Debate sobre Carteiras - 3ª parte

Acho que quando postarem as carteiras, o pessoal pode contar um pouco sobre o perfil, o que espera dos investimentos, prazos. Qualquer coisa já ajudaria.
Porque da para montar uma carteira boa focada em dividendos e uma carteira boa focada em small caps por exemplo.

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Concordo com quase todas as colocações do @sr_fouquet.

Eu acho uma perda de tempo ter qualquer coisa que represente menos de de 3% na carteira.

Quando eu iniciei na bolsa, eu tinha uma regra que era ± a seguinte:
3 ativos com 12% cada = 36% (bancos, energia, saneamento)
4 ativos com 8% cada = 32% (varejo, indústrias)
8 ativos com 4% cada = 32% (turn arounds, cíclicas, “pimentinhas em geral”).

São 15 ativos e fecha 100. Pode ser um norte, se você gostar.

Hoje eu acho 15 ativos muito, para o meu perfil. Gosto de ter de 10 a 12 ativos: mais concentrado, menos empresas “redundantes”, menos trabalho pra acompanhar.

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A bolsa brasileira é pequena, acho que temos 400 ativos hoje mais ou menos. Ou seja, uma carteira típica como as que recomendam nos EUA, com 30 ações, seria 7,5% de todas as ações e provavelmente uns 25% de tudo que valha a pena sequer olhar.

Na prática, acho que se obtém bons resultados e tranquilidade emocional para a maioria das pessoas tendo entre 3% e 10% do patrimônio total em uma única empresa, considerando todos os investimentos. Claro que aí falando a longo prazo, dentro de um planejamento. Às vezes estamos iniciando ou fazendo uma transição tentando aproveitar um momento.

Prefiro pulverizar em renda fixa, já que é tudo ou nada.

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@cadu, uma curiosidade.

Quando vc identifica que o IBOV tá em viés de alta, qual a porcentagem de alocação para FIIs? E o contrário, quando tá em viés de baixa, quanto fica pra FIIs?

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Não teria um percentual fixo já pré estabelecido sobre isso.
A ideia básica é diminuir o percentual em ações e aumentar em FIIs em tendencia de baixa do IBOV, e vice versa. Mas isso tb não é uma regra, por exemplo, no auge da crise covid, mesmo com IBOV em forte viés de baixa, comecei aumentando a exposição em ações após perder os 80k (senão me falha a memória, sendo a ultima compra a 65k aprox), pois a queda já tinha sido muito forte.

Em linhas gerais diria que a tendência do IBOV costuma me dar um norte no peso das alocações Ações x FIIs, mas movimentos muito exagerados no curto prazo tendem a abrir uma boa janela de oportunidade para se posicionar contra a tendência.

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Liquidei minha posição em ITSA4 e somado ao aporte que faria na semana que vem, optei por deixar na RF.

Vou aguardar algum burburinho no mercado para voltar às compras. De olho em TRPL4, CPLE6 e SANB3.

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Bom dia!
Se vc não se importar, poderia explicar pq decidiu encerrar posição em ITSA4?
Obrigado!
Abcs!

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Comprei no início do ano com foco em dividendos, entretanto a companhia já sinalizou que os dividendos ficarão em segundo plano daqui em diante, além disso essa aquisição da CCRO3 não me agradou.

Enfim, com menos de 2 meses, a ação valorizou quase 15%, por isso optei por encerrar posição pra fazer caixa, visando outras oportunidades.

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Obrigado pela resposta!
Tb a tenho pelos dividendos mas acho que não vou vender agora. Apenas manterei posição. Vamos ver o que vai rolar…
Valeu!
Abcs!

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Sobre as questões levantadas em relação a pulverizar a carteira em vários ativos, eu discordo um pouco da maioria por 2 motivos:

1 - Muitas vezes nossa carteira está em formação, então um ativo pode ser apenas 1-2% hoje, mas pretendemos chegar a 8-10%. Não acho ideal já colocar um ativo na carteira com percentual tão alto porque em caso de quedas acentuadas teríamos que ficar “overexposed”. Eu mesmo fiz isto de parcelar as compras com MDNE3 e EVEN3: comecei com 3% considerando as 2 juntas, aí elas tiveram sua cotação despencando e na medida que caiam eu fui aumentando a posição; hoje já são 8,5% juntas, estou no lucro em ambas e pretendo chegar em até uns 12% em construtoras. Outra que eu fiz isto foi a LVTC3, estaria num prejuízo enorme se tivesse comprado tudo que queria no início, mas, como parcelei as compras, já estou quase no 0 a 0! Em contrapartida, tive que aumentar KLBN4 pagando mais caro e só consegui montar 40% da posição que queria em AMBP3, que disparou recentemente; mas faz parte.

2 - As operações podem maturar em tempos diferentes ou oportunidades podem surgir sem que seja previsto. Por mais que possa haver alguma correlação entre vários ativos e alguns índices, muitas vezes isto não acontece. Por exemplo, recentemente vendi INTB3: eu ainda acredito na empresa, vejo muito potencial, mas diante de outras empresas ela ficou cara, na minha opinião; já a AMBP3 é uma empresa considerada “cara” mas tem maior potencial de crescimento, tem apresentado melhores resultados e estava com múltiplos melhores na época que comprei ela em relação à INTB3.

Em resumo, assim como existe o risco de queda de um ativo que entramos, existe também o risco de alta de um ativo que temos interesse e não entramos. Portanto, se tenho interesse em 5 empresas num determinado momento, eu prefiro comprar as 5 na hora do aporte com percentuais menores do que escolher só 1 ou 2 com percentual alto; assim, na época do próximo aporte eu posso priorizar as que considero mal precificadas, ou até posso vender alguma que tenha “maturado” ou esteja relativamente mais “cara”.

Só não concordo em diversificar por regra, cada ativo que entramos tem que fazer sentido pra nosso perfil/carteira. Minha carteira hoje tem 20 empresas.

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Vou aproveitar e fazer uma atualização já que aconteceram algumas mudanças importantes na minha carteira.

A principal delas é a questão do PL em RV. Estava em 85% quando eu fiz o post em 20/02 e hoje está em incríveis 70%. É o meu menor percentual em RV desde 2018, eu acho.

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Eu tô com put vendida de Hypera e com boas chances de ser exercido na totalidade, o que vai fazer meu percentual de RV cair ainda mais. Contudo, eu pretendo recomprar se o mercado permitir, já que gosto bastante do ativo.

Quanto à RF, que eu tinha somente como reserva de oportunidade, isso mudou bastante. Hoje eu tenho 6% do PL em LIGs (3, 5 e 7 anos). Consegui pegar LIG pagando IPCA + 6,03 na Ágora. Como é isento de IR, achei que valia muito a pena. Também tenho alguma coisa em CDB pré-fixado de 1 ano, e mais umas besteiras em LCI.

Hoje eu considero que 15 % do meu PL é RF que enxergo como investimento e 15% é reserva de oportunidade.

E eu estou caminhando para algo nesse sentido aqui:

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Creio que nunca vou abrir mão 100% do stock picking, mas creio que em uma década, investimentos em ETFs serão bem mais representativos na minha carteira do que é hoje.

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legal… eu já decidi que aqui no BR de RV vou manter stock picking e uns poucos fundos de ações, lá fora, que estou começando agora e pretendo chegar a uns 40% vai ser só ETFs. Sem condições de ficar analisando e conhecendo historinha de milhares de empresas lá fora, e ainda saber se está valendo a pena comprar ou não.

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A estratégia depende muito do fator tempo também no sentido macro. Para quem não tem um fluxo relativamente alto de aportes, estabelecer algumas bandas e focar em classes de ativos pode ser o melhor caminho. Muita gente sugere isso para quem ainda está começando ou está no meio do caminho. Aí o sujeito, exagerando, compra SPX a 5.000 com dólar a R$6,00, porque precisava alocar 25%, por exemplo, em ativos no exterior.

Quando analisamos o perfil, é um investidor iniciante ou intermediário, atingindo a maturidade na sua vida profissional e com grandes perspectivas pela frente. Se colocássemos o patrimônio atual mais os aportes futuros em uma janela de 10 anos, seria loucura estar 100% em ações ou renda fixa, com quatro, cinco, seis papéis em carteira? Penso que o investimento no exterior teria o seu tempo de acontecer.

Sobre ações no exterior e ETFs, tenho dois rápidos comentários. O mercado americano é muito repleto de informações, então ou isso nos dá a sensação que tudo está precificado, ou que não estamos fazendo o melhor negócio. Vá ao supermercado, olhe nas ruas, observe: é mais eficiente do que rodar uns screener com milhares de ativos.

ETFs estão se procriando como coelhos. A ideia é permitir ao investidor focar no macro, reduzir os riscos individuais e cobrar uma pequena taxa. É o investidor do The Economist. Na minha cabeça as duas coisas não funcionam juntas; ou se tem uma cabeça de empresário, investe em um negócio, olha o balanço e não a cotação, espera 10 anos, vive os bons e maus momentos, ou se investe em uma ideia e o único respaldo que se tem é se o valor da cota caiu ou subiu. Você pode até estar certo no final, mas o endurance para aguentar os solavancos está mais nas ações, sem sombra de dúvida.

Buffer sempre sugeriu o S&P 500 como o melhor investimento, mas nunca investiu um centavo em índice.

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@sr_fouquet

No meu caso é basicamente o seguinte: eu tenho disposição e interesse para fazer stock picking, acompanhar empresas. Também tenho bastante estômago para aguentar as quedas. Nada disso é um problema pra mim… HOJE.

Eu estou me preparando para quando eu atingir um patrimônio que me permita ter liberdade financeira. Quando eu atingir esse nível de liberdade, eu quero ter a liberdade de não precisar mais fazer stock picking também. Se eu continuar fazendo, que seja exclusivamente porque eu me mantenho motivado e contente com a atividade e não por uma necessidade.

Eu considero que um bom mix de ETFs globais, brasileiros e de Renda Fixa podem garantir uma tranquilidade financeira muito grande para quem já tem um patrimônio relevante, sem muito esforço.

É nesse sentido.

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O VT em reais segue derretendo, estamos iniciando o quarto mês de queda. Em termos de tempo, já estamos em preços de dez/2020

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Ainda bem que eu não me desesperei no ano passado e migrei tudo de uma vez pro exterior. Venho fazendo isso aos poucos, mês a mês.

Meu preço médio do VWRA (versão irlandesa do VT) está praticamente no zero a zero em dólar, e meu câmbio médio dólar x real está em 5,29 (alto mas ainda bem longe do pico).

Seguirei fazendo minhas remessas regulares.

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Ah, sim! Esqueci de comentar os pontos do Fábio.

Eu não discordo de nada do que você falou, mas eu tenho outra abordagem. Quando eu estabeleço o tamanho de uma posição na minha carteira, eu penso mais em um “range” do que em um percentual fixo.

Na minha cabeça é mais fácil comprar “entre 4% e 8%” de um ativo do que exatos “6%”. Sendo assim, quando algo está MUITO BARATO, eu já compro próximo à faixa inicial do range (4%, nesse exemplo). Se cair, esse percentual vai caindo e eu vou comprando até o limite da faixa superior. Eu não tenho problema algum em ficar over em ativos que eu gosto e acho barato. Se voltar a subir rápido, eu faço uma vendinha parcial.

Só que esse tipo de estratégia é mais fácil quando você tem menos ativos, já que a grana do aporte (no meu caso) é bem limitada.

Eu gosto de duas abordagens:

  1. poucos ativos em que você acredita bastante para fazer “apostas” mais significativas.
  2. metade do PL em ativos mais sólidos e a outra metade “pulverizada” com ativos com potencial explosivo.

A única coisa que eu não vejo sentido é ter menos de 3% do PL de renda variável em um ativo. Eu acho que não vale a pena ter 1% num smallcap para ela dobrar e virar apenas 2%. Acho que é muito trabalho para pouco retorno.

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Também vejo como um limite inferior esses 3%, embora em alguns casos possa fazer sentido, como uma compra casada ao investir em determinado setor onde há um investimento de longo prazo sólido e uma barganha mais arriscada: algo como 8% em PTBL e 2% em ETER para dar um exemplo. 10% é um número bem razoável quando acredito no que estou fazendo. Natural se ver com mais aqui ou menos ali, mas uma carteira de 10-12 ativos vai ter o core dela nesse patamar. A pulverização é até recomendada em renda fixa, por mais “seguro” que possa parecer, é uma aposta binária.

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Fala galera, estou avaliando a possibilidade de iniciar posição em NASD11 e BIJR39 (Small Caps SP500), acredito que seja uma maneira bacana de diversificar nas ações americanas.

Tenho 15% do meu patrimônio exposto em BDR’S, no entanto nenhuma delas faz parte desses índices, então creio que vai ficar com uma boa diversificação. A intenção seria ficar com 15% do PL nesses dois ETFs. Ficando a composição da carteira da seguinte forma:

  • Ações BR: 40%
  • BDR’s: 20%
  • ETF’s: 15%
  • Criptos: 15%
  • Caixa: 10%
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Sim, com certeza pode fazer sentido em algumas ocasiões. Por exemplo: eu resolvi voltar pra cripto, mas dessa vez vou comprar via ETF mesmo. Eu tinha pensado em comprar QBTC11 e QETH11 por causa da taxa de administração. Como eu quero ter 5% do PL de RV em cripto, nesse caso eu compraria 3,5% em QBTC11 e 1,5% em QETH11. Mas na minha cabeça, são um ativo só.

No fim das contas, eu acabei desistindo e comprei HASH11 mesmo, mesmo tendo taxa maior e eu não gostando dos outros ativos. Comodidade tem seu preço.

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