Achei muito boa a ideia:
Inédito, Seguro Auto Popular até 30% mais barato vira realidade pela Porto Seguro
Modalidade de seguros para automóveis pretende incluir uma categoria que hoje corresponde a 70% dos veículos que rodam nas ruas brasileiras
SÃO PAULO – A Azul Seguros, da Porto Seguro, anunciou hoje para a imprensa o lançamento do primeiro Seguro Auto Popular no Brasil, categoria que barateia em até 30% a contratação de seguros para automóveis. Seu principal diferencial com relação ao seguro tradicional é a possibilidade de utilizar peças usadas ou não originais para determinadas modalidades de conserto.
A categoria começou a ser regulamentada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) em março deste ano, mas apenas em 30 de setembro foi lançado um texto que passou a compreender tanto o uso de peças não originais como o de oriundas de desmontagem. Essa amplitude era, de acordo com especialistas da área, essencial para viabilizar o oferecimento por seguradoras.
Já totalmente pronto para atender clientes interessados, o Seguro Auto Popular da Azul aguarda apenas o aval final da Superintendência para de fato ser colocado no mercado – algo que deve demorar entre duas e três semanas, de acordo com o diretor geral de Auto da Porto Seguro, Luiz Pomarole. Ele será lançado inicialmente na região metropolitana de São Paulo, onde o mercado de autopeças elegíveis para esse uso já é substancial.
Inclusão
Em seu primeiro formato, o Seguro Auto Popular da Azul cobre carros a partir do quinto ano, em 40 modelos de até R$ 60 mil, em uma missão de inclusão. A lista compreende carros como Gol, Pálio, Ka, Corsa e até mesmo alguns sedãs médios como o Corolla.
A divisão é necessária porque apenas esse tipo de carro de fato seria elegível para um seguro deste tipo. Carros mais novos que isso, além de muitas vezes possuírem seguro da própria montadora, ainda não possuem peças usadas suficientes para permitir uma operação grande de troca – e a legislação de copyright também não permite a existência de opções “genéricas”.
Conforme explicaram os representantes Pomarole e Felipe Milagres, diretor da Azul Seguros, a ideia é fisgar pelos valores atrativos um mercado que nunca possuiu um seguro antes. E os números são promissores: de acordo com a Confederação Nacional de Seguros Gerais, CNSeg, cerca de 70% dos veículos que circulam no Brasil são descobertos.
Regras
Para garantir segurança, nem todas as peças poderão ser substituídas por produtos usados ou “genéricos”, mas apenas aquelas que não fizerem parte da estrutura de segurança do veículo, como para-choque, vidros, lanternas, etc. Rodas, airbags e a estrutura do motor, por exemplo, seguirão seguindo as mesmas regras do seguro tradicional para reposição.
Conforme exigido pela Susep, todas as empresas que tiverem intenção de fornecer essa modalidade deverão deixar bem claro que as peças de reposição não serão sempre novas e originais. É obrigatório também que se ofereça de saída a opção do produto tradicional – antes mesmo de apresentar o seguro mais barato.
Parceria e segurança
Para fornecer as peças usadas, a Porto Seguro conta com parceria da Renova Ecopeças – companhia de três anos de atividade que desmonta carros já segurados pela companhia para obter as peças usadas. Quando houver a necessidade de substituição de peças críticas à segurança do veículo, como freios, peças novas serão utilizadas.
Na tentativa de garantir a legalidade da procedência de todas as peças, a Renova utiliza um sistema de rastreamento catalogado pelo Detran e com ferramentas antifraude. Todos os carros desmontados recebem números de série intransferíveis, e cada peça tem um adesivo com essa distinção. “Além disso, usamos um spray com nanopartículas para que seja impossível falsificar essa identificação”, explica Bruno Garfinkel, executivo da Renova.
Ainda de acordo com ele, a empresa em um ano de funcionamento já desmontou cerca de 2 mil veículos - número expressivo sem o qual seria inviável oferecer um produto de seguros que dependa dessas peças.
Para o longo prazo, os executivos esperam até que o oferecimento desse tipo de seguro diminua o interesse de venda de peças ilegais - o que, na melhor das hipóteses, poderia melhorar os índices de criminalidade envolvendo furtos e roubos de veículos.