Para quando os lucros cairem a galera não ficar assustada, rsrs.
Acredito que o mercado já vinha precificando os bancos antes mesmo do Corona e manteve a precificação após o surto. Posso estar enganado, mas fico com essa impressão, uma vez que os bancos estão extremamente descontados, superando muitas empresas de setores complicados como varejo, commodities e industrias que produzem para montadoras de veículos, por exemplo.
Realmente agravamento de risco tá forçando aumento significativo da PCLD, prevejo yield caindo em 50% pra bbas3.
Com certeza esta questão da PCLD é um bom ponto pra se abordar. Mas faltou considerar importantes movimentos feitos pelos bancos:
1 - Estamos vendo um enorme movimento de renovação de várias linhas de crédito (conforme amplamente divulgado por BB, Santander e etc). O resultado disto é que os bancos “travam” o risco do cliente no risco original e, como as parcelas só terão vencimento entre 3 a 6 meses, este risco tende a permanecer igual por um longo período. A mudança de risco em geral (há outros fatores mais complexos) depende do tempo de atraso das parcelas e se a parcela não vence nos próximos meses também não há atraso.
2 - Estas renovações muitas vezes levam a um aumento na rentabilidade. A cada mês que passa sem o pagamento de capital do crédito concedido, a contabilização do valor do juros aumenta a rentabilidade de cada cliente e o saldo devedor cresce (trazendo para o valor presente) ao invés de diminuir com o passar dos meses.
3 - Estão sendo contratados muitas operações novas de crédito, impulsionando a carteira e aumentando a rentabilidade.
Por fim, eu creio sim no aumento da PCLD, mas em ritmo menor do que o esperado pelo mercado.
Concordo. Esse " cisne negro " do covid, veio pra acelerar muitas mudanças no mercado.
Empresas e Pfisicas estão utilizando mais da tecnologia, dos meios remotos para trabalhar e consumir.
A digitalização dos bancos terá neste momento, um avanço muito grande.
pessoal e essa história do aumento da CSLL de 20% pra 50%? Será que isso passa na votação? Seria algo temporário ou pra ficar? Acredito que impactaria muito negativamente os fundamentos do setor certo? Será que já precificado?
Se passar, eu acho que quem vai pagar no final das contas será o usuário do sistema bancário. Todas as tarifas vão subir…E o lucro não deve diminuir.
O que eu li até agora é que 50% é basicamente impossível passar, o provável é algo como 25-30%, o lobby é muito forte
O lucro vai diminuir acredito, porém o juros vão aumentar… e se os juros não puderem aumentar os bancos vao represar crédito…
Já trabalhei fazendo diligências para escritórios que representavam banco, a inadimplência é enorme e a recuperação de crédito é um verdadeiro lixo…
um dia por curiosidade perguntei ao escritório chefe porque os bancos não deixavam pra lá processo judicial e cobrança (execução e busca e apreensão de veículos)… dizia isto porque 80% das cobranças judiciais não dava em nada porque a justiça era lenta, ineficiente, não se aceitava penhorar quase nada do devedor (quando este tinha alguma coisa) e ainda as custas e tudo era muito caro… O cara me disse que se o banco deixasse de cobrar os casos mais escabrosos até mesmo os bons pagadores iriam deixar de pagar e era mais uma questão de manter tementes outros bons pagadores…
Aí você brasileiro já tem resposta porque tem pagar juros altos, é para cobrir justiça, advogado, mau pagador e todo custo brasil…
@lawyermg gostei de seu comentário, confirmo que é verdade.
Uma vez perguntei p um presidente de um dos maiores Bancos privados listados: pq eles gastavam com advogados baratos e ruins. Ele me disse que era só para eles comparecerem nas audiências, pois não iria resolver nada mesmo. Ainda que o Banco estivesse sendo totalmente justo.
Se tivesse segurança jurídica e uma cultura não só de juízes mas também das pessoas… com menos EGO e mais princípios e valores . Certamente nâo teríamos apenas a possibilidade de juros menores e lucros maiores, mas também um desenvolvimento muito superior do país. Especialmente se a classe política também fosse afetada.
Bom dia!
Trabalho na área, com recuperação de crédito de seguradoras.
Sendo assim, vale destacar alguns pontos.
-
O ressarcimento no âmbito de seguros não é irrisório, dependendo do setor, a recuperabilidade é elevada. Agora, em relação à recuperação de crédito de bancos, a situação complica, a maioria dos escritórios conveniados são escritórios antigos de família sem muita qualificação, não inovam muito nos requerimentos, fazem o feijão com arroz, se não der certo, encerram o processo, portanto quem se destaca nessa área são advogados que se esforçam no ressarcimento.
-
Um banco que não posso divulgar o nome já está mudando sua política de ressarcimento, deixando de ajuizar execuções com valores abaixo de R$ 80.000,00.
-
Os bancos/seguradoras não despendem tanto dinheiro assim conforme alegado (no setor de ressarcimento), grande parte dos honorários provém do êxito e da sucumbência, os honorários iniciais não são elevados a ponto de inviabilizar essa prática.
-
Nossa legislação e a cultura dos magistrados favorece à inadimplência, a coisa mais fácil que tem é dissipar seus bens, praticar confusão patrimonial prejudicando o interesse dos credores, o que tem de processo que encerramos sabendo que o devedor tem um patrimônio gigantesco, não é brincadeira.
Ou seja, o Poder Judiciário e Legislativo favorecem os devedores, por consequência pagamos o preço nos spreads bancários, onde em média 40% do spread é composto pela inadimplência.
A própria recente MP da Liberdade Econômica, dificultou a desconsideração da personalidade jurídica, servindo de impeditivo para que o credor possa atingir o patrimônio dos representantes legais da pessoa jurídica executada.
Por fim, especificamente sobre busca e apreensão de veículos, a taxa de recuperabilidade é altíssima, difícil a instituição financeira não localizar o veículo.
Segue um excelente Artigo sobre o tema
Vamos pontuar,
Dívidas de conta bancária e cartão de crédito + qualquer outra sem garantia atrelada = recuperação tende a zero.
Financiamento de veículos = a recuperação pode ser alta, mas o gasto para recuperar e o saldo final deixa o banco no prejuízo. Porque além do custo com advs, tem custo com justiça e empresa de localização, depois precisa arrumar o veículo e vender e abater no valor do crédito. O banco prefere muitas vezes renegociar o débito e fazer acordo com prejuízo.
Financiamento de imóveis = a recuperação é bem melhor, mas ainda há muitos casos que por incrível que pareça dá prejuízo, pois o imóvel pode estar deteriorado ou até mesmo invadido por terceiro (acontece muito de pessoas venderem para outras sem escritura e nem nada ou até alugar quando percebem que o processo vai acabar e vão perder, neste caso o ocupante atual só sai com novo processo judicial).
No final das contas, mesmo se vc tivesse escritórios de advocacia espetaculares e a baixo custo, ainda sim a recuperação de crédito seria ruim, porque o problema não é o advogado e nem empresas de cobrança o problema é o sistema de recuperação de crédito que é caro e lento.
O banco compensa isto jogando juros nos adimplentes, se depender exclusivamente de executar garantias e recuperar o crédito é prejuízo na certa…
Com certeza, por mais que o escritório seja excelente, a porcentagem de ressarcimento ainda é muito ínfima e nós solventes pagamos por isso.
Em relação ao custo de localização dos veículos, este fica a encargo do escritório, o banco/segurador não reembolsa essas diligências, sendo que o PLD (Perda Líquida Definitva) que seria o saldo devedor do contrato de alienação após a liquidação do bem (ex: automóvel), também entra no ressarcimento.
Imagino que remuneram os localizadores por produção, no meu tempo todas as festas de oficial de justiça quem bancava a cerveja era os localizadores. (dependia da boa vontade do oficial de justiça sempre comparecer na hora certa e momento certo para apreender)…
Brasil não é para amadores ao ponto de ter gente que enterra o veículo para não acharem e gente que fica mudando de garagem o tempo inteiro… tem localizador que chega a viver como investigador de rotina…
Acredito que o fato do judiciário e o legislativo favorecem devedores é justamente para eles mesmos se beneficiarem do caos. Já trabalhei com um juiz que ganhava 50k e morava em uma casa de 1 milhão e vivia na base de rolagem de dívidas.
E ele dava calote na dívida dele e precisava que os meios de cobrança fossem ruins?
Faça-me o favor!
Já vi VÁRIOS juízes com dívidas impagáveis, os Bancos “aceitam” a situação e muitas vezes sequer os negativam. Sai mais barato deixar suas dívidas de lado a criar indisposição com quem dá as cartadas no tocante a reembolsos e valores de danos morais em desfavor ao Banco.
Essa era a impressão que eu tinha. Tem muitos casos assim no Brasil. Pessoas usam o próprio sistema com má fé, principalmente quem conhece o sistema. Resumindo: Brasil não é para amadores. Eu acho interessante é que depois os brasileiros acham ruim quando falam mal do nosso povo e o nosso país.