RANI3 - Irani

Entrou no radar recentemente com a conclusão da emissão de debêntures, então vou abrir o tópico de discussão da empresa.

Se alguém estiver acompanhando, por favor deixe suas impressões.

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Nunca ouvi falar.
Ainda não abri o link, mas inicialmente lanço uma provocação:
Com os preços da celulose baixos, empresas menores tem pouca competitividade e podem ser engolidas pelas gigantes. Com KLBN e SUZB também aqui no Brasil, imagino que o risco de se investir na RANI seja muito alto.

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É cedo para eu dar uma opinião muita certa, mas lá vai uma visão de mercado:
A cadeia do setor funciona mais ou menos assim:

  • Madeira, baixo retorno e conservador, é estratégico apenas manter produção de matéria-prima.
  • Celulose, primeiro ciclo da cadeia e onde se consegue a maior margem, pois da celulose para o papel não tem muita diferença de preço, não sei hoje com essa queda. O problema aqui é a exposição mais sistêmica ao mercado e dependência de exportações.
  • Papel, segunda etapa e os retornos são ainda muito bons, mas um pouco menores, reduz um pouco a exposição sistêmica, mas no caso da Klabin p.e., com o volume que estão pensando em produzir, vão depender fortemente de exportações.
  • Papelão Ondulado, praticamente não há ganho de margem em converter papel para P.O., mas você está incorporando o lucro de toda a cadeia e fornecendo produto acabado. Suas margens caem, mas virtualmente todo o lucro está lá dentro. O risco a meu ver volta quase a ser o do produtor de madeira.

Klabin é o maior produtor de papel e P.O. do Brasil, mas há anos não investe em P.O., pelo motivo que apresentei. Então mesmo com o mercado mais concorrido, eles não devem aumentar a produção nesta área, mantendo oferta/demanda mais ou menos estável. O preço do P.O. pelo que li no 3T está na mesma. O foco da Irani é papelão ondulado, então neste ponto não vejo aumento de competição.

Falta ver todo o resto, pois a empresa inspira bastante desconfiança.

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Acho que conclui a análise dela, pelo menos no que deu para ver, se alguém tiver interesse trago alguns números (não cheguei a fazer preço alvo), mas os pontos negativos superam os positivos a meu ver:

Pontos positivos

  • O novo modelo de remuneração variável obedece a fórmula ((8 x Ebitda) - Dívida Líquida) do período presente contra o anterior. Isso faria os executivos ganharem bastante com redução da dívida.
  • A emissão de debêntures alongou o perfil da dívida e está quase toda em moeda nacional, isso vai reduzir bastante a volatilidade dos resultados financeiros e a empresa deve começar a apresentar lucro assim que zerar a hedge accounting.

Pontos negativos

  • Se seguirem firmemente uma política de redução da dívida, vão levar pelo menos 5 anos para deixar num patamar mais aceitável. Até lá as incertezas da gestão quintuplicam.
  • É uma empresa familiar, o que costumo achar positivo, mas neste caso não. O conselho de administração é formado por dinossauros e a diretoria por cachorrinhos.
  • Não há muita informação sobre a empresa para ter uma visão mais clara: Qual nível de dívida julgam confortável, existe alguma meta? Vão fazer algum investimento relevante e inesperado? Com 10% de free float é difícil achar respostas.

Enfim, acho que é isso, deve haver algum lucro na ação, mas vou passar a vez. Alguém mais otimista?

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Ótima análise, parabéns!

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Cavando um pouco mais, pode ser que tenham mais alguns pontos a favor a serem considerados. Enviei um e-mail para o RI, mas pelo visto não foi e sumiu, de todo modo acho difícil responderem:

  • Venderam 10.300 ha e 767,7 m3 de ativos biológicos no RS em setembro que totalizaram R$93 milhões e ainda não entrou no balanço.
  • Em setembro encerraram as operações na unidade Vila Maria (26% da receita de P.O.) e consta como imóvel próprio, possível venda?
  • Em outubro foi reconhecido crédito tributário de R$143 milhões pagos em 2 anos.
  • Em dezembro saiu fato relevante de notícia no Valor sobre possível emissão de ações.
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Agora que eu vi que já tinha um tópico. Acabei de entrar no papel. Alguns motivos para meu otimismo:

  1. setor ótimo, em bom momento (e-commerce e caixas para exportações)
  2. Brasil é o país mais competitivo em celulose no mundo.
  3. Fizeram followon, que ajudará nas despesas financeiras (que sempre atrapalhou a empresa) + investimentos em expansão e redução de custos
  4. Possibilidade real de serem comprados
  5. Baixo valor de mercado - se alguém grande quiser entrar, papel valoriza.
  6. Ano que vem já deve virar uma boa pagadora de dividendos.

O que acham? @sr_fouquet? @cadu? @matheuspiedade?

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sempre foi patinho feio… Fiquei tentado a entrar, mas pensando melhor aqui…
Valuation não é dos melhores não… mas é uma empresa que tem agora maiores chances de engrenar.
Acho que não deve virar boa pagadora de dividendos tão cedo, ok que a dívida está melhor controlada, mas provavelmente vai querer crescer, já que escala conta no business.

Bem, Eleven e Empiricus estão indicando compra… talvez o fato da empiricus indicar que está me deixando mais propenso a não entrar!! :wink:

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eu to esperando ela ter alguns resultados de melhora pra entrar…
prefiro esperar a melhora começar a acontecer do que entrar agora

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Sobre Valuation: usando comparação de múltiplos, a companhia se encontra assim (anualizando o último Ebitda):
Ebitda Anual: 222MM
EV (já incluindo a subscrição): 1,3 bi
EV/EBITDA: 5,9

Para se ter ideia, Suzano tem EV/EBITDA de 15 e Klabin de 9,7 (também tenho Klabin).

Com o valor do followon, empresa deverá melhorar muito seus custos e evoluir em receita, além de sofrer menos com despesas financeiras (ao contrário de Klabin e Suzano, ela não tem dívida relevante em dólar).

Minha preferida do setor é Klabin, uma de minhas maiores posições da carteira e não pretendo mudar isso. Mas como gosto do setor, iniciei aposta da Irani também, pois acredito que teremos apenas boas notícias no horizonte próximo (além de valuation atrativo - mas de fato não fantástico): migração para novo mercado, melhorias operacionais, potencial aquisição (ela adquirindo ou sendo alvo).

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Já tem um tempo que não olho o ativo. Vou analisar neste final de semana.

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Boa, Edu! Se possível, incluir 405MM a menos na Dív. Líquida devido à entrada de recursos do followon que ocorreram após resultado do 2 tri/20. Abs

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Não tinha visto essa emissão de ações, eles lançaram debêntures no ano passado e pelo visto gostaram. :slight_smile: É a que tem o melhor perfil de dívida e a melhor estrutura operacional de longe no setor, pelo menos na minha opinião. Única que ainda é verticalizada e entrega produto final. Mas por enquanto estou só acompanhando, o setor como um todo está passando por um bom momento, o que é ruim para quem está de fora. Acho que deram sorte de fechar a fábrica da Vila Maria e isso coincidir com um melhor preço de papel no mercado externo, sobrou produto e o lucro estava bom. Com a queda do dólar espero uma baixa. Não gosto de empresa que emite ação e a Irani é um pouco ruim nesse quesito transparência, o que deve melhorar agora entrando no NM, mas preciso ver melhor o que são estes projetos de R$1,2 bilhão. Quanto a venda, quem controla é a família Druck do grupo Habitasul, empresa familiar é sempre raro e problemático ocorrer venda.

Desde esse dia, papel já andou uns 25%. Várias casas de análise passaram a cobrir e recomendar o papel, como CS e XP. Definiram a política de dividendos com payout de 50% e pagamentos trimestrais (já devem pagar mais do que nossa renda fixa). Acabaram de marcar assembléia para migração das PNs em ONs é posterior migração ao Novo Mercado.

Acho que papel seguirá em boa tendência de alta.

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Pessoal, acabamos de publicar nossa primeira matéria sobre a Irani, explicando melhor o que ela faz, suas vantagens competitivas e resumo dos números. Espero que gostem:

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Tenho conversado com muitas pessoas do setor: há falta de pepel e papelão ondulado no mercado (produtos da Irani).

Empresa possui alguns gatilhos interessantes no curto prazo:
Resultado do 3 trimestre (deve vir muito forte) - final do mês
Dividendos (empresa começou a pagar dividendos trimestrais, com payout de 50%)
Migração para novo mercado: previsto para Novembro

Acho uma combinação única de fatores: setor resiliente e com perspectiva de crescimento, baixa dívida, pagadora de dividendos, ambientalmente correta (usa papel reciclado e gera crédito de carbono), baixo valor de mercado (1,2 bi). Vi poucas vezes tantos fatores positivos juntos em um mesmo momento. Difícil saber se (e quanto) irá subir, mas o risco de perder dinheiro na cotação atual é muito baixa.

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Não tinha atentado a questão do payout com alavancagem abaixo de 2,5x. Tenho acompanhado ela há tempo, agora foi.
Comprado!

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Não irá se arrepender. Calculo DY próximo a 6% começando agora ou no 4 tri.

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Só para avisar: comprar rani3. Rani4 será convertida em rani3 1 para 1. Está mais cara por pura distorção de mercado.

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Sim, tinha visto sobre a emissão e NM desde a sua última mensagem, levei a ON mesmo. O risco está muito baixo com essa emissão + debêntures. Estrutura de capital ótima, não vai ser difícil atingir resultado líquido, mesmo após os investimentos, que se forem no mínimo em linha com o ROIC atual, vão pagar um DY decente e sustentável, o que destaca para mim é o operacional verticalizado (diferente de Klabin, que virou papel, e Suzano, que é só celulose). É a mais acíclica do setor.

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