EDP Brasil foca em antecipar conclusão da usina de São Manoel
Por Camila Maia | Valor SÃO PAULO - A EDP Energias do Brasil está trabalhando para antecipar a conclusão das obras da hidrelétrica São Manoel, assim como fez no caso das usinas Santo Antonio do Jari e Cachoeira Caldeirão, disse Miguel Setas, presidente da companhia.
A usina é uma parceria com Furnas e com a China Three Gorges (CTG), cada um com um terço do projeto.
Segundo Setas, as obras civis do projeto estão “muito próximas” da conclusão, enquanto a construção está acima do patamar de 78%, registrado ao fim do terceiro trimestre do ano. “O prazo regulatório termina em maio de 2018. Estamos trabalhando para antecipar também”, disse o executivo.
No caso de Santo Antonio do Jari, antecipada em 3,5 meses, e Cachoeira Caldeirão, em 8 meses, o processo era mais simples, pois apenas EDP e CTG eram sócias. Além disso, a usina de São Manoel é de maior porte. “Estamos fazendo a nossa parte [para antecipar], mas não depende só de nós.”
A conclusão próxima das obras civis é um alívio para a companhia, que tinha preocupações em relação à construtora responsável pelo processo, a UTC, envolvida na operação Lava-Jato da Polícia Federal — que investiga casos de corrupção.
Concluídos os três projetos, a EDP Energias do Brasil deve se voltar novamente para uma agenda de crescimento nos próximos anos, disse Setas.
Ele voltou a falar sobre o resultado do leilão de transmissão realizado de outubro, na qual a empresa arrematou um lote e marcou sua estreia no segmento. “A mensagem foi dizer que não vamos alocar capital de forma não rentável”, disse.
Eletrobras
Setas informou que a empresa não tem interesse nas distribuidoras da Eletrobras que serão privatizadas em 2017. “Somos uma empresa de baixo risco, queremos estar expostos a regiões em que os riscos sejam bons para os investidores, em que a relação de rentabilidade e risco sejam bons”, disse.
Segundo Setas, outras empresas vão conseguir fazer um trabalho de recuperação nessas distribuidoras.
No segmento de distribuição, o principal objetivo da companhia é aproximar os níveis de perdas comerciais da EDP Escelsa aos patamares regulatórios exigidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Nossa ambição é terminar 2017 com diferença marginal para as perdas regulatórias”, disse.
Para garantir as melhorias, a companhia vai aumentar os investimentos em distribuição para a faixa de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões em 2017, ante a faixa de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões deste ano.
No ramo de comercialização de energia, o objetivo da EDP Energias do Brasil será crescer na geração distribuidora da fonte solar fotovoltaica.