Dólar

Não é tão simples assim eu acho, a produtividade americana é maior que a brasileira e sim, esse pode ser um dos fatores que faz com que o dólar valorize. Mas tem muitas outras coisas que influem, como a base monetária (quanto o FED “imprime” de dinheiro), inflação entre países etc. É ingênuo pensar que só produtividade conta.

Mas acho que o principal “driver” do crescimento do dólar é sua aceitação: “todo mundo” para fazer transações fora de seu quintal usa dólar (a nível internacional), então se você está aqui e quer comprar algo de fora, primeiro tem que vender sua moeda e comprar dólar, e todos tem que fazer isso, e cria uma assimetria grande a favor do dólar, e acho que por isso, mesmo com as grandes impressões de dólar ultimamente ou outras intevenções, o dólar não sofre tanto.

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Moeda da China deveria estar se valorizando consideravelmente frente ao dólar há alguns anos caso a produtividade do país fosse o fator determinante. Europa também não tem crescimento pífio há um bom tempo, mas euro continua forte.

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Mas se fosse por isso o euro não subiria tanto. E está cada vez mais forte que o dólar.

China produz muito porque é muita gente trabalhando, não por conta de produtividade.

Europa sim tem produtividade. Muitas máquinas fazendo o trabalho pesado e as pessoas com mais tempo para pensar e gerar riqueza.

Sugiro estudar um pouco mais sobre…

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Obrigado pela sugestão. Eu costumo viajar bastante, então esta é apenas a percepção que tenho do ambiente. Nada com base em estudos e cálculos complexos. Dolar a 6-7 reais e Euro a 7-8 reais. São os preços que acho justo. Daqui a uns anos a gente vê se acertei ou devia ter estudado mais.

Vc acha mesmo que a China tem maior produtividade que os EUA? Sugiro estudar sobre o conceito de produtividade.

Olhando para a variação sim.

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Temos já alguns dados econômicos para fechar 2020. Um gráfico que costumo postar é do valor justo do câmbio com base na expansão da M2. Como acaba contendo muitas informações, às vezes é ruim para visualizar. Farei uma leitura rápida a fim de expor os dados e dar minha opinião:

É um histórico longo, mas vamos direto para 2020. No último ano a expansão relativa da M2 em comparação ao dólar foi de 3,5%. Quando analisamos dentro de uma média de 5 anos, temos que o diferencial de inflação está em 2,5%. Isto significa dizer que a inflação no Brasil em relação à inflação nos EUA foi de 3,5%. Este dado não utiliza nenhum indicador de preços, simplesmente calcula a quantidade de dinheiro (os meios de pagamento) que circulam na economia, é o modelo de inflação da escola austríaca. Notem (espero que não entendam isso como uma leitura política) que a partir de 2004 até 2012, o Brasil corria a uma inflação superior a 10%, no entanto, o câmbio se apreciava a patamares superiores a 50%. Havia sido criada a ilusão de uma moeda forte (pela leitura do mercado) ao mesmo tempo em que o valor desta era se perdia rapidamente na sua condução política. Com a depressão (se assim podemos chamar) de 2015/16 e até hoje de certa forma, houve uma forte contração da moeda circulante, basicamente pela contenção dos gastos públicos com subsídios e despesas correntes. Hoje nossa inflação está mais próxima daquela que era no período FHC, este é um dado muito positivo. Até curiosa a leitura inversa do mercado nestas situações completamente antagônicas.

Temos também o câmbio justo em R$ 4,13 e o câmbio a mercado em R$ 5,21. Podemos dizer que há uma depreciação de 21% neste preço de fechamento. Nos valores atuais, dá para dizer que é um pouco maior. Apesar de ser uma diferença significativa, observando a área cinza do gráfico, temos um longo período de 1999 a 2006 onde a depreciação média foi em torno de 40%, isto significa que considerando este histórico, seria possível atingir e permanecer em um câmbio próximo de R$ 7,00.

A principal conclusão que faria é que nesta leitura relativa, percebemos que o Brasil agiu e permaneceu em linha com a política monetária dos EUA dentro do contexto de moeda fraca que é, mas ressaltando que isso não é um dado óbvio num cenário tão atípico. A expansão da M2 americana foi de 24% contra 29% do Brasil. Isso pode parecer corriqueiro, mas estes 24% é 2,4x os valores mais altos de expansão da M2 registrados entre 1995-2020 de 10%, nos anos de 2001 e 2008, foram incríveis US$ 3,7 trilhões em números absolutos.

Pode advir disto o cenário que temos observado de apreciação das commodities, já que a moeda perde valor se seu número aumenta em relação à quantidade de bens produzidos. Contudo, de forma relativa, observamos um bom desempenho do real em 2020.

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excelente análise @sr_fouquet . E afinal, qual o seu palpite pro dólar em 2022?

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Boa pergunta, @heitorod, cito o mestre Noel Rosa: “Palpite, palpite, nasceu no crânio de quem teve meningite”. O mercado vai em cima das expectativas, então se houver desleixo fiscal, como comentei, não seria sem precedente ter um dólar a R$7, por outro lado, com melhora no rating, quem sabe até um grau de investimento, poderia cair abaixo de R$3. Então entre R$3 e R$7 é razoável. Mas indo para o palpite já mencionado, acredito que o dólar possa não ceder ao câmbio justo, mas esperar que este venha alcancá-lo, então seria praticamente uma década com câmbio ficando muito próximo de R$5 com uma margem de variação de no máximo uns 5% ou 10%. Este seria um cenário de continuidade da política monetária e fiscal atual, se houver ruptura para cima ou para baixo, aí teremos altas emoções.

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Boa! Muito bom!!!

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Bravo @sr_fouquet :heart_eyes:

Confesso que não assimilei tudo hehe, mas adorei a análise.
Indica algum texto/site (nada muito acadêmico) pra ler um pouco mais a respeito?

:wink:

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Essa questão dos meios de pagamento, M1, M2, M3, M4… Tem muita coisa espalhada por toda parte. Um site legal que conheço é o Inflation Adjusted Prices que fala um pouco e dá muitos exemplos deste tipo de análise. Mais estóico, mas não menos relevante, tem o Priced in Gold. A idéia é bem simples: as pessoas e principalmente os economistas em geral, formulam diversas teorias sobre o valor do dinheiro, as taxa de juros etc; tudo isso pode ser visto de uma maneira mais simples pela análise quantitativa do dinheiro, não muito diferente do que contar a quantidade de laranjas em um cesto. E aí surgem as comparações: laranjas com maçãs etc.

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Venda de WDOJ21 a 5,74. Fiz preço médio em 5,80. Exposição já é o dobro dos meus ativos em dólar, que deve dar uns 25% da carteira e no total 50% sujeito a variação cambial. Entramos no modo Bredda agora, colocar os ajustes diários no endurance e esperar. Saio acima de um 6,00 firme com prejuízo assumido e liquido os contratos abaixo de 5,40.

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Bredda antigo, agora só via opções.
Gato escaldado…

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Seu comentário me fez dar uma olhada no histórico dos fundos Alaska antes de dizer qualquer coisa. Me parece que o BDR 1 (acredito ser o fundo sob gestão direta dele), não absorveu os ganhos do Ibovespa por ter feito travas cambiais muito cedo, mais ou menos como a Ferbasa. Mas até que a performance em geral não é tão ruim. Temos boas notícias para o Real e para o Bredda e más notícias para o Dólar:

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Só uma pausa para lembrar o rebuliço em torno da saída da Ford.

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Qualquer anúncio de reforma derruba o Dólar para R$5 em questão de minutos, os fundamentos de um câmbio tão valorizado estão ancorados demais em expectativas, receios, promessas, vento.

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Vendi um contrato hoje, em 5,71 (mas minha posição dolarizada é muito maior que esse contrato), entre 5,80-6,00 devo vender outro.

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Ele é o gestor dos Alaska Black (BDR, institucional, previdência). Muda o mandato, o que ele pode usar, tipo o BDR pode atuar como multimercado, com juros, moeda, commodities, o institucional é long only, previdência também. O que sofreu mesmo foi o BDR, os outros estão bem.
O Alaska Poland é do LAPB
E o Ranger é do outro sócio.
Sobre a trava no dólar, após esse episódio ele comentou que deixou de usar venda de contrato futuro para usar opções, assim cenários de stress tem um impacto negativo mais limitado, apesar de um custo “de seguro” maior.

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