kkkkkkkkkk
Ganhei bastante sim, mas como minha carteira é praticamente 100% ações, nunca deixo uma empresa com percentual muito alto e a Ambipar sempre ficou entre 5% e 8% da minha carteira.
O começo da alta fazia muito sentido, pelo que venho falando e vou falar abaixo, mas agora já é o desespero dos vendidos mesmo… É a lei da oferta e da demanda: de repente um monte de ações saiu do free float e deixaram de estar disponíveis para aluguel, ai os mais agressivos tiveram que comprar rápido pra zerar suas posições, depois foi gerando um efeito em cascata. O mais legal do short squeeze é que só é preciso dar o primeiro empurrão até o ponto onde muita gente vai precisar zerar posição, ai o mercado faz o resto.
Na minha opinião, nunca fez sentido ela negociar abaixo dos 17 reais, pois: 1 - era uma empresa negociando a 5-6x EV/EBITDA com histórico incrível de crescimento de RL e EBITDA; 2 - está ganhando share num mercado em ampla expansão; 3 - ainda com algum crescimento já contratado (investimento já desembolsado que não virou Receita ainda); 4 - tendência de redução de CAPEX e da desalavancagem; 5 - alavancagem controlada, apesar de alta, não era nada desesperador, uma vez que o LL girava em torno do zero a zero, ou seja não havia destruição de valor; 6 - margem ebitda muito boa, acima de 30% e crescendo, o que é muito difícil de achar; 7 - grande parte da receita é dolarizada. Então não foi só short squeeze, era uma empresa muito boa e barata.
Nunca entendi como chegou a ter 35% do free float com operação vendida! Haja coragem dos vendidos…
Contudo, alguns fatores justificavam em parte esta precificação: 1 - ineficiência tributária, pois a alavancagem está quase toda na holding, gerando maior lucro nas subsidiárias, o que aumentava a base tributária nestas, assim a holding gera menor lucro (ou maior prejuízo) por arcar com quase todas as despesas financeiras - isto é o que mais me incomodava nela, porque é difícil alterar rapidamente; 2 - empresa com baixa lucratividade, já que pra crescer tão rápido foi necessário muito investimento (custos que não geravam receita imediatamente) e alavancagem (despesas financeiras consumiam quase toda a parte operacional) - isto não me preocupava desde que ela se mantivesse próxima do zero a zero no LL, pois, com margens tão altas, tinha potencial de crescer isto agressivamente; 3 - é muito complicado lidar com tantas aquisições em tão curto espaço de tempo - isto pra mim é algo normal e passageiro; 4 - covenants baixo, assim a alavancagem ficava sempre no limite - mas agora este risco reduziu bastante.
Só que desde os 50-60 reais que já tá com muito crescimento embutido no preço. Não é que é absurdo ela negociar a 12x EV/EBITDA; é que ela tem baixa lucratividade, tem ineficiência tributária, tem alavancagem relevante e a SELIC deve ficar em 10,5% até meados de 2025, assim o LL tem crescer muito mais agressivamente do que imaginei para justificar este patamar atual de preços.
Então sim, creio que este impulso final não é algo natural.