ONCO3 - Oncoclinicas Do Brasil Servicos Medicos

Analisando a empresa, me deparei com este post na época do IPO muito bom feito pelo @fabio_barbosa , e abri o tópico dela replicando este. A análise dele foi certeira em detectar que estava caro na época do IPO, mas de lá pra cá o ativo já caiu bem (saiu de 10 para a casa dos 4, e agora está na casa dos 6).

  • OncoClínicas (ONCO3):

Preço R$ 26,25 (média entre R$ 22,21 e R$ 30,29)

P/VP antes: 23,35
P/L antes: negativo

P/VP depois: 4,85
P/L depois: negativo
PSBe: R$ 9,25 (-64,77%)
FCD: empresa com prejuízo em 2020 e baixíssima margem líquida em 2018 e 2019.
PSR: 5,92

A oferta é 2/3 primária. Diluição de 78%. Entre 29 e 39% das ações ficarão no mercado. Destinação dos recursos: 35% para expansão inorgânica futura; 40% para expansão orgânica já em andamento; 15% para expansão orgânica; e 10% para capital de giro. Empresa com dívida líquida de cerca de 661 milhões e com EBITDA ajustado em torno de 312 milhões, ou seja, a alavancagem é normal. Deve sair com um valor de mercado de 13 bi.

É a empresa líder no mercado brasileiro de oncologia clínica privada que se diferencia pela excelência no cuidado com o paciente. Busca liderar a transformação do tratamento oncológico no Brasil por meio do foco na visão holística do paciente, visando garantir a melhor experiência de tratamento individualizado e multidisciplinar em uma cadeia oncológica integrada, desde a prevenção, passando pelo diagnóstico e tratamentos específicos, até os cuidados continuados.

Iniciou as atividades em 2010, com uma unidade em Belo Horizonte, o Oncocentro Oncologia Clínica e Medicina Interna de Minas Gerais S.A., e, desde então, passou por um processo de expansão com o propósito de se tornar referência em tratamentos oncológicos em todas as regiões em que atua.

É o maior prestador no mercado de oncologia clínica privada do Brasil em termos de receita, contando com 69 unidades, incluindo clínicas, laboratórios de genômica, anatomia patológica e centros integrados de tratamento de câncer, estrategicamente localizadas em 20 cidades no Brasil. Possui ainda uma operação nos Estados Unidos, onde estão concentradas as atividades de bioinformática. Em 2020 realizou mais de 1 milhão de consultas, por meio de mais de 1000 médicos especialistas com ênfase em oncologia com atuação dedicada. Atua com pioneirismo na prática de medicina de precisão, próximo passo no tratamento do câncer e no descobrimento de novos medicamentos, por meio de ferramentas de mapeamento genético e atuação nas áreas de patologia e bioinformática. Opera laboratórios de alta tecnologia que reúnem genômica, análise patológica e tratamento de dados clínicos, o que permite proporcionar aos pacientes um diagnóstico preciso e um tratamento assertivo e personalizado, com altos índices de sobrevida.

Oferece diversos modelos de relacionamento às operadoras de saúde e hospitais, desde modelos tradicionais de prestação de serviço até modelos inovadores como pré-aprovação de protocolos antes do tratamento, por meio dos quais as operadoras podem se beneficiar da oferta de serviços oncológicos de qualidade, aliado a um custo competitivo e previsível. Oferece solução one-stop-shop, que permite maior previsibilidade e entendimento do serviço prestado e serviços eficientes - baixos níveis de desperdício e necessidade de procedimentos complementares.

O modelo de negócios é focado: (i) na parceria com os médicos líderes em cada cidade em que atua, para que possa oferecer o tratamento de câncer de melhor qualidade para os pacientes, (ii) em investimentos em ferramentas de pesquisa e ensaios clínicos garantindo profunda especialização e (iii) economias de escala, considerando que é a maior em oncologia clínica em termos de receita.

Segue abaixo a evolução dos resultados da empresa:

Pontos positivos: setor com grande potencial de crescimento devido ao envelhecimento populacional; empresa já com aquisições em andamento, o que é positivo por dar clareza à destinação dos recursos; NPS excepcional de 91; bom crescimento da Receita Líquida; laboratório nos EUA que faz leitura de DNA/RNA e uso de Inteligência Artificial para interpretação dos dados; bom histórico de aquisições.

Pontos negativos: margens baixas (incluindo prejuízo em 2020) apesar do grande crescimento da RL; operação que não consegue ter escalabilidade e com baixa geração de caixa diante da precificação na IPO; potencial conflito de interesses em transações com partes relacionadas.

Não encontrei controvérsias relacionadas à empresa.

Sobre a remuneração da diretoria:

2018-2019: passou de 14 mi com 10 membros remunerados para 32 mi com 14 membros;
2019-2020: passou para 130 mi com 15 membros remunerados;
2020-2021: recuou para 26 mi com 19 membros remunerados, o que é mais de 1% da RL, mas condizente com a situação atual da empresa.

A qualidade da OncoClínicas junto aos clientes é indiscutível e o setor tem muito potencial, mas não acho o retorno atraente para o acionista. Atualmente estaria negociando a 43x o EBITDA (ou 36x considerando a entrada dos recursos da Oferta), o que é bem alto dada a baixa lucratividade. Eu não vou entrar na IPO porque, na minha opinião, a operação não justifica esta precificação mesmo considerando um crescimento bem agressivo e eu não me sinto confortável em ser sócio de uma empresa contando com uma melhora operacional no futuro.

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eu tinha no radar uns meses atras e parei de acompanhar.
é um case de crescimento (um tanto quanto arriscado no momento, com o mundo em alta de juros e com risco de recessão).
Li uma matéria que estavam montando um grande hospital em sp capital…
Fico com receio de quanto o piso de enfermagem pode prejudicar o ebitda. E num eventual governo de esquerda, alguma medida pode ser prejudicial, onerar o setor…

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https://www.seudinheiro.com/2022/empresas/oncoclinicas-onco3-joint-venture-unimed-nacional-acnn/

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Valeu pela lembrança @cadu ! Qual sua opinião sobre ela agora?

Na verdade a queda foi ainda mais agressiva… A precificação da IPO ficou em R$ 19,75; iniciando com um valor de mercado de 9,8 bi:

Hoje tá valendo cerca de 3,5 bi (queda de cerca de 65%), mas a dívida líquida subiu para quase 1,1 bi; o EBITDA deverá fechar o ano em torno de 450-600 mi (a depender se considera o contábil ou o ajustado). Assim, a alavancagem continua controlada e a empresa estaria negociando a cerca de 10x o EBITDA e/ou cerca de 7,5x o EBITDA ajustado. O PSR atual está em 1,1.

Com certeza é uma precificação bem mais plausível, mas dada a baixa lucratividade (1S22 com lucro líquido ajustado de quase 40 milhões), sinceramente eu continuo achando um negócio muito melhor para os médicos e conveniados do que para os acionistas.

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Caramba, tinha só olhado o grafico no google, então a queda foi muito mais significativa.
Por enquanto não analisei, um amigo meu investidor enteou no ativo e me falou bem dela.
Ele me passou este relatório da xp:

Ainda vou analisar e montar o preço alvo, e posto aqui para debatermos.

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Impressionante a melhora operacional desta empresa:

ONCO 2024 resultado

Mesmo assim a cotação praticamente não andou e voltou para a casa dos 8 reais… A queda ocorreu em 2024, saindo da casa de 12 reais para o patamar atual. Depois do resultado do 4T23 a queda se acentuou saindo de 9,70 e chegando até 7,60! Acredito que o mercado esperava um resultado muito melhor e/ou é porque o setor todo está apanhando muito…

Hoje ela é uma das 3 empresas que não estão na minha carteira que eu tenho mais interesse pois, na minha opinião, ela está numa boa precificação considerando o setor que atua.

Talvez o motivo da queda seja a alta alavancagem e o caixa apertado, que só cobre a dívida de 2024 e uma parte da de 2025. Contudo, não acredito que ela tenha dificuldade de rolar esta dívida.

Continua acompanhando ela @cadu ?

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Eu apenas procuraria entender bem a situação, apontada por alguns, de que há uma certa criatividade no balanço dela, que pode ter distorcido um pouco os números, trazendo essa “impressionante melhora operacional”.

De volta, não acompanho o ativo, não vou emitir juízo de valor, mas ficaria atento, pois sabemos que o controlador é um fundo de investimento que, em algum momento, vai querer passar o negócio para frente.
Infelizmente, acontece de esses caras quererem dar uma inflada no balanço de vem em quando.

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Com certeza a queda recente não tem a ver com isto, afinal esta notícia saiu em julho de 2023. Eu lembro que quando saiu esta notícia o papel despencou no início do dia e depois foi recuperando. O mercado na época parece ter entendido que não havia nada demais…

As discussões são contábeis e, resumidamente, quase todas as empresas que tem participações majoritárias em outras, consolidam os resultados destas, então o investidor deve saber que parte do EBITDA não vai virar caixa para o acionista. A questão do intangível eu confesso que não entendi direito mesmo, só que não achei tão relevante.

Mas, de todas as afirmações da Polo Capital, a que mais me preocupou foi o aumento do capital de giro e isto não tem nada a ver com “contabilidade criativa”. Eu vou continuar acompanhando e ver como foi o resultado do 1T24, com principal atenção para possível alongamento das dívidas de curto prazo…

Pelo que vi na teleconferência, o principal problema é que eles tiveram dificuldades com o aumento do ciclo de capital de giro, principalmente pelo aumento da sinistralidade nas operadoras de planos de saúde.

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