IPO - novos registros de companhias abertas na CVM

Oferta da Alliar pode ser primeiro IPO em mais de um ano

Empresa de diagnósticos por imagem Alliar anunciou que vai fazer um IPO, que pode ser o primeiro na Bovespa em mais de um ano

São Paulo – A oferta de ações da empresa de diagnósticos por imagem Alliar, controlada pelo fundo Pátria e médicos, pode ser a primeira abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) em mais de um ano.

Como antecipado pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), na semana passada, a oferta da Alliar reabriria a Bolsa brasileira para estreantes e também para a saída de fundos de private equity aos seus investimentos.

A companhia pediu registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na categoria A, que inclui negociação de ações. O prospecto preliminar da oferta inicial de ações mostra que a operação será de distribuição primária (novas ações) e secundária (dos atuais sócios), sob a Instrução CVM 400, com esforços no exterior.

Entre os acionistas está o fundo Pátria, que capitaneou a fusão da rede de laboratórios com o Grupo Delfin, em março, além de Sérgio Tufik e Roberto Kalil Issa.

Os recursos obtidos com a oferta primária serão destinados para expansão orgânica e amortização de passivos bancários, e os da oferta secundária serão repassados integralmente aos sócios vendedores, ainda de acordo com o prospecto.

Os coordenadores da oferta são Itaú BBA (líder), Bank of America Merrill Lynch (agente estabilizador”) e Santander. Ainda não há detalhes da quantidade de ações a ser ofertada ou cronograma.

Segundo apurou o Broadcast, de quinze a vinte companhias brasileiras na carteira de fundos de private equity estão próximas do desinvestimento e prontas para uma abertura de capital no Novo Mercado, principal segmento de listagem da BM&FBovespa.

No caso da Alliar, os acionistas vendedores Sergio Tufik e Roberto Kalil Issa colocarão na oferta a totalidade de suas ações, as quais representam, respectivamente, 23,36% e 17,29% do capital da empresa. A operação também prevê novas ações em oferta primária, em quantidade ainda não divulgada.

Conforme o prospecto preliminar, fundos Pátria detêm 25,70% da companhia, e há também outro private equity na composição acionária, o Kinea, com fatia de 6,35.

O quadro de acionistas se completa com Geraldo Mol Starling Filho, 6,15%; Cláudio Otávio Prata Ramos, 5,64%; outros administradores, com 0,45%; e uma parcela de ações em circulação de 14,98%.

O presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, disse recentemente que não estava descartado um IPO no fim deste ano, diante da expectativa de melhora da confiança dos investidores em relação ao Brasil.

Segundo ele, existe uma grande expectativa em relação ao mercado de ações, visto que há um forte movimento de companhias represadas, que já somariam mais de 50.

Esperava-se para este ano o IPO do ressegurador IRB Brasil RE, mas a empresa preferiu deixar a oferta para 2017, por decisão de seus acionistas, quando esperam encontrar melhores condições no mercado.

O documento da Alliar traz que a companhia é a segunda maior empresa de diagnósticos por imagem do Brasil em número de equipamentos de ressonância magnética, de acordo com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde e acredita ser a terceira maior prestadora de serviços de medicina diagnóstica do País em receita líquida.

Os administradores ainda destacam que a Alliar apresenta taxa de crescimento histórico “superior às companhias abertas do setor no Brasil”. Diz que de 2013 a 2015, a receita líquida cresceu a uma taxa média anual composta (CAGR) de 59,2%.

O dado pro forma, não auditado, é de receita líquida de R$ 460,1 milhões no primeiro semestre deste ano, e de R$ 818,7 milhões no exercício de 2015.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no critério ajustado seria de R$ 96,5 milhões no primeiro semestre de 2016, com margem de 21,0%, e o Retorno sobre Capital Investido (ROIC) de 9,1%.

Em 2015, o Ebitda ajustado foi de R$ 176,3 milhões, com margem de 21,5%, e o ROIC, de 20,6% , também em dados pro forma.

Em 2015, a Alliar informa ter realizado 3,6 milhões de exames de imagem, ou 4,1% do total nacional de exames de imagem privados, citando dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). No primeiro semestre deste ano, foram 2,2 milhões de exames de imagem.

Ao final de junho, a rede contava com 104 unidades de atendimento, em 41 cidades de dez Estados brasileiros, 5 mil empregados e 426 médicos.

Unidas, com Enterprise a bordo, planeja IPO em 2017

Geraldo Samor
A Unidas — que acaba de ter 20% de seu capital vendido para a Enterprise — planeja vender ações na Bovespa e listar no Novo Mercado no início de 2017.

A empresa está trabalhando no IPO com BofA-Merrill Lynch, JP Morgan e Itaú BBA, e a documentação deve ser arquivada em breve junto à CVM.

Os fundos de private equity que controlam a Unidas — Kinea, Gavea e Vinci — anunciaram hoje que venderam 20% do capital da Unidas para a Enterprise, reduzindo sua participação combinada para 45%. O segundo maior acionista da empresa é um grupo de investidores portugueses que controlava a Unidas antes da entrada dos fundos em 2011.

Na transação de hoje, a Enterprise — fundada por um homem que acreditava que, “se você cuidar de seus clientes e funcionários, o lucro cuidará de si mesmo” — avaliou a Unidas em cerca de R$1 bilhão, sem contar a dívida, de acordo com um banqueiro próximo da empresa. No final do segundo trimestre, a Unidas tinha uma dívida líquida de R$809 milhões e uma relação dívida líquida/EBITDA de 2,4. A Unidas, que já é de capital aberto por ter debêntures em circulação, divulga seu terceiro trimestre dia 7/11.

Segundo outra fonte, o contrato assinado com os fundos não dá à Enterprise nenhuma ‘call option’ (direito de compra) ou direito de preferência na compra de mais ações da Unidas.

A transação de hoje é consequência de um relacionamento que começou em 2012, quando a Unidas fez um acordo operacional com a Enterprise. Desde então, nos guichês da Unidas, as marcas Enterprise, Alamo e National — que pertencem à empresa de St. Louis — aparecem próximas ao logo da empresa brasileira, o que ajuda a transmitir confiabilidade particularmente a turistas estrangeiros.

A transação — que permite à Unidas ir a mercado apoiada por um investidor-âncora, com longo histórico operacional e capital virtualmente ilimitado — é semelhante a um investimento que a Enterprise fez na China em 2012. Na ocasião, a Enterprise comprou 15% da eHi AutoServices. Em novembro de 2014, a eHi fez seu IPO na Bolsa de Nova York, captando US$ 120 milhões. Na oferta liderada pelo JP Morgan e pela Goldman, o ADR saiu a US$12. Dois anos depois, negocia a US$10.

A decisão da Unidas de ir a mercado imediatamente tem implicações para a JSL, que também pretende levar sua empresa de aluguel de carros, a Movida, à Bolsa.

Nos últimos meses, o IPO da Movida se tornou uma parte importante da tese de investimentos da JSL. Investidores calculam que, se a Movida for precificada a 7x EV/EBITDA — um desconto de 30% em relação aos múltiplos da Localiza — a empresa teria um valor de mercado de R$2,3 bilhões, exatamente o valor de mercado da própria JSL, evidenciando o quanto a empresa está barata na Bolsa.

Desde que comprou a Movida em dezembro de 2013 pela bagatela de R$65 milhões, a JSL investiu pesado na empresa comprando veículos e transferindo seu negócio de gestão de frotas para a Movida.

O número de lojas foi multiplicado por seis, chegando a 209 no fim do segundo trimestre, contra 256 da Unidas.

A Movida já é a segunda maior empresa do setor, com faturamento líquido de R$480 milhões no segundo trimestre, contra R$294 milhões da Unidas.

No tamanho da frota total, as duas empresas são parecidas: 43.000 veículos na Movida e 45.600 na Unidas. Mas a Movida é bem maior no negócio de aluguel de carros, onde tem 29.000 veículos contra 19.000 da Unidas.

O objetivo das duas companhias, claro, é ter um negócio mais parecido com a Localiza, que ainda está quilômetros à frente de suas desafiantes.

O retorno sobre o capital investido da Localiza foi de 17% em 2015, comparado a 9,3% para a Unidas e 9,3% para a JSL (a Movida prometeu reportar separadamente já no terceiro trimestre).

Em abril do ano passado, discutimos aqui os méritos de uma aquisição da Unidas pela Localiza. De lá pra cá, nada aconteceu: Salim e Eugênio Mattar continuam pagando para ver.

Erro de diagnóstico: Alliar cai 20% desde o IPO
Natalia Viri

Alardeado por romper um marasmo de 17 meses sem estreias na Bovespa, o IPO da Alliar, empresa de medicina diagnóstica criada pelo Pátria, virou uma grande dor de cabeça.

Desde que chegaram à bolsa, no último dia 28, as ações acumulam queda de 20%, contra um recuo de 4% do Ibovespa.

O fracasso não demanda muito exame. Em retrospecto, os vendedores forçaram a barra no preço da oferta para que a empresa fosse avaliada aos mesmos múltiplos do Fleury, e o papel saiu caro demais.

“Investidores bons ficaram de fora, pois acharam muito caro, mais caro que o Fleury, que é um negócio melhor”, diz o gestor de um grande fundo doméstico.

Nas apresentações aos investidores, a empresa vendeu o ‘valuation’ esticado sob o argumento de que a Alliar investe, sobretudo, em exames de imagem, que têm margens mais altas do que os exames laboratoriais.

Não convenceu. A avaliação preponderante era que a Alliar tem muito menos escala, uma marca menos consolidada que o Fleury, e ainda tem muito mais o que provar, com aquisições e integração de negócios.

A empresa foi criada pelo Pátria em 2011 a partir da fusão de quatro laboratórios em Belo Horizonte, Juiz de Fora, São José dos Campos e Campo Grande. De lá para cá, foram 19 aquisições.

Em 2015, a Alliar faturou R$ 800 milhões, contra R$ 2 bilhões do Fleury.

A tese clássica de que o setor de saúde tem uma demanda secular, com o envelhecimento da população, até agradou os investidores, mas a maioria deles queria um desconto em relação à faixa indicativa de R$ 19 a R$ 22 por ação.

Os vendedores não baixaram guarda. Um investidor estrangeiro grande topou levar a R$ 20 e alinhou os demais compradores. A demanda potencial foi de 2,7 vezes o tamanho da oferta. Segundo um gestor, na faixa de R$ 18, poderia ter sido o dobro.

Consequência: na estreia, os papéis caíram 4% e, em dois dias de negociação, já eram cotados a R$ 18. Ontem, a ação completou nove pregões consecutivos de queda e fechou abaixo de R$16.

Com a derrocada das ações, o lote suplementar de 20% não saiu.

Quem ficou feliz na história foi o Kinea, braço de private equity do Itaú, que vendeu toda a participação de 7% que tinha na companhia, e embolsou R$ 123 milhões. Itaú BBA e Merrill Lynch coordenaram a oferta.

Dos R$ 674 milhões levantados pela oferta, R$ 395 milhões foram para o bolso dos acionistas: em sua maioria donos de laboratórios que receberam ações da Alliar ao vender suas empresas.

Os mais relevantes, no entanto, venderam apenas parte de seus papéis. Sérgio Tufik e Roberto Kail Issa, antigos donos do paulista CDB, comprado pela Alliar em 2014, reduziram a participação conjunta de 41% para 32%. A participação de Geraldo Mol, dono do mineiro Axial, saiu de 6,1% para 3,2%.

O Pátria não vendeu. Pelo contrário, comprou quase R$ 70 milhões em ações para manter a participação em 25,4%.

Azul quer estrear na Bovespa no 1º bimestre de 2017, diz fonte

Os recursos que a Azul, terceira maior companhia aérea do país, pretende levantar com a emissão de ações novas serão usados entre outros fins para reforçar o caixa

SÃO PAULO - A Azul Linhas Aéreas está concluindo a documentação necessária para protocolar nas próximas semanas o pedido de registro para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), disseram à Reuters duas fontes a par do assunto, com uma delas afirmando que o plano é que a estreia dos papéis BM&FBovespa aconteça entre janeiro e fevereiro.

Os recursos que a Azul, terceira maior companhia aérea do país, pretende levantar com a emissão de ações novas --oferta primária-- serão usados entre outros fins para reforçar o caixa, no momento em que começa a receber aeronaves de maior porte, principalmente para viagens internacionais.

Com 139 jatos na frota no fim de 2015, a empresa fundada pelo empresário David Neeleman deve receber ainda neste ano dois jatos Airbus A320, com capacidade para cerca de 180 passageiros cada. Outros seis aviões do mesmo modelo estão previstos para chegar em 2017, disse uma das fontes.

Há ainda uma encomenda prevista para entrega em 2017 de um novo avião da Airbus A350. A Azul tem negociado atrasar ou suspender a entrega da aeronave, dado o cenário de recessão no Brasil e seus reflexos no setor de aviação, disse a mesma fonte.

A companhia e os assessores financeiros estão aguardando a redução na volatilidade do mercado financeiro, ocasionada pela surpreendente vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, para protocolar os documentos da oferta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), disse a primeira fonte.

Consultada, a Azul afirmou que não comentaria o assunto.

A Azul desistiu em junho do ano passado, pela terceira vez, de seu planejado IPO devido às condições adversas do mercado. Na época, profissionais do mercado calculavam que a operação poderia levantar pouco mais de um bilhão de reais.

Pouco depois, a Azul recebeu um aporte de 100 milhões de dólares da norte-americana United Airlines, do grupo United Continental. Em novembro do ano passado, o grupo chinês HNA Group pagou 1,7 bilhão de reais para ficar com 23,7 por cento da empresa. O presidente da Azul, Antonoaldo Neves, disse na época que o aporte daria fôlego maior para a empresa até um IPO.

O plano de IPO é retomado num momento em que as companhias aéreas do país estão reduzindo rotas, cortando pessoal e, em alguns casos, devolvendo aeronaves, com foco em reduzir o endividamento e manter o caixa.

Pelo dado público mais recente, a Azul teve prejuízo líquido de 182,75 milhões de reais no primeiro trimestre, ante lucro de 92,5 milhões de reais em igual etapa de 2015.

Na semana passada, a Gol informou ao mercado um plano de devolução de aeronaves com objetivo de reduzir seu endividamento em 1,6 bilhão de reais.

Expedia vai listar Trivago, tentando repetir sucesso do TripAdvisor
Geraldo Samor

A Trivago, uma plataforma de comparação de preço de hotéis que pertence à Expedia, vai abrir seu capital na Nasdaq ainda este ano.

Analistas estimam que a Trivago possa valer entre 4 e 5 vezes seu faturamento anual, que deve chegar a US$ 1 bilhão em 2017.

A estratégia — um ‘spinoff’ seguido de IPO — é a mesma que a Expedia adotou com sucesso no TripAdvisor cinco anos atrás: em alguns momentos, o TripAdvisor chegou a valer mais que a própria Expedia na Bolsa, mas recentemente o quadro se inverteu. Hoje, o TripAdvisor vale US$ 7 bi, e a Expedia, US$ 18 bilhões.

O faturamento da Trivago nos últimos 12 meses já é maior do que o do TripAdvisor no momento em que foi separado da Expedia, mas trata-se de animais diferentes.

Enquanto o TripAdvisor foca em oferecer ‘reviews’ de seus próprios usuários sobre hotéis, restaurantes, passeios e lugares, a Trivago focou na comparação de preços de hotéis — seu catálogo tem cerca de 1,3 milhões de hoteis em mais de 190 países.

A empresa tem como clientes as maiores agências online de viagem do mundo — do Booking.com ao Hotel Urbano no Brasil — além de redes hoteleiras e hoteis independentes, mas ainda é muito dependente da própria Expedia. Nos últimos três anos, a Expedia representou entre 32% e 39% do faturamento da Trivago.

Outra métrica da dependência: a Expedia e sites controlados por ela, como o Orbitz e o Hotels.com, respondem por 55% das contas a receber da Trivago, enquanto a Priceline (a maior agência de viagens online do mundo e dona do Booking.com) responde por outros 21%.

A Expedia — cujo chairman é Barry Diller, um investidor visionário nos setores de mídia e internet — comprou 63,5% da Trivago em 2013, pagando cerca de US$ 600 milhões em dinheiro e ações.

De lá para cá, a Trivago multiplicou seu faturamento por seis, mas ainda não dá lucro. Até o fim de setembro, o prejuízo era de US$ 57,8 milhões no ano, comparado com perdas de US$ 39,4 milhões em 2015 e US$23 milhões em 2014.

A empresa está abrindo o capital com duas classes de ações: a Classe A, que será oferecida ao público, tem direito a um voto por ação; a Classe B, que ficará na mão da Expedia, tem direito a 10.

A oferta será coordenada pelo JP Morgan, Goldman Sachs e Morgan Stanley, e será tanto primária quanto secundária, ou seja, parte dos recursos levantados vão para o caixa da empresa e outra para os fundadores, que estão vendendo parte de suas ações na oferta. A Expedia não está vendendo suas ações.

Para a Trivago, o IPO mais comparável é a Kayak, uma empresa de tecnologia dona de sites e apps para comparação de preço de hoteis, passagens aéreas e aluguel de carros.

A Kayak, que assim como a Trivago ganha dinheiro com publicidade em seus sites, estreou na Bolsa em 2012 valendo US$ 1 bilhão, e foi comprada pela Priceline por US$1,8 bilhão menos de quatro meses depois.

Traders não gostam de tequila: Jose Cuervo adia IPO após sondar investidores

A Jose Cuervo havia planejado iniciar formalmente o marketing da oferta para os investidores no México na quinta-feira, mas decidiu esperar

(Bloomberg) – A Jose Cuervo, maior fabricante de tequila do mundo, adiou o plano de realizar uma oferta pública inicial após entrar em contato com investidores para ter uma ideia da demanda, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto.

A Jose Cuervo havia planejado iniciar formalmente o marketing da oferta para os investidores no México na quinta-feira, mas decidiu esperar porque as primeiras conversas sinalizaram falta de entusiasmo, disse a pessoa, que pediu anonimato porque a informação é privada. A destilaria com sede na Cidade do México buscava vender até US$ 1 bilhão.

A fabricante de tequila reavaliará a perspectiva para uma venda em janeiro, disse a pessoa. O setor de relações com investidores da Jose Cuervo não respondeu a uma mensagem de voz e a um e-mail em busca de comentário. A assessoria de imprensa do Banco Santander México, principal subscritor da venda no México, não comentou imediatamente. O Morgan Stanley, principal subscritor internacional, não quis comentar. O adiamento foi divulgado anteriormente pela Reuters.

A vitória surpresa de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA afetou os mercados financeiros na América Latina, gerando a preocupação de que a Jose Cuervo estaria buscando vender ações em um momento inoportuno. O índice acionário de referência do México caiu mais de 6 por cento desde a eleição nos EUA.

Locadora de veículos Unidas pede registro para IPO

A operação, que compreende ofertas primária (ações novas) e secundária (papéis detidos por atuais sócios)

SÃO PAULO - A locadora de veículos Unidas informou que pediu aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta segunda-feira para realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
A operação, que compreende ofertas primária (ações novas) e secundária (papéis detidos por atuais sócios), terá como coordenadores Itaú BBA, JPMorgan, Bank of America Merrill Lynch e Haitong, afirmou a companhia em fato relevante.

No fim de outubro, a Unidas havia informado que seus sócios, incluindo os gestores de fundos Kinea, Vinci Partners e GIF, venderam participação conjunta detida na companhia para a norte-americana Enterprise Holdings, equivalente a 20 por cento da empresa.

Laboratório Hermes Pardini entra com pedido de abertura de capital

Por Carolina Mandl | Valor SÃO PAULO - (Atualizada às 15h25) A rede de laboratórios Hermes Pardini entrou com pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

IPO da Movida pode movimentar até R$ 1,18 bilhão

Empresa controlada pela empresa de logística JSL, ofertará, inicialmente, 78.202.247 ações ordinárias

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Hermes Pardini fecha IPO a R$19; locais dominam as ordens
Geraldo Samor e Natalia Viri

O laboratório Hermes Pardini precificou hoje à noite sua oferta inicial de ações perto do ponto mais baixo da faixa de preço, dando saída à Gávea Investimentos depois de cinco anos como investidor de private equity e se tornando o quarto laboratório a ser listado na Bovespa.

O Gávea e a companhia venderam as ações a R$19, comparado a uma faixa de preço pretendida de R$18,71 a R$22,71, dando à empresa um valor de mercado de R$ 2,4 bilhões e um free float de 36%.

Horas antes do fim do bookbuilding, a oferta estava 3 vezes coberta — mas no preço mais baixo da faixa, com o Gávea insistindo em vender a pelo menos R$20. O choro não funcionou, e o máximo que o vendedor conseguiu foi uma arredondada para cima, com o papel saindo nos R$19.

Neste nível, a ação saiu a 16,5 vezes o lucro estimado para este ano, um desconto de cerca de 15% em relação ao Fleury.

Num processo marcado pelo baixo interesse internacional, cerca de 75% das ordens vieram de investidores locais.

O Gávea vendeu 36,4 milhões de ações e a companhia, que já tem pelo menos uma aquisição no horizonte, levantou recursos vendendo 9,8 milhões de ações.

O sucesso da operação se deveu, em parte, porque o emissor e seus bancos não repetiram o erro do IPO da Alliar, no qual os vendedores forçaram a barra para que a empresa fosse avaliada ao mesmo múltiplo do Fleury e o papel saiu caro demais, gerando um price action tenebroso nos dias seguintes. Resultado: a ação negocia hoje 35% abaixo do IPO.

O Hermes Pardini é o laboratório brasileiro mais focado em processar análises clínicas para laboratórios menores. A atividade, conhecida como ‘lab-to-lab’, é responsável por 55% do faturamento do HP e 80% de seu lucro operacional. Para efeito de comparação, o lab-to-lab do Pardini é quase do mesmo tamanho do lab-to-lab da Dasa, onde, no entanto, essa atividade representa apenas 10% do faturamento da empresa.

Neste modelo, ter escala faz toda diferença. Cerca de 90% dos exames laboratoriais que chegam ao Pardini são processados em sua ‘fábrica’ em Vespasiano, perto do aeroporto de Confins.

Nos últimos anos o Hermes Pardini, que já foi cobiçado pela Dasa e pelas melhores casas do ramo, foi vitimado por uma briga entre os três irmãos que controlam o laboratório. (O patriarca, Hermes Pardini, é octogenário e está acamado há anos devido a uma doença degenerativa.)

Os planos de IPO só foram retomados no fim do ano passado, depois que um novo acordo de acionistas, assinado em novembro, colocou fim à disputa.

Segundo um relato do correspondente do Valor em Belo Horizonte, no final do ano passado, o novo acordo reduziu os poderes da primogênita, Áurea, que terá menos autonomia para vetar movimentos de venda e aquisições (antes, podia bloquear qualquer operação que superasse os R$ 200 milhões).

Áurea era a única resistente a abrir mão de sua fatia na companhia e foi responsável pelo veto a uma fusão com o Fleury, costurada durante meses pelo Gávea em 2014.

Os irmãos Victor – presidente do conselho – e Regina eram a favor da operação, e o episódio azedou uma relação que já era conturbada e passou a ser mediada por advogados.

Antes do IPO, cada um dos filhos do fundador tinha 23,3% do laboratório, e o Gávea tinha os 30% restantes. O novo acordo foi assinado com a condição de suspensão dos processos enfrentados por Áurea na Justiça.

Em 2015, Hermes Pardini e sua esposa, Carmen, haviam entrado com uma ação contra a filha, alegando que ela não lhes repassava os dividendos devidos no negócio. Áurea alegou que o processo foi arquitetado pelos irmãos para afastá-la do laboratório.

O Hermes Pardini tem 109 unidades em Belo Horizonte, Goiânia, Rio e São Paulo e deve faturar R$ 1 bilhão este ano.

A operação de hoje foi coordenada pelo Itaú BBA (líder), Morgan Stanley, Bradesco BBI, BofA-Merrill Lynch e JP Morgan.

Até a noite desta quinta, a Hermes Pardini ainda não tinha um site de relações com investidores.

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IPO da Azul deve ter pouso suave; ‘valuation’ em linha com a Gol
Natalia Viri e Geraldo Samor

Três anos depois de sua primeira tentativa, tudo indica que a Azul vai aterrisar seu IPO suavemente na noite desta quinta, com direito a David Neeleman tocando o sino da Bolsa de Nova York na sexta.

Até esta tarde, as ordens já cobriam a oferta em mais de 3 vezes, e fontes envolvidas na transação esperam que a oferta saia a R$ 21 por ação, o ponto médio da faixa de R$ 19-23.

Neste preço, a oferta da Azul levantaria R$1,5 bilhão (R$ 1,3 bilhão para o caixa da própria empresa), e chegaria à Bolsa valendo R$ 6,9 bilhões — mais que o dobro do valor de mercado da GOL, de R$ 3,2 bilhões na tarde de hoje.

Numa métrica mais fina, e usando estimativas conservadoras feitas por investidores que planejam participar da oferta, a Azul estrearia com um ‘enterprise value’ de R$16,8 bilhões, comparado a um EV de R$15,6 bilhões da GOL a preços de hoje. (O EV é uma métrica mais abrangente porque soma o valor de mercado e a dívida da empresa.)

Investidores internacionais — que conhecem Neeleman desde que ele fundou a JetBlue — estão ancorando a oferta, enquanto a maioria dos investidores locais permanece à margem do processo.

Entre estes, a maior preocupação é com a sensibilidade do negócio de aviação a variáveis macroeconômicas. Mudanças de patamar no câmbio e no petróleo podem trazer turbulências desastrosas ou céu de brigadeiro, num setor que continua pesadamente endividado e que só recentemente começou a lidar com excesso de oferta.

Em que pesem estas vulnerabilidades, o ano começou muito bem para o setor, o que está ajudando o mercado a ver o copo meio cheio.

“A GOL acaba de reportar números que sugerem uma margem operacional entre 12% e 12,5%,” diz um gestor que participará da oferta. “Todo o corte de capacidade feito nos últimos anos está se traduzindo em ganho de rentabilidade para o setor, obviamente, desde que o câmbio fique neste nível. 2017 deve ser um ano forte para essa industria.”

Em meio ao ânimo dos investidores internacionais com a recuperação da economia brasileira, David Neeleman finalmente conseguiu vender a tese de que sua companhia – lançada para atender o subaproveitado mercado de rotas regionais – é mais lucrativa e tem potencial para crescer.

A Azul faturou R$ 6,7 bilhões no ano passado, contra quase R$ 10 bilhões da Gol – e, ao contrário dela, ainda queima caixa. Ainda assim, está prestes a conseguir um valuation bem próximo da concorrente porque, entre outras coisas, o mercado entende que a Azul enfrenta menos competição em suas rotas regionais e tem maior demanda por viagens corporativas, menos sensíveis a preços.

Olhando estimativas de investidores para 2018, a GOL a preços atuais negocia a 6,7x EV/EBITDAR, quase o mesmo que os 6,4x que a Azul está conseguindo.

“Na minha opinião a Azul merece um prêmio sobre a Gol,” diz um gestor que está comprando. “O negócio dela é mais resiliente, a governança é melhor, e a Gol é mais alavancada."

A margem EBITDAR da Azul (que exclui as despesas com leasing) foi de 27% no ano passado, contra 22% da Gol.

A receita por quilômetro voado da Azul é 35% maior que a da rival, enquanto o custo médio por vôo é 31% menor. No roadshow, a companhia vem destacando que é a única a operar em 70% de suas rotas, e que é a líder de mercado em 66 cidades, enquanto GOL e Latam eram companhias isoladas em apenas 13 e quatro cidades, respectivamente.

“Passamos muitos anos construindo nossa rede de rotas regionais. Hoje, as concorrentes teriam que gastar bilhões de dólares para replicá-la – e elas não têm esse dinheiro”, disse Neeleman numa apresentação feita a investidores estrangeiros.

Uma opcionalidade da Azul que se tornou a cereja no bolo da oferta é seu programa de fidelidade, o Tudo Azul, que tem 7 milhões de usuários cadastrados. Durante o roadshow, a companhia abriu muito pouco sobre o programa, o que impediu o mercado de fazer uma análise mais aprofundada.

Mas gestores vêem o programa como uma espécie de seguro contra tempos bicudos.

"O fato deles terem 100% da Tudo Azul garante que, se houver alguma depreciação do real ou alta do petróleo, a Azul tem um ativo atraente para monetizar,” diz outro gestor.

O CFO John Rodgerson disse durante o roadshow que “o programa de fidelidade de nossos competidores está negociando a US$ 2,5 bilhões”, fazendo referência ao Smiles, controlado pela Gol, que tem 12 milhões de usuários e vale R$ 7 bilhões na Bovespa.

Uma segunda opcionalidade da Azul está além-mar. “Temos um investimento em ações da TAP que pode valer de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões nos próximos anos,” disse Rodgerson. "A valuation na qual entramos foi de US$ 220 milhões. Podemos reduzir a alavancagem para 2 vezes quando a TAP realizar sua oferta inicial.”

A Azul tem 43% dos direitos econômicos da TAP através de uma nota conversível.

Finalmente, alguns investidores acham que há uma terceira opcionalidade na tese de investimento: a consolidação da aviação brasileira, que passa pelo destino da Avianca. Hoje há uma forte possibilidade da United — que tem 5% da Azul — acabar como controladora ou acionista relevante da Avianca Colômbia, o que pode ser uma porta de entrada para o controle da Avianca Brasil. Neste caso, a Azul seria o veículo no qual a United consolidaria seus ativos no Brasil.

Segundo gestores que participaram das apresentações, a Azul disse que seu EBITDAR pode crescer 30% este ano para R$ 2,4 bilhões, contra R$ 1,8 bilhão em 2016. A margem EBIT passaria de 5% para 15% em dois anos.

Os céticos estão mantendo distância.

“Achei uma loucura, as projeções são muito agressivas. O múltiplo é de 20 vezes, o lucro é lá na frente e eles consideram o câmbio a uma média de R$ 3,30 nos próximos dois anos. Se o dólar for para R$ 4, quebrou”, afirma um deles.

Para conseguir o aumento das margens, a Azul aposta principalmente na chegada das encomendas de uma nova aeronave, que queima menos combustível – e, portanto, aumenta a rentabilidade dos voos.

A nova versão do A320 da Airbus vai ser utilizada em substituição ao E195 da Embraer em vôos com mais longos (de Campinas para o Nordeste, por exemplo).

O A320 tem 174 assentos, 56 a mais que o E195, mas com custo por vôo apenas 5% maior – ponderado por assento, o gasto é 30% inferior. A expectativa é que a empresa receba 10 A320s neste ano.

Netshoes faz ‘o IPO possível’, mas ação desaba na estreia
Geraldo Samor

A Netshoes se tornou a primeira empresa brasileira de ecommerce a ser listada na Bolsa de Nova York, mas conseguiu apenas metade do valor de mercado que ambicionava quando começou a conversar com investidores.

A ação foi oferecida ao mercado numa faixa entre US$18 e US$ 20 e precificada no piso daquele intervalo, conferindo à companhia fundada por Marcio Kumruian um valor de mercado de US$ 556 milhões na hora do ‘pricing’. O múltiplo foi em linha com o pago pelos gestores de private equity que investiram na companhia há dois anos.

Mas depois de esperar anos para ir para a Bolsa, a Netshoes deu azar no dia da estreia. A ação abriu para negociação ontem de manhã, em meio a um noticiário político que pressionou os preços de todos os ativos brasileiros. No final do dia, o papel já valia 10% menos.

“Foi o IPO possível,” disse uma fonte próxima à empresa.

Segundo fontes envolvidas na operação, as ordens de compra chegaram a cobrir a oferta em mais de 5 vezes. (Parte disso, claro, é o chamado ‘padding’: antecipando que haverá rateio, muitos investidores colocam ordens bem maiores do que realmente desejam. Subtraindo este efeito, as fontes estimam que a oferta foi cerca de 3 vezes coberta.)

Apesar da demanda aparentemente avassaladora, a maioria das ordens — incluindo a maior delas, da gestora americana T. Rowe Price — era a US$ 18, o piso da faixa. A Netshoes e os bancos decidiram ancorar a oferta ali, “de baixo pra cima, já que este era um investidor grande, de longo prazo e que não venderia logo,” nas palavras de um banqueiro.

Quase 150 investidores colocaram ordens de compra, mas a alocação foi concentrada: quase 50% da oferta foi alocada aos cinco maiores investidores, e a maior parte das ordens veio de fundos globais especializados em tecnologia.

Três gestores brasileiros participaram marginalmente, e o interesse local foi mínimo: um sinal do ceticismo por parte de investidores que assistem a B2W — a maior empresa de ecommerce do País — queimar caixa desde sempre.

“Meu problema com essa oferta é que, mesmo no ‘vertical’ da Netshoes que já é maduro — a venda de produtos esportivos — a empresa ainda não ganha dinheiro, só empata,” diz um gestor que ficou de fora. “Então fica difícil imaginar o potencial de replicar algo bom que ainda não aconteceu.”

A carnificina de ontem ‘limpou’ a base acionária. Cerca de 68% da oferta trocou de mãos logo no primeiro dia, o equivalente a 19,5% do capital da companhia, o que abre a perspectiva de que o papel se recupere depois do solavanco inicial.

Sem contar a comissão dos bancos, a Netshoes levantou US$ 148,5 milhões. Os recursos serão usados para melhorar o perfil de endividamento e ajudar a empresa a crescer.

Os bancos coordenadores foram Goldman Sachs, JP Morgan, Bradesco, Allen & Co. e Jefferies. O agente estabilizador da operação — cuja obrigação é reduzir a volatilidade do papel nos primeiros dias de negociação — é a Goldman.

Os sócios da Netshoes incluem o GIC, Tiger, Temasek, ICONIQ Capital, Kaszek Ventures, IFC Venture Capital e o Riverwood Capital. Em 2014 e 2015, eles injetaram cerca de US$ 215 milhões na empresa.

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