Estava fazendo a mesma análise setorial, mas partindo de um conceito bem simplista, que é o preço de comprar um carro pra aluguel via ação de locadora.
Algumas observações que não aprofundei muito:
Localiza creio estar no IBOV e ser a única, não há muito motivo para explicar essa diferença absurda de preço.
Todas as empresas estão bastante expostas no segmento de seminovos. A coisa parece funcionar bem, mas não deixa de ser um risco maior do setor.
A Locamérica é a que me parece ter mais potencial das três, mas precisa analisar como vão viabilizar o crescimento daqui pra frente e se é possível crescer neste ritmo de 40%, de todo modo eu chutaria 20% pra cima sem fazer conta. Digo isso porque é atualmente a mais focada em gestão de frotas (A Movida também têm, a Localiza parece que não), que é um segmento com maior margem, maior previsibilidade de receitas, mas que não cresce muito; e estão fazendo a migração agora para locação via diária, com a marca da Unidas, e o crescimento neste segmento específico está muito forte.
A movida tem um possível problema que dizem que ela já resolveu, mas só acredito vendo isso nos números dos próximos balanços, que eh a expertise na compra e venda dos veículos.
Ela ainda não consegue fazer com a mesma perfeição da lcam e da rent. Ainda tem prejuízos com essas operações.
Muito boa sua conclusão a respeito do assunto, rs, mas nem consideraria a Localiza. Todas são um tanto semelhantes em termos de eficiência de margens e não há o que justifique o prêmio. A Localiza é até um pouco mais arriscada, pois está mais em aluguel de carros, que tem reposição mais rápida e acaba sobrecarregando a área de seminovos da empresa. A Movida e a Locamérica ainda me deixariam em dúvida, mas a Locamérica se destaca da primeira. Então, mesmo não sabendo se vale a pena comprar, é a opção que vale mais a pena ser avaliada.
Sobre a Toyota entrar no setor, com certeza é um vetor de longo prazo, mas não concordo com o tom alarmista da notícia. Primeiro porque essas três locadoras não são fracas, juntas elas detém aproximadamente 1% da frota de veículos leves, sendo que este 1% pesa sobre os 30% de veículos com até 5 anos de uso, o que faz 3,3%. Se você considerar que a idade média dessa frota é de cerca de 10 meses, contra os 0 a 60 meses que falamos, dá pra ver que a presença destas empresas na compra de veículos novos é maciça e por consequência será o seu poder de barganha.
Se a Toyota entrar, terá que lidar com os mesmos problemas do setor, que não é nem um pouco verticalizado na sua distribuição e comercialização. Vão rentabilizar um carro zero com locação durante 6-18 meses e depois terão que vender como seminovo, é o mesmo processo. Como se dará cada etapa e cada relação vai definir se haverá vantagem competitiva significativa ou não, eu acho que não. Consigo enxergar mais uma empresa tentando agregar valor aproveitando um nicho existente, do que uma força destruidora.
Pois é…
E as possíveis alterações de tributação e legislação afetam tanto as existentes como as entrantes, então, o que muda para as existentes nessa matéria seria uma concorrência maior com as montadoras.