IRBR3 - IRB Brasil resseguros

Perfeito seu raciocínio, @munniz… Eu só acrescentaria algumas observações.

PSSA3 vende no mercado de varejo, onde a marca e a reputação da empresa são tão importantes quanto o preço cobrado pelo prêmio do seguro. Note-se que algumas pessoas topam pagar um preço adicional pela marca “Porto Seguro”, “Bradesco Seguros” ou “Sul América”, etc…

O mercado de resseguros é bem diferente. Praticamente um mercado B2B. Não consigo imaginar uma empresa contratando um resseguro do IRB pela reputação. (Aliás, a reputação não anda essas coisas) O IRB terá que apresentar valor mais atrativo que toda a concorrência estrangeira e uma reserva técnica mais robusta. Quanto a isso, note-se que as margens do mercado mundial de resseguro são muito baixas. Não sou especialista, mas arriscaria dizer que a sinistralidade e a imprevisibilidade do nosso país devem pressionar ainda mais as margens neste setor.

Ainda pesam contra o IRB, o fim da limitação de operações de resseguros entre empresas do mesmo conglomerado e a extinção de contratação mínima obrigatória com resseguradoras locais.

Dito tudo isso, eu acho importante a comparação com o segmento de seguro no varejo, mas acho que o buraco é mais embaixo.

Achei interessante a valuation e imagino valores semelhantes. :+1:

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IRB é referência no setor de resseguro. Trabalho com seguradoras, e todas as maiores nacionais negociam com o Irb, é só fazer uma pesquisa judicial e ver que mesmo sendo a maior resseguradora da America Latina eles tem pouquissimos processos figurando no polo passivo.

As seguradoras não querem saber se houve manipulação contábil interna na apresentação de resultados, eles querem saber se a resseguradora honra com seus contratos.

Ademais a emissão de prêmios continua a pleno vapor.

Outro ponto pouco observado é as vantagens competitivas da empresa. Aqui no Brasil por lei, é permitido atuação de 3 tipos de resseguradoras. As locais (IRB), admitidas (SWISS RE - estrangeiras com escritório local), eventuais (estrangeiras). Sendo que de acordo com a Resolução CNSP nº 325, as seguradoras devem ofertar preferencialmente as resseguradoras locais ao menos, 40% de sua cessão de resseguro a cada contrato automático ou facultativo

Não obstante, por mais que a Susep, futuramente, tente favorecer as resseguradoras estrangeiras, estas não conseguirão competir com as locais. As seguradoras locais possuem uma sinergia gigante com o Irb, sistemas em comum, regulações conjuntas, dentre outros inúmeros fatores que não vou estender

Quanto a “sinistralidade do nosso país pressionar as margens do setor” eu vejo de forma antagônica, uma vez que Europa, América do Norte, Ásia, estão muito mais suscetíveis a desastres naturais do que o Brasil. No tocante a imprevisibilidade, isso faz parte do negócio, e o Irb possui uma equipe de atuários altamente qualificado.

Por derradeiro, o segmento de seguro no Brasil tem baixa penetração, por conseguinte com o desenvolvimento econômico do país a tendência é o setor se ampliar, o que inevitavelmente vai favorecer a companhia.

Ao meu ver, é só administração fazer o arroz com feijão, resseguro é um negócio perene e de baixo risco. Daqui 1 ou 2 anos, caso a empresa volte a apresentar resultados sustentáveis, todo mundo esquece essa palhaçada ocorrida, como ocorreu com inúmeras empresas.

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Bem colocado, Luiz.

No meu ponto de vista, boa parte das empresas ainda devem contratar com o IRB pelo longo histórico como resseguradora monopolista. Era a única opção até bem pouco tempo atrás. Isso gera laços institucionais importantes. No entanto, note-se que o preço “justo” de uma ação pode ser definido pelo valor descontado do fluxo de caixa de resultados futuros. Então resta saber como a empresa (lucros) se comportará diante da concorrência e à medida que esses laços forem se enfraquecendo diante de novos “players”.

O dispositivo legal que mencionou vai justamente na linha do que havia comentado. Agora não existe mais obrigatoriedade de contratação com resseguradora local. Apenas deve ser oferecido condição de igualdade às resseguradoras locais em 40 % dos negócios contratados. Imagino que ainda há o risco desse marco regulatório cair e que seja perdida inclusive essa derradeira reserva de mercado.

Enfim… Não quis de forma alguma mitigar o otimismo de alguns colegas com a empresa. Apenas estava tentando lançar alguma luz sobre a dificuldade em se precificar o valor justo da ação do IRB no contexto atual.

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De fato! O que resta é acompanharmos, valeu pela contribuição

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Recebi um email hoje e estou colocando aqui para ajudar.

IRB (IRBR3): Para quem esperava um tapa, o resultado de IRB foi um soco

  • Diferentemente do que a companhia havia indicado, a "limpeza” de contratos continuou no 4° trimestre.

  • O prejuízo de R$ 620 milhões ficou atrás somente do registrado no segundo trimestre. O consenso de mercado era um resultado “menos pior” de 25 milhões de prejuízo.

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Essa limpeza pelo q andei lendo só começa a impactar o próximo balanço.

Ainda vão vir mais coisa no primeiro semestre, o balanço só deve ficar limpo no segundo semestre.

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Acompanhando por curiosidade…prejuízo atrás de prejuízo, consumindo patrimônio, baixa rentabilidade das alocações de capital, o desmonte das operações do legado anterior parece não acabar…não à toa, contrataram uma consultoria internacional para avaliar e redefinir como sair do buraco.

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Tenho IRBR e é absurdo o buraco que a gestão anterior deixou.
Pessoas presas? Desconheço.
Governo com “gold stock” e indicou tudo que era diretor (os quais escolheram os gerentes) e roubaram descaradamente a empresa.
Alguem sendo investigado? Desconheço.
Brasil!

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Vejo essa ação mesma coisa de COGNA, sem qualquer gatilho de curto prazo, as vzs assumir e vender é preciso, lembre-se do custo de oportunidade.

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Acertadamente vc disse tudo aqui é Brasil, o país onde corruptos nadam de braçada. Nós, minoritários entramos com fiofó, estou com 40% de prejuízo nesta ação e olha que é Novo Mercado, regras e mais regras, mas a natureza corrupta fala mais alto.

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Quem avisa amigo é :joy: Cotação a r$ 32 nessa época aí…

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Não estudei a IRB, mas vejo como maior risco a cotação chegar a um patamar ridiculo e fecharem o capital dela. Mas não estudei o estatuto e a regulamentação dela.

O engraçado é a turma aumentando posição perto dos R$40. Nunca mais volta nessa cotação.

Isso acontece porque o Brasil não tem como foco investidor/empreendedor etc, então é de se esperar coisas assim. Infelizmente, renda variável tem que ser muito cuidadoso no Brasil. Por isso que ninguém investe seriamente aqui.

A turma continua aqui, a diferença agora eh compra mais agora pra baixar PM.

Cara, se isso acontecer (o que não é impossível), vai ter muito nego revoltado…

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No caso da CIELO já estão ventilando isto dada depreciação e falta de perspectiva.

No caso da IRB acabei de ler aqui o fechamento de capital teria que passar pela autorização da União Federal, então imagino que a União cobraria uma espécie de Pedágio mesmo sendo numa conduta liberal, de resto a tendência seria não autorizar.

Analisando isto, acho muito dificil ocorrer uma OPA, já que isto indicaria que os Bancões imaginariam o negócio muito rentável para dividir o lucro com os sardinhas. E se ocorrer poderia inclusive ocorrer valorização das ações.

Desde o início de Janeiro os shorts reduziram bem a posição, sinais? O que Acharam do resultado?

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