Muitas vezes, tanto nos períodos de alta quanto de baixa na bolsa, podemos desejar buscar a ação ou a carteira que melhor performará no futuro. Naturalmente, desejamos que façamos bons negócios, mas estou falando de um nível de sofrimento psíquico injustificável para quem investe a longo prazo. Aquele que faz sofrer o buscador da melhor ação e, também, aquele que acha que a grama do vizinho ficou mais bonita e verde do que a própria. Deixo 2 passagens de livros que ilustram o quanto devemos exorcizar esse sentimento de nós.
“Há duas coisas que incomodam na Bolsa: os prejuízos da gente e os lucros dos outros”
Décio Bazin: “Faça Fortuna com Ações antes que seja tarde” (ed. 1994), CLA Editora, S. Paulo, 2017, “Lembretes”, p. 5.
"Uma vez entrevistei um grupo de aposentados em Boca Raton, uma das
comunidades de aposentados mais ricas da Flórida, e perguntei a essas pessoas, a maioria com mais de setenta anos, se elas haviam superado o mercado durante suas vidas de investidores. Algumas disseram que sim, algumas disseram que não; a maioria não tinha certeza.
Então, um homem disse: ‘E daí? Tudo que eu sei é que meus investimentos renderam o suficiente para que eu acabasse em Boca.’
Poderia haver resposta melhor? Afinal, o objetivo do investimento não é ganhar mais dinheiro do que a média, mas ganhar o suficiente para suas necessidades.
A melhor forma de medir seu sucesso nos investimentos não é se você está superando o mercado, mas se você colocou em prática um plano financeiro e a disciplina comportamental que o possam levar aonde deseja chegar.
No fim, o que importa não é cruzar a linha de chegada antes dos outros, mas se certificar de que a cruzará."
Benjamin Graham: “O Investidor Inteligente” (ed. 1973), edição brasileira Harper Collins Brasil, Rio de Janeiro, 2017, Comentários ao Capítulo 8 (O Investidor e as Flutuações do Mercado) por Jason Sweig, p. 251