Olá pessoal. Decidi criar este tópico pois muito embora o Ibovespa tenha se recuperado, não observamos ainda um movimento na mesma proporção nas small e microcaps. O índice ainda está uns 40% abaixo do pico da pandemia.
Penso que hora ou outra o movimento voltará para estes ativos de maior risco sobretudo se a diminuição dos juros se consolidar.
Estou comprado em alguns ativos que julgo interessante. Todas são empresas atrativas e lucrativas que me parecem com valuation muito descontado.
É aquela coisa… se no longo prazo há inevitável encontro do preço com fundamentos, então a chance de ganho me parece muito alta.
Estou comprado nos seguintes ativos:
Ealt4
Mtsa4
Camb3
Outra que me parece descontadíssima, mas com uma liquidez ridícula, é a RSUL4
Estou aguardando um momento oportuno para abrir posição.
Qual a visão de vocês sobre o momento das micro/small caps, e dos ativos citados? Outros que vocês acompanhem e julguem como boa oportunidade ?
Em termos de valuation, não me parece. Só postou resultado operacional positivo no último trimestre, e ainda sim muito baixo para justificar o EV em torno de 1.5 bi.
Não conheço o case e o futuro dirá se hoje é uma oportunidade, mas em termos de valuation não se compara às empresas que eu citei.
Gosto das 3 empresas que mencionou. Acho o momento melhor para CAMB3.
Além da liquidez, é complicado que o relatório dessas empresas menores não detalha muito as vendas por cliente. Na automotiva é interessante saber qual a porcentagem para veículos de passeio, para motos e para veículos pesados, pois a demanda e margens são diferentes.
Creio que MDNE3 possa ser uma boa oportunidade no momento.
A sugestão da MDNE é boa mesmo. Eu ainda quero ter 5 papéis nesta carteira.
03 já estão definidas, que são as que citei no topico. Outras que tenho estudado são MDNE, Mitre, RSUL e a Profarma. O valuation da Profarma é algo que ainda não consegui entender, sobretudo se levarmos em conta o quanto ela valia no passado dando menos lucro do que atualmente. Seus pares mais proximos no setor também possuem múltiplos muito mais altos. Ou há algo que não enxergo, ou é uma baita oportunidade.
A Show3 segundo o Fundamentus parece ter mais dinheiro em caixa do que vale na bolsa. EV negativo. É isso mesmo? Outra que parece estar nesta situação é a Get Ninjas.
A Show3 segundo o Fundamentus parece ter mais dinheiro em caixa do que vale na bolsa. EV negativo. É isso mesmo? Outra que parece estar nesta situação é a Get Ninjas.
São situações parecidas, mas ainda assim distintas. A SHOW3 vem de uma melhora operacional nos últimos trimestres e apresenta um caixa saudável (acima de suas obrigações) desde a pandemia, tentando realizar um turnaround desde então, mas apresentando diversos vieses por perdas de contrato. É um negócio com grande sazonalidade e margem baixa, exigindo uma necessidade de capital de giro alta e, por essas características, o EV pode oscilar bastante. Aparenta ser uma boa oportunidade, mas ainda conta com um risco considerável de execução futuro, mesmo aparentando ter mais caixa que dívidas. Vejo um caso de descrédito do mercado com ela e seu futuro e, enquanto a percepção não mudar, as ações devem andar de lado.
Já a Get Ninjas teve boa valorização recente tanto por apresentar EV negativo quanto um ativo circulante líquido abaixo de 1 (chegou a 0,6 na pandemia) e, pelas características do negócio, podendo ser inclusive qualificada como uma NET-NET (empresas com ativo circulante líquido-líquido abaixo do valor de mercado, ou seja, numa eventual liquidação, mesmo após o pagamento de todas as obrigações haveria saldo). Entretanto essa margem diminui significativamente e a empresa ainda se encontra num processo longo de reestruturação, com resultado operacional significativamente ruim. Era uma operação do momento, em uma empresa que se encontrava muito descontada e contou com um fluxo positivo nos últimos meses na bolsa, além de boas notícias.
Entretanto é importante lembrar que esses indicativos são fotos do momento. Já se passaram quase 4 meses desde o último balanço, o que pode não corresponder ao caixa real da empresa. É importante ver o fluxo de caixa e suas obrigações para estimar qual é a situação atual das empresas.
Vejo como perfil de investimento bem diferente das outras ações que apontou anteriormente. Precisa entender se cabe no seu portfólio algum dos casos.
Obrigado pelos excelentes detalhes. Realmente, estas duas eu já sabia que não eram meu perfil, de qualquer maneira é bacana conhecer mais dos cases. Não acho que faça sentido EV negativo - é uma aposta que a empresa seguirá destruindo valor, sendo que como você bem colocou, SHOW posta resultados positivos. Não parece fazer sentido.
Alguém se arrisca a um palpite sobre a Profarma? Ela vale metade do VPA hoje, postando resultados positivos e crescentes…
Eu já tive Profarma e os principais fatores que me fizerem entrar e permanecer nela por um bom tempo foram: 1 - resultados positivos recentes, com cotação abaixo de quando apresentava resultados ruins; 2 - final do turnaround com estabilização da operação no campo positivo; 3 - target de payout de 50% e possível (efetivada em 2023/2024) mudança do pagamento de dividendos para mais vezes durante o ano (antes era 1 vez só).
Assim, eu via uma ótima relação de risco X retorno e sempre que a cotação estava abaixo dos 4 reais eu aumentava minha posição (cheguei a comprar ela perto dos 3 reais). Vendi minha posição com a disparada recente, pois, apesar de não estar cara, não via muito desconto acima dos 5,50 reais, já que a PFRM3 é basicamente uma distribuidora, com margens muito baixas e grande necessidade de capital de giro (apesar da forte redução recente). Então, ela atua no setor de medicamentos, mas faz basicamente a parte de distribuição, o que não justifica o pagamento de múltiplos altos.
Agora uma observação geral sobre algumas smallcaps citadas no tópico: é importante também analisar se a empresa não está no seu topo operacional e, por isto, os múltiplos estão baixos. Trazendo isto para empresas grandes (porque fica mais fácil explicar), empresas como Marfrig e JBS passaram recentemente por isto e agora parece estar acontecendo algo semelhante com siderúrgicas como a Gerdau. Existem também outros exemplos… Mas, nas smallcaps isto é ainda mais complicado pela menor quantidade de informações. Outra coisa que eu sempre fico com um pé atrás é: empresas só com ação preferencial (ZZZZ4) e sem nenhum tipo de tag along, porque, na minha opinião, é um incentivo muito grande para fechar capital nos momentos de piora operacional (isto não vale pra FESA4, que é controlada por uma Fundação, e para SHUL4, que tem boa governança, na minha opinião).
Uma microcap que eu sempre fico de olho, mas nunca entro é a EPAR3 (antiga Battistela), ela tem números muito bons, mas quase zero de informações e péssima governança; então teria que ter um desconto muito maior para eu entrar. Uma outra que eu estou de olho e pode ser que entre é a RDNI3, mas só quando começar a gerar caixa para reduzir a sua alta alavancagem; a RNI está num preço que me deixa disposto a pagar, mas a alavancagem alta somada à queima de caixa me impede de entrar, já que tem empresas no setor como MDNE3 e JHSF3 com ótimo potencial e risco muito menor.
Concordo. A Profarma tem margens bem baixas mesmo. Não vejo ela interessante para comprar. Acho HYPE3 muito melhor no setor de medicamentos. Ou até mesmo qualquer rede de farmácias listada na bolsa, pois tem o dobro da margem da Profarma.
Hypera é boa e tenho na carteira, mas não dá para dizer que tem um valuation atrativo. Mesmo com as quedas, se anualizar o LL do último trimestre (que já foi melhor que a média do ano anterior), vai anualizar um EV/LL em torno de 15.
A margem da Profarma de fato é bem baixa, mas com receita e lucros crescentes, mesmo uma margem baixíssima eventualmente resultará em um valuation atrativo, o que me parece ser o caso. Mas posso estar errado. Fiz uma análise das incorporadoras e me parece que MDNE é a de valuation mais atrativo. Estou praticamente decidido a iniciar posição para 4a empresa nesta carteira.
Sigo a procura da 5a empresa para esta carteira. (EALT, MTSA, MDNE e CAMB as outras)
Dei uma varrida fundamentalista e aqui estão vários papeis que encontrei com valuation aparentemente atrativo. Alguém gostaria de opiniar sobre alguns deles…?
ALLD3
CEDO4 - valuation absurdamente ridículo se mantiver o resultado do ultimo trimestre.
TECN3 - parece case de turn around interessante, tem feito nos ultimos anos 50 mi de LL no ano e vale 200 mi na bolsa.
SOJA3 - parece a mais descontada no setor agro
BOBR4 - me surpreendi ao ver os resultados desta empresa
CEBR3 - me parece a mais descontada do setor eletrico, tem muito dinheiro em caixa.
SHUL4
RSUL4 - esta já estudei, parece-me muito barata mesmo.
FIQE3 - onde está a pegadinha aqui? resultados crescentes, dinheiro em caixa e valendo 6, 7x o lucro anualizado do último trimestre?
BAZA E BNBR - estes dois bancos já subiram muito e continuam aparentemente muito descontados.
vou citar algumas que me chamaram a atenção em algum momento recente, mas não tive tempo p estudar e seria ótimo ler comentarios sobre. Maioria MUITO fora do radar.
MWET4: operacional, ebitda quase positivando, saiu de RJ recentemente
ALPK3: sempre pensei em ter um estacionamento! economia/ transito bombando em sp capital. teve reajuste recente da zona azul em sp.
SEQL3: em processo de se juntar a MOVE3, parece ser transformacional p a empresa. Potencial de tenbagger a principio…
ENJU3: pode ter breakeven operacional nos prox trimestres. insiders comprando bastante ultimos meses. achei o ultimo balanço meio decepcionante.
Além de CAMB3, tenho na carteira: ALLD3, BAZA3, EUCA4 e RANI3. Aqui minha opinião sobre algumas que mencionou:
ALLD3 - Tem os riscos do varejo. Trabalha com margens mais baixas. Acho que está bem precificada no momento.
CEDO4 - Pelo que vi é empresa têxtil, fuja deste setor. As empresas dão vários anos de prejuízo para um ano de lucro. As melhorzinhas acho que são PTNT4 e DOHL4 e mesmo assim, não recomendo.
TECN3 - É bem administrada, tem pouca dívida, deu uma melhorada recente após sofrer na pandemia. Ainda parece estar em um preço OK para comprar. O que me preocupa nela e o motivo pelo qual ainda não comprei, é que o número total de vendas de relógios vai caindo a cada ano, embora o ticket médio suba. Parece que algum dia as pessoas vão parar de comprar relógios, e ela não trabalha com uma margem de produtos de alto luxo. O público prefere comprar um relógio de alto luxo lá fora, de uma marca mais famosa.
SOJA3 - Empresa vem crescendo, mas não parece que vai crescer muito em relação ao ano passado. Parece estar bem precificada. Prefiro investir diretamente na produção agrícola através da SLCE3.
BOBR4 - Tem um passivo bem alto, inúmeros processos, tem que ficar de olho. Mas o operacional realmente parece que mudou e a empresa aos poucos está começando a dar lucro. Também tenho vontade de fazer uma aposta nela, mesmo sabendo que o risco é alto.Talvez abaixo de R$ 2,00.
BAZA3 - Tem controlador estatal, mas vejo boas oportunidades para o banco, por estar posicionado na região amazônica. Ainda parece estar barato. Se for comprar, precisa comprar antes do pagamento de dividendos, que é bem alto.
EUCA4 - Vejo ela descontada em relação à DXCO3, sua concorrente direta. Os resultados são bons, parece tudo em ordem. Ela é menor, mas tem resultados proporcionalmente melhores que a Dexco.
RANI3 - Acho boa para o longo prazo, mas no curto prazo os resultados estão piores. Estou vendendo minha posição aos poucos. Ela é menos dependente dos preços das commodities como é SUZB3 em maior grau, e também a KLBN4, em menor grau.
Allied: teve uma boa alta recente, mas vem de uma enorme queda; na minha opinião ainda tem muito upside. Se comparar o desempenho operacional dela com outras empresas parecidas, é possível perceber que ela teve queda na lucratividade, mas está longe da tragédia que as outras foram (vide MLAS3), na verdade ela foi uma das poucas que se manteve no campo positivo. Não é uma empresa de varejo, ela é uma distribuidora (de celulares, basicamente, e mais notebooks, videogames, linha branca e etc) e tem cerca de 25% da operação em varejo. Por isto tem margens baixas, mas pretende aumentar sua participação no varejo. Além disto, tem uma série de outras iniciativas como: expansão para os EUA e América Latina, a Soudi, atuação em marketplaces, recertificação de celulares usados e etc. Mas, o principal aqui é a precificação, além do histórico e do potencial de crescimento, já que ela continua com bons múltiplos mesmo num cenário péssimo pro setor dela. Com a queda dos juros e a melhora da economia, a tendência é voltar a crescer. Outra coisa que eu gosto muito é a forte exposição ao mercado de celulares, porque é um bem caro, “essencial” (conheço muita gente que tem celular 2 ou 3 vezes mais caro que o meu, ganha muito menos e faz umas economias ridículas como não tomar suplemento vitamínico), com preços crescentes e com giro muito mais rápido que outros produtos de valor parecido. Os riscos estão relacionados principalmente aos ciclos econômicos, à redução da atividade econômica e à grande necessidade de capital de giro, principalmente quando cresce muito.
Vittia: não acho que é uma empresa barata, mas sim bem precificada. Só que gosto das margens muito maiores por desenvolver defensivos biológicos, fertilizantes especiais e novos produtos que tendem a ter ampliação do uso. Os produtos dela tem pouco dano ao meio ambiente e isto, além de ser uma tendência, é uma necessidade por melhorar a produtividade. Por isto, gosto de expor uma parte do meu patrimônio nela, apesar de ver outras empresas com mais potencial. Os riscos estão relacionados à necessidade de desenvolvimento constante e, principalmente, à dificuldade de repassar o aumento dos insumos em momentos de turbulência no setor Agro, já que trabalha com produtos mais caros.
Irani: esta é uma das empresas que mais gosto (apesar de não parecer mais tão descontada), chegou a ser 8% da minha carteira, mas parei de comprar quando passou dos 7 reais, aí, com o aumento de outras posições, hoje ela é 5%, que é o percentual mínimo que quero ter nela. Não penso em vender nada dela e é bem possível que aumente este ano. Ela tem vários projetos que aumentaram e ainda aumentam sua produção, além de outros que tendem a reduzir seus custos. Está muito bem posicionada por fornecer materiais para setores que estão crescendo no Brasil, além da tendência da substituição do plástico por papel. Eu não gosto muito do alto payout atual porque ela ainda precisa fazer muitos investimento e pode voltar a ficar alavancada, sendo este o principal risco pra mim. Além disto, ela é exposta diretamente ao mercado interno (indiretamente ao externo), assim muita gente prefere Suzano ou até Klabin por se favorecerem mais quando o real se desvaloriza.
Profarma: só ratificando que ainda acho a empresa descontada, só que não tanto quanto outras. Continuo de olho para comprar caso esta queda recente continue… Ela é distribuidora e tem baixas margens assim como a Allied, mas o setor da Allied tende a se favorecer mais em momentos de melhora da economia e dos juros. Mas, posso estar errado, afinal já errei bastante…
Sobre as outras:
Cedro: não penso em entrar neste setor, o qual costuma ter picos operacionais e/ou eventos não recorrentes (impostos, causas judiciais e etc) para muitas empresas e depois retornam ao normal, vide Dohler e Pettenati que são empresas com histórico muito melhor e com resultados mais consistentes, mas mesmo assim recentemente apresentaram ótimos resultados e agora estão com números fracos. Olhando rapidamente os ITRs, realmente parece estar com uma forte melhora operacional e descontada, apesar dos 600% de alta em 2023, mas corre o risco de ser só um pico.
Technos: indiscutivelmente parece descontada, mas, na minha opinião, tem motivo. Este setor está mudando bastante nos últimos anos e o “core” da operação tem se tornado algo meio de nicho. Mesmo assim, com a receita caindo, é impressionante a melhora da eficiência da empresa.
Boa Safra Sementes: gosto muito e já tive. Muito eficiente no que faz, tem grande potencial de crescimento orgânico e inorgânico e está menos exposta ao preço das commodities. Não gosto muito da comparação com SLC (entrei nesta este ano) porque tem riscos e oportunidades diferentes, na minha opinião. Se você quer menos riscos relacionados à commodities, às condições climáticas e quer se aproveitar do crescimento e ganho de produtividade do agro, é uma boa operação. Mas, se você quer se expor diretamente às commodities, ao câmbio e ao mercado externo é melhor pensar em SLC mesmo. No mais, parece bem precificada.
Bombril: também me surpreendi… Tem melhorado bastante. Mas, o lucro é constantemente afetado por crédito tributário. Sem isto, parece bem precificada.
CEB: comprada pela Neoenergia.
Shulz: excelente empresa!
Riosulense: dado o setor, o momento operacional, a falta de liquidez e sem ter tag along, parece bem precificada. Mas, tem bom histórico de lucratividade e crescimento mesmo.
Unifique: Pra mim é a melhor opção pra quem gosta do setor. Mas, tanto ela quanto as outras empresas de banda larga tem crescido inorganicamente e em regiões de menor interesse das grandes. Isto tem um limite e a concorrência por preço é grande, não havendo um diferencial entre as concorrentes. Quando se compara com as gigantes do setor, não há muita diferença na precificação.
Banco da Amazônia e Bando do Nordeste: sim há desconto, mas justifica o investimento tendo o BB com a mesma precificação?
Eucatex: gosto muito do setor da empresa, mas passo longe dos “donos” (Malufs). Outra coisa a observar é ver se não está vivendo um momento de topo operacional. Nunca parei para analisar muito a empresa por causa da governança: se tiver um “tempinho”, dá uma olhada no Formulário de Referência item “4.4 Processos não sigilosos relevantes”, são só 415 páginas! E quase nada provisionado…
Nutriplant: empresa interessante, mas muito especulativa por causa da liquidez.
Enfim, acho que realmente as smalls ficaram para trás e devem se beneficiar de um cenário de queda de juros. As que tenho comprado mais ultimamente são JHSF3, MATD3 e JALL3.