A vantagem tributária a qual eu me referi é o fato de os dividendos serem isentos de IR.
Nós temos como contornar isso com o fato de que as vendas até 20k também são isentas. Isso diminui um pouco essa vantagem tributária, mas não a anula. No longo prazo, essa isenção é bastante relevante.
No final, tudo se resume a quão bem a empresa aloca seu capital.
Quem EXIGE que a empresa seja grande pagadora de dividendos entende que é melhor alocador de capital do que a empresa que está pagando o dividendo. Nesse caso, eu simplesmente venderia a empresa e alocaria em outra. As exceções, como eu falei, dependem da natureza do negócio (como o caso das empresas transmissoras.
É óbvio que temos outras exeções em empresas muito grandes, com baixa capacidade de expansão. Muitas vezes a grana é tanta que não tem muito o que fazer a não ser distribuir. Petrobrás, teoricamente, é uma dessas.
Volto ao ponto inicial: eu acho que faz muito pouco sentido olhar o pagamento de dividendo como pressuposto para investir em uma empresa, especialmente se você não vai gastar o dinheiro. Faz menos sentido ainda quando você literalmente reinveste na mesma empresa.
Uma coisa que sempre me deixa pensativo (tenho bem menos experiencia que a maioria aqui do forum): no caso de empresas negociadas abaixo do VP (como BBAS, por exemplo), nao seria muito mais vantajoso ela distribuir dividendo e eu comprar a acao do que ela reinvestir o lucro?
Se ela reinvestir, a rentabilidade seria o ROE (supondo que ela reinvista em algo com a mesma rentabildiade media atual da empresa).
Se eu recomprar a acao, a rentabilidade sera ROE/(P/VP).
Alocação, ao distribuir, você pode também alocar na mesma empresa, a diferença é que a decisão é sua e não da empresa. Perceba que mesmo que a empresa ache interesse investir em Petrobras, ela não terá como fazê-lo, enquanto distribuindo você poderá.
Um outro ponto que vejo como interessante é que se a empresa distribui dividendos, consistentemente, isso diminui as chances de fraude. E é bastante provável que essa empresa gere caixa operacional.
Não entendi direito o seu primeiro ponto.
Você está dizendo que se uma empresa qualquer quiser investir em Petrobrás, ela não pode fazê-lo, mas ao distribuir, ela permite que você faça. É isso?
Exemplo: Simpar não pode investir em petrobrás, mas distribuindo o dividendo, ela permite que você faça.
Se for, isso, com todo respeito, eu considero bobagem. Se você acha que Petrobrás é uma oportunidade melhor do que Simpar, basta que você venda suas ações de Simpar. O dinheiro dos divendendos literalmente saem do preço da ação. Digamos que a empresa distribua 10%. Você pode, se entender que deve, vender 10% também. Não faz a menor diferença. Eu sei que tudo que você assiste e lê na internet dizem o contrário, mas não é racional.
O segundo ponto é discutível. Eu conheço alguns casos de empresas que distribuiam mais dividendos do que podiam/deveriam por que o controlador precisava. Para não ficar “teórico”, cito o exemplo de QGEP (atual Enauta), que cansou de distribuir dividendos porque a Queiroz Galvão tava toda enrolada e precisva. A consequência disso? A Enauta é a junior oil mais atrasada em termos de investimento. E, até outro dia, tinha as FSPO mais velhas do mercado. Isso tudo distribuindo um caminhão de dinheiro para os acionistas. Na minha visão, clara destruição de valor.
Não acho que seja tão simples e direto assim, especialmente por se tratar de bancos em que o dinheiro é “matéria-prima” pra virar mais dinheiro. Não sou o mais recomendável para responder sua pergunta também. Deixo para outros colegas mais habilitados.
GERAL: vou repetir a observação que fiz anteriormente. Eu não acho que distribuir dividendos é ERRADO. Há casos e casos. Entendo que, nos preços certos, ações que são conhecidas como “vacas leiteiras” fazem muito bem a um portfólio. Mas, deixando claro: NO PREÇO CERTO.
Calma ninguém está dizendo que você acha que investir em dividendos é errado ou certo, estamos apenas expondo pontos de vista.
Até um dia desses achava que as ações que não pagavam dividendos eram as que tinham o melhor retorno no longo prazo, pois poderiam investir ao invés de distribuir, mas por incrível que pareça, o resultado é o oposto disso. A explicação simples é que elas acabam sendo mais diligentes na alocação de capital.
Perceba que a empresa fazer essa distribuição do exemplo que você apresentou não é algo sustentável, não acompanho a empresa, mas possivelmente o investidor dela estava ciente disso. Eu acredito que pra grande maioria dos casos a distribuição é uma proteção, mas claro que nada é 100%.
Sobre vender a posição e alocar em outra empresa, bem aí tem o impostos de renda que você não levou em consideração, a não ser que seja um posição bem pequena, portanto acredito que distribuir ainda é uma melhor opção.
Estou calmo. Eu faço o disclaimer ali porque não é a primeira vez que entro em uma conversa parecida e sempre acham que eu sou contra dividendos. É só pra me precaver.
Eu levei sim em consideração a questão tributária. Eu deixei um destaque grande até no meu primeiro post quando falei de vantagem tributária. Deixei bem claro que é “MUITO relevante”, no Brasil. Daí, partindo para uma análise de escolha de empresas, e “ignorando esse aspecto”, dividendos não são lá muito relevantes.
Ainda sobre vender e alocar. A gente tá falando de usar dinheiro dos dividendos e/ou vender ações para realocar. Se você já tá fazendo 20 mil em dividendos por mês, realmente não precisa seguir conselho de ninguém.
Mas, com a isenção de vendas até 20 mil reais, o afegão médio consegue rebalancear a carteira pagando muito pouco ou nenhum imposto. Outra estratégia que eu utilizo bastante é a de fazer prejuízo contábil. Eu, honestamente, não lembro a última vez que paguei imposto de renda vendendo ações, mesmo acima dos 20k.
Como Proxy para bancos, sim, poderia utilizar o ROE, mas como a captação de recursos de terceiros faz parte de sua atividade operacional, o interessante é olhar junto com o Índice de Basiléia, visto ser com base nele indicar o risco e capacidade de expansão da carteira de crédito.
Para as demais empresas, de modo geral, não. O correto é usar o ROIC (e não esses do site de banco de dados da internet, que estão errados, de modo geral. Rs)
Se for essa ideia de “retorno” sobre o valor investido, o melhor seria você usar o EVA (valor econômico adicionado) que deveria ser o principal motivo para investidores de longo prazo alocarem recursos em uma ação. Há diversos estudos que empresas que apresentam EVA positivo são (e não são muitas) as que trazem real retorno a longo prazo.
Entretanto é importante frisar que pelo seu exemplo e pelos outros indicadores, essas métricas só terão real valor se você comprar pelo preço justo teórico de uma ação (que nada tem a ver com o PVP ser maior ou menor que 1, mesmo para bancos).
Utilizo essa estratégia desde sempre, mas mesmo você irá perceber que para nós, pessoa física, após um certo valor (acho que hoje daria uns 1,5 milhões) você não consegue realocar de maneira eficiente, baixando o seu retorno, pois você perde a oportunidade de vendas a um melhor preço. Acho interessante trazer um exemplo extremo pegando uma pessoa controversa: o Barsi. Apesar de muitos criticarem as aparentes visões simplistas dele e da estratégia de investir em dividendos, imagine se ele tivesse que vender Santander ou Unipar para realocar os recursos? A estratégia dele permitiu que conseguisse de modo muito mais fácil de realocar os recursos em outros investimentos do que tentar fazer block trades a valores com desconto (e pagando imposto).
Em si, depois dos 10 milhões, se você não tem uma estratégia de boa realocação de recursos (ou pretende ficar para sempre com as mesmas ações), é mais interessante abrir um fundo ou comprar um ETF.
Não olho, acho que nem o Barsi, que é defendedor da tese, olha. Mas é o país da renda-fixa, então o investidor comum, tenda a comparar isso e saltar os olhos os pagamentos gordos.
Mas ninguém é obrigado a realocar recursos… Só realoca se você acha que tem oportunidade melhor. Com unipar, provavelmente não era o caso.
Mas enfim, eu dou minha participação como encerrada. Já ficou claro meu ponto de vista e eu creio que já conheça a maior parte dos argumentos pro dividendos enquanto estratégia.
É um ponto discutível se a isenção sobre dividendos representa uma vantagem ou não. É uma vantagem se simplesmente somarmos um imposto sobre os que já existem. Mas se pensar em contrapartida com outros países, que possuem menor tributação de IR, pode ser desvantagem. Até proponho o debate, 34% de IR vs 22% mais 22%. Garanto que em 5 anos toda a vantagem se anula, em 10 anos o não tributado vira small cap. A nossa tributação a meu ver favorece o banco acima de tudo, porque você tem 34% de benefício tributário em cima dos juros pagos. Aí colocamos 40-45% em cima do banco e está beleza. Nossa tributação é toda montada no pressuposto da baixa liquidez de capitais e da sonegação instintiva. São uns 25 anos de atraso em relação ao resto do mundo.
Eu não discordo disso. Mas eu parto do pressuposto que, no Brasil, é mais fácil termos tributação atual + tributação de dividendos, do que acontecer alguma contrapartida.
era basicamente isso a deforma proposta pelo jegues … prevejo o ponto de partida daquele ponto agora, ou seja vai ser ainda pior, ou ao menos tem td pra ser … a esperança e ficar aquela discussão infinita q ninguem quer perder nada , e no max unificarei meia duzia de impostos federais