Valuation

Galera, como vocês definem o preço-teto para entrar em um determinado ativo após fazer seu Valuation?
Exemplo hipotético:
Empresa XXX - Cotação atual 10,00
Preço-alvo: 15,00 (independente do método que você usou para cálculo desse preço, seja FCD, PSBe ou qq outro método)

Qual seria a margem de segurança que vocês adotariam para entrar? Nesse caso, a cotação atual está ~33% abaixo do alvo. Vocês consideram esse valor razoável, ou adotariam um preço-teto mais baixo, o que daria uma maior margem de segurança?
Meu receio é ficar muito conservador querendo uma margem de segurança muito alta, e perder o bonde num mercado altista.

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Ah não vejo essa de perder o bonde… pois vc vai dormir tranquilo se comprar algo barato… e não tranquilo se comprar algo caro… porém a respeito da margem de segurança eu uso por setor … aqueles que acredito ser mais resiliente utilizo pelo menos 20%, Agora aqueles momentos que bolsa só sobe…eu diminuo pouco para 15%… porem todos os casos se for dividendos …gostaria de no mínimo 6%… agora fora isso coloco um adicional por risco de ação… por exemplo o banco do Brasil deve ter mais risco que o Itaú… neste caso coloco esse risco…na taxa de retorno que pretendo… eu não vejo problemas em ser conservador… porém para seu ponto de perder a alta… estando nos critérios que disse acima na alta… margem de 15% e pelo me os 6%… e eu achar a bolsa cara… eu aporto… porem uma % maior do aporte vai para renda fixa… exemplo 50% a 50%.

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Acho que no exemplo que usei a margem já tava bem alta… mas vamos dizer que eu estabeleça uma margem mínima de 50% em relação ao preço-alvo. Assim, meu preço teto para comprar essa ação do exemplo seria 7,50.

Como a cotação já está em 10, num mercado altista esse valor pode nunca chegar…
Aí fico pensando que 50% possa ser uma margem grande demais e que talvez 20-30% de margem seja mais do que suficiente para dormir tranquilo.
Minha dúvida é justamente se vocês tem um número mágico para essa margem…

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Acho que o Graham falava em 50% no Investidor Inteligente, não tenho certeza agora. Mas a melhor abordagem seria a do @tiagohd21 mesmo, ponderando por setor ou por risco percebido, talvez dê para fazer objetivamente com base no beta de cada empresa. Multiplicar esses 50% pelo beta pode ser algo a ser tentado. Minha abordagem preferida para preço teto é baixar o valor justo aumentando a taxa de desconto. Como a taxa de desconto é o seu retorno, você define aí a margem de segurança, na forma do retorno mínimo que (você) deseja para aquele investimento.

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BRFS3, taxa de crescimento de 6% a.a. durante 10 anos, perpetuidade com EV/Ebitda 10x, taxa de desconto de 9,6%, preço alvo: R$47. Em seguida, observando os mesmos parâmetros anteriores, elevo a taxa de desconto para 15% e obtenho um preço teto de R$24.

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interessante a estratégia.
valeu!

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Alguem acompanha gpiv33?
Valuation dela parece mto atrativo.

Muito top a discussão

Estou estudando o fundamentalismo do investimento em ações há alguns meses e hoje descobri algo que a maioria aqui deve saber. De onde vem algumas das equações usadas em valuation.
De um trabalho publicado por Gordon & Shapiro em 1956. Os quais aparentemente basearam-se bastante no trabalho de Williams (1938).
Para os que como eu não sabiam ou não sabem deixo o link da Wikipedia:

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Li o livro “Valuation - Como avaliar empresas e escolher as melhores ações” do Aswath Damodaran.
Na última página de texto ele apresenta suas “As 10 regras do jogo” que transcrevo aqui:

  1. Sinta-se à vontade para abandonar modelos, mas não se afaste dos primeiros princípios.
  2. Ouça os mercados, mas não permita que eles determinem o que você deve fazer.
  3. O risco afeta o valor.
  4. O crescimento não é gratuito e nem sempre é bom para o valor.
  5. Tudo que é bom, inclusive o crescimento, um dia acaba. Nada dura para sempre.
  6. Cuidado com o risco de truncamento; muitas empresas não chegam lá.
  7. Observe o passado, mas pense no futuro.
  8. Lembre-se da lei dos grandes números. A média é melhor do que um número isolado.
  9. Aceite a incerteza, encare-a e saiba lidar com ela.
  10. Converta histórias em números.
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Fala, pessoal. Aproveitando o gancho do colega acima, terminei de ler o ““Valuation - Como avaliar empresas e escolher as melhores ações” do Aswath Damodaran”. Uma das coisas que o Damodaran cita no livro é a consideração de opções distribuídas aos gestores, que pode acabar por diminuir o valor efetivo do PL.

No livro ele dá o exemplo do Google:
PL = 102.345 milhões
nº de ações = 315,29 milhões
nº de opções em circulação = 13,97 milhões
preço médio de exercício das opções = 391,40
valor total das opções igual a 897 milhões (valor médio de 64,20)

Cálculo 1 do (PL/ação) ajustado:
PL/(nº de ações + nº de opções em circulação) = 310,83

Cálculo 2 do (PL/ação) ajustado:
(PL + nº de opções em circulação* preço médio de exercício)/(nº de ações + nº de opções em circulação) = (102.345 + 13,97*391,40)/(315,29 + 13,97) = 327,44

Cálculo 3 do (PL/ação) ajustado:
(PL - valor total das opções)/(nº de ações) = (102.345 - 897)/315,29 = 321,76

Segundo o Damodaran, o cálculo 1 seria o mais cru e o último o mais refinado.

Alguém saberia explicar por que o valor total das opções é descontado e não somente as opções utilizadas como remuneração pela empresa nesses modelos?

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o que são opções?

Esse assunto é muiiiiito complexo em todos seus detalhes.
Também estou procurando responder essa pergunta para mim.
Comprei o livro do Piazza, mas ele ensina o básico e depois apenas como ser “lançador comprado”.
O resto ele não cobre.
Tem um tópico sobre o assunto aqui no fórum: li todo ele. Vou comprar o livro do Bastter que parece vai até um puco mais adiante.
Se você der um googlada vai encontrar muita coisa, por exemplo:

Tem um livro do Bastter que é só venda coberta também, tenta confirmar antes para não comprar à toa

Opções são ativos lastreados em outro ativo. Exemplo, a pessoa em posse de uma opção tem a opção de comprar (caso seja uma opção de compra) ou vender (caso seja uma opção de venda) o ativo a um preço X na data Y (ou até a data Y).
Esses preços e datas tem o valor definido conforme o “código” da opção.

Exemplo:
COGNI600 é uma opção com vencimento em 21/09 que te permite comprar COGN3 a 7,00 em 21/09

O objetivo é poder calcular o valor da empresa totalmente diluído. Cruzei com uma empresa recentemente que exigiu esse cálculo, a Notre Dame. Na época do IPO e logo em seguida a este, foram feitos muitos lançamentos de opção, que chegavam a uns 10% do total de ações em circulação, ainda havia um bom estoque e achei de boa valia esse cálculo diluído. Para os anos seguintes, ou para a maioria das empresas em geral, isso pode mais ajudar do que atrapalhar, pois não considera os vencimentos, que podem levar anos. Neste caso, prefiro descontar a diluição das opções na taxa de desconto.

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Obrigado por informar. Vou verificar antes de comprar.

isso não é aqueles negocio de trader? pq isso influencia no valuation?

Releia o post original. São opções oferecidas aos gestores da empresa, que podem ser exercidas ou não. Se forem, existe uma diminuição do valor do patrimônio líquido por ação, que é justamente o preço que o valuation de uma empresa tenta calcular

Tem o exemplo muito recente da Renner, mas várias empresas fazem isso. Como nesse caso veio de recompra, essa diluição provavelmente se anula com o retorno que a recompra trouxe originalmente, mas os dois efeitos são considerados se vc quiser um valuation muito redondinho, em termos de conceito

https://www.euqueroinvestir.com/lojas-renner-lren3-aumenta-capital-aliansce-sonae-also3-tem-mudanca-acionaria/

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O que acham dessa matéria, qual opinião de vocês? Eu tenho uma pequena participação na Petrobrás que comprei na crise de março, peguei mais pensando em swing mesmo pois no longo prazo o petróleo deve ser gradativamente menos consumido. Junto a isso tenho visto nos últimos 2 meses essa onda ESG ganhando cada vez mais adeptos.

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