IPO - novos registros de companhias abertas na CVM

  • InterCement (ICBR3):

Preço R$ 21,85 (média entre R$ 18,20 e R$ 25,50)

P/VP: 12,52
P/L: 56,71
PSBe: R$ 9,42 (-56,87%)
FCD com 3% de perpetuidade, 8% taxa de desconto e 15% de taxa de crescimento para os próximos cinco anos: R$ 13,20 (-39,59%)
Está precificando um crescimento médio anual de 40% para os próximos 5 anos.
PSR: 3,40

A oferta é 100% secundária, com a venda de participação da Mover (antes Camargo Corrêa). Diluição de 92%. Entre 36 e 49% das ações ficarão no mercado. Destinação dos recursos: para o acionista vendedor pagar debêntures e notas promissórias. Empresa com dívida líquida de 1,33 bi e com EBITDA de 763 milhões (EBITDA ajustado de 874 mi), assim tem baixa alavancagem. Deve sair com um valor de mercado de 9 bilhões.

A companhia é um braço do Grupo InterCement, que também tem operações em países como Argentina, Egito, Moçambique e África com Sul, com capacidade produtiva de 37 milhões de toneladas de cimento por ano. No Brasil, a Intercement é a segunda maior produtora de cimento do país, com capacidade instalada de 17,2 milhões de toneladas, distribuídas entre suas 15 unidades.

Resumo das operações da InterCement:

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As Marcas:

  • Cauê: Marca da companhia com foco em clientes do Sul e Sudeste do Brasil, possui portfólio completo para a obra, proporcionando força, resistência e durabilidade em diversas aplicações. Características muito bem representadas pelo Gavião Real, estampado nas embalagens desde a década 50. Produto distribuído no Sul e Sudeste do Brasil;
  • Goiás: Marca da empresa com foco em clientes do Centro-Oeste do Brasil, o produto é distribuído em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e no Distrito Federal. É um produto forte e resistente, com versatilidade de aplicação. A marca Goiás tem a figura-símbolo do boi Zebu, uma raça que além do seu porte imponente, tem robustez;
  • Zebu: Marca da InterCement com foco em clientes do Nordeste do Brasil. Como opção para diversas etapas da obra, o cimento Zebu caracteriza-se pela resistência, força e durabilidade. Sua embalagem traz a figura do Zebu, uma raça que além do seu porte imponente, se adapta ao clima quente e tem robustez. O produto é distribuído no Pará, Amazonas e todos os estados do Nordeste.

Segue abaixo a evolução dos resultados da empresa:

Pontos positivos: os resultados tem evoluído bastante nos últimos anos; segundo maior player de cimento no Brasil com 15% de market share; mercado de cimento em bom momento e ainda com preço abaixo do verificado internacionalmente; boa rede comercial e de distribuição.

Pontos negativos: histórico de resultados ruins; a empresa não receberá recursos para investir pois a Oferta é 100% secundária; riscos relacionados à sua atividade.

Existem várias controvérsias relacionadas à empresa controladora Camargo Corrêa (hoje Mover).

A remuneração da diretoria se manteve relativamente estável de 2018 até 2021.

Não vou entrar nesta IPO porque o histórico da empresa não ajuda, tanto operacional quanto de corrupção. Pra piorar não haverá entrada de recursos no caixa da empresa e não há grande desconto nesta precificação, girando em torno de 11-13 o EV/EBITDA. De toda forma, o momento é favorável para a empresa e ela pode se beneficiar disto.

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Eu estou repensando sobre a 3tentos porque eu devo ter sido conservador demais na estimativa de crescimento dela após a expansão para o Mato Grosso, talvez eu entre com um percentual baixo da carteira dado que algumas Ofertas saíram com um preço de 10-20% abaixo da mínima da faixa indicativa…

O que vocês acharam das últimas Ofertas? BBM Logística, 3tentos, CBA, Intercement, SmarFit e Multilaser… Alguém vai entrar em alguma? O que vocês acham dos produtos da Multilaser?

Vamos ter também a Desktop e a Armac, que devo estudar nos próximos dias…

  • Multilaser (MLAS3):

Preço R$ 11,90 (média entre R$ 10,80 e R$ 13,00)

P/VP antes: 4,76
P/L antes: 11,80

P/VP depois: 2,73
P/L depois: 14,94
PSBe: R$ 15,57 (+30,81%)
FCD com 3% de perpetuidade, 8% taxa de desconto e 15% de taxa de crescimento para os próximos cinco anos: R$ 27,29 (129,32%)
PSR: 2,44

A oferta é 100% primária. Diluição de 62%. Entre 21 e 26% das ações ficarão no mercado. Destinação dos recursos: 45% para amortização de dívidas, 40% para reforço de caixa para crescimento e outros propósitos corporativos (?ahn? :thinking:) e 15% para aquisições. Empresa com dívida líquida de 756 milhões e com EBITDA de 736 milhões, ou seja, tem uma alavancagem baixa, que deve ser praticamente zerada com o uso dos recursos da IPO para amortização das dívidas. Deve sair com um valor de mercado de quase 10 bilhões.

A empresa é uma das mais diversificadas companhias de bens de consumo do Brasil devido a amplitude de seu portfólio com mais de 5.000 produtos diferentes (SKUs) e ampla capacidade de distribuição nacional. Atuando no desenvolvimento, fabricação, distribuição, venda e pós-venda de diversos produtos em diferentes áreas como tablets, smartphones, notebooks, pen-drives, chips de memória, acessórios de informática, eletroportáteis, casa conectada (Internet of Things – IoT), utensílios domésticos, ferramentas, acessórios e equipamentos esportivos, instrumentos de saúde, redes de telecomunicações, acessórios e produtos automotivos, áudio e vídeo, segurança eletrônica, brinquedos, papelaria, pets e puericultura.

Resumo da empresa:

Adicionalmente às marcas próprias, a companhia também é parceira de 9 grandes marcas globais para comercialização, desenvolvimento e/ou produção de produtos específicos de tais parceiros, permitindo que a Multilaser atue em extratos sociais da população mais elevados àqueles em que já atua com suas 20 marcas próprias e posicione-se em nichos especializados. Segue abaixo o demonstrativo disto:

Segue abaixo a evolução dos resultados da empresa:

Pontos positivos: enorme crescimento a partir de 2020; baixa alavancagem, que deverá ser zerada após a IPO; grande diversidade de produtos, podendo produzir e importar; cerca de 30% da Receita Líquida em 2020 vieram dos produtos lançados durante este mesmo ano, a empresa demonstra ser muito eficiente no lançamento de produtos; produz chips integrados de memória e isto dá uma boa vantagem competitiva no Brasil; nota 8,5 no ReclameAqui com solução de 92% dos casos e 75% das pessoas voltariam a fazer negócio com a empresa.

Pontos negativos: os incentivos fiscais representam cerca de 9% da Receita Líquida (o maior percentual de todas as empresas que já estudei, talvez por isto ela esteja tão interessada em política); a destinação dos recursos da IPO é muito pouco agressiva e não está bem definida, pois usa quase metade destes para quitar dívidas com juros baixos e mais 40% não tem destinação específica (“outros propósitos corporativos” é sacanagem); os resultados de 2020/2021 parecem “pontos fora da curva” devido à pandemia; cerca de 300 milhões em impostos judicializados com perdas consideradas possível ou provável.

Os sócios da empresa estão envolvidos em algumas controvérsias como sonegação fiscal, fraude no ICMS e são donos do site “Ranking dos Políticos”.

A remuneração da diretoria saltou de meio milhão com 3 membros em 2018 e 2019 para 13 milhões (sendo 8 milhões baseada em ações e 4 milhões em PLR) com 3 membros em 2020, e para 42 milhões (sendo 8 milhões em bônus e quase 30 milhões baseados em ações) com 7 membros em 2021; isto é mais de 1% da Receita Líquida!

Estou muito na dúvida se entro ou não na Multilaser. De um lado, o operacional da empresa está indo muito bem, a precificação não tá cara estando com um EV/EBITDA em torno de 11-12, parece ser bem vista pelos consumidores e os produtos lançados tem boa aceitação. Por outro lado, eu pessoalmente não gosto dos produtos da empresa, pra mim tem qualidade muito baixa, além disto acho muito alto o percentual oriundo de incentivos fiscais e mais alto ainda o incremento da remuneração da diretoria; por fim, não gostei nada da destinação dos recursos. De toda forma, acho que esta IPO deve ter sucesso e acredito em boa valorização…

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Eu não entrarei em nenhuma. Eu já tenho ações demais na carteira e quase tudo que eu tenho ainda está bastante barato. Nenhum desses IPOs me parece ser mais interessante do que as empresas que eu já compro normalmente.

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estava cogitando a CBA pelo ciclo de commodities, e perspectiva favoravel para o aluminio, mas como todo ipo, parece cara… :sweat_smile:
acho que não vou entrar em nenhum, e aportar em alguma do “trade de reabertura” que parece ter mais upside: varejo, turismo, shoppings…

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A 3tentos saiu um pouco abaixo do meio da faixa indicativa a R$ 12.25:

@ricardotgo, verdade! É o meu caso também.

@sardinhafrita, faz sentido apostar na reabertura já que BRML3, COGN3 e seus pares (além de turismo, restaurantes e varejo) ainda estão bem descontadas em relação aos preços pré-pandemia. Mas, eu prefiro investir só em empresas com negócios que eu acredito no preço atual e não tento especular se a ação vai subir ou cair.

  • Desktop (DESK3):

Preço R$ 25,50 (média entre R$ 23,00 e R$ 28,00)

P/VP antes: 7,91
P/L antes: 47,47

P/VP depois: 2,42
P/L depois: 73,03
PSBe: R$ 15,45 (-39,42%)
FCD com 3% de perpetuidade, 8% taxa de desconto e 25% de taxa de crescimento para os próximos cinco anos: R$ 17,71 (-30,57%)
Está precificando um crescimento médio anual de 48% para os próximos 5 anos.
PSR: 11,69

A oferta é 100% primária. Diluição de 59%. Entre 35 e 45% das ações ficarão no mercado. Destinação dos recursos: 70% para crescimento orgânico, 20% para aquisições e 10% para aumento de posição de caixa. Empresa com dívida líquida de 173 milhões e com EBITDA de 82,5 milhões, ou seja, tem uma alavancagem normal, que deve ser bem reduzida com o uso dos recursos da IPO para aumento da posição de caixa. Deve sair com um valor de mercado de 2,2 bilhões.

A Desktop é uma das maiores plataformas de ISPs (Internet Service Provider ou Provedor de Serviços de Internet) do Brasil, sendo a maior plataforma ISP do Estado de São Paulo. Atua majoritariamente no mercado de prestação de serviços de internet de banda larga com tecnologia de fibra óptica de alta velocidade voltado para o consumidor pessoa física.

Modelo de negócio: A escolha das regiões que vai atender envolve um processo analítico de aferir o potencial de demanda, partindo do levantamento de dados em campo, conjuntamente com o cruzamento com modelos estatísticos proprietários, que são suportados por um banco de dados com o histórico de dezenas de projetos já realizados, com suas respectivas performances. O resultado dessas análises permite crescer com assertividade em regiões onde os modelos otimizam o retorno sobre o capital investido, em que prioriza cidades com perfis populacionais, econômicos e de competição similares a aqueles nos quais obtiveram maiores sucesso.

O mercado de internet banda larga é bastante fragmentado, com mais de 5.000 provedores distintos concentrando mais de 39% do volume de assinantes do serviço no Brasil. A Desktop busca se apresentar como protagonista do processo de consolidação dessa indústria, mantendo um olhar seletivo nas oportunidades aderentes ao seu plano estratégico de crescimento e com alto potencial de retorno sobre capital. Apesar de estar inserido em um mercado competitivo, a Desktop tem alcançado consistentemente uma alta taxa de penetração nas cidades em que já atua, atingindo mais de 58% na maioria das regiões, o que propicia uma vantagem competitiva à companhia em relação a outros participantes do mercado.

Volume de ativações:

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Evolução da base:

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Segue abaixo a evolução dos resultados da empresa:

Pontos positivos: enorme crescimento a partir de 2018; market share muito elevado onde atua, atingindo a liderança em 50% das cidades com operações maduras e 27% do total das cidades, o que demonstra grande assertividade; a empresa tem bom histórico de conseguir market share nas regiões onde entra, vencendo as gigantes do setor, provavelmente porque estas tem menor interesse em regiões menos populosas; nota 8 no ReclameAqui com solução de 86% dos casos e 72% das pessoas voltariam a fazer negócio com a empresa, o que é bom para o setor.

Pontos negativos: o principal é o preço, já que nesta precificação está embutido um crescimento bem agressivo; o setor está passando por grandes mudanças, tanto a nível nacional com a reorganização da OI, quanto a nível internacional com o 5G e o desenvolvimento de internet por outros meios.

Não encontrei controvérsias relacionadas à empresa.

A remuneração da diretoria saltou de 150 mil com 3 membros em 2018 e 2019 para 1,7 mi com 7 membros em 2020, e para 6,3 milhões com 13 membros em 2021; isto é mais de 3% da Receita Líquida!

Na minha opinião se trata de uma ótima empresa com uma operação que está muito bem, que tem grande assertividade quando expande para novas cidades e que fez algumas aquisições recentes que ainda não estão no resultado ou ainda não maturaram, ou seja já tem algum crescimento contratado. Apesar disto não tenho interesse na Desktop porque a geração de caixa dela não justifica sua precificação, mesmo considerando um crescimento bem mais agressivo do que eu estimei. Atualmente estaria negociando a quase 28x o EBITDA. Pelo que andei pesquisando, estas empresas de banda larga estão sendo precificadas a múltiplos próximos dos de empresas de tecnologia, mas eu não vejo muito sentido nisto.

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  • armac (ARML3):

Preço R$ 14,96 (média entre R$ 13,30 e R$ 16,63)

P/VP antes: 30,06
P/L antes: 192,90

P/VP depois: 5,80
P/L depois: 228,99
PSBe: R$ 3,50 (-76,63%)
FCD com 3% de perpetuidade, 8% taxa de desconto e 50% de taxa de crescimento para os próximos cinco anos: R$ 7,93 (-47,01%)
Está precificando um crescimento médio anual de 87% para os próximos 5 anos.
PSR: 35,41

A oferta é 78% primária. Diluição de 83%, que é muito alta para este tipo de negócio. Entre 20 e 26% das ações ficarão no mercado. Destinação dos recursos: 100% para compra de máquinas e equipamentos. Empresa com dívida líquida de 292 milhões e com EBITDA de 74 milhões, ou seja, tem uma alavancagem bem alta, e que a empresa pretende reduzir a partir do aumento do EBITDA com o crescimento da operação, mas não a partir de redução das dívidas. Deve sair com um valor de mercado de 5 bilhões.

É uma plataforma brasileira de locação de equipamentos multicategoria. Oferecem aos clientes, dentre outras categorias, equipamentos de linha amarela, que englobam pás-carregadeiras, escavadeiras hidráulicas, retroescavadeiras, tratores de esteira, minicarregadeiras, motoniveladoras, rolos compactadores, tratores agrícolas, entre outros. Acreditam ser o líder nacional na locação de equipamentos de linha amarela, mesmo com menos de 0,5% de participação de mercado. O modelo de negócio consiste na conversão do equipamento em um serviço para o cliente, em contratos que incluem disponibilidade para manutenção 24 horas por dia no ativo e flexibilidade para devolução ou substituição do equipamento quando o projeto do cliente é finalizado. Com uma frota própria de 1.403 equipamentos locáveis em 31 de março de 2021, serve uma grande base de clientes distribuída em 17 Estados brasileiros nos setores de logística agrícola, agroindustrial, fertilizantes, mineração, papel e celulose, transportes e infraestrutura.

Segue abaixo a evolução dos resultados da empresa:

Pontos positivos: tem uma boa operação com crescimento robusto à medida que vai expandindo; maior comprador de equipamentos de linha amarela no Brasil, isso possibilita que tenha acesso a equipamentos a preços 20% a 30% melhores; exposição a diversos setores da economia; verticalização completa dos processos de manutenção, o que dá grande capacidade de lidar com a complexidade do investimento em ativos usados; pretende expandir na aquisição de máquinas usadas.

Pontos negativos: preço, pois está embutido um crescimento bem agressivo e por isto deve usar todos os recursos para expandir a operação; alta alavancagem que deve assim permanecer inicialmente e dependerá da expansão da operação para sua redução; pretende, ao mesmo tempo, expandir para outras regiões e atuar com outras categorias de máquinas, o que necessita de mais tempo pra maturar e agrava, na minha opinião, a situação da já alta alavancagem; vai necessitar de mais capital num cenário de alta dos juros.

Não encontrei controvérsias relacionadas à empresa.

A remuneração da diretoria será de 10 milhões em 2021 com 9 membros; isto é mais de 7% da Receita Líquida!

Na minha opinião se trata de uma boa empresa com uma operação que está rodando muito bem e já tem algum crescimento contratado porque o número de equipamentos para aluguel é muito superior ao número observado em 2020. Contudo, não tenho interesse na Armac porque a geração de caixa dela não justifica sua precificação, mesmo considerando um crescimento bem mais agressivo do que eu estimei. Atualmente estaria negociando a 71x o EBITDA e em abril de 2021 a empresa captou mais 210 milhões (170 mi líquidos porque pagou antecipadamente 40 mi), se estes recursos foram usados para expansão a alavancagem (já alta no 1T21) salta para 6,2x o EBITDA. A companhia está sujeita a covenants regressivos de 3,5 em 2021, 3,25 em 2022 e 3,0 em 2023 e, na minha opinião, há muito risco de alguma coisa não funcionar como o esperado, com pouco espaço de retorno já que a empresa já sai valendo 5 bilhões (35x a RL).

  • Traders Club (TC) (TRAD3):

Preço R$ 10,12 (média entre R$ 9,00 e R$ 11,25)

P/VP antes: 18,54
P/L antes: 169,93

P/VP depois: 4,38
P/L depois: 212,02
PSBe: R$ 3,05 (-69,89%)
FCD com 3% de perpetuidade, 8% taxa de desconto e 50% de taxa de crescimento para os próximos cinco anos: R$ 5,79 (-42,77%)
Está precificando um crescimento médio anual de 85% para os próximos 5 anos.
PSR: 55,19

A oferta é 100% primária. Diluição de 77%. Entre 28 e 33% das ações ficarão no mercado. Destinação dos recursos: 60% para aquisições estratégicas; 20% para desenvolvimento da plataforma do TC; e 20% para marketing. Empresa praticamente sem dívidas e com EBITDA de 17 milhões. Deve sair com um valor de mercado de 2,8 bilhões.

É uma das maiores plataformas sociais para investidores da América Latina, que conecta mais de 470 mil usuários por meio de plataforma infotech, a qual possui features sociais, como espaço para fóruns de discussão e postagem de Trade Ideas, e também features técnicas e informacionais, como feed de notícias de mercado, estatísticas do mercado em tempo real, ferramentas analíticas e conteúdo educacional dedicado para suportar discussões, análises e decisões de investimento dos usuários.

O TC nasceu, em abril de 2015, como um grupo de investidores dentro de um aplicativo de mensagens instantâneas, demonstrando vocação e força para reunir uma comunidade engajada desde suas origens. O projeto foi idealizado e criado por três sócios com grande experiência no mercado financeiro e de capitais, que se conheceram no círculo online de entusiastas e adeptos do trading: Pedro Albuquerque Filho, que começou a investir depois de participar de um torneio de carteiras e hoje é CEO do TC e gestor do Fundo Cosmos; Israel Massa, CFO do TC que abriu sua primeira conta em corretora de valores aos 17 anos, tendo seu avô (gestor de fundo) como referência; e Rafael Ferri, fundador e CEO da Startups BR e reconhecido trader, com mais de 20 anos de “experiência” (aspas minhas :bomb:).

Histórico do TC:

Segue abaixo a evolução dos resultados da empresa:

Pontos positivos: crescimento elevado de 2018 até 2020; tem uma operação com muita escalabilidade; tem uma grande diversidade de produtos e serviços como TC Labs, TC Mover, TC Matrix, TC School e “TC etc”(são muitos); busca de expansão por efeitos de rede.

Pontos negativos: é uma operação ainda muito incipiente para ser precificada em quase 3 bilhões; tem muitos dos serviços oferecidos disponíveis de maneira gratuita; Rafael Ferri (conforme imagem abaixo); além disto eu diria que a companhia tem tantos riscos quanto os produtos/serviços, e olha que são inúmeros os produtos/serviços.

Controvérsias:

https://invest.exame.com/me/cvm-condena-rafael-ferri-por-manipulacao-de-acoes-da-mundial

Precisa mais? :face_with_symbols_over_mouth:

A remuneração da diretoria será de 3,7 milhões em 2021 com 10 membros; isto é quase 14% da Receita Líquida!

É a “bolha do TC”? De nenhuma forma a geração de caixa do TradersClub justifica sua precificação, mesmo considerando um crescimento bem mais agressivo do que eu estimei. Atualmente estaria negociando a 133x o EBITDA. Seria ridículo o mercado precificar esta empresa nestes patamares, por isto eu acho que o TC está querendo mais é aparecer mesmo, já que a própria IPO já é um marketing para a empresa num meio em que muitos investidores podem passar a conhecer a empresa através deste anúncio. Eu mesmo mal ouvi falar destes produtos antes da Oferta… Não tenho nenhum interesse na empresa como cliente, muito menos como sócio.

Ou seja, na minha opinião, são 2 empresas com preços bem descasados dos tamanhos de suas respectivas operações, mas pelo menos a Armac aparenta ser uma empresa séria e que contribui para a produtividade do país.

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Alguém olhou FIQE3? Parece ser um case muito interessante, mas ainda não vi os números bem com calma. Deixo essa reportagem:

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A SmartFit teve sucesso na sua IPO e saiu a 23 reais:

Já a BBM Logística infelizmente cancelou sua Oferta (mesmo Restrita) pela segunda vez:

Agora 2 empresas semelhantes à Desktop, a qual eu estudei aqui: IPO - novos registros de companhias abertas na CVM - #857 por fabio_barbosa

@antracnose

  • unifique (FIQE3):

Preço R$ 9,45 (média entre R$ 8,41 e R$ 10,49)

P/VP antes: 18,16
P/L antes: 44,77

P/VP depois: 3,41
P/L depois: 61,05
PSBe: R$ 4,97 (-47,42%)
FCD com 3% de perpetuidade, 8% taxa de desconto e 25% de taxa de crescimento para os próximos cinco anos: R$ 7,85 (-16,94%)
Está precificando um crescimento médio anual de 42% para os próximos 5 anos.
PSR: 10,82

A oferta é 100% primária. Diluição de 70%. Entre 26 e 35% das ações ficarão no mercado. Destinação dos recursos: 40% para crescimento orgânico, 40% para aquisições e 20% para outros investimentos. Empresa com dívida líquida de 128 milhões e com EBITDA de 155 milhões, ou seja, tem uma alavancagem baixa, que deve ser zerada com os recursos da IPO. Deve sair com um valor de mercado de 3,4 bilhões.

A Unifique é a maior provedora independente de fibra óptica na Região Sul do Brasil, oferecendo soluções para residências e empresas. A companhia já cobre mais de 1 milhão de residências e possui mais de 18 mil km de rede de fibra óptica, com um modelo de negócios enxuto e escalável que permitiram a execução de um forte crescimento na região com altos índices de rentabilidade.

A Unifique totalizou, em 31 de março de 2021, aproximadamente 318 mil acessos em mais de 122 municípios em Santa Catarina e mais de 5 municípios no Paraná. Além disso, está expandindo sua atuação para o Rio Grande do Sul, onde adquiriu em abril de 2021 uma operação com mais de 31 mil acessos em 16 cidades.

Modelo de negócio: A alocação de CAPEX da Unifique é otimizada na medida em que os investimentos são priorizados em regiões de comprovado potencial de rentabilização, permitindo rápido retorno financeiro, demonstrado pela média de ROIC de 37,9% entre 2018 e 2020. Além disso, os projetos são dimensionados para atender o dobro da necessidade atual de determinada região, de modo que seja possível ampliar a rede posteriormente sem grandes investimentos adicionais.

Segue abaixo a evolução dos resultados da empresa:

Pontos positivos: enorme crescimento a partir de 2018; market share muito elevado onde atua, atingindo 24% em Santa Catarina (mais que Vivo, Oi e Claro juntas) considerando apenas fibra óptica, o que demonstra grande relevância; a empresa tem histórico de aumentar bastante seu market share nas regiões onde entra, vencendo as gigantes do setor; grande potencial de crescimento inorgânico com a compra de concorrentes menores; nota 8,2 no ReclameAqui com solução de 87% dos casos e 77% das pessoas voltariam a fazer negócio com a empresa, o que é bom para o setor; NPS de 73 que é ótimo pro setor.

Pontos negativos: o principal é o preço, já que nesta precificação está embutido um crescimento bem agressivo; o setor está passando por grandes mudanças, tanto a nível nacional com a reorganização da OI, quanto a nível internacional com o 5G e o desenvolvimento de internet por outros meios.

Não encontrei controvérsias relacionadas à empresa.

A remuneração da diretoria saltou de 143 mil com 2 membros em 2019 para 1 milhão com 4 membros em 2020, e para 2,5 milhões com 7 membros em 2021; mas considero justo diante do tamanho da empresa.

A conclusão vai ser idêntica à Desktop e à Brisanet: Na minha opinião se trata de uma ótima empresa, com uma operação que roda muito bem e já tem crescimento contratado, pois fez algumas aquisições recentes e relevantes que ainda não estão no resultado. Apesar disto não tenho interesse na Unifique porque a geração de caixa dela não justifica sua precificação, mesmo considerando um crescimento bem mais agressivo do que eu estimei. Atualmente estaria negociando a 21x o EBITDA. Pelo que andei pesquisando, estas empresas de banda larga estão sendo precificadas a múltiplos próximos dos de empresas de tecnologia, mas eu não vejo muito sentido nisto.

  • brisanet (BRIT3):

Preço R$ 15,59 (média entre R$ 13,92 e R$ 17,26)

P/VP antes: 40,92
P/L antes: 130,82

P/VP depois: 4,75
P/L depois: 163,51
PSBe: R$ 4,91 (-68,52%)
FCD com 3% de perpetuidade, 8% taxa de desconto e 50% de taxa de crescimento para os próximos cinco anos: R$ 11,57 (-25,78%)
Está precificando um crescimento médio anual de 75% para os próximos 5 anos.
PSR: 12,51

A oferta é 100% primária. Diluição de 79%. Entre 20 e 23% das ações ficarão no mercado. Destinação dos recursos: 86,5% para expansão da empresa e 13,5% para aporte na Agility. Empresa com dívida líquida de 626 milhões e com EBITDA de 211 milhões, ou seja, tem uma alavancagem alta. Deve sair com um valor de mercado de 7 bilhões.

A Brisanet é a maior empresa entre os provedores independentes de serviços de internet no Brasil na tecnologia de fibra óptica. Com um portfólio de produtos praticamente 100% em fibra ótica e com atuação focada na região Nordeste do país, a empresa contava, em 30 de abril de 2021, com aproximadamente 697 mil clientes e mais de 6300 colaboradores, espalhados em 96 cidades no Nordeste do país. A companhia atua também por meio da sua controlada Agility Telecom, que fornece serviços de internet sob o modelo de franquias para cerca de 140 mil clientes e já está presente em mais de 251 cidades no Nordeste do país, através de 94 franqueados.

Modelo de negócio: Ao estar presente em toda a cadeia de valor, desde o mapeamento de potenciais áreas para expansão, instalação da infraestrutura, venda e instalação do serviço para os clientes e até ao fornecimento de suporte e monitoramento da qualidade do serviço, a companhia consegue antecipar necessidades de seus clientes, o que pode gerar diversas oportunidades de cross-sell e up-sell, com os diferentes produtos oferecidos.

Modelo diferenciado de franquia – Agility Telecom:

Toda a infraestrutura e know-how de execução da companhia foram ainda mais alavancados com a criação da Agility Telecom, modelo de franquias da Brisanet. Esse novo formato utiliza a estrutura de backbone da empresa, atuando como fornecedora de rede neutra para um cliente exclusivo – franqueados da Agility Telecom. Desta forma, um pequeno provedor empreendedor local transforma sua operação, alavancando o binômio know-how Brisanet e conhecimento capilar do mercado atendido. Este franqueado alia o atendimento personalizado local às ferramentas de um player robusto regional, tornando-se um natural consolidador no mercado onde atua.

Market Share da Brisanet total:

Brisanet share total

Market Share da Brisanet onde atua:

Brisanet share local

Expansão através da Agility para cidades pequenas:

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Segue abaixo a evolução dos resultados da empresa:

Pontos positivos: enorme crescimento a partir de 2018; market share extremamente elevado onde atua; a empresa tem expandindo bastante para novas cidades nas regiões onde atua, sendo até mais relevante que as gigantes do setor; nota 8,1 no ReclameAqui com solução de 86% dos casos e 71% das pessoas voltariam a fazer negócio com a empresa, o que é bom para o setor; pretende participar do leilão de 5G; modelo de franquias com a Agility.

Pontos negativos: o principal é o preço, já que nesta precificação está embutido um crescimento bem agressivo; o setor está passando por grandes mudanças, tanto a nível nacional com a reorganização da OI, quanto a nível internacional com o 5G e o desenvolvimento de internet por outros meios.

A Brisanet tem algumas denúncias de sonegação de impostos.

A remuneração da diretoria saltou de 100 mil com 2 membros em 2018, 2019 e 2020 para 2 milhões com 8 membros em 2021; mas considero justo diante do tamanho da empresa.

A conclusão vai ser idêntica à Desktop e à Unifique: Na minha opinião se trata de uma boa empresa, com uma operação que roda bem e já tem crescimento contratado, pois grande parte das expansões ainda não está madura. Apesar disto não tenho interesse na Brisanet porque a geração de caixa dela não justifica sua precificação, mesmo considerando um crescimento bem mais agressivo do que eu estimei. Atualmente estaria negociando a 36x o EBITDA. Pelo que andei pesquisando, estas empresas de banda larga estão sendo precificadas a múltiplos próximos dos de empresas de tecnologia, mas eu não vejo muito sentido nisto.

São todas operações bem parecidas e aparentemente a Unifique é a menos cara. Já a Brisanet aparenta ser a mais cara, porém, na minha opinião, tem um potencial de crescimento mais agressivo que as outras 2, tendo uma boa relevância nacional e um modelo de negócio mais agressivo.

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Ola @fabio_barbosa
Vc ja estudou a Raizen? Tenho achado interessante.

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Essa vai vir muito hypada, é a queridinha do mercado, tipo uma Rede D’or. O pessoal da Trigono é muito, mas muito mais otimista com São Martinho. Acho que vale a pena o comparativo.

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@nr749, ainda não porque o Prospecto Preliminar com a faixa indicativa de preço só saiu hoje (acabei de ver no site de RI deles). :blush:

Vou olhar este Prospecto a noite e posto aqui…

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Bom dia,

TTEN3 entrou em negociação e não disparou, o que indica que sua análise estava correta. a 12.25 ela já estava precificada.

Tens uma ideia em que faixa já se teria uma margem de segurança para entrar? EStá bem fora do radar esse IPO, exceto por algum comentário dentro do TC.

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@advanced_set, na minha opinião, eu acho que não é porque a TTEN3 ficou estável que eu estava certo, assim como não seria porque a SMFT3 disparou que eu estaria errado. Isto vai depender de como a empresa vai evoluir nos próximos anos… Mas cada um deve procurar entender se determinada empresa se encaixa no seu perfil/carteira.

Por exemplo: eu entrei na MOSI3 que chegou a subir mais de 100% (assim eu estava “certo”) e agora está abaixo do preço da IPO (agora estou “errado”?). O oposto ocorreu com a CASH3 que chegou a cair mais de 10% do preço da IPO nos primeiros dias e agora quase chegou a bater 500% de valorização.

Quanto à TTEN3 eu acho que está num preço relativamente atrativo e está sim no meu radar. Fiquei feliz dela conseguir realizar sua Oferta…

@nr749

  • raízen (RAIZ4 - é preferencial mesmo…):

Preço R$ 8,50 (média entre R$ 7,40 e R$ 9,60)

P/VP antes: 8,05
P/L antes: 50,09

P/VP depois: 5,17
P/L depois: 54,54
PSBe: R$ 13,42 (+57,94%)
FCD com 3% de perpetuidade, 8% taxa de desconto e 25% de taxa de crescimento para os próximos cinco anos: R$ 7,90 (-7,04%)
Está precificando um crescimento médio anual de 39% para os próximos 5 anos.
PSR: 0,74

A oferta é 100% primária, mas de ações preferenciais listadas no Nível 2 da B³, ou seja, com 100% de tag along. Diluição de 81%, que é muito alta para este tipo de negócio. Entre 8 e 11% das ações ficarão no mercado, ou seja, não atinge o mínimo de 25%, por isto a Raízen solicitou a dispensa desta exigência que será apreciada pela B³. Destinação dos recursos: 80% para construção de novas plantas para expandir a produção de produtos renováveis e sua capacidade de comercialização; 5% para investimentos em eficiência e produtividade nos parques de Bioenergia; e 15% para investimentos em infraestrutura de armazenagem e logística para suportar o crescimento de volume comercializado de renováveis e açúcar. Empresa com dívida líquida de 14 bilhões e com EBITDA ajustado de 6,6 bilhões, ou seja, tem uma alavancagem normal. Deve sair com um valor de mercado de 84 bilhões.

A Raízen tem o controle dividido igualmente entre a Cosan e a Shell, por isto, eu acho que o motivo de fazerem uma Oferta de ações PN é para manter as ações ordinárias em igual proporção sem o risco de um dos 2 controladores comprar as ações no mercado e “tomar” o controle da companhia. Assim, as ações com direito a voto pleno permanecem com 50% para cada.

É uma joint venture entre a Cosan (50%) e a Shell (50%), incorporando ativos de ambos os acionistas e visão estratégica de longo prazo fundamentada no mercado de biocombustíveis e energia renovável e marketing e serviços. Com um ecossistema integrado, controla e opera 26 parques de bioenergia estrategicamente localizados e concentrados principalmente na região Sudeste do Brasil. É o maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar, e o maior exportador mundial de açúcar, com escala comparável à países inteiros:

Raizen capacidade

Segue abaixo a evolução dos resultados da empresa:

Pontos positivos: aquisição recente da Biosev; opera uma área agrícola superior a 800 mil hectares, o que gera ganhos de produtividade; grande escala, comercializando 4,6x o volume de etanol que produz e 9x o volume de energia que gera.

Pontos negativos: dado o tamanho atual da operação, é difícil imaginar um crescimento acelerado por vários anos; ações PN com baixo free float; é uma empresa controlada, geralmente é melhor se expor à controladora.

As controvérsias relacionadas à empresa envolvem formação de quartel, pagamento de propina e muito lobby; típico de empresas deste porte. Neste caso, estas controvérsias se dividem entra a Cosan e a Shell.

É uma empresa que todos conhecem e que já é enorme; vem apresentando baixas margens mas tem uma operação com resultados consistentes e com boa capacidade de geração de caixa. Não tenho interesse na Raízen porque eu já tenho empresas com melhores múltiplos na carteira e no radar, incluindo a JALL3 que atualmente seria minha prioridade de aporte no setor (apesar de não serem idênticas). A RAIZ4 atualmente estaria negociando a 15x o EBITDA ajustado (e 12x o EBITDA), o que não é tão caro dado o plano de expansão da empresa com os recursos da IPO.

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Realmente. É que a hype cima de vários desses IPOs é tão grande que a margem de segurança a partir do que é divulgado pelos analistas têm desaparecido logo na estreia, especialmente quando há influencers (contratados ?) divulgando.

Provavelmente a movimentação é mais pela cobertura e divulgação do que pelo potencial de fato da empresa.

Outra que entrou
negociação disparando (com gente puxando?) foi um banco de investimentos.

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Eu tenho a impressão que o que vai valer a pena nesses IPOs da Cosan é estar posicionado na própria CSAN3. Mas no futuro considero migrar para as minhas subsidiárias favoritas

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Muito bom, realizei reserva hoje tanto na opção lock up quanto na sem - esperando rateio grande, embora tenha achado estranho terem adiado o cronograma…

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@fabio_barbosa consegue olhar ARMAC?

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Sobre o TradersClub:

Mercado BitCoin quer quase 5% do TC

@matsimon, seja bem vindo!

Eu falei dela alguns posts atrás: IPO - novos registros de companhias abertas na CVM - #862 por fabio_barbosa

  • armac (ARML3):

Preço R$ 14,96 (média entre R$ 13,30 e R$ 16,63)

P/VP antes: 30,06
P/L antes: 192,90

P/VP depois: 5,80
P/L depois: 228,99
PSBe: R$ 3,50 (-76,63%)
FCD com 3% de perpetuidade, 8% taxa de desconto e 50% de taxa de crescimento para os próximos cinco anos: R$ 7,93 (-47,01%)
Está precificando um crescimento médio anual de 87% para os próximos 5 anos.
PSR: 35,41

A oferta é 78% primária. Diluição de 83%, que é muito alta para este tipo de negócio. Entre 20 e 26% das ações ficarão no mercado. Destinação dos recursos: 100% para compra de máquinas e equipamentos. Empresa com dívida líquida de 292 milhões e com EBITDA de 74 milhões, ou seja, tem uma alavancagem bem alta, e que a empresa pretende reduzir a partir do aumento do EBITDA com o crescimento da operação, mas não a partir de redução das dívidas. Deve sair com um valor de mercado de 5 bilhões.

É uma plataforma brasileira de locação de equipamentos multicategoria. Oferecem aos clientes, dentre outras categorias, equipamentos de linha amarela, que englobam pás-carregadeiras, escavadeiras hidráulicas, retroescavadeiras, tratores de esteira, minicarregadeiras, motoniveladoras, rolos compactadores, tratores agrícolas, entre outros. Acreditam ser o líder nacional na locação de equipamentos de linha amarela, mesmo com menos de 0,5% de participação de mercado. O modelo de negócio consiste na conversão do equipamento em um serviço para o cliente, em contratos que incluem disponibilidade para manutenção 24 horas por dia no ativo e flexibilidade para devolução ou substituição do equipamento quando o projeto do cliente é finalizado. Com uma frota própria de 1.403 equipamentos locáveis em 31 de março de 2021, serve uma grande base de clientes distribuída em 17 Estados brasileiros nos setores de logística agrícola, agroindustrial, fertilizantes, mineração, papel e celulose, transportes e infraestrutura.

Segue abaixo a evolução dos resultados da empresa:

Pontos positivos: tem uma boa operação com crescimento robusto à medida que vai expandindo; maior comprador de equipamentos de linha amarela no Brasil, isso possibilita que tenha acesso a equipamentos a preços 20% a 30% melhores; exposição a diversos setores da economia; verticalização completa dos processos de manutenção, o que dá grande capacidade de lidar com a complexidade do investimento em ativos usados; pretende expandir na aquisição de máquinas usadas.

Pontos negativos: preço, pois está embutido um crescimento bem agressivo e por isto deve usar todos os recursos para expandir a operação; alta alavancagem que deve assim permanecer inicialmente e dependerá da expansão da operação para sua redução; pretende, ao mesmo tempo, expandir para outras regiões e atuar com outras categorias de máquinas, o que necessita de mais tempo pra maturar e agrava, na minha opinião, a situação da já alta alavancagem; vai necessitar de mais capital num cenário de alta dos juros.

Não encontrei controvérsias relacionadas à empresa.

A remuneração da diretoria será de 10 milhões em 2021 com 9 membros; isto é mais de 7% da Receita Líquida!

Na minha opinião se trata de uma boa empresa com uma operação que está rodando muito bem e já tem algum crescimento contratado porque o número de equipamentos para aluguel é muito superior ao número observado em 2020. Contudo, não tenho interesse na Armac porque a geração de caixa dela não justifica sua precificação, mesmo considerando um crescimento bem mais agressivo do que eu estimei. Atualmente estaria negociando a 71x o EBITDA e em abril de 2021 a empresa captou mais 210 milhões (170 mi líquidos porque pagou antecipadamente 40 mi), se estes recursos foram usados para expansão a alavancagem (já alta no 1T21) salta para 6,2x o EBITDA. A companhia está sujeita a covenants regressivos de 3,5 em 2021, 3,25 em 2022 e 3,0 em 2023 e, na minha opinião, há muito risco de alguma coisa não funcionar como o esperado, com pouco espaço de retorno já que a empresa já sai valendo 5 bilhões (35x a RL).

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É bem dependente de obras públicas e licitações? Uma pena não termos acesso ao perfil dos clientes. Há poucas empresas que utilizam locação de máquinas para projetos de longo prazo. Só me lembro da Brasilagro para falar a verdade. Outra coisa que não parecem ter o próprio operador, isso significa depreciação acelerada, o que faz da negociação de preço com o fabricantes o ponto forte, o que é um pouco frágil. Por último, eles não estão no melhor mercado que é o de locação de máquinas agrícolas: trator não conta. Uma colheitadeira p.e. custa R$1-2 milhões e via de regra é o equipamento mais locado no campo, pois inviabiliza qualquer operação de pequeno a médio porte. Isso seria interessante. É uma empresa “kit Brasil”, vai depender de asfalto, porto, aeroporto etc.

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GOLPE.

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