COGN3 - Cogna Educação (Ex KROT3 - Kroton)

Trazendo para cá a discussão do tópico Planilhas - Valuation, gostaria de consultar o pessoal que acompanha o mercado educacional sobre as vias de crescimento. O histórico da Cogna nega, mas será possível crescer sem aquisições, outras empresas tem conseguido? Desenhei um cenário onde isso seria possível, o oposto, via aquisições, seria um caminho mais incerto e provavelmente bem pior:
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Notem que a empresa só atingiu esse nível de Capex na fusão com a Anhanguera e na compra da Somos? Basicamente é colocar 2 bilhões em ensino por ano sem pisar num campo minado de concorrência.

Gostaria que o pessoal que está comprado comentasse como enxergam isso. Nessa linha, é fácil precificar a ação entre 10 e 12 reais e aproveitar para comprar nessas quedas. Mas isso também não passa de um exercício teórico.

Se alguém quiser analisar e comentar direto na planilha, vou deixar o link abaixo. Não ouvi os calls ainda, mas como administrador, me parece que a primeira necessidade da empresa seria adequar pelo menos um pouco a sua dívida. Está em 40,9% do Book Value e a média global fica em 27-29%. Pensam os gestores da mesma maneira? Esse case me lembra um pouco a BRF, mas lá colocaram o Pedro Parente e todo mundo sabia para onde a empresa ia, ainda não analisei as cabeças por trás da Conga.

Comentem.

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Isso é uma anomalia do nosso mercado, o working capital de educacionais mundo afora fica abaixo de 10%, aqui é 30%, as empresas carregam o ônus do ativo e da inadimplência, ponto bem negativo mas que poderia mudar eventualmente com foco em nichos. Só não sei se isso ainda é uma opção relevante pra Cogna dado o seu tamanho. Esse foco em B2B deve melhorar um pouco, mas teria que ver quão relevante isso pode se tornar. Talvez valha todas as fichas, talvez só algumas.

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Minha opinião pessoal é que o B2B da Platos não deve valer muito… não consigo imaginar uma cruzeiro do sul ou uma estácio usando serviço da Cogna… talvez as menores, mas parece ter uma tendência de consolidação no setor… O da Vasta pra mim pode valer muito, e provavelmente é onde a empresa espera crescer.

Sobre o setor, nunca olhei as outras, então não sei opinar…

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Comentários sobre Cogna:

Não estudei a fundo cada uma das controladas, analisei superficialmente os releases, então o seu crescimento é uma suposição que pode estar bastante errada, embora não creia que isso afete significativamente o resultado. Para Kroton e Saber assumi que os anos de 2021, 2022 e 2023 seriam de uma recuperação do patamar atingido em 2019, enquanto as demais seguem seu ritmo.

A partir disso, as empresas crescem a um múltiplo do PIB. Alto crescimento foi dado a Platos, que parece ser a queridinha da empresa e assumi um ritmo de crescimento mais robusto para Vasta.

Se houver críticas a respeito, me deixem saber.

O resultado disso tudo é um crescimento ok, muito em linha com o PIB:

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Agora vem a parte complicada, para sustentar esse crescimento, assumindo que a empresa não eleve sua rentabilidade até a lua, será preciso investir em ativos reais, e quando digo investir, digo em um patamar sem precedentes para qualquer empresa do setor.

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Não é fácil investir 1,5 bilhões ao ano. Talvez a empresa não preciso tudo isso, mas cedo ou tarde é preciso alinhar crescimento e investimento, pois um não anda sem o outro. Uma coisa que acredito que esteja no caminho da empresa, é a redução do Capital de Giro, principalmente com a redução das linhas de financiamento. De toda forma, em 2019, após a compra da Somos, a empresa reportou um ROC de 18,4%, vinha bem melhor até então. Mas nesta nova realidade, será uma média de 20,4% realista? Se errar por muito o valor da empresa vai lá para baixo ou lá para cima. Capital de risco, chamaria.

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O grande problema são as aquisições. O histórico da Cogna é de formiga que engole elefante e esse é um dinheiro do cassino, uma aposta quase aleatória, podendo surgir bombas ou excelentes surpresas. Esta na natureza e também é uma necessidade da Cogna realizar aquisições. Provisionei 2,5 bilhões em ágio num período de 10 anos. Isso é relativamente pouco. Dependendo do negócio que é fechado, esse valor de ágio representa 70, 80, 90% em comparação aos ativos líquidos adquiridos.

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Onde isso vai mais impactar é na trajetória da dívida. Neste ritmo, consegui trazer a COGN para uma média de mercado, um pouco acima ainda, só é preciso saber se esta é uma meta da empresa. Pois deveria ser, a cobertura da dívida dela não corresponde ao rating que lhe é atribuído, além de ser baixo para uma empresa de natureza cíclica.

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Confesso que o preço alvo gera muitas incertezas. Para quem investe na empresa ou pretende investir, meu conselho seria pesquisar profundamente sobre quem são os gestores da empresa, olhar com mais atenção cada aquisição ou fusão que foi feita. Cogna é uma holding, esta é sua essência. Até imagino que o crescimento a todo custo que a empresa buscou tenha tido a finalidade de chegar a este ponto: é um ativo de educação em mercados emergentes, país: Brasil. Exigiria uma boa margem de segurança, o valor da empresa vai depender dos seus investimentos, que não são tão óbvios nem tão fáceis: pode valer muito mais, como todo o valor da empresa pode ser destruído em maus negócios.

Minha estimativa de preço alvo:

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O Valor Absoluto representa a perpetuidade sendo substituída pelo PSBe com os dados projetados de 2030, sendo que teve o deságio do patrimônio líquido. O EV/Ebitda é a própria média mensal de COGN entre jan-17 e dez-19. O EV/Sales é a média dos últimos cinco anos do setor de educação em mercados emergentes. O Fluxo de Caixa merece um capítulo a parte é conforme segue:

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E alguns dados da empresa no seu valor justo de R$10 por ação:

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Se alguém me perguntasse se compraria Cogna: não, não compraria, não é um negócio previsível a longo prazo, é 100% dependente de gestão, realizou diversas emissões ao longo dos anos, se colocou em uma situação difícil com a compra da Somos. Não acho que valha a pena por preço algum, principalmente se há outras oportunidades com upside semelhante. De toda forma, ninguém pode negar que há uma boa margem de segurança para essa ação.

O menor valor justo foi pouco acima de R$9 e o maior foi próximo a R$12. A última cotação da empresa estava em R$4,03 quando escrevi este texto.

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Tava olhando a apresentação institucional e o foco deles é plataformas mesmo…

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Sim, até colocaram a Kroton classificada como “geração de caixa”. De fato, a quantidade de alunos presenciais está estagnada há vários anos.

Complementando, segue também a projeção do DY, considerando payout de 40%:

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Parabéns pelas análises feitas na COGN. Realmente, pelo descrito é um ativo mais arriscado, mas não é comum também plataformas e/ou escolas do exterior se fixarem no Brasil. Então a concorrência maior são com empresas daqui do Brasil mesmo e o ROE da Cogn não é tão ruim, se ela focar e tiver êxito neste setor de plataforma de ensino, aí ela pode entrar como uma fintech e o valution ir pra lua, concordam?

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Isso é possível, vai depender das decisões do time de gestão, esse é um dos problemas. Outro ponto é que quanto mais high quality são os ativos que ela adquire, mais ágio ela irá pagar e maiores as probabilidades de emissões (é fácil a empresa pagar com ações e a COGN fez muito isso), além de muitas vezes os preços serem exorbitantes nesse setor.

Ela tem a Platos, parece ser algo nessa linha e possui margens muito boas, o difícil é ela se tornar relevante perto da Kroton, mesmo que cresça mais rapidamente. O cenário que eu consideraria ideal para a COGN é fazer zero aquisições, focar apenas na expansão do que ela já tem. É o que sai mais barato e menos arriscado para o acionista.

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Vendo por esse ponto. Ainda bem que a Cogn não comprou a rede dom bosco e o coc.

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A Platos tem margens boas, mas o único cliente dela é a Kroton. Enquanto não venderem pra alguém de fora, fica difícil saber se são reais mesmo.

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Estava tentando decifrar a história e as subsidiárias, pelo que entendi a Vasta era um pedaço da Somos?

Galera, estou prestes a desfazer da posição em COGN3…

Seguindo a tradição, se preparem para o foguetinho partir…deve começar a subir a partir de segunda-feira kkkkkk

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Vou esperar então, kkkkk

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Eu reduzi 50% em 3,73 aí.caiu até 3,48 e depois subiu kkk. Tenho umas opções para novembro e outubro strike 5 baixo.

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Vai vender muito barato, tenho o BRSR em posição parecida. Não sai do lugar, em 12 reais, meu preço médio em 16 e o preço alvo em 36 reais. O prejuízo de vender no caso não seria de 4 reais, mas de 24 reais por ação. Não faz sentido.

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Já que segurou tanto, ao menos espera até o resultado na próxima semana. Deve causar volatilidade e pode aparecer uma boa oportunidade.

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:face_with_raised_eyebrow:

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Essa eu já desisti de acompanhar cotação. PM em 8,xx. Não compro mais, mas também não vendo. Quero nem saber. Agora vou manter até recuperar, seja o tempo que for preciso.

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adoro empresas que ficam mudando o dia do resultado :thinking:

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