Entrevista @cadu

Resolver a educação no Brasil é um baita de um problema. Mas parto do seguinte princípio, o governo não consegue fornecer um bom serviço. Logicamente temos algumas poucas exceções, mas a maioria das escolas publicas possuem um ensino ruim, e não conseguem formar um bom aluno. Some a isso a quantidade de capital que os pagadores de impostos gastam com o custeio deste ensino público, é um total desperdício. Dito isso eu só vejo como resolver o problema acabando com as escolas públicas, e deixando a iniciativa privada ocupar este espaço.

Acho interessante sim o colégio militar, e pelo pouco que conheço, me parecem ser os melhores dentre o universo de escolas publicas. Mas ao meu ver não seria a solução.

Onde cortar gastos é complicado, mas acabei de dar um exemplo acima. Cortando as escolas públicas, já abriria espaço para cortes de gastos, e por consequência cortes de impostos. Mas imagina a gritaria que a mídia faria com uma medida destas! Seria um escândalo, teríamos a mídia nacional e internacional batendo na tecla que o presidente acabou com a educação no país, que é um tirano, e quer matar as crianças! Infelizmente ainda existe um abismo em termos de elucidação popular sobre o tema.

Sou contra universidade publica, deixaria para o livre mercado ocupar este espaço. Estamos vendo a precariedade que as universidades publicas estão se tornando. Temos tb raras exceções, mas a maioria está com infra estrutura precária, muito por conta da gestão ruim, e do viés de esquerda que ainda domina este meio.

Voucher pra educação e saúde é uma ideia interessante, semelhante ao que foi implementado no Chile. Pode ser uma boa solução sim, especialmente em um período inicial de transição.

Se a educação já é difícil, a saúde seria o dobro rs. Nos EUA o sistema de saúde é muito caro. O que joga muitas pessoas para uma marginalidade neste aspecto. Assisti há pouco tempo atrás um documentário muito bom na Netflix, Tiger King. Nele mostra uma dono de um zoologico privado nos EUA. E as pessoas que trabalham lá são muito humildes. Em um dado momento um tigre morde o braço de uma funcionária, e ela vai pro hospital. Lá o médico avisa o seguinte: é possível salvar seu braço com algumas cirurgias, e depois alguns meses de fisioterapia; ou então podemos amputar. Ela sem pensar duas vezes opta por amputar. No começo vc acha bizarro aquilo, mas pensando melhor vc entende o pq, se ela opta por manter o braço, teria de pagar uma pequena fortuna para isso, algo que não teria condições. Dito isso, o pouco que conheço do SUS acho ele um sistema fraco, mas ao mesmo tempo, me parece ser melhor que o sistema americano. No fim das contas, acho os dois sistemas de saúde destes dois países ruins, e não creio que a solução seja se espelhar no sistema americano.

Sobre a aposentadoria mais cedo das mulheres, não teria uma opinião bem formada sobre o assunto. Entendo que a mulher de uma forma geral tem uma característica física mais frágil. Mas por outro lado, a maioria dos trabalhos que exigem muito do físico, como construção, são dominados por homens, o que por consequência poderia justificar eles aposentarem mais cedo que as mulheres. No fim das contas, acho que seria mais justo a aposentadoria igual para os dois.

Sobre a segurança, creio que a resolução tem sido aplicada de uma forma efetiva. Temos visto os números de homicídios em queda nos últimos anos. E a solução passa por aumento do efetivo policial, penas mais duras, e a luta contra a vitimização do bandido que a esquerda, especialmente o PSOL da vida, adora fazer. Outro fator importante que tem contribuído para a queda na criminalidade, o aumento no porte de armas. Uma população mais armada tem uma ligação direta com queda na criminalidade, isto é um fato. Creio que o viés de continuidade da redução da criminalidade esteja na continuidade e ampliação destas medidas.

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Burrada tiveram várias, mas a pto de perder o sono nunca ocorreu. Isto pq nunca investi em empresas de alto risco como micos. Some a isso que tb uso a diversificação. Por exemplo, no caso que citei aqui de UGPA, tinha uma posição de uns 5 a 6% nela, logo fica fácil de absorver um prejuízo.

Agora abrindo mais o leque da pergunta, eu já tive problemas com um empreendimento que fiz. Foi há muito tempo, senão me falha a memória de 2004 a 2007, onde abri uma clínica grande junto com outros dois sócios. E nisso pude perceber todas as dificuldades que um pequeno empreendedor enfrenta. Fiz um investimento grande, e perdi tudo. Percebi que o fluxo de caixa operacional da empresa estava indo pro buraco, e que a reversão ia ser muito difícil. Foram noites mal dormidas, até finalmente decidir sair da sociedade e dar o dinheiro como perdido. E fiz a coisa certa, pois a empresa entrou em um espiral de alavancagem para se manter, que só foi piorando a coisa, até quebrar e ainda deixar uma dívida grande para os sócios. Ficou o aprendizado.

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  1. Invisto há uns 18 anos.

  2. Nem de perto, 2007 foi muito pior, ali parecia que a economia global iria realmente quebrar, com diversas grandes empresas indo a falência.

  3. Realmente é algo que me fascina. Vc poder escolher ser investidor das melhores empresas do país, ou do mundo, de forma simples e rápida, é algo sensacional. Além disso é preciso muito controle emocional, pois as ações sofrem muita volatilidade no curto prazo, e embora a ideia principal de ganhar dinheiro seja simples, de comprar na baixa e vender na alta, na prática a coisa é bem mais complexa.

  4. Nos investimentos na bolsa, não mudaria nada. Os meus erros serviram de aprendizado, o que me possibilitou evoluir como investidor. Como sempre evitei empresas de alto risco, nunca tive altas perdas. Neste pto gosto muito da frase do Buffett: regra número um é: nunca perder dinheiro, já a segunda regra é nunca esquecer a primeira. Lógico que é impossível não perder dinheiro na RV, mas o viés do investimento tem de ser este.

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Comprar nas grandes quedas, sem sombra de dúvida. Para isso é preciso ter uma parte do seu capital que esteja em algum ativo de menor volatilidade.
Buy and hold certamente é uma estratégia vencedora, mas eu gosto de algo mais dinâmico visando maximizar a rentabilidade.
Opções podem servir como hedge, já fiz muito no passado lançamento coberto, mas cheguei a conclusão que não é atrativo. Te protege pouco nas quedas, e limita muito o ganho nas altas fortes. Estratégias de comprar a seco OTM tb não vejo como atrativas, acaba virando um bilhete de loteria.

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Não acredito. O mercado é ineficiente, e o emocional sempre pesa muito na volatilidade as ações. O mercado sempre vai exagerar na precificação, tanto para baixo em momentos de medo, quanto para cima em momentos de euforia. A ideia principal ao meu ver é usar a AF para tirar estes ruídos, visando captar melhor o valor da empresa. Isto abre brecha para comprarmos uma determinada ação quando o mercado exagera na queda, ou vender uma ação quando o mercado exagera no prêmio. Por isso ferramentas da AF e do calculo do preço alvo são fundamentais.

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  1. Um filme que foi um marco na minha vida, e me ajudou desde cedo a ver os horrores que um regime comunista gera, é o Doutor Jivago. Este deveria ser um filme obrigatório de se passar nas salas de aula para os jovens. Outro filme que me marcou muito foi o Iluminado do Kubrick. Assisti quando era garoto ainda, e depois foram noites sem dormir direito rs. Outro filme que me marcou foi o Réquiem para um Sonho, do Aronofsky. Ali mostra de forma visceral a espiral que as drogas te levam, e certamente isto teve algum peso em ter me feito nunca nem sequer ter experimentado qualquer droga “recreativa”. Este é outro filme que deveria passar nas escolas. Aliais, praticamente todos os filmes deste diretor me fizeram ficar um bom tempo refletindo. O último então, Mãe!, putz nem se fala. Outro filme que me marcou muito foi A Caça, do Thomas Vinterberg. Um filme que mostra o cuidado que deve ter ao crucificar alguém, e faz isso de uma forma muito profunda (ele tb tem outros dois filmes fodas, Festa de família e Submarino).
    Acho que poderia ficar alguns dias só escrevendo sobre este assunto rs.

  2. Acho que as séries são um complemento aos filmes. Vejo os dois coexistindo sem o menor problema. Filmes são bacanas pois dependem de pouco tempo livre, e geralmente por conta desta compactação, fica mais fácil de desprendermos um tempo para assistirmos. Geralmente em séries os personagens e tramas são mais trabalhadas, e vc acaba se apegando mais a história. Um bom exemplo é Breaking Bad, imagina se ao invés da série fosse um filme, duvido que teria o mesmo impacto que a série causou, especialmente por acompanharmos de perto a evolução do Walter White. Por outro lado é mais difícil de acompanhar uma série. Eu mesmo fui ver Breaking Bad depois de muito tempo relutando, principalmente por saber que eram 5 temporadas, e iria precisar de muito tempo para ver. Com isso acaba que a seleção para ver uma série é mais criteriosa.

  3. Acho os serviços de streaming sensacionais, e qto mais melhor. Somente a Netflix reinando ia gerar um aumento de preços, e agora estamos vendo novos players chegarem, o que deve começar a causar um impacto na Netflix. Tem muita coisa ruim ali, mas se pegar o universo do cinema tb tem. A vantagem da Netflix é ter uma maior agilidade, com isso pode se arriscar em projetos mais ousados e menores. Ao contrário de um grande estúdio de cinema, que gasta milhões em um filme, e depois tem de fazer um tour de divulgação, e ainda perde uma boa parte da receita com as salas de cinema. E na Netflix não temos isso. Um bom exemplo foi o filmão O Irlandês do Scorsese, que os grandes estúdios se negaram a fazer pelo risco, mas a Netflix bancou. Tb temos projetos desenvolvidos ousados como a série Dark, alemã, que foi fantástico. Outro que assisti agora pouco, e na minha opinião é uma das melhores séries dos últimos tempos, é a The Boys da Amazon Prime. Puta série ousada e violenta, lembrando muito os quadrinhos, e já faz valer os 10,00 mês do custo da Prime.

  4. Eu gosto muito do evento que é ir ao cinema assistir um filme. Tem certos filmes que o impacto de ver no cinema nem se compara ao fato de ver em casa, como o filme Interestelar do Nolan. Mas acho que os cinemas estão com os dias contados, e a epidemia só acelerou isso. Vão acabar virando um nicho cult, como a vitrola por exemplo. Já tivemos recentemente a Disney lançando Mulan no streaming, ao mesmo tempo que nos cinemas.
    Dito isso, acho que a tendência é dos streamings ganharem cada vez mais terrenos, e as grandes produções, assim como o cinema, perderem força.

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Obrigado, Cadu, uma aula! Anotei todos para assistir depois, já vi que alguns vai dar um pouco de trabalho para achar. O irlandês tem no Netflix como você mencionou e Mãe! tem na Net (para quem assina Telecine, não é meu caso rs). Os demais, pelo visto vai ser no torrent ou cópia física se achar. Bons tempos que a gente ia na locadora toda semana, saia com 5 dvds na mão e a atendente perdoava todos os atrasos kkk.

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Como nos enganamos sobre as pessoas. Conheço o Cadu desde 2008 / Infomoney. Jurava que era de SP/Capital, que só fazia buy & hold e tinha mais de 45 anos…rs

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Está aqui um cara que aprendi a respeitar pela forma com que trata as pessoas, sempre disponível e muito atencioso nas suas respostas, nunca deixa de responder ninguém.
Curti muito conhecer melhor sua história Cadu. Saúde e prosperidade

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Crescimento do patrimônio. E no futuro, o foco talvez mude para geração de renda, com uma carteira mais focada em FIIs.

Nunca cogitei que a PenseRico fosse virar minha maior fonte de renda. Na verdade nem cogitei que fosse gerar alguma renda. A ideia inicial é a PenseRico ser voltada para auxiliar novas pessoas no mundo dos investimento, especialmente a conhecer a AF. No futuro provavelmente teremos algum parceiro, ou novas ferramentas e funcionalidades, que aí sim podemos cobrar um valor a parte pelo serviço extra. Temos diversas ideias de novos projetos, mas infelizmente a falta de tempo torna a coisa mais lenta.

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  • Biggest win: EZTC3 comprando em 2008, vendendo quase uns 10 anos depois, deu um lucro superior a 1.000%

  • Maior perda: nunca tive uma perda tão significa em ações, mas sim várias pequenas, que foram servindo de aprendizado. JHSF foi uma destas. Ali por volta de 2010 comprei a ação em uns 2. Para quem não lembra, nesta época JHSF era basicamente uma construtora, ela erguia shoppings e depois vendia. Porém acredito que por volta de 2013/14 a empresa anunciou que iria fazer uma mudança de perfil, passando agora a construir e administrar seus imóveis, ao invés de vender. Eu achei a ideia muito boa, e ao meu ver fazia todo sentido. A ação chegou a bater acima de 8, e eu não vendi, pois meu preço alvo acho que era uns 12. Mas acabei ignorando alguns ptos, como o cenário econômico pouco favorável, e o aumento da alavancagem da empresa, que somado a um período de taxa de juros muito elevadas, fizeram o resultado começar a piorar muito, e a cotação a desabar rapidamente. Quando percebi que a piora seria consistente nos números, a cotação já estava em uns 4, pto que acabei vendendo. Aprendi a deixar um pouco de lado as apresentações da empresa, e focar mais nos números, especialmente levando em conta o cenário macro economico.

  • Maior arrependimento de algum investimento que não entrou: nenhum. Talvez nesta queda da bolsa deste ano eu poderia ter outros ativos para uma maior proteção da volatilidade, como ouro ou IVVB11. Estava mais focado em FIIs, que embora tenham sofrido uma queda inferior a das ações, mesmo assim tb caíram bem.

  • Um livro de investimentos: sem dúvida o Investidor Inteligente, do Graham

  • Investidores nos quais te espelha: Graham e Buffett

  • Investidores que vê como mal exemplos: Marcos Elias da Empiricus. É uma pena que o forum do infomoney tenha sido deletado. Lá tinha muita informação sobre ele. Este cara criou quase uma seita em volta de ativos podres como Inepar. Eu na época criticava os fundamentos da empresa, e era muito hostilizado lá. Não deu outra, a empresa deve ter caído uns -90%. E ele era muito arrogante, fazia vídeos desdenhando de quem investia em Petrobras. E chegou a ser bem famoso na época, fazia diversos vídeos até pro canal do infomoney, e tinha aquela comunicação típica de um picareta com boa lábia. Muita gente caiu nesta. A ultima noticia que li dele, foi que acabou preso nos EUA por algum esquema de fraude.

  • Assina alguma research? Não assino.

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Cadu.

Não querendo saber mais que você sobre os seus investimentos, mas acho que a operação com eztc3 começou em meados de 2008, hein… :sweat_smile: O radar acendeu quando bateu (+/-) R$ 1,79 e vc passou a alertar sobre o ativo. Apostava forte nela.

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Tem total sentido. Já estávamos presenciando uma guerra comercial entre os dois países. É difícil competir com a China, pois é um modelo híbrido bem peculiar, com um capital bem aberto na economia, mas ao mesmo tempo uma ditadura no controle social. Não acho este modelo sustentável a LP, uma hora entrará em colapso. Por outro lado temos visto o dolar perdendo força como moeda de reserva internacional, o que tb tende a enfraquecer a força dos EUA.

Eu acho que os setores que tendem a ser impactados positivamente seriam o de logística e o de energia. Com um mundo cada vez com menos barreiras, buscando produtos mais baratos, a tendência de troca e venda de mercadorias deve continuar crescente. E para isso precisamos de uma logística cada vez mais eficiente, somado a um aumento da demanda energética conforme temos uma retomada de crescimento. Além disso temos visto uma necessidade por fontes energéticas alternativas… No lado negativo provavelmente veremos uma queda em empresas de tecnologia local, como a Positivo, e em segundo plano no varejo, como Via Varejo. Acho muito difícil estas empresas competirem com a Amazon por exemplo.

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Verdade, foi em 2008 a forte queda. Sempre confundo com 2007.
Já sabe mais do que eu sobre eu! :slight_smile:

Vou editar lá

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Complicado isso rs.
Provavelmente não seria muito diferente da minha carteira atual. Montaria algo focado em:
Logg3, Bbas3, Itsa4, Enbr3, Petr4 e Vale3

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Cadu,

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Gosto interessante para cinema… Aronofsky, Kubrick, Vinterberg, Scorcese…
Gostei bastante de dark e the boys tb…

Monte tua seleção com diretores em vez de ações aí… :slight_smile:

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Qual sua opinião sobre a filosofia da Bastter? Semelhanças com a Pense Rico? Uma carteira de 15 a 20 ativos focando em dividendos/aluguéis e outra em crescimento de patrimônio faria sentido pra vc?

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Além destes acrescentaria Tarantino, Lynch, Nolan, Coppola, irmãos Coen, Lars von Trier entre outros.

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Acho a visão do Bastter muito limitada. Entendo que pode até ser útil pra um iniciante, mas nada muito além disso. Ele pratica um buy and forget, isso sem contar como ele é grosseiro com quem tem uma estratégia diferente desta.

Não vejo nenhuma semelhança dele com a PenseRico.

Não faria sentido. Entendo que a diversificação é válida, mas chega um pto que passa a ser pulverização de ações, e não geram nenhum benefício extra. Daria preferência para uma carteira com uns 12 ativos, podendo ser 1/2 focada em dividendos/valor, e a outra metade em crescimento.

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