Analise Fundamentalista

3 coisas que Donald Trump e o braço direito de Warren Buffett pensam em comum

David Clark, “especialista” em Warren Buffet, aponta em que pontos as propostas para economia de Donald Trump se aproximam das ideias de Charkue Munger, parceiro de longa data do maior investidor do mundo

SÃO PAULO - Charles Munger é um bilionário discreto, que mora no seu apartamento de classe média alta dos anos 1970, não tem carrão e voa de classe executiva. Braço direito de Warrent Buffett - o maior investidor do mundo -, Munger tem 92 anos e é conhecido pelas frases de efeito e pela vida moderada. Então, o que ele poderia ter em comum com o extravagante e controverso presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump?

Além do fato de serem republicanos e das contas multimilionárias, o pensamento econômico dos dois se aproxima em pelo menos três pontos importantes. Quem destaca isso é David Clark, que já escreveu diversos livros sobre Buffett e está preparando um sobre Munger para ser lançado em janeiro. Em uma coluna publicada no MarketWatch, o “especialista em Buffett” mostra essas três semelhanças:

  1. Livre mercado, mas não tão livre assim
    As propostas protecionistas de Donald Trump espalharam temores de que o fluxo de comércio global cairá nos próximos anos e que os Estados Unidos podem rumar para uma guerra comercial com a China. A promessa de campanha de rasgar o TPP (Parceria Transpacífico) costurado por Barack Obama e taxar produtos chineses e mexicanos reflete a visão de que os norte-americanos estão perdendo empregos e recursos para outros países como resultado da globalização.

Esta é apenas mais uma proposta polêmica de Trump criticada por muitos economistas, mas que vai na mesma linha do alerta que Munger fez em uma palestra a universitários em 2004. O empresário alertou sobre os “perigos” de se exportar tecnologia e empregos norte-americanos para a Ásia, “enfraquecendo os Estados Unidos e tornando a China mais forte”.

  1. (Des)regulação financeira
    A falta de regulamentação de Wall Street é apontada como uma das causas da crise financeira de 2008. O afrouxamento promovido por Bill Clinton em 1999 nas regras que vigoravam desde o crash da Bolsa de Nova York, na década de 1930, é alvo de críticas tanto de Trump como de Munger.

Trump prometeu a seus eleitores “ressuscitar” a Lei Glass-Steagall, de 1933, que impõe limites à atuação dos banqueiros de Wall Street. A legislação basicamente separava bancos comerciais dos de investimento, com o objetivo de evitar que os recursos de correntistas e poupadores fossem utilizados em aplicações de risco elevado pelas instituições financeiras.

Após a crise de 2008, o Congresso norte-americano se viu forçado a impor limites novamente ao mercado financeiro. Munger, porém, considera que as leis aprovadas são muito fracas para evitar um novo colapso no mercado de derivativos, que gira US$ 1,2 quatrilhões e poderia levar a uma nova crise financeira global. Por isso, o parceiro de Buffet apoia um aperto nas regras de Wall Street, em uma “nova versão” da Lei Glass-Steagall, como propõe Trump. “O mundo seria melhor se o JPMorgan não tocasse um cassino em paralelo a negócios legítimos”, resumiu Munger.

  1. Menos impostos - para as empresas
    Um dos pilares da política econômica apresentada por Trump para reaquecer a economia e criar empregos nos Estados Unidos é a significativa diminuição de impostos corporativos. A lógica é que uma carga tributária mais baixa pode impedir que empresas migrem para outros países para pagar menos impostos e levem embora também emprego, renda - e arrecadação federal sobre altos salários de executivos.

Um dos argumentos do presidente eleito neste ponto é exatamente um exemplo que Munger gosta de citar: o caso de Cingapura. O bilionário de Nebraska define como “milagre” a atração de empresas estrangeiras por meio dos baixos impostos corporativos, que tornaram a economia da pequena ilha do sudeste asiático, de pouco mais de 700km² e 5 milhões de habitantes, uma das mais relevantes da Ásia.

Excelente o texto:

Nove coisas que eu não entendo sobre o Brasil
Geraldo Samor

  1. … Por que o Governo Temer não explicou a herança maldita.

  2. … Por que a reforma da Previdência não foi mandada ao Congresso há dois meses. O desenho básico já existe há anos. O economista Fabio Giambiagi, funcionário de carreira do BNDES, estuda o assunto e prega a necessidade de reforma desde antes de Lula ser eleito.

  3. … Por que Meirelles não pisou no acelerador com uma agenda microeconômica que retire o Estado das costas do empresário que paga impostos e do trabalhador que precisa do emprego.

  4. … Por que Ilan Goldfajn foi tão conservador na queda dos juros, tendo à sua disposição todos os dados que ainda mostram uma economia em coma.

  5. … Como os deputados conseguem ser tão deslocados da realidade. (Eles não tem wifi em casa?)

  6. … Como Gilmar Mendes pode zombar de 2,4 milhões de assinaturas num país que ainda está aprendendo a desenvolver uma consciência política.

  7. … O que o PSDB acha que tem a ganhar reivindicando ‘dividir a economia’ com Meirelles.

  8. … Por que o Congresso terá direito a recesso parlamentar.

  9. … Por que não estamos falando mais ainda de privatização.

Achei bacana a lista!

7 small caps que podem ter forte valorização no próximo ano
Em relatório publicado, Santander aponta as ações que têm forte potencial de valorização a longo prazo

Por Karla Mamona
São Paulo – Em relatório publicado na última semana, o Santander apontou 7 small caps com forte potencial de crescimento de lucro a longo prazo.

Vale lembrar que as small caps são ações de empresas de pequeno e médio porte com baixa liquidez na Bolsa, mas nem por isso deixam de ser interessantes ao investidor.

Entre as ações recomendadas pelo banco estão AES Tietê, Comgás, Mahle Metal Leve, Rumo Logística, São Martinho, Ser Educacional e Sul América. Confira na tabela abaixo:

Sobre a AES Tietê, o relatório destaca que os contratos firmados pelo companhia durante o segundo semestre de 2016. De acordo com o banco, a dinâmica de venda antecipada de energia gera estabilidade e previsibilidade na geração de caixa futura. O potencial de valorização da ação é de 21,62% e a recomendação é de compra.

Em relação a Comgás, o Santander acredita que os papéis da empresa tem um potencial de valorização de 52,51%. O otimismo com as ações da empresa se deve principalmente ao reajuste tarifário, de 9,81%, que foi concedido em maio deste ano. Além disso, o banco ressalta que 100% da receita da Comgás é indexada a inflação, por isso a empresa tem menor dificuldade em repassar aumento dos custos quando comparada com empresas de outros setores.

Para a Mahle Metal Leve, o potencial de valorização da ação é de 30,69%. O banco destaca que a companhia é uma das poucas alternativas de empresas exportadoras que oferecem um bom histórico de distribuição de dividendos.

O relatório aponta ainda que a Rumo Logística tem potencial de valorização de 39,75% e destaca que “o aumento de capital finalizado em abril deu folga de caixa para a empresa lidar com suas obrigações de curto prazo.”

O banco indica ainda que a geração de caixa da empresa é inelástica, com 80% de todo volume transportado é para o escoamento de commodities agrícolas do centro-oeste para o Porto de Santos. Além disso, 80% do volume transportado é indexado pela inflação, o que garante maior estabilidade e previsibilidade no volume transportado e nas margens operacionais.

Outras três

Sobre a São Martinho, o potencial de valorização é de 39,20%. O banco aponta o aumento recente do preço do açúcar (+30% em 2016) e destaca que um possível aumento da CIDE (para fins de arrecadação fiscal e redução do endividamento público) deve impactar positivamente o preço do etanol.

Em relação a Ser Educacional, o Santander acredita que a empresa do setor de educação deve ser a próxima grande consolidadora do setor. O banco calcula que a companhia pode aumentar em 24% a sua base de alunos por meio de Fusão & Aquisição “sem ultrapassar um nível de alavancagem de 2,5x dívida líquida.”

Por fim, sobre a Sul América, o Santander aponta uma possível valorização de 6,21% nas ações da companhia. O relatório destaca que os planos corporativos com coparticipação que já alcançam quase 100% das novas apólices, o que tem reduzido a frequência dos atendimentos e mitigado qualquer pressão advinda do aumento do desemprego.

Sabesp, Copasa e Sanepar ganham com realismo tarifário
Geraldo Samor

Para que o Brasil deixe de ser um país com esgoto a céu aberto e sem água tratada, alguém vai ter que investir pesado.

Mas com o Governo Federal quebrado e os estados de pires na mão, o investimento terá que vir das próprias companhias estaduais, que, para isso, vão precisar de empréstimos do setor privado — e tarifas que remunerem seu capital.

Na maioria dos estados brasileiros, esta obviedade econômica está começando se tornar um consenso, e agências estaduais que regulam empresas como Sabesp e Copasa estão dando sinais de que entendem o que está em jogo. Além disso, a Sanepar — companhia estatal de saneamento do Paraná — está precificando esta tarde uma oferta de ações que atraiu liquidez e a atenção do mercado para o setor.

Em Belo Horizonte, numa recente audiência pública para determinar as regras da tarifa da Copasa, muita gente apareceu para defender a modicidade tarifária dizendo que 'só os investidores do mercado financeiro’ estavam se dando bem na Copasa.

Uma investidora de um fundo de São Paulo pediu a palavra e disse: “Quem investiu na Copasa no IPO em 2006 fez um investimento ruim. Era melhor ter deixado o dinheiro no CDI. Para a gente ter a universalização que todo mundo quer, tem que haver remuneração do capital do acionista,” disse a investidora. “Isso aqui tem que ser uma revisão técnica, com embasamento técnico: qualquer coisa diferente disso os gestores da empresa podem ser questionados na Justiça por má gestão.”

Tomando a palavra, o diretor da agência regulatória reafirmou que o processo será eminentemente técnico: “É por isso que estamos fazendo essas audiências com seis meses de antecedência.”

Esse novo espírito de realismo tarifário está provocando alguns investidores a analisar de novo o setor.

A Copasa, por exemplo, nunca teve um marco regulatório, que está sendo desenvolvido agora. Sua agência reguladora existe há seis anos, mas a tarifa da empresa até hoje é reajustada apenas pela inflação.

Com a crise hídrica de 2015, o endividamento da empresa ultrapassou o que foi combinado com seus credores, e a Copasa precisou de um reajuste extraordinário para recompor sua receita devido à queda de volume.

O reajuste (de 13,9%) entrou em vigor em maio, mas a segunda etapa (a mais importante para os investidores) vem agora: o cálculo da chamada ‘base de ativos regulatória’ e do custo de capital da empresa. A agência deve terminar o processo em junho de 2017, mas a nova tarifa será retroativa a maio de 2016.

Outro motivo para otimismo: como resultado da crise hídrica, o volume de água fornecido pela Copasa caiu 7% em 2015; este ano, o volume está em alta de 2%, e alguns analistas projetam uma alta de 3% na perpetuidade. (Funny fact: no IPO da Copasa, seus executivos à época diziam que Minas Gerais era ‘a caixa d’água do Brasil’, dado o grande número de nascentes no Estado.)

“Parte da queda do volume é porque simplesmente não havia água, mas outra parte é estrutural: as pessoas passam a economizar água num cenário de racionamento,” diz um acionista da Copasa. “Com o tempo, a maioria das pessoas tende a voltar ao padrão anterior.”

Na Sabesp, também há otimismo de que as tarifas passarão a refletir a realidade econômica e a necessidade de investimentos.

Há algumas medidas que, se adotadas pela integralmente pela agência reguladora estadual, podem aumentar dramaticamente o valor de mercado da Sabesp.

Por exemplo: na primeira revisão tarifária, há três anos, a agência reguladora desconsiderou R$ 6 bilhões em investimentos em novas tubulações que a Sabesp fizera. Na revisão em curso agora, a agência pode reavaliar esta glosa, o que ajudaria a empresa a obter uma tarifa maior.

Outra variável: sobre cada conta de água na cidade de São Paulo, a Sabesp recolhe 7,5% para um fundo municipal de investimento em saneamento. Este dinheiro não fica com a empresa. É possível que, na próxima revisão tarifária em meados do ano que vem, a agência reguladora compense a Sabesp por este valor perdido.

Mas a melhor notícia para a Sabesp aconteceu nas eleições municipais de outubro, quando várias prefeituras da região do ABC que eram do PT mudaram de mãos. Muitos prefeitos petistas simplesmente haviam parado de pagar à estatal, além de não renegociar as dívidas vencidas.

Em Santo André (que responde por 37% da dívida que a Sabesp tem a receber), o PT perdeu para o PSDB. Em Guarulhos (35% da dívida), pela primeira vez desde 2000 o PT perdeu a eleição, que foi ganha pelo PSB.

Outras cidades importantes que a partir de janeiro serão comandadas por partidos, digamos, mais racionais na economia incluem Mauá (18% da dívida), Diadema (10% da dívida), Mogi (0,1% da divida) e São Caetano do Sul.

Se estes municípios assinarem contratos para entrar na base da Sabesp, isto teria um efeito triplo: aumenta a base de ativos da empresa (que é usada no cálculo da tarifa), aumenta o volume vendido, e a empresa deixa de ter o prejuizo que estas cidades geram hoje.

Para avaliar o potencial de retorno destas empresas, os investidores olham a taxa interna de retorno (TIR) real da concessionária, isto é, quanto a ação remunera o investidor acima da taxa de inflação. Por exemplo, um título público que protege o aplicador da inflação (a NTN-B com vencimento em 2050) hoje paga inflação + 6%. A preços atuais, a Sabesp paga uma TIR real de 12%; já a Copasa a a Sanepar, 15%. (Quanto maior a TIR, mais barata está a ação. A diferença entre Copasa/Sanepar e Sabesp tem a ver com a maior liquidez da última.)

A ação da Copasa já subiu 125% nos últimos 12 meses (porque a situação hídrica se normalizou, e não por causa da tarifa), mas a empresa ainda negocia cerca de 33% abaixo de sua máxima histórica (R$ 50). Como nos últimos dois meses a ação teve um volume médio diário maior do que os menores componentes do Ibovespa (como Cyrela, Ecorodovias e Smiles), alguns investidores dizem que, se o volume se mantiver, a ação tem chance de entrar no índice.

A Sabesp já subiu 57% no mesmo período — uma recuperação também relacionada ao fim da crise hídrica — e negocia ao mesmo valor de mercado de 2013.

O grande risco do investimento nas concessionárias de água é sua própria atratividade.

Se as revisões forem feitas corretamente (com a ‘base regulatória’ e o custo de capital regulatório corretos), as tarifas terão que subir muito acima da inflação em 2017. Muitos investidores duvidam que governadores aprovariam esse tipo de reajuste.

Quem entra e quem sai da Bolsa em 2017
A expectativa do mercado é que, ao menos, 20 empresas abram capital em 2017; oito companhias estão na fila para deixar de ter ações negociadas

Por Rita Azevedo, São Paulo — Depois de um longo período de seca, as ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) devem voltar a movimentar o mercado financeiro em 2017. A aposta dos investidores é que as aberturas de capital girem mais de 10 bilhões de dólares no próximo ano.

Se em 2016, apenas uma companhia abriu o capital, a expectativa é que ao menos 20 façam o mesmo no próximo ano. Veja algumas delas:

Unidas

No final de novembro, a locadora de veículos Unidas informou que pediu aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar o IPO. A operação, segundo a empresa, compreenderá ofertas primárias e secundárias.

Movida

A também locadora de veículos, Movida, registrou prospecto para IPO na CVM no começo de dezembro. A listagem ocorrerá no segmento Novo Mercado, que tem práticas de governança corporativa mais elevadas. De acordo com a companhia, o valor levantado será usado para aumento da frota e para o fortalecimento do capital de giro.

Hermes Pardini

Na segunda semana de dezembro, a rede de laboratórios Hermes Pardini pediu à CVM para realizar a abertura de capital. A empresa, que atua fortemente nos estados de Minas Gerais e Goiás, tem a família fundadora como sócia majoritária. Os recursos da operação, segundo a companhia, devem auxiliar nos planos de expansão por meio de aquisições ou abertura de novas unidades.

Carrefour

A operação brasileira do Carrefour deve abrir seu capital no segundo trimestre de 2017. Em julho deste ano, o presidente-executivo do grupo francês, Georges Plassat, confimou a intenção de fazer uma oferta pública inicial, mas não citou datas. Em outubro, a companhia teria contratado o Credit Suisse para liderar a operação.

XP Investimentos

De acordo com a Bloomberg, a terceira maior corretora do país estaria organizando sua estrutura para fazer o IPO no segundo semestre de 2017. Segundo fontes, os recursos captados com a operação serão usados para investimentos e para financiar o crescimento da empresa.

Bio Ritmo

A rede de academias também é uma forte candidata a estrear na Bolsa no próximo ano. No comando da empresa está o grupo Pátria, que realizou há alguns meses o único IPO de 2016 da Bolsa, da empresa de diagnósticos de imagem Alliar.

IRB Brasil Re

O IPO do ressegurador era esperado para 2016, mas o Conselho de Administração da companhia decidiu esperar para um período com melhores condições de mercado. A expectativa é que a abertura de capital seja feita no próximo ano.

Adeus, Bolsa

Apesar da melhora nas perspectivas, 2017 não será um ano só de entradas na Bolsa. Na CVM, há atualmente oito processos de Oferta Pública de Aquisição (OPA).

Uma OPA é feita quando uma companhia deseja adquirir uma determinada quantidade de seus papéis a um preço pré-determinado e em um prazo específico.

Ela pode ser realizada por diversos motivos: quando o controlador planeja mudanças na estrutura societária da empresa, quando quer aproveitar o desconto nos preços das ações para aumentar a sua participação ou quando deseja fechar o capital.

Veja abaixo a lista de empresas que devem deixar de ter ações negociadas na bolsa nos próximos meses.

Brinquedos Estrela

Unipar Carbocloro

Banco Indusval

Indústria Azulejos Bahia

Prumo Logística

Banco Paraná

Dommo Empreendimentos Imobiliários

Jereissati Telecom

Alimento e bebida são principais destinos de investimentos da BNDESPar

Por Paula Selmi | Valor SÃO PAULO - A BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), manteve o setor de alimentos e bebidas como um de seus principais destinos de investimentos de 2007 a 2016, segundo dados divulgados hoje sobre a carteira de renda variável da instituição no período.

Este tipo de matéria pode ser uma armadilha, pois ao usar como ranking um único indicador, neste caso o P/VP, só mostra o quanto a ação está descontada sobre o seu patrimônio, e nada mais. Mas não mostra nem como está a rentabilidade do seu patrimônio.

Pois eh, e olhe que a maioria das acoes listadas por eles andou bastante em 2016 :slight_smile:

Na hora de investir, a “previsibilidade” é um fator muito importante para montar uma boa carteira de ações, saiba um pouco mais neste post: Previsibilidade x Empresas do Governo

Abs

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E com este cenário político volátil, onde nem sequer sabemos se o presidente conseguirá chegar ao final de seu mandato, fica cada vez mais difícil traçar um planejamento de longo prazo…

Vocês acham o PEG e a formula de neff bons indicadores?

Tanto o PEG quanto o NEFF são simplórios demais, prefiro usar o FCD c/ foco em crescimento.
Mas p/ uma análise rápida, ou uma filtragem de ações, podem ser interessantes sim.

Empresas criam novo produto: o 'silêncio pré-balanço’
Natalia Viri

Ao mesmo tempo em que se queixam da CVM sobre a falta de clareza do que podem falar quando o assunto é oferta de ações, grande parte das empresas listadas se amordaça voluntariamente pelo menos quatro vezes por ano.

Muita gente não sabe, mas o ‘período de silêncio’ que precede a divulgação dos resultados trimestrais foi simplesmente inventado pelo mundo corporativo, já que inexiste regulação obrigando o silêncio pré-balanço. (Os RIs de algumas empresas chegam a enviar emails avisando sobre o início do ‘quiet period’.)

O que a regulação proíbe, por meio da Instrução 358 da CVM, é a negociação de ações por diretores, conselheiros ou outras pessoas ligadas à empresa nos 15 dias que antecedem a divulgação de resultados.

Essa mesma instrução prevê, de forma ampla, que toda informação sensível tem de ser comunicada ao mercado por fato relevante. (O texto não faz menção específica aos balanços, mas evidentemente eles entram na classificação de “informação relevante”).

“Sobre qualquer outro assunto, não há restrição,” afirma Nair Janson, sócia da Bocater, Camargo, Costa e Silva Advogados. "O que ocorre é um excesso de cautela.”

Questionado, o próprio regulador desfaz a confusão:

“A Instrução CVM 358, que trata da divulgação de informações relevantes, não impõe um período de silêncio. O que essa norma impõe é que se deve guardar sigilo sobre as informações até que essas sejam divulgadas de forma ampla, simultânea e organizada para todo o mercado. Não há vedação na norma à divulgação nesse período de outras informações não relacionadas ao ato ou fato relevante ainda não divulgado ou às comunicações normais da companhia com os acionistas e o mercado”.

Continua a CVM: “A regra geral do artigo 8º procura indicar que é dever dos controladores, administradores, conselheiros fiscais e empregados da companhia guardar sigilo das informações relativas a ato ou fato relevante às quais tenham acesso privilegiado em razão do cargo ou posição que ocupam, até sua divulgação ao mercado, bem como zelar para que subordinados e terceiros da sua confiança também o façam. Para fazer cumprir essa regra, algumas companhias adotam uma política de silêncio no período que antecede a divulgação de informações financeiras”.

Considerando os quatro balanços trimestrais, o período de silêncio autoimposto garante pelo menos dois meses em que as empresas não precisam dar satisfação ao mercado, escondendo-se atrás do biombo da ‘lei’.

Para um experiente consultor de relações com investidores, a regra inventada também serve de muleta. “As equipes de RI costumam ser enxutas e tem muito trabalho para preparar as informações na época de divulgação do balanço. É conveniente se concentrar só nisso”.

é viavel projetar o crescimento futuro de uma empresa pelo seguinte calculo : (1-payout)*roe?

não vejo como projetar o crescimento de uma empresa com esta fórmula, pois não tem nem sequer como inserir uma estimativa de crescimento. Na verdade está mais p/ uma fórmula de valor, algo que lembra a formula do Graham.

Gosto muito do Viver de dividendos, mas aqui ele errou feio.

No começo nem tinha me ligado que ele usou o NTNB semestral, que não tem a menor lógica p/ comparação com poupança, pelo menos não sem considerar a reaplicação semestral distribuido. Com isso, a rentabilidade do TD ficou de forma equivocada (e tendenciosa) inferior na comparação.

Fora que ele citou os riscos do TD, mas não os da poupança. Cabe lembrar também que na última vez que a coisa apertou pra valer no país, o Collor teve de confiscar a poupança. Isso em contar o dado equivocado de que os calotes do país afetaram o tesouro direto, isto pq os calotes foram referentes a dívida externa, e não da dívida interna (TD). Com isso, pegando o histórico dos últimos 30 anos, o risco de se investir na poupança, levando em conta o compromisso honrado do governo, seria superior ao do TD.

Enfim, ficou nítida a distorção dos dados em prol do pto de vista que ele queria passar, mas no fim temos um caso de um equívoco. O que deixou o pessoal mais irritado nos comentários foi o fato dele não assumir o erro, e continuar insistindo na conta feita. Como disse no início, gosto muito dos vídeos e do blog dele, mas neste em específico ele cometeu um deslize feio.

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CVM indica lista de empresas que usarão voto a distância em assembleia

Um povo sem água e esgoto: rico em estatais
Adriano Pires

Nossa infraestrutura é um show de horrores: serviços de baixa qualidade que, além de gerar um exército de clientes permanentemente insatisfeitos, ainda aumentam o custo Brasil.

E de todos os setores da infraestrutura, nosso saneamento é o mais caótico e o que penaliza mais duramente a população, especialmente os pobres e miseráveis.

A única solução para melhorar estes serviços e impulsionar o crescimento econômico é a privatização — uma privatização verdadeira, honesta, que busque ganhos para o conjunto da sociedade.

Apenas 48% dos municípios brasileiros têm tratamento de água, e só 39% têm coleta de esgoto.

Trata-se de uma vergonha nacional, secular e endêmica, num País que adora se achar rmoderno.

Um levantamento do Instituto Trata Brasil — uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) que reúne empresas interessadas nos avanços do saneamento básico — mostra que o País não conseguirá alcançar a universalização do saneamento nos próximos 20 anos se a tarefa de implantar serviços de água e esgoto continuar no ritmo observado, ou seja, nas mãos do Estado. Apenas 0,2% do PIB foi investido em saneamento em 2015.

O ‘Ranking do Saneamento Básico nas 100 Maiores Cidades’ usa dados do ano-base de 2012 e aponta para uma lentidão nos investimentos em saneamento por parte das três esferas de governo — nacional, estadual e municipal.

Um ponto mostra a distorção entre as 100 maiores cidades — onde vive a elite econômica e intelectual brasileira — e o restante do País.

Do universo pesquisado pelo Trata Brasil, em média, 62,4% da população tem tratamento de água, enquanto a média nacional, somados todos os municípios, é de 48,3%. A coleta de esgoto chega a 41,3% da população do conjunto dos 100 municípios. A média nacional é de 38,7%.

Apenas duas capitais estão entre as melhores cidades no quesito saneamento: Belo Horizonte, com 100% de coleta de esgoto, e Curitiba (98,5%). Santos e Franca, ambas em São Paulo, foram os outros municípios a alcançarem 100%.

O quesito tratamento de esgoto mostra piora tanto na lista das dez melhores como nas piores. Apenas uma cidade tem 100% de tratamento: Santos. E somente uma capital entra no ranking: Curitiba, com 88,3% da população atendida.

No outro lado da tabela, a situação piora consideravelmente. Seis municípios não possuem tratamento de esgoto, e dois deles são capitais: Cuiabá e Porto Velho. Na lista das dez piores está Belém, com apenas 2,2% da população atendida por tratamento.

Nesse contexto, a atual crise fiscal porque passam a União, Estados e Municípios acaba sendo, ironicamente, uma oportunidade para se iniciar um ciclo de investimentos no setor de saneamento baseado em investimentos privados, incentivados por uma regulação que impulsione o capex.

É interessante observar que os casos de sucesso como Belo Horizonte, Curitiba, Santos e Franca são cidades onde o serviço é prestado por empresas já listadas na Bolsa, como a Sanepar, Copasa e Sabesp, que possuem uma regulação um pouco mais avançada.

O gap de eficiência é incontestável: dos R$ 11 bilhões investidos em saneamento no Brasil em 2014, metade se deu nos três estados onde essas empresas atuam: SP, MG e PR.

Numa iniciativa que merece elogios, o BNDES recentemente lançou um edital para governos estaduais interessados em privatizar suas companhias de sanemaento. Além disso, a nova gestão do banco disse que vai dar prioridade aos empréstimos e investimentos em saneamento.

Em outra notícia alvissareira, um dos casos mais egrégios de inoperância estatal, a CEDAE, acaba de ser incluída como garantia na negociação da dívida do Estado do Rio, abrindo caminho para sua privatização. A empresa de saneamento entrará como garantia de um empréstimo de R$ 6 bilhões do Banco do Brasil, o que aparentemente coloca o banco num papel tradicionalmente desempenhado pelo BNDES: o de gestor da venda.

Quando comparada a outras empresas como Sabesp ou Sanepar, a CEDAE é a fotografia de um desastre. O serviço é de péssima qualidade em todas as cidades atendidas pela empresa, em particular na Baixada Fluminense, onde mora boa parte da população carente do Estado.

Vender a CEDAE não será uma tarefa simples. A Sanepar tem 50% de margem EBITDA e uma regulação pronta para sair. Já a Sabesp tem 45% de margem e uma regulação estável. Enquanto isso, a CEDAE tem apenas 25% de margem EBITDA e nem sombra de regulação, além de uma dívida líquida de R$ 3 bilhões, dos quais R$ 1,8 bilhão relacionados ao seu fundo de pensão. A inadimplência na CEDAE é de 35%, enquanto o da Copasa é de 3%, e o da Sabesp, 5%.

Agora que a CEDAE entrou no acordo entre os governos federal e estadual, ainda será necessário aprovar a venda na Assembleia Legislativa do Rio — uma casa que, assim como Donald Trump, costuma ser refratária à realidade.

Em seguida, cada município terá que aprovar sua própria lei aderindo ao contrato com a empresa privatizada, já que a concessão de saneamento é municipal. Obviamente, a aprovação na capital facilitaria convencer as câmaras de vereadores dos demais municípios. Mas isso leva tempo. Negociações deste tipo feitas pela Sabesp, Sanepar e Copasa foram lentas e complexas.

Apesar de todas essas dificuldades, não existe outra saída senão a privatização. Ela deve ser acompanhada de um bom contrato de concessão e de uma regulação moderna, atenta a alguns princípios básicos: proteger os interesses dos usuários, assegurar a estabilidade das regras e, sem mais delongas, promover a eficiência e a universalização que os governos nunca conseguiram.

Adriano Pires é fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), uma consultoria no setor de energia. Foi superintendente da Agência Nacional do Petróleo (ANP). É economista pela UFRJ e doutor em economia industrial pela Universidade Paris XIII.

Novo post que acabei de publicar:

Influência política na bolsa – parte 1

Link: https://portal.penserico.com/acoes/analise-fundamentalista/influencia-politica-na-bolsa-parte-1/

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Novo post no blog:

Influência política na bolsa – parte 2

Link: Influência política na bolsa – parte 2 - Portal PenseRico

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