Debate sobre Carteiras - 3ª parte

Sobre a RANI3, tem muita informação aqui: RANI3 - Irani

Aconselho ler principalmente as postagens do @sr_fouquet e do @vkjr.

Mas, meu resumo sobre a Irani é: múltiplos baixos (EV/EBITDA < 4, por exemplo) que dão muita margem de segurança para uma piora no cenário atual; tendência de substituição do plástico pelo papel, agregado ao crescimento do e-commerce; Projetos Gaia de I à V, buscando aumento da produção e redução dos custos (tanto de energia quanto com a menor dependência futura de insumos); baixa alavancagem; características do setor com a dificuldade de se aumentar a Oferta rapidamente; e, pra quem gosta, deve se tornar uma excelente pagadora de dividendos. Eu demorei muito pra acreditar na empresa, mas agora tô mais que convencido da capacidade dela.

É tentador comparar SUZB, KLBN e RANI; mas, ao meu ver, são empresas até certo ponto bem distintas. A SUZB é muito mais exportadora e mais focada em celulose, a KLBN é um meio termo e com os investimentos atuais bem fortes pra se tornar menos “commoditiesada”, já a Irani é mais voltada para o mercado interno e a menos “commoditiesada”. Eu não vejo problema nenhum em ter as 3, mas, na minha opinião, a SUZB teria que ter um desconto em relação a KLBN.

Sobre a Klabin, a empresa é bem alavancada mas o perfil da dívida eu considero bem tranquilo. A empresa tem projetos enormes que levaram bastante tempo consumindo caixa e que começaram a gerar caixa agora: a primeira máquina da Puma 2 está trabalhando a 77% e fica a 100% no 3T22; a segunda máquina só começa a gerar caixa no 2S23. O diferencial de ter a Klabin seria: uma parte da receita é dolarizada (cerca de 50%), assim eu tenho alguma exposição na minha carteira ao mercado global; já tem crescimento contratado, o que diminui o risco ao termos bastante margem de segurança, até mesmo porque os múltiplos atuais já são bem descontados; grande aumento da produção de embalagem biodegradável (substituto do plástico) que deve aumentar em muito a demanda nos próximos anos; e, pra quem gosta, tende a se tornar uma boa pagadora de dividendos.

@adamsmith, realmente parece ser muito arrojado estar 100% em renda variável, mas na minha carteira chovem empresas com P/L 5-7 (e/ou EV/EBITDA 3-6): BBAS3, LOGG3, JBSS3, SAPR3, NEOE3, ALLD3, EVEN3, MDNE3, ALUP3, RANI3 e FHER3 (já vendida para EuroChem). E ainda tem PCAR3 que estaria com um EV/EBITDA de 1,5 considerando o recebimento da venda dos imóveis para o Assaí. O que tem de mais arriscado é: INTB3 (já pensei em vender várias vezes) que realmente tem bastante crescimento embutido no preço atual e a LVTC3 que é uma empresa jovem.

Seria interessante que outros foristas compartilhassem a carteira atual também: @vkjr, @ricardotgo, @adamsmith, @joao58, @sellous, @salles, @mickey e todos que se sentirem à vontade…

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