Pessoal, eu vejo duas teses de investimento como muito atrativas para composição de uma carteira previdenciária:
RPAD5 - Alfa Holdings - holding que congrega participações acionárias relevantes em todo o conglomerado financeiro Alfa (spin off do antigo Banco Real), foi vendida recentemente para o Banco Safra, que assumiu o controle em novembro de 2023. Na semana passada o Safra realizou um leilão de OPA e fechou o capital de 3 empresas do conglomerado Alfa (BRIV, CRIV e BRGE), mantendo, como cia aberta, apenas a Alfa Holdings (RPAD). O Alfa é um conglomerado financeiro completo (banco de varejo, de investimentos, financeira, corretora de valores, seguradora e previdência), que sempre ostentou excepcionais índices de liquidez e ratings elevados. Porém, já há algum tempo, era um banco mofado, muito conservador e com pouca rentabilidade (ROE entre 3% e 4%). O falecimento de seu fundador (Dr. Aloysio Andrade) em 2021 e a inaptidão das 5 herdeiras para tocar o negócio, tornou o conglomerado alvo de aquisição, no caso, do Banco Safra, com quem guarda grande similitude no público alvo. A partir de agora, o Banco Safra, detentor de 93% de todas as ações do conglomerado, vai iniciar um forte processo de geração de valor no conglomerado Alfa, que vai se refletir num provável nivelamento do ROE do Alfa ao historicamente reportado pelo SAFRA (média de 17% de ROE ao ano). Apenas a concretização da operação, em novembro, já fez com que duas agências subissem o rating do Alfa para triple AAA, equiparando-0 ao do seu controlador. A compra do conglomerado, pelo SAFRA, abre a possibilidade de a) crescimento vertiginoso para o Alfa, a partir do cross-selling entre clientes das duas instituições, ampliação dos canais de distribuição e funding e aperfeiçoamento do perfil de concessão de crédito; b) sinergias operacionais , com diminuição de despesas administrativas, integração de sistemas, digitalização, racionalização de estruturas corporativas e de governança corporativa; c) aumento da rentabilidade , a partir de um menor custo de captação, estando sob o guarda-chuva de uma instituição do porte do Safra, que apresenta ROE recorrente na casa dos 16,5% ao ano (vs apenas 4% do Alfa). Por meio da ação PNA (RPAD5), garantimos um dividendo estatutário de 12% sobre o capital social (8,0% de yield, correspondente a R$0,61 por ação, em 2023, sempre crescente) e podemos surfar todo o turnaround previsto para ocorrer nesse ativo, a partir da gestão safra. Enfim, surge a oportunidade de investirmos na excelência de um dos maiores e melhores bancos privados do brasil, o banco safra, via alfa holdings, que passa a ser um “mini safra” negociado na bolsa. Tenho adquirido ações da RPAD5 desde antes do falecimento do Dr. Aloysio, já pensando nessa sucessão, e me recusei a entregar minhas ações no leilão. Para mim, o jogo começa agora, neste exato momento em que o Safra veste a camisa e pode começar a fazer seu trabalho micro, dentro de casa, extraindo valor do ativo adquirido.
MRS Logística - (MRSA3B, MRSA5B, MRSA6B) - empresa controlada por Vale, CSN e Usiminas, que também são suas principais clientes, a MRS Logística opera uma linha férrea de 1,6mil km na região sudeste do Brasil, tendo acesso aos mais importantes Portos de SP e RJ. Responsável por 20% do transporte de todas as cargas em nosso país, esse monstro logístico é um ativo irreplicável, responsável pelo escoamento do minério do quadrilátero ferrífero (que representa 60% de seu faturamento) e pelas principais vias de acesso ao Porto de Santos, onde compartilha sua malha ferroviária para outras companhias, mediante remuneração, além de transportar, por MG, SP e RJ, um volume colossal de carga geral (agro, siderurgia, celulose e conteiner), hoje responsável por 40% de seu faturamento. Recentemente, teve seu contrato renovado por mais 30 anos (até 2056) e possui um plano bastante interessante para investimento em seus negócios, com foco no aumento de capacidade, eficiência e redução de conflitos urbanos. A MRS, com todo respeito aos acionistas de RUMO, é, disparado, a melhor ferrovia do Brasil, pois possui as melhores margens, ROE, ROIC, e menor alavancagem do setor (apenas 1x seu EBITDA). Sua receita e lucro mais que dobraram desde 2019 e a expansão de novas minas em MG e aumento no foco do transporte de carga geral torna seu futuro certamente brilhante. Por fim, e não menos importante, seu valuation é simplesmente obsceno. Negocia 1/3 do valor de RUMO, em múltiplos, em razão da baixa liquidez, e qualquer movimento de reprecificação desse ativo (como um Re-IPO) traria 300% de ganho imediato. É um ativo que compro também há 4 anos, me aproveitando da pouca liquidez para comprar aos poucos, e tenho convicção de que é a maior barganha, o ativo mais negligenciado da bolsa, considerando qualidade, valuation, setor, crescimento e perspectivas em geral.