas acho que ele não deve abrir brecha de segurança. Alguém sabe dar uma luz? De todo modo, se for trabalhar com mais de uma rede, eu sugiro evitar o roteamento direto até por segurança e estabilidade de servidor, melhor usar nuvem no caso).

O Thonny foi um bom achado, ainda mais porque dá pra usá-lo como um editor sem comprometer o escopo final


Tem várias dicas, informes de erro, onde errou, é bem pra iniciante mesmo.

Testando passo zero"

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Consertado o link da planilha de valuation, caso encontrem algum erro, peço a gentileza de informar.

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