RANI3 - Irani

Eles deram mais informações sobre o projeto Gaia, mas ainda é difícil fazer estimativas muito precisas. Basicamente temos duas frentes, aumento da receita e corte de custos. O primeiro a ficar pronto é o Gaia II que deve dar um aumento global de 20% na produção de P.O. (53% da receita), em seguida vem a expansão de papel, que deve aumentar em 30% a produção em SC (que não chega a ser 100% do total da empresa, mas é quase isso), dá um aumento de 26% em papel (39% da receita). Esses projetos devem estar parcialmente em funcionamento a partir de 2022 e completamente a partir de 2023.

Fora isso tem o principal projeto da empresa, que é o Gaia I, que vai aumentar em 29% a produção de celulose, atualmente em torno de 90 mil toneladas e um aumento de 56% na geração de energia. Gaia IV e V são também voltados para energia. Esses projetos (I, IV e V) são mais voltados para custo. Hoje o custo da empresa, falando de algumas matérias-primas, é 36% aparas, 14% celulose e 10% energia. Aumentando produção de celulose, tira um pouco a dependência de aparas e reduz a compra do insumo. É difícil dizer quanto isso impacta na margem. Temos também energia, aumentando a produção própria (ou tornando a empresa totalmente independente), é uma redução de custo bem direta nessas 10% atuais. Talvez só nisso incorpore 5% de margem, colocando ainda a celulose, eu imagino um cenário próximo de como era a Klabin no passado, quando verticalizada, operando com margem ebitda de 30%.

Talvez o @vkjr possa opinar a respeito em cima dos números que estou trabalhando, realmente não é fácil ter certeza de nada. O que importa mesmo é até 2024, depois disso é mais do mesmo. Minha projeção é sair de 1030 para 1688 milhões/ano e margem em 29% (leia um 30% cauteloso).

2021 não tem ganho nenhum, é só repasse de preço que já teve no 4T20.

Em cima disso, minha projeção de preço alvo fica em R$ 14,00 por fluxo de caixa descontado, na verdade um pouco acima dos R$ 12,00 que havia imaginado anteriormente. Para 2021, o dividendo fica em 60 milhões (0,23 por ação), chegando a 100 (0,39) milhões em 2024. Colocando um pouco de fé nesses projetos, a R$6,00 ainda é possível garantir um dividendo futuro de cerca de 0,5% a.m.

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Bom ponto de entrada ou esperar os 5,00? Desde já, agradeço.

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Bom preço a meu ver, fiz PM em 5, mas a última compra em 6. Acho difícil, mas não impossível, voltar aos 5. Com preço alvo de 14, a 7 ainda compro tranquilamente.

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Ótimo, também acredito no case, ao meu ver ainda está descontada em relação aos pares. Muito obrigado.

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Difícil afirmar isso, principalmente comparando com Suzano.

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Ontem chequei e boa parte da receita da empresa é oriunda de fora do Brasil, bem interessante pra carteira mesmo.

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São empresas bem diferentes.
Suzano (celulose - global)
Klabin (celulose e papel - global)
Irani (papelão ondulado - local)

Suzano é a mais commoditizada e Irani a menos.

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Justamente. Dependendo do preço da celulose e dólar a figura muda da água para o vinho. Ou do vinho para a água.

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Aliás, um assunto correlato. Uma das abordagens para empresas de commodity é pegar o preço médio do ciclo. Porém ao trazer o fluxo de caixa a valor presente há uma grande diferença se o pico do ciclo está agora e nos próximos dois anos ou se ele vai acontecer daqui há 4 anos.

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Nesse livro,

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O Damodaran discorre um pouco sobre isso. Não se tenta adivinhar os ciclos, apenas se normaliza os resultados. Se for uma empresa em crescimento, você pode fazer um estudo nesse sentido.

Em 7 anos parece ter havido um ciclo completo da commoditie, então vamos usar média 7 anos:

Preço por unidade
Capacidade atual
Margena médias

Em empresas estáveis, com balanços em dólar, basta pegar a receita média, margem média e calcular i.imediatamente a perpetuidade.

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Então, sr_fouquet, mas aí está o ponto. Considerando um cenário fictício em que eu soubesse o preço da commodity a priori, o valor presente é maior quando estou no pico / início do ciclo (afinal estou descontando um fluxo alto de caixa no ano 0, 1, 2 e um fluxo menor nos anos 4, 5, 6) do que usando um valor médio / normalizado, dado que é uma equação não linear…

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Sim, minha bateria vai acabar :frowning_face:
É um modelo de precificação, o mercado tende a ir na euforia e depressão, esse modelo normalizado é uma alternativa que ele propõe para lidar com isso de maneira lúcida. Esse livro é caro, mas se você domina o ingrêis vale muito a pena.

Esse 1% da Samsung é diferenciado. No livro (se eu conseguir o PDF te contato no privado) tem um capítulo só sobre commodities. Não existe precificação perfeita. É tudo modelo e conceituação teórica. Quando temos essas oscilações, pode parecer estranho jogar um fluxo muito menor logo no primeiro ano, porque o.produto está em alta. Muitos tentam adivinhar os próximos anos e depois normalizam. O Damodaran é bastante contra tudo isso. Segundo ele, isso gera inconsistências e se baseia em adivinhações. Claro que isso é bastante o ponto de vista do comprador, como o mercado tende a reagir a estas variações, é onde mora o lucro de investir em ciclos.

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Não é relacionado a empresa, mas o libgen.rs tem esse e outros livros em PDF (maior parte em inglês, mas ainda assim encontrei um de valuation do damodaran em ptbr).

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Entendo perfeitamente o ponto, e o meu comentário é especificamente a distorção para a situação real em que usar o modelo de médias abre espaço para “excess return” (ou “excess loss”) devido a esse fluxo estar concentrado no presente ou no futuro. Isso do ponto de vista puramente matemático, independente da existência da bolsa de valores / agentes de mercado, e assumindo que eu tivesse uma máquina do tempo para saber o preço da commodity ex ante.
Falando dos agentes e analistas, infelizmente tenho a sensação de que se está um passo antes ainda. Quase todas as análises que tenho lido são baseadas em múltiplos, que é mais capcioso ainda em se tratando de cíclicos.

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Dados do release:

Houve boa melhora na margem bruta, aparentemente explicado pelo repasse de preços:

Papelão Ondulado:
Captura de Tela 2021-04-30 às 09.58.07

Papel:

O custo das aparas, porém, segue em alta:

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Amigo acha que ainda tem margem p entrada?

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Quanto ao ponto de entrada visto na análise técnica, não sei dizer, talvez alguém possa ajudar.
Em relação a preço/valor, minha última análise indicava preço alvo de R$14,00.

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Pelo que entendi do call de resultados, esse patamar de margens veio para ficar (talvez até aumentar). Assumindo o lucro do 1 tri como padrão a ser seguido (lembrando que 1 tri sazonalmente é o pior), daria para pensar em 220 ou 240MM de lucro anual. No VM atual, P/L entre 8x e 9x. Na minha visão, está barata ainda. Mesmo com as altas recentes, parece ter atingido um novo patamar de lucro que o mercado não previa (me surpreendeu positivamente também).

Fiz uma matéria logo após o call:

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Ótimo texto! O repasse foi muito positivo, mostra que há demanda. Penso que nas primeiras etapas do Gaia, o ganho de produtividade vai ser grande, eu projetava margem acima de 30% com base no historico de 22-23, mas pode ser preciso revisar para cima. Vamos acompanhar. Virou meu carro-chefe com essas altas, lado a lado com BRF

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