Small e Microcaps com valuation atrativo

Eu tenho muitas smallcaps na minha carteira (cerca de 45%): Carteira de Ações Longo Prazo - #638 de fabio_barbosa

E você citou 3 que tenho:

  • Allied: teve uma boa alta recente, mas vem de uma enorme queda; na minha opinião ainda tem muito upside. Se comparar o desempenho operacional dela com outras empresas parecidas, é possível perceber que ela teve queda na lucratividade, mas está longe da tragédia que as outras foram (vide MLAS3), na verdade ela foi uma das poucas que se manteve no campo positivo. Não é uma empresa de varejo, ela é uma distribuidora (de celulares, basicamente, e mais notebooks, videogames, linha branca e etc) e tem cerca de 25% da operação em varejo. Por isto tem margens baixas, mas pretende aumentar sua participação no varejo. Além disto, tem uma série de outras iniciativas como: expansão para os EUA e América Latina, a Soudi, atuação em marketplaces, recertificação de celulares usados e etc. Mas, o principal aqui é a precificação, além do histórico e do potencial de crescimento, já que ela continua com bons múltiplos mesmo num cenário péssimo pro setor dela. Com a queda dos juros e a melhora da economia, a tendência é voltar a crescer. Outra coisa que eu gosto muito é a forte exposição ao mercado de celulares, porque é um bem caro, “essencial” (conheço muita gente que tem celular 2 ou 3 vezes mais caro que o meu, ganha muito menos e faz umas economias ridículas como não tomar suplemento vitamínico), com preços crescentes e com giro muito mais rápido que outros produtos de valor parecido. Os riscos estão relacionados principalmente aos ciclos econômicos, à redução da atividade econômica e à grande necessidade de capital de giro, principalmente quando cresce muito.

  • Vittia: não acho que é uma empresa barata, mas sim bem precificada. Só que gosto das margens muito maiores por desenvolver defensivos biológicos, fertilizantes especiais e novos produtos que tendem a ter ampliação do uso. Os produtos dela tem pouco dano ao meio ambiente e isto, além de ser uma tendência, é uma necessidade por melhorar a produtividade. Por isto, gosto de expor uma parte do meu patrimônio nela, apesar de ver outras empresas com mais potencial. Os riscos estão relacionados à necessidade de desenvolvimento constante e, principalmente, à dificuldade de repassar o aumento dos insumos em momentos de turbulência no setor Agro, já que trabalha com produtos mais caros.

  • Irani: esta é uma das empresas que mais gosto (apesar de não parecer mais tão descontada), chegou a ser 8% da minha carteira, mas parei de comprar quando passou dos 7 reais, aí, com o aumento de outras posições, hoje ela é 5%, que é o percentual mínimo que quero ter nela. Não penso em vender nada dela e é bem possível que aumente este ano. Ela tem vários projetos que aumentaram e ainda aumentam sua produção, além de outros que tendem a reduzir seus custos. Está muito bem posicionada por fornecer materiais para setores que estão crescendo no Brasil, além da tendência da substituição do plástico por papel. Eu não gosto muito do alto payout atual porque ela ainda precisa fazer muitos investimento e pode voltar a ficar alavancada, sendo este o principal risco pra mim. Além disto, ela é exposta diretamente ao mercado interno (indiretamente ao externo), assim muita gente prefere Suzano ou até Klabin por se favorecerem mais quando o real se desvaloriza.

  • Profarma: só ratificando que ainda acho a empresa descontada, só que não tanto quanto outras. Continuo de olho para comprar caso esta queda recente continue… Ela é distribuidora e tem baixas margens assim como a Allied, mas o setor da Allied tende a se favorecer mais em momentos de melhora da economia e dos juros. Mas, posso estar errado, afinal já errei bastante…

Sobre as outras:

  • Cedro: não penso em entrar neste setor, o qual costuma ter picos operacionais e/ou eventos não recorrentes (impostos, causas judiciais e etc) para muitas empresas e depois retornam ao normal, vide Dohler e Pettenati que são empresas com histórico muito melhor e com resultados mais consistentes, mas mesmo assim recentemente apresentaram ótimos resultados e agora estão com números fracos. Olhando rapidamente os ITRs, realmente parece estar com uma forte melhora operacional e descontada, apesar dos 600% de alta em 2023, mas corre o risco de ser só um pico.

  • Technos: indiscutivelmente parece descontada, mas, na minha opinião, tem motivo. Este setor está mudando bastante nos últimos anos e o “core” da operação tem se tornado algo meio de nicho. Mesmo assim, com a receita caindo, é impressionante a melhora da eficiência da empresa.

  • Boa Safra Sementes: gosto muito e já tive. Muito eficiente no que faz, tem grande potencial de crescimento orgânico e inorgânico e está menos exposta ao preço das commodities. Não gosto muito da comparação com SLC (entrei nesta este ano) porque tem riscos e oportunidades diferentes, na minha opinião. Se você quer menos riscos relacionados à commodities, às condições climáticas e quer se aproveitar do crescimento e ganho de produtividade do agro, é uma boa operação. Mas, se você quer se expor diretamente às commodities, ao câmbio e ao mercado externo é melhor pensar em SLC mesmo. No mais, parece bem precificada.

  • Bombril: também me surpreendi… :blush: Tem melhorado bastante. Mas, o lucro é constantemente afetado por crédito tributário. Sem isto, parece bem precificada.

  • CEB: comprada pela Neoenergia.

  • Shulz: excelente empresa!

  • Riosulense: dado o setor, o momento operacional, a falta de liquidez e sem ter tag along, parece bem precificada. Mas, tem bom histórico de lucratividade e crescimento mesmo.

  • Unifique: Pra mim é a melhor opção pra quem gosta do setor. Mas, tanto ela quanto as outras empresas de banda larga tem crescido inorganicamente e em regiões de menor interesse das grandes. Isto tem um limite e a concorrência por preço é grande, não havendo um diferencial entre as concorrentes. Quando se compara com as gigantes do setor, não há muita diferença na precificação.

  • Banco da Amazônia e Bando do Nordeste: sim há desconto, mas justifica o investimento tendo o BB com a mesma precificação?

  • Eucatex: gosto muito do setor da empresa, mas passo longe dos “donos” (Malufs). Outra coisa a observar é ver se não está vivendo um momento de topo operacional. Nunca parei para analisar muito a empresa por causa da governança: se tiver um “tempinho”, dá uma olhada no Formulário de Referência item “4.4 Processos não sigilosos relevantes”, são só 415 páginas! :crazy_face: E quase nada provisionado…

  • Nutriplant: empresa interessante, mas muito especulativa por causa da liquidez.

Enfim, acho que realmente as smalls ficaram para trás e devem se beneficiar de um cenário de queda de juros. As que tenho comprado mais ultimamente são JHSF3, MATD3 e JALL3.

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