Diversificação

Criei este tópico voltado para um assunto recorrente, que é a estratégia de diversificação da carteira de ações e também do portfolio como um todo, de estratégias para hedge entre ativos descorrelacionados, de exposição para ações de alto risco, as tenbagger etc.

O propósito foi um pouco autoditada, pois como tenho planejamento para aportes relevantes nos próximos dois anos, surgiu a questão conceitual de comprar ou pelo menos provisionar para a compra de novas ações.

Acabei elaborando alguns modelos que espero possa acabar ajudando quem esteja com este tipo de dúvida. São todos modelos teóricos e não para serem seguidos a risca e também voltados para o tipo de AF que a maioria segue aqui no fórum. Em todas dá para perceber o conceito do carro-chefe, que é um conjunto de algumas empresas que concentra uma fatia relevante dos investimentos. Enfim, a idéia não é carteira de buy and forget.

Além disso, em todos os casos, está pressuposta uma alocação que é considerada saudável de cerca de 50% a 67% em ações.

Carteira Iniciante ou Recém-Iniciada, 5 ativos
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Carteira Jovem, para quem tem boas perspectivas de poupança pela frente, 7 ativos
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Carteira em consolidação, de meia-idade, 9 ativos
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Carteira madura, aposentadoria ou sem previsão de aportes, 11 ativos
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Não cheguei a uma carteira de 12 ações, pois como sabem, Judas traiu Jesus. :grinning:

Fico o espaço para discussão e novos temas relacionados.

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@sr_fouquet pelos seus posts, vejo que tem muita experiência e maturidade… obrigado pelas valorizas contribuições sempre… importaria de informar sua idade e segue alguma dessas proporções de carteiras propostas? Obrigado novamente!
Eu ainda estou tentando reduzir a quantidade de ativos, mas não está fácil, tenho sérios problemas em me desfazer de ações…

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@sr_fouquet excelente iniciativa.
Tenho sempre dado bastante atenção em seus posts. Vc demonstra ter um sólido conhecimento em investimentos.

Ideas worth spreading!!!

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kkkkk nunca tinha pensado por este lado rs
Achei excelente as opções de diversificação.

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Ótimas opções… bem interessante e instrutivo…
Eu particularmente, não consigo ter poucos papéis… estou com 18 ações na B3 e 9 FIIs. (mais algumas ações no exterior)…

Acho que a diversificação proposta, mais concentrada em poucos papéis, funciona em um modelo de alocação de menor risco, com blue chips,empresas de valor / dividendos. Ter uma carteira com poucos papéis e com small caps, pode corroer o patrimônio.

Costumo dizer que está ok ter tantos papéis quanto consiga acompanhar… Se tem investimentos de alto risco, tenha mais ações para mitigar esse risco.

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Essa é uma figura interessante que é sobre efeito da diversificação na proteção da volatilidade do portfolio… após uns 15-20 papéis, basicamente a adição de novos ativos não reduz volatilidade da carteira, sobrando apenas o risco sistêmico de mercado. Lógico, isso pressupõe equilíbrio em posições e similaridade de risco dos ativos.

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Também não consigo ter poucos papéis, Agora tenho umas 20 ações, entre 5-20 FII, e umas 20 ações nos EUA.

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Dentro destes modelos, minha carteira estaria próxima da segunda opção, uma carteira jovem, apesar de já ter seguido outros critérios de diversificação no passado, hoje estaria em transição para uma carteira em consolidação. Tenho 32 a propósito.

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Respondendo aos seus dois posts, @maicon. Isto é algo que havia argumentado anteriormente, a quantidade de ações é mais um critério matemático de risco sistêmico (beta) do que feeling propriamente. E o propósito seria realmente levantar esta discussão, pois há uma abordagem por ativo em si no critério de diversificação, mas nada impede que seja discutida uma abordagem diferente, por setor, por exemplo, sabendo que você costuma se expor a critérios macros selecionando mercados específicos e se expondo a um punhado de empresas dentro d’aquele grupo. Ou a pulverização em turnarounds ou empresas de alto risco. Para quem tem conhecimento no assunto, poderia elucidar um caminho a seguir para investimentos em empresas como Oi e Viavarejo.

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Amigo, cada cor tem um significado?

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U$ 242 bilhões

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U$ 6,5 bilhões, o cara do documentário da indústria farmacêutica

Bill Nyrgrenn
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U$ 15,4 bi, estratégia de ativos diversificada, com foco setorial

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É só a cor padrão do excel

Muito bom @sr_fouquet. Parabéns.

Tenho uma carteira jovem.
Quero adicionar uma small cap na minha carteira.

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Barbell do Nassim Taleb

Uma estratégia de investimentos nesses que se aplica a esses ativos é a estratégia “Barbell” do Nassim Taleb. Consiste em ter, digamos, 90% do capital investido em ativos de baixo risco, e 10% em ativos de altíssimo risco. Os 90% te dão uma certa preservação de patrimônio, enquanto os 10% podem alavancar a carteira no momento de virada,

Um pouco da minha visão pessoa sobre risco-retorno e empresas de turnaround:

Entendo que quanto maior o risco, maior o potencial de retorno, mas tb maior a probabilidade de perda. Mas há uma certa assimetria em relação a risco-retorno para ativos de maior risco. Apesar de não termos como quantificar adequadamente o risco, bem, risco é avaliado de forma indireta pela volatilidade… Então, na média, um portfolio de alto risco (entenda-se volatilidade) tende a performar melhor do que um de baixo risco ao longo do tempo, apesar de algumas ações específicas poderem virar pó. Assim, quanto maior o risco, maior tem que ser a diversificação dessa fatia.
Assim, se alguém quer constituir um portfolio com 80% de blue chips e 20% de small caps, é sensato ter, por exemplo, 8 açoes blue chips (10% cada), e umas outras 8 small caps (2,5% cada).

Na estratégia de investir em turnaround é semelhante à estratégia de small caps, mas com risco/volatilidade maior. O mesmo se observa fora em setores como de junior miners e biotech… Ou seja, as empresas podem ter suas ações subindo 10x ou virando pó… Aí tem um ponto interessante, tua perda é limitada ao capital investido (100%), mas teu ganho pode ser ilimitado… digamos 1000%. Posso ter uma tese que leva à Oi a poder subir 10x, ou à VVar subir 10x (assim como havia teses da OGX subir 10x), mas quero proteger perda irreparável de patrimônio… assim eu comporia um portfolio de turnaround com ações que entendo terem uma boa assimetria no risco-retorno para isso. Então, diagamos, 10% do portfolio, dividida em 10 ações como mills, vvar, oibr, tecnisa, etc, que tenho boa tese de que o turnaround possa existir e a probabilidade de sucesso sobrepõe à probabilidade de perda. Se uma der retorno esperado, compensa as demais perdas. Um exemplo recente de turnaround foi a PRIO3… estava ali por 70-80 centavos no final de 2015, e hoje está em quase 50. Quem apostou naquele momento, teve um retorno que compensou muitas perdas no meio do caminho.

Bem, não tenho a mínima ideia dessas empresas. Em investimento em turnaround, a última coisa que vale a pena levar em consideração são os balanços… tem que analisar muito mais qualitativamente a empresa, o plano de turnaround, o cenário de mercado e, principalmente, o time de gestão (dúvido que 10% das pessoas que investem nessas empresas sabe o nome do CEO), que é o que pode fazer uma empresa mudar de rumo. Prefiro ficar de fora dessas empresas.

Sobre assimetria risco-retorno e exemplo em mineração

Dar um exemplo de um setor que tenho olhado mais, que é o de mineração. Abaixo temos o gráfico da Paladin Energy, que é uma empresa mineradora de urânio. O urânio estava em baixa desde chernobyl, e em 2003 estava sendo negociado na mínima de 7USD/lb. Curta história: houve um descasamento grande entre produção e demanda, o que levou a uma pressão de preços enorme e o urânio subiu a 137USD/lb. A Paladin era uma empresa pré-operacional, que tinha boas reservas e bons projetos, mas que a 7 usd/lb não era viável economicamente (tinha um custo de produção estimado em 25-30), e só queimava caixa e emitia ações para conseguir recursos. No momento que a commoditie subiu, ela passou a ser economicamente viável, e de não produtora passou a produzir e ter boa margem… as ações subiram de 1 centavo para quase 10 dolares (quase 10.000%). Ah… hoje o setor voltou pra baixa de novo (pós Fukoshima 2011), a mina fechou provisoriamente, e a empresa passou a torrar caixa mais uma vez, por isso a queda.

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No meu caso, tenho uma tese que o setor vai recuperar (12 a 36 meses), mas não sei quais serão as vencedoras… deve ter umas 40 ou 50 empresas mineradoras de urânio listadas, estudei quase todas, separei cerca de 10 que me pareceram atrativas (bons projetos, bons ativos, bom time de gestão, investidores sólidos por trás, caixa que pode sustentar a empresa sem precisar diluir ou fechar)… Tenho 5% do meu patrimônio de ações alocados nelas (ou seja, 0,5% em cada uma, quase nada), com perspectiva de subir gradualmente até no máximo uns 10-15% no setor. Se tudo der errado, essa perda irreversível de 10-15% é o máximo, e hoje me é tolerável. Acredito que uma ou outra dessas empresas não vão aguentar até a virada de ciclo, então o diversificar me dá maior garantia na tese que tenho no setor.

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Muito legal as sugestões, sr fouquet.

Minha carteira ainda é “embrionária”, apenas 2 ativos. Espero chegar em 5 ativos até o final do ano. :slightly_smiling_face:

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Estou alocado 25% em ações ( 20 ativos) e 25% em Fiis (25 Fiis). O resto em Tesouro Direto (50%).

Supondo que teremos mais quedas qual o limite máximo que recomendam usar da RF para ações e fiis?

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100%

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Acho que depende de uma série de coisas, tipo

1- Hoje vc ganha mais do que gasta? Consegue poupar quantos % do que ganha?
2- Qual o risco de ser demitido ou ter uma queda abrupta do seu salário, a ponto de ter que resgatar investimentos no curto médio prazo?
3- Idade?
4- Tem reserva de emergência?
5- Dependentes?

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Vamos lá. Seguem as respostas

  1. Sim consigo poupar 25% do meu salário líquido
  2. Avalio como risco baixo
  3. 48
  4. Tenho em torno de 1 salário que deixo pra eventualidades
  5. 2 ( dois).
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Uma pergunta a se fazer também é qual o percentual da sua atual carteira você consegue adicionar via aportes anualmente? Se já for menos que 10%, é bom ir tomando a via conservadora.

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