Apanhando do mercado faz 2 anos - um desabafo

Bem, sempre vejo em fóruns e vídeos do youtube rentabilidades maravilhosas e decidi vir aqui a público neste fórum contar uma outra história. Estou apanhando feio do mercado. Aliás, pela segunda vez, só que desta vez está bem pior. Investi em ações lá pelos idos de 2010, 2011, e depois de meio que ficar no zero a zero por 2 anos, passei muito tempo apenas investindo em renda fixa, private equity e imóveis.

Pois bem, voltando para 2020, com tudo que aconteceu achei que era uma boa ideia voltar para renda variável. Fui montando a carteira entre Julho de 2020 e Setembro de 2021, pouca coisa comprei depois disso. Praticamente não vendi nada. Este ano mesmo, não comprei e não vendi absolutamente nada.

Não sou um zero à esquerda e estudei muito para montar a carteira. Comprei o que muitos julgariam como boas empresas. Comprei aparentemente bons FIIs, depois de estudar pelo menos uns 100.

E pasmem, minha carteira está com um retorno negativo de cerca de 20% no caso das ações (cerca de 15% se contarmos dividendos). FIIs, em termos de custo de capital, se vendesse tudo hoje teria um prejuízo em torno de 10% (estou meio que no zero a zero contando os dividendos, talvez um pouco positivo).

Estou apanhando por onde quer que se olhe. Vejo o IFIX e penso, como posso estar 10% negativo quando o índice está em seu melhor momento desde o início da pandemia…?

Vejo o Ibovespa com 10% de rentabilidade no ano, estou no mínimo isto… mas do lado negativo.

Não foi falta de estudo, nem falta de conhecimento eu diria (pelo menos na média do investidor). O que seria - falta de sorte…? Montei uma carteira supostamente bem diversificada e supostamente com boas empresas.

Aí vocês perguntam, ok, mas qual a sua carteira…?

Minha carteira de ações tem os seguintes ativos:

– Sanepar
– Vale
– Marfrig
– Vivara
– Itaúsa
– TRPL
– B3SA3
– Trisul
– Natura
– Americanas
– Banco Inter
– Cosan
– Soma
– Engie
– Fleury
– Ealt (Aco Altona)
– Grazziotin
– Bmob3
– Cogna

Ok, posso ter feito uma aposta ruim na Cogna, como muitos fizeram. Bmob foi o único IPO que entrei por acreditar no negócio. Me dei bem mal. Mas procurei comprar empresas boas, consolidadas, com as finanças em dia. As microcaps que comprei foram Ealt (talvez a de melhor rentabilidade da carteira hoje) e Grazziotin, ambas simplesmente porque todos os indicadores apontavam que estavam baratas demais. Olhem a lista acima, são empresas ruins…? Ou sou simplesmente um puta azarado…?

Além disto tenho 04 posições no exterior: Disney, Nike, Starbucks e Coca Cola. Com exceção desta última, todas despencaram. Até umas semanas atrás estava 50% negativo na Disney. Pelo menos estão melhor que Cogna, Natura, Banco Inter, Americanas, estas todas acima de 60%.

FIIs, são esses abaixo que tenho. Pasmem, só 1 deles está positivo em relação ao valor que paguei (XPCI). É claro que com os dividendos muitos ficam positivos, mas em termos de capital, é assombroso que o índice esteja positivo, que eu tenha investido em tantos FIIs diferentes com tanto estudo, e apenas um esteja hoje positivo. Como alguém pode perder tanto para o índice…?

bem, aqui vai:

– BTLG
– HCTR
– HFOF
– HGRE
– ITIT
– IRDM
– JSRE
– KNRI
– LVBI
– PVBI
– RVBI
– SDIL
– TGAR
– VILG
– VINO
– XPCI
– XPLG

são fundos ruins…? todos valem menos do que quando comprei. Ok, comprei pelos dividendos mensais. Entretanto, o índice IFIX está positivo e eu 10% no vermelho. É frustrante.

Para piorar, também investi meu dinheiro em fundos de tecnologia (sobretudo no exterior, todos despencaram). Um pouco em criptomoeda (por sorte estou no zero a zero aqui pois comprei em 2020). E Cannabis (uns 70% negativo).

Estou meio traumatizado pois segui as “receitas” do mercado (estudei, comprei boas empresas, diversifiquei, não vendi, e… boom, estou apanhando e me sentindo um idiota enquanto os índices estão bem positivos).

E agora…?

Bem, não sei o que fazer com esta parcela de renda variável. Felizmente tenho um patrimônio bastante razoável além da renda variável, então não fiz nenhuma loucura. Mas investi uma parcela considerável (no pico talvez uns 35%, hoje já é bem menos) e estou bastante frustrado com a experiência que tive com renda variável.

Talvez eu seja simplesmente muito azarado, talvez seja um péssimo stock picker. Não necessariamente preciso vender, mas é frustrante demais ver os índices andando e minha carteira toda no vermelho.

Ah, e não segui recomendação de ninguém. Eu mesmo montei a carteira a partir de meus próprios estudos e gosto. Antes eu tivesse seguido recomendações, ou simplesmente tivesse comprado Ibovespa / Sp500 / IFIX.

16 curtidas

Acho que tudo é aprendizado, comecei a investir em renda variável devido aos ensinamentos desse forum. Uma coisa que ajudou mt foi as informações sobre as empresas e a cafi. antes da pandemia estava 100% RV, acabei sentido que tava fazendo tudo errado e não tinha ideia do que estava fazendo

Então veio aprendizado e modifiquei a porcentagem de RV para aquela que me faz sentir confortável. Como também aprendi a girar menos a carteira, procurar empresas que acredito no diferencial

Acho que é importante você analisar nas empresas o que fizeram perder valor, para entender seu estilo e procurar empresas que se encaixa no teu perfil (como altona que por ter pouca liquidez acaba tendo pouca variação) outro exemplo seria fesa, shul, dohl

9 curtidas

Acredito que uma boa forma de analisar sua performance é ver onde você perdeu mais rentabilidade. Como não sei os percentuais investidos em cada empresa, acredito que as maiores perdas vieram de: Natura, Americanas, Inter e Cogna.

Sendo assim, sobre Natura, Americanas e Inter: acredito que a grande maioria achava estas empresas “caras”, ou seja, o mercado estava precificando uma execução muito boa destas empresas nos próximos anos e, como isto não ocorreu, elas caíram muito. Atualmente eu ACHO que Natura apanhou demais e, caso a rentabilidade se recupere, tem muito potencial de alta. Já Americanas e Inter eu acho a precificação ainda alta.

Já sobre Cogna: muita gente acreditava na empresa, apesar dela estar claramente numa série de resultados decrescentes e estes continuaram assim nos últimos anos. Agora tá parecendo que estabilizou, os resultados começaram a melhorar levemente e pode ser o início de uma retomada.

Então, acredito que você deve analisar o motivo que te fez investir nestas empresas e estudar o que ocorreu de errado ou não: expectativa X realidade. Muitas vezes os resultados de determinadas empresas estão ruins, mas o longo prazo está sendo construído trimestre a trimestre.

Sei que 2 ou 3 anos parece ser um horizonte longo, contudo veja o que aconteceu com empresas como TASA3, DEXP3 e tantas outras e perceba como demorou para dar resultados.

Finalmente: o que te fez investir nestas empresas? Suas expectativas foram cumpridas em relação aos resultados? Caso não, você mantém estas empresas porque o que te fez investir nelas ainda faz sentido hoje ou só pra não realizar prejuízo? Caso sim, por que não considera aumentar posição?

Uma coisa que eu sempre repito pra mim é: todo dia que eu não vendo uma ação é como se eu tivesse comprando ela novamente, porque eu sempre posso vender e ficar com o dinheiro. Se não vendo é porque o investimento faz sentido pra mim.

17 curtidas

Sobre os índices: até onde sei, eles consideram reinvestimento de dividendo.assim, para comparar com o ifix vc deve considerar os dividendos

5 curtidas

Muito pouco tempo de carteira e falta de aportes constantes. Se achar melhor reveja as porcentagens determinadas e as empresas que se sentir desconfortável.

6 curtidas

Estou ha 4 anos na bolsa. Comecei 2 anos antes da pandemia. Entao imagine, apos 2 anos de bolsa, ver seus investimentos alcancarem 30% do valor investido. Fiquei preocupado, sofri, mas continuei com minha estrategia de compras para longo prazo.

Renda variavel se a gente se apegar ao valor diario realmente desanima.

Agora, apos 2 anos da pandemia, minha posicoes estao no positivo, grande parte pela estrategia que continuei seguindo, de comprar boas empresas para longo prazo, mesmo no apice da pandemia, onde comprei muita coisa boa por precos muito bons.

Pode parecer cliche, mas eh aquela coisa, bolsa eh para longo prazo. 2 anos eh miito pouco tempo.

8 curtidas

Opa amigo, quase nunca comento aqui, mas acho que você precisa de algumas palavras pra tirar esse viés da sua cabeça, 2 anos não é nada… mas olha só em 2 anos quanto que q selic não subiu, guerra estourou, tensão a níveis de geografias que não víamos a anos, que podem até mesmo mudar a relação da globalização como enxergamos nos modelos atuais….
Acredito que li uma coisa que não faria e que você fez, talvez por estar com muito do patrimônio em mãos no momento, seja da renda fixa prévia ou venda de algum imóvel … investiu muito em um certo período em um pequeno espaço de tempo, principalmente quando todo mundo estava falando da renda variável e ações…. E no fim Td é cíclico nesse mundo, vc citou os youtubers os mesmos que há 1 ano eram contra fundos de investimento/ indexação e amavam via/Magalu ( magalu é a nova Magalu) fintechs e qualquer coisa que queimasse dinheiro, agora só falam dos bancos de varejo, fundos de renome e que indexar é muito melhor que qualquer outra coisa …
Enfim vindo está nessa alguns bons anos a mais que você, é que gosta bastante do assunto:

  • no fim boas empresas sempre retornam múltiplos de preço ; pra ser uma boa empresa pra um ser humano como nós tem que lucrar ou se der prejuízo ser algo pontual e explicável de forma realmente pontual para aquela empresa em específico
  • esquece esses múltiplos novos que pessoal inventa sem sentido
  • o sonho de toda smallcap e growth é virar uma empresa de value
  • ações devem valer o fluxo de dividendos que elas irão te oferecer ( vc é pessoa física , não esquece disso não )
  • indexar em mercados mais eficientes é um milhão de vezes melhor do q fazer Stock picking ( tenho 10% do meu portfólio internacional em companhias q eu gosto de ser sócio)

Espero ter ajudado em algo, é sério… relaxa …. Dá tempo ao tempo

6 curtidas

Uma coisa que eu demorei p entender em investimentos, é que o macro é mais importante que o micro de forma geral.

Em condições de subida de juros e inflação em todo o mundo, o mercado vende bolsa (parte ou tudo) e compra renda fixa. Seja os fundos, institucionais, sardinhas.
Muito dessa queda das empresas de crescimento é devido a resgates de fundos (de ações, multimercados). As empresas continuam tendo bom desempenho, tendo lucros, mas existem mais vendas que compras e o preço cai.

Existem coisas que não tem como prever. Preço do petróleo, das commodities, pandemias, guerra, problemas internos no país (joesley Day, greve de caminhoneiros, quem poderia prever algo assim?).

Como em bolsa vc deve deixar a grana que não vai precisar nos próximos anos, acredito no velho chavão de que “no longo prazo, as cotações vão refletir o desempenho da empresa”. Quanto mais tempo passar, maior a chance (em 10 anos muito provável, em 2 anos nem tanto)

5 curtidas

Em complemento ao que postou @fabio_barbosa, também não ajudou na rentabilidade de sua carteira, @ostrasize, o desempenho de Sanepar, Marfrig, Trisul e Fleury.

Sanepar era muito bem vista por vários foristas. Investi na empresa e hoje é o papel com pior rentabilidade da minha carteira. Questiono o acerto de algumas compras que fiz acima dos R$ 5. A dificuldade nos reajustes tarifários era conhecida e a pandemia não ajudou nisso. A mudança do marco regulatório era difícil de prever e deve aumentar os investimentos necessários e diminuir o payout, além de estimular a entrada de empresas privadas no setor. Ainda tenho uma visão positiva da empresa, mas não tenho feito novos aportes.

Marfrig foi puxada pra baixo pelo desempenho das ações da BRF, exposta ao ciclo de preços do milho. Tenho BRF, mas não Marfrig. Espero a volta dos preços do milho à média histórica pra reavaliar a performance da BRF e o próprio investimento nela. Isso deve ser considerado por quem tem Marfrig.

Trisul, como as demais contrutoras, tem sofrido com a alta dos juros. É uma situação inerente ao setor. Nessa eu fiz alguns aportes recentes, na casa dos R$ 3.

Fleury caiu bastante no último par de anos. Eu até pretendia investir nela, mas a dúvida entre ela e Pardini me paralisou, em que pese os esclarecimentos prestados pelo @sr_fouquet. Agora estou esperando a fusão de ambas ser concluída pra reavaliar minha entrada, mas adianto que tenho uma visão positiva das empresas.

Deixei aqui minhas impressões, @ostrasize, para explicar que não considero erradas suas decisões de investimento nessas empresas que citei.

Por fim, vc pode ter tido alguma falta de sorte por não ter comprado algumas empresas que subiram muito nesse período, tais como Petrobras, Gerdau ou Ferbasa, por exemplo, o que poderia ter alterado significativamente o resultado de sua carteira de ações.

7 curtidas

Justamente por essas e outras que o ideal é diversificar. Como dizem, não existe almoço grátis. Se você quer “tentar” ganhar mais que os títulos do governo, precisa correr mais riscos. Infelizmente algumas empresas apanharam mais que outras e o resultado é o que temos hoje…

Porém eu prefiro olhar o copo “meio-cheio”: em alguns casos, se nos próximos 10 anos determinada empresa performar pelo menos de forma razoável, já me daria um retorno maior que a média da renda fixa.

Outra coisa: valuation é muito importante - não existe isso de “preço não importa”. Preço é a ÚNICA coisa que importa. Aprendi isso comprando empresas boas, porém em momentos ruins (pagando caro).

8 curtidas

Bom eu olho lucro ajustado, pra mim é o unico indicador, pois é a ponta final, todos juntos geram ele, então vejo frequência de lucro e frequência de crescimento dos lucros, na minha analise poucas das empresas que vc sitou entrariam na minha carteira, então talvez não tenha sido tão ruim, não se traumatize, aprenda e evolua, só assim da pra vencer.

Ahhh claro os 5 primeiros anos da empresa o balanço nem segue o padrão de auditoria que temos hoje, se dentro do padrão atual ja tem fraude pra caramba, imagina sem um padrão, então pra mim a empresa só passa existir a partir do sexto ano, e ainda espero mais 5 para ter dados suficientes para analisar.

Eu também uso o grafico, não para advinhar o futuro, mas para definir pontos de entrada conforme ocorrem as correções.

2 curtidas

O que você usa para monitorar a rentabilidade? Fiquei com a impressão que você está calculando na mão em alguns trechos, se estiver possivelmente está errado, se não estiver errado mesmo assim não vai bater com 99% dos cálculos que você vê na internet, que são cotizados no tempo (padrão de fundos)

Fora isso, você comprou tudo em uma época onde o SMAL11 estava acima de 120, o IBOV acima de 110k por 80% do período, bolsa americana nem se fala. A questão não é acertar timing, porque isso é sorte, mas dá para analisar que até comprando índice você provavelmente estaria no vermelho também

4 curtidas

obrigado a todos que responderam.
para monitorar a rentabilidade, é simples. Tenho uma coluna com o Preço médio que paguei, outra com o preço atual, e outra com os dividendos recebidos. Faço o % de retorno com e sem dividendos. Atualizo duas vezes por mês. No dia 01 e no dia 15.

para FIIs faço a mesma coisa. Estou levemente positivo nos FIIs, considerando os dividendos recebidos.

exemplo: tenho 50 cotas do XPLG, para os quais paguei uma média de 120 reais, ou 6.000 no total. Hoje estas cotas valem 100 reais, ou seja, estou em torno de 17% negativo, fosse vender. Recebi no total cerca de 560 reais de dividendos. Contando os dividendos, estou cerca de 440 reais negativo, ou em torno de 7% negativo.

Esta mesma lógica aplico para todos os FIIs e todas as empresas. Tenho 19 empresas nacionais, 04 internacionais, e 17 FIIs na carteira.

destes 40 ativos, 35 estão negativos (contando os dividendos, sao 26 negativos).

2 curtidas

minhas maiores posições (quando comprei, hoje já é diferente)

  • Sanepar
  • Itaúsa
  • TRPL
  • Natura
  • Marfrig

FIIs

  • KNRI
  • HCTR
  • BTLG
  • TGAR
  • XPCI

Sanepar estou uns 30% negativo, Itaúsa uns 20% negativo, Natura uns 60%, Marfrig uns 30% negativo. TRPL no zero a zero

Contando dividendos, a coisa melhora um pouco, TRPL em especial vai pro campo positivo. Todas as outras continuam bem negativas.

FIIs
KNRI e TGAR uns 10% negativo, HCTR uns 20% negativo, BTLG uns 5% negativo, e XPCI é o único destes 10 ativos que representam minhas maiores posicoes que está positivo.

1 curtida

Talvez você seja. E, se te consola, a maioria é péssimo stock picker e perde do mercado. A média do mercado é formada por uma imensa maioria que PERDE do mercado e uma minoria que ganha muito do mercado.

Pessoalmente, eu desgosto da maior parte da sua carteira. Inclusive, odeio FIIs. Mas eu também sou apenas um zé ninguém aleatório da internet. Eu desgosto de um monte de ativo que tá super positivo também.

O que importa é você tentar ver se você realmente acredita nas empresas que comprou e tem paciência para o mercado “concordar” com você. E se você tem estômago suficiente para isso, sem a certeza de estar certo. É bastante difícil e é preciso nos conhecer bastante para sabermos se é o nosso perfil.

Eu tenho batido o mercado nos últimos anos, mas acredito que uma generosa dose de sorte tá envolvida nisso. Meu maior mérito é evitar grandes roubadas, independente da narrativa do mercado. Mas aí você tem que estar disposto a ver coisas subindo 100~200% e estar de fora. Não é fácil também.

Mesmo batendo o mercado nos últimos anos, eu estou caminhando pra isso aqui:

07b529e7-9e9a-4aa2-83c0-a1a71d2e27e9

Talvez você devesse considerar fazer o mesmo.

12 curtidas

Quase ninguém tem coragem de admitir que existe fator sorte no mercado. Bacana, compartilho do mesmo sentimento e, felizmente, além dos critérios que utilizo (nada sofisticados e bem simplórios entre gráficos, fundamentos e macro), tenho tido sorte nos últimos anos.

Ao amigo @ostrasize, meu desejo de paciência, reflexão e sorte (naturalmente!).

12 curtidas

De toda forma, mesmo tendo ressalvas a vários ativos da sua carteira, acho dois anos muito pouco para avaliar o desempenho já que sua carteira é bastante diversificada e pouco correlacionada com o índice. O normal é estar perdendo de muito ou ganhando deu muito. Mas se confiar nas suas escolhas, tem que esperar dar frutos. Você comprou num momento ruim, inegavelmente. Tem que manter aportando nessas horas.

3 curtidas

Acho importante o que os outros foristas comentaram, macro é mais importante que micro (ainda mais pegando um período curto de 2 anos), preço importa muito e que você deveria espaçar mais as compras. Se você compra tudo em um período de 3 meses, era pra você estar com uns 10% de rentabilidade neste período - considerando apenas o Ibovespa.
O período investido não é muito longo, logo, daqui a 1-2 anos, talvez muitas das empresas que comprou e está no negativo no momento, podem ficar positivas no futuro, precisa acompanhar e ter paciência. Continuar investindo nas empresas onde o lucro e os dividendos crescem, ainda mais quando as cotações estão depreciadas.

Não tenho FIIs, portanto não vou opinar sobre eles.
Sobre a carteira de ações, creio que você deveria pensar nela como um todo, onde uma parte pode ir bem com subida de dólar, juros, inflação e a outra com o pensamento inverso, que ganha na queda. É importante ter bancos/ financeiras, empresas com receitas em dólar, commodities, bens de consumo, tecnologia, varejo.
Eu sinto falta de mais empresas com receitas em dólar, commodities e agrícolas em sua carteira, para atuar como um hedge natural e, também, de um grande banco (além do investimento indireto através da Itaúsa).
De resto, manter uma parcela na renda fixa e manter sempre caixa para eventuais oportunidades.

Vou opinar sobre as ações individuais:

– Sanepar - boa empresa, setor de saneamento no Brasil ainda necessita de muito investimento. Sofre por ser estatal, demora a pagar os dividendos, no longo prazo creio que vai continuar crescendo. Nunca vi ter prejuízo.
– Vale - empresa cíclica, receitas em dólar, precisa acertar timing, pois depende dos preços do minério de ferro e cotação do dólar.
– Marfrig - Também tem receitas em dólar, teve bons resultados nos anos anteriores, mas não me agrada muito queimar caixa para a compra da BRF. No setor, prefiro JBS ou Minerva que são mais diversificadas.
– Vivara - nunca analisei, mas normalmente acho este tipo de empresa com múltiplos muito altos sem justificativa
– Itaúsa - boa empresa, acho uma aposta segura
– TRPL - boa empresa, receita vai sofrer nos próximos ciclos, mas boa para longo prazo
– B3SA3 - boa empresa, não vejo concorrência para ela nos próximos 2 anos.
– Trisul - no ramo de construção, prefiro outras, como Eztec. Juros altos afetam a empresa.
– Natura - não acompanho, mas acho os resultados bastante instáveis, o setor de cosméticos parece interessante, mas creio que a administração da companhia poderia ser melhor
– Americanas - não gosto, múltiplos sempre muito altos para uma empresa de varejo sem grandes diferenciais.
– Banco Inter - gosto como cliente, mas resultados ainda muito fracos para um banco.
– Cosan - Não gosto muito do setor que a empresa está inserida.
– Soma - Múltiplos muito altos para varejo
– Engie - Múltiplos muito altos para elétrica, creio que há melhores opções, como Neoenergia, por exemplo.
– Fleury - sempre achei estas empresas do ramo hospitalar muito caras para o que entregam de resultados
– Ealt (Aco Altona) - boa empresa, precisa observar o endividamento.
– Grazziotin - boa empresa, combina varejo e tem a parte agro que ajuda em momentos de juros e dólar alto.
– Bmob3 - acho cara, IPOs recentes normalmente caem
– Cogna - vem sofrendo faz tempo com os resultados. Acho que ainda demora para tão esperado turnaround.

6 curtidas

São dois pontos diferentes (bem diferentes), o caso dos FIIs e da bolsa, apesar de ambos serem considerados renda variável e muitas vezes terem uma correlação positiva.

Em relação a bolsa, a única coisa que está faltando é um método mais preciso para avaliar os seus investimentos. Eu sugiro dividendos, lucro líquido, fluxos de caixa, investimentos, valor patrimonial. Se quiser colocar só um número mo papel, vai no VPA. O mercado de ações vive de ciclos e se retroalimenta das almas que ficam pelo caminho. Sugiro isso por experiência dentro e fora da bolsa. Já passei por uma crise gigantesca fora da bolsa em 2015. Fiquei imaginando quanto estariam valendo “minhas ações na época”. Aliás, foi no mesmo período que tomei uma paulada na bolsa por estar demasiado concentrado em uma empresa. Enfim, você até comentou o termo: receitas do mercado. Mas isso não existe realmente. Ser empreendedor ou investidor são duas coisas que se confundem e quem está nisso sabe perfeitamente que a única receita pro sucesso é aquela que você vende pro vizinho.

Sobre os fundos, é uma área um pouco mais nebulosa, embora a volatilidade seja menor. Não é como investir diretamente em imóveis. A melhor analogia na minha opinião seria a de um título ad eternum com parte do valor securitizado. Mas ele vai seguir as tendências macro e acompanhar os juros de longo prazo. É um jogo mais tranquilo, mas que no modo Brasil Tende um pouco a um desequilíbrio permanente. Como são títulos de cupons mensais, embora não haja vencimento, eles vão oscilar menos do que os títulos longos mas sem cupom. O ambiente político inevitavelmente vai influenciar, mas é questão de entender a ótica sob a qual você fez esses investimentos e se ater a isso. Uma coisa que pouca gente entende, é que você pode acertar e seguir perdendo dinheiro ao mesmo tempo, até a maré virar. Leia os clássicos, as lendas nunca entraram em algo para menos de uma década.

11 curtidas

agradeço a todos pela excelente resposta. Talvez eu não tenha deixado claro o quanto eu estudei para montar minha carteira. @sr_fouquet , tenho uma planilha bastante sofisticada com indicadores de cada empresa, a qual eu mesmo montei, dando uma pontuação para os diversos critérios. Pessoalmente, acho o Valor Patrimonial por ação pouco útil, exceção feita ao setor financeiro. Gosto do EV/lucro líquido, ou ainda EV/lucro operacional, visto que o EV leva em conta o valor de mercado, mas também a dívida líquida da empresa. Enfim, esta planilha resultava em pontuação por papeis, sempre analisando com base no setor. E isto me auxiliou na hora das compras.

Por exemplo, Aço Altona (EALT4) e Grazziotin (CGRA4), ambas eu comprei por sempre retornarem entre os tops da lista, salvo a liquidez baixa. Se você analisar os indicadores destas empresas, ficará bastante propenso a comprar, visto que são empresas há um bom tempo com lucros crescentes, que pagam dividendos. Queria duas empresas com valor de mercado baixo para complementar a carteira, e estas foram minhas escolhas. Outra que quase comprei por este critério foi a Dohler (DOHL4).

Pois bem, vamos às outras:
Itaúsa e Transmissão Paulista comprei pela segurança e pelos dividendos. Os dividendos da Itaúsa minguaram de uns anos pra cá, e sei lá, já são 2 anos com os papeis andando de lado, ou de lado para baixo, visto que paguei em média 1 real a mais que o preço de tela. Transmissão Paulista considero uma das melhores empresas da bolsa, pois paga bons dividendos e possui múltiplos favoráveis. A Engie comprei por ter conhecimento mais detalhado da empresa e sua gestão, também pelos dividendos e segurança, embora inegavelmente tenha múltiplos desfavoráveis. É uma das poucas empresas “caras” do meu portfolio.

Sanepar é uma grande decepção. Empresa sempre dá lucro, os mesmos são crescentes, entretanto, o preço de tela não acompanha e os dividendos são fracos. Confesso que este espaço foi um dos motivadores para comprar Sanepar, visto que volta e meia ela lidera a lista das mais votadas da carteira CAFI. Entretanto estou com mais de 20% negativo e os dividendos nem de longe compensaram. Não entendo, pois não vejo os resultados da empresa caindo e nem os múltiplos altos.

Vale, o que dizer. Paguei quase 80 reais por ela. Mais uma que está negativa. Isso lá pra Novembro de 2020. Ela tinha acabado de postar um resultado absurdamente bom, que levava os múltiplos dela a valores quase inacreditáveis. Fiz uma análise comparativa com outros players globais. Ela retornou como a mais barata, disparado. Comprei. Mais um erro até o momento.

Marfrig - gosto do critério de comprar empresas onde nós Brasileiros somos tops globais. O setor de proteína animal é um deles. Nós somos bons nisso. E a Marfrig é a empresa ao meu ver com a gestão mais eficiente. Gosto do Molina. Os resultados da mesma foram absurdamente bons recentemente. Fui comprando. Cheguei a pagar menos de 10 reais. Mas cheguei a pagar mais de 20. Os resultados vinham bons e eu seguia comprando. Resultado, estou com um PM de uns 17 reais, os múltiplos da empresa estão absurdamente favoráveis, entretanto a dívida dela é alta e por algum motivo - deve ser a aquisição da BR Foods e a inflação - ela segue despencando. Outra que não entendo. Mais uma que estou no negativo.

B3 - comprei em 2020 pelo simples fato da explosão de CPFs na bolsa e achar que o futuro só poderia ser brilhante. Vejam a quantidade de IPOs em 2020, os resultados absolutamente expressivos. Comparei com múltiplos de bolsas internacionais. Muito mais barata, mesmo considerando um fator como “risco Brasil”. Não tinha como dar errado. Deu. PM próximo de 20 e estou despencando perto de 40%.

Natura - para mim o caso mais emblemático. Se você me perguntasse três empresas lá em 2010, 2011, para eu investir pelo resto da vida, provavelmente Natura seria uma delas. Uma das minhas compras que eu julgava mais certeiras desde que voltei para renda variável. Outro mercado que nós Brasileiros somos bons, globalmente falando. E Natura enche de orgulho né? Comprou a Avon… Aesop é uma baita marca, conheço do exterior… bons produtos, pergunte para as mulheres da sua vida e elas te dirão. Mas alguma coisa deu muito errado. Parece que não fui o único a apostar nesta integração da Avon que até então se mostrou um desastre. Mesmo assim, mesmo em meus piores pesadelos eu não imaginava 70% de queda.

Trisul - mais uma que veio da minha análise de ações. Queria uma do setor de construção civil e todas pareciam baratas. Fui para o setor de alta renda, que seria menos exposto a possíveis crises. Fiquei entre Trisul, MDNE e EZTC. Todas possuem bom histórico, bons múltiplos. Fui pela que tinha um melhor histórico de dividendos.

Cosan - mais um setor que nós Brasileiros somos bons globalmente falando. Empresa diversificada e teoricamente bem gerida. Você começa a analisar a Cosan e fica encantado. Eu fiquei. Até que não quebrei a cara. Estou “apenas” uns 10% negativo, acima da média da minha carteira.

Soma - esta comprei por influência da minha noiva. Cara, mas inegavelmente um case que está crescendo mesmo diante do momento difícil. Comprou a Hering que é uma empresa que tive lá atrás e da qual sou cliente há muito tempo. Gosto do produto, gosto da gestão. Mais uma que estou apanhando na média da carteira.

Bidi - “compre empresas que você acredita”. Sou cliente do Banco Inter e fã. Que produto bom eles tem. Acredito no case porque como eu, há muita gente que gosta e o crescimento na base de clientes é bastante expressivo. Alguma coisa eles estão acertando. Curiosamente cheguei a ter uns 100% de lucro. Esse 100% de lucro viraram uns 60% de prejuízo. O problema parece ser a baixa rentabilidade. Tenho minhas dúvidas se a gestão tem um plano de como fazer para melhorar.

Fleury - queria uma empresa do setor de saúde. Fleury foi a combinação que julguei ideal entre tradição x inovação. Em termos de inovação me refiro ao saúde ID, que julguei com um potencial maior do que se provou até o momento. Outra que estou com mais de 30% negativo.

Bemobi - queria uma empresa brasilera tech. Essa foi a única que encontrei na época com múltiplos razoáveis. Fora que adoro games. Bem, gosto de comprar coisas de setores que acredito. Comprei no IPO, coisa que sempre evitei (foi o único que entrei até hoje). Mais uns 40% negativo.

Cogna - comprei porque julguei ser a empresa de educação que entendeu que precisa ser uma empresa tech. Acompanho Cogna desde 2018 pelo menos, e o plano “tech” da empresa vem de pelo menos desde essa época. Quando a empresa caiu para 3 e pouco logo após o Covid, comprei bastante. Isto bem antes dela virar a famosinha da Internet. Ela foi subindo, subindo, e continuei comprando, crente que tinha acertado na mosca e visto antes de todo mundo. Tenho amigos que trabalham nela e contam maravilhas da gestão e dos planos para o futuro. Fui comprando mais. Meu PM hoje está em 6 reais e uns 60% negativo. Parei de comprar.

Americanas – esta errei pra valer mesmo. Comprei na expectativa das fusões da BTOW com a LAME, por talvez confiar demais na gestão do JPL, e até por, sinceramente, achar as lojas físicas péssimas, e com isso, enxergar um potencial absurdo de crescimento e melhoria. Foi talvez a única compra que fiz de maneira mais irracional. Perdi tanto dinheiro até o momento que nem sei quanto, tantas confusões fizeram até tornarem todos os papeis “AMER3”. Certamente estou com uns 70% negativo.

Vivara – É a menor posição da minha carteira. E estou apenas uns 5% negativo, um luxo. Comprei depois que tive uma experiência de compra muito positiva na loja e por estudar o case e enxergar a estratégia de verticacalização como enorme vantagem competitiva.

Com exceção da Engie, Soma, Fleury, Bidi, Vivara e Natura, as outras 14 empresas do portfolio possuem múltiplos favoráveis. Estão “baratas”. Não dá para dizer que comprei empresas caras, pelo contrário.

Não entendo bem onde errei. Talvez tenha sido azar.

Vocês argumentam bastante sobre o horizonte de tempo. Ok, de fato não comprei para me desfazer dos papeis em menos de 5 anos e só se passaram 2.

Mas uma coisa é você ver, sei lá, o Ibovespa andando uns 5% pra cima e você estar no zero a zero.

Outra é você ver o Ibovespa andando 10% pra cima e você estar 20% pra baixo. Outra é você fazer um recorte no ano, ver vários papeis subindo, e seu portfolio não andar.

É ver suas maiores certezas (Natura, Marfrig, B3, Sanepar) despencando de 20% a 70%.

É complicado. A frustração é muito grande.

5 curtidas